ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00363</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO13</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O inverno está aqui: Vilhena vive crise política mais grave que a nacional.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Maria Victória Ferreira Silva (Universidade Federal de Rondônia); Allysson Viana Martins (Universidade Federal de Rondônia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo Opinativo, Editorial, Artigo de Opinião, Gêneros Jornalísticos, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente paper tem como finalidade detalhar o processo de criação do editorial opinativo para o Jornal da Unir, produto da disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso. O editorial foi escrito usando as referências teóricas que orientam a produção jornalística de textos opinativos, isto é, aqueles em que a carga de subjetividade aparece de modo mais evidente, diferente das produções que buscam maior imparcialidade e objetividade. O texto traz os fatos mais relevantes no cenário político da cidade de Vilhena, interior de Rondônia, no ano de 2016, com ênfase aos que apareceram no período de eleição para a prefeitura.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho apresenta um editorial construído a partir de fatos políticos que ocorreram na cidade de Vilhena, interior do estado de Rondônia, no ano de 2016. Para escrever o editorial opinativo foi necessário fazer uma pesquisa para relembrar os principais acontecimentos que haviam ocorrido durante o ano no cenário político, especialmente durante o pleito para a prefeitura. Naquele período, meados de outubro de 2016, Vilhena já havia passado por situações inusitadas e continuava apresentando um cenário político conturbado. O que começou no ano anterior com a Operação Stigma, da Polícia Federal, teve vários desdobramentos e acabou por culminar na prisão de vários vereadores da cidade, José Garcia (DEM), Vanderlei Graebin (PSC), Carmozino Moreira (PSDC) e Antônio Albuquerque (PHS), além do presidente da câmara de vereadores, Júnior Donadon (PSD. O prefeito José Rover (PP) e seu vice, Jacier Dias (PSC), também não escaparam. Quando o editorial foi escrito as investigações continuavam e novos nomes ainda apareceriam nas listas de presos. Delatores surgiram e a sensação que se tinha na cidade de Vilhena era que a qualquer momento apareceria uma nova notícia indicando que mais uma leva de políticos havia sido presa em esquemas de propinas. A população viveu momentos de incerteza, de não saber quem estava no comando da prefeitura. Ao reunir esses fatos, inéditos na vida da cidade, acreditamos que um editorial de opinião se fazia relevante e importante, tendo em vista o momento que estávamos passando.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A produção do editorial de opinião realizado para a disciplina Laboratório de Jornalismo Impresso do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) tinha como principal objetivo produzir o editorial do Jornal da Unir e compor a página dedicada a conteúdos opinativos no jornal. O editorial tem ainda como objetivo abordar acontecimentos do cenário político da cidade de Vilhena. O ano de 2016 foi cheio de surpresas para os vilhenenses, com as diversas prisões e desdobramentos das operações da Polícia Federal, e acreditamos que deveríamos abordar essas questões para que, além de relembrá-las, pudéssemos também fazer um breve registro desses fatos que ocorreram durante o ano ao se produzir um texto opiniativo crítico sobre eles. Na disciplina, trabalhamos com vários formatos da prática jornalística, desde reportagens, perfis e entrevistas até charges e artigos de opinião. Tudo isso com o objetivo de experimentar e praticar as diversas linguagens jornalística, possibilitando uma maior qualificação dos alunos, necessária para exercer as funções de jornalista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O editorial opinativo traz como tema o cenário político da cidade de Vilhena em 2016 porque acreditamos em sua relevância para a realidade local. As figuras acusadas e presas naquele período eram bastante conhecidas na cidade, trazendo uma nova perspectiva para o público que até então não acreditava muito que algo do gênero pudesse acontecer, uma vez que o cenário de impunidade parecia prevalecer no meio político da cidade. Fato semelhante ao sentimento que o povo brasileiro tem em relação a seus representantes estaduais e nacionais, em cargos de parlamento ou executivo, com o início da Operação Lava Jato. Em 10 de julho de 2015, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal deram início à primeira fase da Operação Stigma  que investiga o desvio de dinheiro do governo