ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00242</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ensaio Ocupação Pascal Allagio e União</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Yandrei Souza Farias (Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia); Gabriel Ferreira Fragata (Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia); Kethleen Guerreiro Rebêlo (Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ocupação, Fotojornalismo, Parintins, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Desapropriados" é um ensaio fotojornalístico produzido durante as disciplinas de Jornalismo Ambiental e Fotojornalismo, da Universidade Federal do Amazonas  Campus Parintins. As fotos mostram a realidade vivida pelas pessoas durante o inicio da ocupação que ocorreu nos bairros Pascoal Allágio e União- nos meses de maio e junho-, ambos do município de Parintins. As fotos mostram toda a inciativa dos assentados em urbanizar o local, mas a ideia não foi bem recebida pelo Poder Público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ensaio de fotojornalismo, intitulado "Des-apropriados", é um trabalho desenvolvido na disciplina Fotojornalismo, do curso de Comunicação Social, do Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia (ICSEZ), da Universidade Federal do Amazonas (UFAM). O ensaio possui 15 fotografias coloridas e que foram registradas desse modo para evidenciar e preservar as características do ambiente, como a fumaça, fogo e as barracas. A escolha pela fotografia deu-se por entender que esta é uma importante ferramenta para o jornalista, pois, por meio dela é possível refletir acerca da realidade em que vivemos, além de ser uma forma de opinar sobre nossas ideologias: O fotojornalismo é uma actividade singular que usa a fotogra&#64257;a como um veículo de observação, de informação, de análise e de opinião sobre a vida humana e as consequências que ela traz ao Planeta. A fotogra&#64257;a jornalística mostra, revela, expõe, denuncia, opina. Dá informação e ajuda a credibilizar a informação textual. Pode ser usada em vários suportes, desde os jornais e revistas, às exposições e aos boletins de empresa. O domínio das linguagens, técnicas e equipamentos fotojornalísticos é, assim, uma mais-valia para qualquer pro&#64257;ssional da comunicação (SOUSA, 2004, p. 5) A ocupação é composta por 150 famílias. A área tem cerca de 10 hectares, que antes da chegada do grupo abrigava uma lixeira viciada a céu aberto. Foi necessária uma ampla limpeza da área. No entanto, as ações não foram bem recebidas pelo poder público, que as denominou de "invasões ilegais". O embate entre policia militar e os ocupantes não ganhou repercussão na imprensa local por ter ocorrido em plena época do Festival Folclórico de Parintins.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A cidade de Parintins foi construída basicamente por meio de ocupações e isso ainda hoje se faz presente no histórico da cidade. Atualmente se encontra inchada em todos os aspectos; há um grande fluxo migratório de pessoas oriundas de outros municípios e da zona rural; bairros frutos de ocupações, pessoas vivendo em áreas de risco na beira dos rios; sem falar na ausência de serviços públicos que se encontra hoje o Bairro da União, fruto de ocupações e de manobras políticas eleitoreiras, mas também da força de pessoas de bem. O objetivo do trabalho foi divulgar o outro lado da ocupação dos bairros Pascoal Allágio e União, ambos localizados no município de Parintins, decorrentes desde o mês de junho de 2016, tais quais enfrentam embates políticos com o poder público e a justiça por ocupar áreas em que estavam se tornando lixeiras viciadas. A fotografia é um viés da comunicação que informa as pessoas, e por meio da linguagem fotojornalística descreve com um olhar humanizado do local, de forma que venha a colaborar com estas pessoas, que lutam por um pedaço de terra para viver. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A proposta do ensaio fotográfico é mostrar a realidade vivida pelos ocupantes durante os dias que sucederam a ocupação, possibilitando aos jornalistas e alunos futuros, bem como a população geral, uma abordagem diferente do que se vinculava na mídia local, que muitas vezes marginalizavam os ocupantes como invasores, tornando o movimento Ilegítimo. Segundo Boris Kossoy (2009), as fotografias em geral sobrevivem aos acontecimentos pelos quais elas foram criadas, elas são as conexões mentais e afetivas que conservam a história. O momento que foi vivido pelo personagem e registrado através de uma imagem fotográfica nunca será esquecido. As pessoas retratadas morrem, os ambientes modificam-se, e as pessoas também mudam, mas a fotografia permanecerá a mesma. A imagem fotográfica também se apresenta como uma importante fonte de pesquisa, visto que ela serve como um livro de história ilustrado, no qual é possível estabelecer uma conexão com o passado e lembrar momentos que eventualmente são esquecidos. Este trabalho se justifica também pelo papel social jornalístico, visto que muitas vezes a população menos favorecida é esquecida, como é o caso dos ocupantes de terras e nós como jornalistas daremos foco a essa classe da população, além de quebrar preconceitos e paradigmas sobre esse movimento social, produzidos pela mídia corporativa. Adelmo Genro Filho afirma que o jornalismo é uma prática social de conhecimento, apresentado em  O segredo da pirâmide - para uma teoria marxista do jornalismo (1987), ajuda nesta reflexão. O autor argumenta sobre a noção de que a prática jornalística pode ser uma forma social para conhecer e apreender a realidade. O conceito amplo de necessidades habitacionais abrange o incremento necessário que corresponde àquelas moradias que não possuem condições de habitabilidade, por sua precariedade ou desgaste em sua estrutura física, e, ainda, por apresentar coabitação familiar; além da inadequação de moradias, que reflete em problemas na qualidade de vida dos moradores (GIVISIEZ, [2012 ou 2013]). Para compreender o processo de ocupação, o geógrafo David Harvey, realiza o estuda sobre a urbanização, e neste meio ele afirma que se trata de um fenômeno de classes, já que as cidades emergiram da concentração social e geográfica do produto excedente (HARVEY, 2006). Harvey (2006) também enfatiza que, apesar de todo esforço feito nos últimos tempos para a promoção dos direitos humanos, a lógica de mercado neoliberal, os direitos à propriedade privada e a taxa de lucro se sobrepõem a todas as outras noções de direitos, como o direito à cidade. A violência é necessária para construir o novo mundo em cima do velho. Hausmann rasgou os velhos bairros parisienses usando o poder de expropriação em nome do melhoramento e da renovação cívicos. Deliberadamente, ele planejou a remoção de grande parte da classe trabalhadora e outros elementos rebeldes do centro da cidade, onde constituíam uma ameaça à ordem pública e ao poder político (HARVEY, 2006). Segundo Maricato (2003), favelas, loteamentos ilegais e ocupações de terras continuarão a se reproduzir enquanto o mercado privado e os governos não apresentarem alternativas habitacionais, pois a questão da ilegalidade e das alternativas de moradia legal é uma questão de política urbana e de regulação do financiamento imobiliário. O processo de crescimento populacional em Parintins se tornou bastante expressivo iniciou na década de 1970. Esse crescimento se deu devido o fluxo migratório, principalmente de pessoas oriundas da região nordeste, de outros municípios do Amazonas e da área rural da cidade. Durante a migração para o município começaram a ocupar, inicialmente, a orla fluvial da cidade, depois promoveram as ocupações clandestinas, onde levantaram barracos e palafitas, passando a viver em habitações insalubres, comprometendo a própria qualidade de vida dessas pessoas (SOUZA, D, 2013). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo de construção do trabalho se deu na disciplina de Jornalismo Ambiental e Fotojornalismo, com a proposta de registrar as ocupações em Parintins, em suma, a área do Castanhal da União, o qual é determinada APA (Área de Proteção Ambiental). O direito à moradia, à cidade, à cidadania são elementos que todo cidadão tem direito. Quando esses direitos não são assegurados pelos governantes, o homem busca alternativas para tê-los, organizando-se junto aos seus pares em busca do bem comum à comunidade. Dessas organizações é que se criam a necessidade de reivindicações, exigindo aquilo que todo e qualquer cidadão tem direito. É, contudo, a partir da negação desses direitos que se começam ações, no sentido de, por meio de outros caminhos, conseguir o que se almeja. Entre essas ações encontram-se as ocupações, vulgarmente denominadas pelo discurso hegemônico de invasões. Sendo assim, trabalhadores agrofamiliares da zona rural do município de Parintins, no Amazonas, querem criar uma ecorregião para conservar os seus castanhais, que são as áreas formadas por árvores da espécie castanheira-do-Brasil (Bertholletia excelsa), nativa da Amazônia. No início do mês de junho de 2016, as famílias ocuparam uma área próxima dos bairros Pascoal Allágio e União (na zona leste de Parintins) em defesa da proteção dos castanhais. A ideia das famílias é consolidar uma associação e implementar uma unidade de conservação para agregar valor aos produtos que a área pode vir a gerar, e também vir a ser considerada fonte de atividade turística com a manutenção e conservação das castanheiras. David Harvey (2008) em seu artigo intitulado  O direito à cidade diz que: O direito à cidade é muito mais que a liberdade individual de ter acesso aos recursos urbanos: é um direito de mudar a nós mesmos, mudando a cidade. Além disso, é um coletivo, e não individual, já que essa transformação depende do exercício de um poder coletivo para remodelar os processos de urbanização. A liberdade de fazer e refazer as nossas cidades, e a nós mesmos, é, a meu ver, um dos nossos direitos humanos mais preciosos e ao mesmo tempo mais negligenciados. (2008, p. 02) A fala de Harvey deixa claro que não basta o homem ter somente a casa na cidade. É necessário que ele usufrua além de serviços de saneamento básico, saúde e educação. O direito também à cultura e ao lazer. Até mesmo porque fazer parte e estar na cidade é sentir-se, de fato, integrante incluído em todos os benefícios sociais, mesmo pertencendo a uma classe social menos privilegiada, periférica como o Bairro da União e Pascoal Allágio. O trabalho foi publicado na revista eletrônica Amazônia Real, mas nem todas as fotografias estavam presentes, totalizando apenas 10 delas. Após esse período foi proposto a produção de um trabalho em conjunto com a disciplina de Fotojornalismo e Introdução a Fotografia para apresentar todas as fotografias na íntegra, um total de 12 fotos. As saídas fotográficas ocorreram durante dois meses, com vários dias da semana de junho e julho de 2016, durante ocupações. Nesse período foram feita entrevistas com os assentados, com um ambientalista do Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), Joel araújo o qual desenvolveu um projeto de criação de um Parque municipal ecológico em uma das áreas ocupadas, denominada de Castanhal da União. Por ser o resultado de um trabalho produzido na universidade não convencional, não estagnada nas ideologias políticas e hegemônicas das mídias em Parintins, o ensaio fotojornalístico  Desapropriados buscou verificar e mostrar por meio da fotografia o lado dos moradores, da iniciativa popular, e do movimento de ocupação o Bairro da União e Pascoal Allágio como ação transformadora sociedade. Para Jorge Pedro Souza (2004), as fotogra&#64257;as das notícias em geral normalmente dão aos fotojornalistas a vantagem de planejarem estratégicamente as suas fotografia, visto que poderão imaginar que tipo de imagens gostariam de obter para gerar um determinado sentido ou uma determinada sensação junto do observador e assim antecipar igualmente quais as configurações da máquina utilizar, ao contrário das fotografias Spot News, onde os fatos ocorrem de forma instantanea não havendo tempo para qualquer para tipo de planejamento. As notícias em geral tipicamente relacionam-se com a cobertura de ocorrências como entrevistas colectivas, reuniões políticas nacionais e internacionais, actividades diplomáticas, congressos, cerimónias protocolares, manifestações pací&#64257;cas, bolsa de valores, comícios, campanhas eleitorais, ciência e tecnologia, artes e espectáculos, des&#64257;les de moda, festas de sociedade, desporto (quando não se considera a fotogra&#64257;a de desporto um género especí&#64257;co), etc. (SOUZA, 2004, p. 112) Assim, o ensaio  Desapropriados se caracteriza como um trabalho fotojornalístico de notícias em geral, pois durante as ocupações houve tempo para planejar com calma os métodos e técnicas que urilizaríamos para registrar aquele momento, como a configuração do ISO, velocidade do obturador, abertura do diafragma e os planos de enquadramento. Nestas circunstâncias, as maiores preocupações de um fotojornalista está na necessidade de chegar cedo ao local dos acontecimentos mais importantes, para conseguir um bom posicionamento entre os muitos de repórteres fotográ&#64257;cos e de repórteres de imagem televisivos que certamente se concentrariam no local, o que não foi no nosso caso, sabendo que o espaço das ocupações era bastante amplo. A seleção dos registros foi feita no Laboratório de Fotojornalismo no Instituto de Ciências Sociais, Educação e Zootecnia-Icsez. A ordem sequencial das imagens foi disposta de acordo com o momento das ocupações e pela carga de informação, criando uma linguagem e narrativa dinâmica sobre o processo nos locais. Buscar registrar a presença humana, foi um dos pontos fundamentais para a composição das imagens, pois a questão é problematizar e dá voz as familias que estavam no local, e na maioria delas crianças. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Nas quinze Fotografias coloridas produzidas durante as ocupações nos Bairros Pacoal Allágio e União no município de Parintins  AM, utilizamos uma câmera Canon Rebel 1000D com lente 18-200, no modo manual, buscando registrar imagens que representassem melhor a historia da ocupação. Assim no contexto do Fotojornalismo, não fizemos tratamentos de edição nas imagens para não alterar o cenário fotografado. Os ângulos e planos utilizados na linguagem fotográfica do trabalho são provocativos a identificar os detalhes dos locais e mostrar quem está nas ocupações, e todas as dificuldades que enfrentam para conseguir uma moradia. O ISO utilizado variou de 200 a 800, devido à claridade no local, nos horários de 14 as 17:30 h. A velocidade do obturador foi de 1/50 a 1/2000, e a abertura focal miníma f 5.6 48mm e máxima de f 6.3 200 mm. As imagens registradas seguiram influência do cinegrafista e fotográfo da TV Amazonas Orlando Júnior, o qual faz trabalhos de jornalismo idependente sobre questões ambientais e humanitárias. Compor uma imagem no calor de determinadas situações também não é fácil. Os fotojornalistas geralmente trabalham com base numa linguagem de instantes, procurando representar num ou em vários instantes,  congelados nas imagens fotográ&#64257;cas, toda a essência de um acontecimento e o seu significado (SOUZA, 2004). 3.1. Legenda das imagens Imagem 1  Bandeira vermelha é objeto usado para demarcar área (Pascoal Allágio) Imagem 2  Construindo uma cabana em meio à ocupação (Pascoal Allágio) Imagem 3  Conversa entre casais: união para a vida (Bairro da União) Imagem 4  Criança vigiando lote é representação de uma conquista (Bairro da União) Imagem 5  Família deixando pedaço de terra ao fim da tarde (Bairro da União) Imagem 6  Família guarda espaço que no futuro breve poderá ser ocupado (Pascoal Allágio Imagem 7  Família em busca de terra (Pascoal Allágio) Imagem 8  Marcação da terra é realizada a partir de placa identificadora (Bairro da União) Imagem 9  Movimentação na ocupação (Pascoal Allágio) Mãe e filha vigiando o lote (Bairro da União) Imagem 10  Mãe e filha limpam lote de terra para uso posterior (Pascoal Allágio) Imagem 11  Mulher em meio à fumaça (Pascoal Allágio) Imagem 12  Reunião de ocupantes (Pascoal Allágio) 3.2. Descrição detalhada de cada Imagem A primeira foto foi feia na primeira saída fotográfica, no bairro de Pascoal Allágio, a ocupação ainda se iniciava e nessa hora começamos a registrar as fotografias e a perspectiva foi mostrar as linhas que dividiam os terrenos que estavam sendo distribuídas em lotes. A tendência era mostrar a luta que as pessoas estavam travando. A bandeira vermelha que eles estendiam era uma forma de representar a luta deles enquanto ocupantes de terra, pois alegavam que aquele pedaço de terra estava abandonado. A Segunda fotografia foi registrada no primeiro dia, por volta de duas horas da tarde. Ela representa um senhor que estava queimando o lixo e capim seco no local, ele estava armando uma barraca, assim como os outros ocupantes. A terceira foto retrata a imagem do castanhal da União, inicialmente as pessoas ocuparam debaixo das castanheiras, no entanto era proibido ocupar essas áreas, pois era uma área de preservação ambiental, porém as pessoas que ocupavam esses ambientes logo deixaram o local e foram para uma área onde era permitido a presença das pessoas. Além disso, a fotografia retrata um casal, assim como muitos outros que estavam presentes querendo um pedaço de terra para habitar. A quarta foto é uma das imagens mais impactantes para mim por que ela retrata uma criança sozinha que estava vigiando um lote e ao redor dessa criança havia algumas pessoas mais velhas. É uma das fotos que mais me marcou porque tem uma característica humanizada, pois retrata uma criança em uma ocupação vigiando o pedaço de terra, em uma situação onde apenas adultos poderiam estar. A quinta foto retrata uma família que no fim da tarde estava deixando um lote, eles não ficavam no local o dia todo e por volta das cinco horas da tarde voltavam aos seus locais. As casas onde eles moravam, geralmente eram casas alugadas ou de seus pais e mães. A foto mostra também a quantidade de lixo entulhado no local. Ainda no início das ocupações nas áreas dos castanhais estavam se tornando uma lixeira viciada, também funcionava como local para desmanche de veículos roubados e zona para usuários de drogas. A sexta foto, foi a primeira a ser registrada na minha primeira saída fotográfica. A fotografia foi feita de longe, por que a maioria das pessoas se sentiam incomodadas, os ocupantes achavam que éramos jornalistas de alguma mídia local que na época marginalizavam o movimento como criminoso, e diziam que usaríamos as fotos para tentar tirar de alguma forma eles de seus lotes. A sétima foto retrata uma família na área do Pascoal Allágio, que por volta das duas horas da tarde começaram a limpar seu lote. A oitava foto representa um dos elementos mais típicos das ocupações, que eram as placas que marcavam os lotes das pessoas com seus respectivos nomes. A imagem mostra ainda uma situação bem atípica, pois a família já estava morando no local, assim como outras pessoas que também já tinham moradias  fixadas . A nona imagem representa os vendedores na via principal da ocupação do bairro Pascoal Allágio e que possivelmente será a rua de acesso principal do local. Diversos comerciantes aproveitavam a situação para vender suas mercadorias e arrecadar dinheiro. Os pequenos comerciantes variavam de vendedores de flal a vendedores de gelo. A décima fotografia retrata uma mãe e sua filha. A criança estava naquele ambiente cheio de fumaça e mato, pois na hora a mãe e outras pessoas estavam queimando o capim e lixo das proximidades. Isso mostra um pouco da realidade das famílias, pois passavam ali por certos perigos ao manusear fogo e respirar fumaça, principalmente a criança que não tinha noção do perigo. Alguns ocupantes além de ocupar durante o calor do dia, ainda enfrentavam a noite onde tinha mais riscos à saúde, devido principalmente a presença de muito lixo e possíveis animais peçonhentos. A décima primeira foto, foi o registro mais impactante que fizemos. A fotografia foi feita bem próxima a moça, o marido dela estava queimando lixo e ela estava bem perto do fogo e da fumaça. A foto mostra ainda que ela tenta se proteger do fogo e do sol com sua blusa na tentativa de não passar mal. Na décima segunda fotografia tentamos registrar uma reunião que ocorreu na ocupação do bairro de Pascoal Allágio, mas os moradores não nos deixaram registrar o momento. Por isso, fizemos o registro de longe para tentar identificar alguns elementos que pudessem representar os traços dessa reunião. O encontro tratava-se de uma organização de uma lista para registrar as pessoas que tinham o interesse em conseguir um lote de terra. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Fotojornalismo nos permite uma percepção visual da informação, por de meio de imagens, se utiliza de elementos para se criar uma narrativa o qual seja retratada às realidades envoltas do acontecimento, como é apresentado no conjunto de fotografias sobre as ocupações em Parintins. É preciso observar além do que está óbvio na frente da lente da câmera, o olhar fotográfico nos dá alternativas para criar todo e qualquer tipo de linguagem. Discutir sobre os problemas sociais existentes em nossa sociedade é algo de notável importância, tendo em vista que, independentemente do meio utilizado, sempre traz impactos sobre o que não era conhecido ou era ignorado. A contribuição do produto se deu como agente social e humanitário, por falar sobre o outro lado da ocupação, tendo em vista a grande segregação espacial feita pelos veículos de comunicação local. Todo o processo realizado no âmbito da comunicação visual do trabalho buscou realizar um papel diferente, como uma forma de jornalismo independente e com senso crítico. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">FILHO, Adelmo Genro. O segredo da pirâmide-para uma teoria marxista do jornalismo. Porto Alegre: Tchê, 1987.<br><br>GIVISIEZ, Gustavo Henrique Naves. Déficit e demanda habitacional. [Belo Horizonte],[2012ou 2013]. Disponível em:<http://web.cedeplar.ufmg.br/cedeplar/site/pesquisas/pbh/arquivos/mod8parte2.pdf.> Acesso em: 21 fevereiro 2014.<br><br>HARVEY, David. O direito à cidade. In: ___. Lutas Sociais, São Paulo, n. 29, p. 73-89, jul/dez. 2012.<br><br>Kossy, Boris  Realidades e Ficções na Trama Fotográfica. São Paulo, Ateliê Editorial 1999.<br><br>MARICATO, Erminia. In: CASTRIOTA, L.B. (org.). Urbanização Brasileira: Redescobertas. Belo Horizonte: Editora Arte, 2003.<br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Fotojornalismo: introdução à história, às técnicas e à linguagem da fotografia na imprensa. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2004a<br><br>SOUZA, Nilciana Dinely de. O processo de urbanização da cidade de Parintins (AM): evolução e transformação. Tese (Doutorado em Geografia Humana) -Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2013.Disponível em: <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8136/tde-23102013-120716/>. Acesso em: 19 fevereiro 2014.<br><br> </td></tr></table></body></html>