federal com destino à prefeitura de Vilhena (WE, 2015). As fraudes e delatores começaram a aparecer. Na fase seguinte, empresas da cidade surgiram como principais envolvidas nas investigações. Em seguida, o assessor administrativo, Nicolau Junior de Souza, foi preso preventivamente como suspeito de receber propinas das empresas locais. Depois de Nicolau, mais quatro foram presos no dia 15 de julho, entre eles o ex-chefe de gabinete da prefeitura Bruno Pietrobon e o ex-secretário de governo Gustavo Valmórbida. Além de Carlos Pietrobon, pai de Bruno. A Polícia Federal descobriu esquemas na Secretária Municipal de Comunicação, que em março de 2017 gerou burburinhos na cidade pela divulgação de mais uma lista, contendo, desta vez, nomes de jornalistas. Segundo o Ministério Público, esses profissionais da imprensa recebiam  mesadas para manter o nome do ex-prefeito José Rover intocado. Sendo assim, fica evidente que não só o tema era relevante naquele período como continua sendo parte do cotidiano do vilhenense mesmo agora, meses após o início das investigações. Após todos os escândalos, surgiram diversas dúvidas sobre a candidatura da atual prefeita eleita Rosani Donadon. Mesmo após as eleições, não se sabia ao certo o que aconteceria, se a candidatura seria indeferida ou não, uma vez que já havia sido indeferida em âmbito local e estadual  que depois recuou na decisão. Ficamos por mais alguns dias sem rumo até que o resultado oficial saísse e trouxesse o nome de Rosani como prefeita de Vilhena. Com todos esse fatos ocorrendo no município, a incerteza, se não era geral, ao menos alcançava boa parte da população vilhenense. Por conseguinte, decidimos fechar o nosso editorial trazendo uma retrospectiva bastante sutil dos acontecimentos mais relevantes no cenário político daquele ano, sem citar nomes e nem partidos, e também a nossa incerteza sobre o ano de 2017. O editorial pretende relembrar os fatos que ocorreram no ano sem citar nomes de envolvidos e nem da operação, pois sabemos, devido à repercussão dos acontecimentos na cidade, que apenas uma sutil sugestão consegue trazer esses assuntos à tona na memória da população vilhenense, que esteve ávida por novas informações ao longo do período de investigações, que já dura mais de ano. O cenário político incomum, não pelos crimes, mas por estes terem sido descobertos, justifica o interesse pelo tema. Além disso, como vimos recentemente, boa parte dos jornais locais estão comprometidos com personagens daqueles escândalos, o que sugere que dificilmente haverá uma cobertura jornalística imparcial por parte deles. Nesse sentido, surge mais uma vez a relevância da cobertura desse tema pelo Jornal da Unir. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Diferente do gênero jornalístico informativo, cujos formatos trazem conteúdos com informações não tão aprofundadas, sempre pretendendo incluir na prática jornalística os valores da objetividade, imparcialidade e neutralidade, o gênero opinativo permite que a produção jornalística seja mais livre em relação ao processo criativo, contendo as percepções, visões de mundo e juízos de valor do jornalista que produz o conteúdo. Como sabemos as produções opinativas mais comuns no cotidiano do jornalismo impresso são os editoriais e os artigos de opinião. Mas além destes, o jornalista pode lançar mão de opções como crônicas, resenhas e charges, que também tendem a tecer críticas sobre diversos temas da atualidade. No produto final da disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso, Jornal da Unir, optamos por incluir duas produções deste gênero: uma charge e o editorial, abordado através deste relatório. As visões de mundo e opiniões do jornalista que produz o conteúdo ficam explicitadas no editorial opinativo porque seu gênero permite que isso seja feito. Os acontecimentos e questões que evocamos com o texto do editorial pretendem, além de expor nossos pensamentos sobre o assunto, fazer que o leitor relembre aqueles fatos e pensem neles de forma crítica. O conteúdo opinativo se faz importante nos produtos jornalísticos porque, entre outras coisas, proporciona ao público a visão do jornalista sobre algum acontecimento atual, com a qual o leitor pode concordar ou não. Dessa forma pretende-se incentivar o debate entre opiniões no sentido de gerar resultados positivos para o público. O primórdio da imprensa moderna, como hoje conhecemos, na verdade, é partidária, carregada de opinião e juízos de valor. Até 1830, o ato de narrar os acontecimentos era priorizado em detrimento do noticiar. Segundo o pesquisador da história da imprensa Michael Schudson (2010), os repórteres se preocupavam mais em escrever um texto semelhante ao literário do que em noticiar os fatos com critérios jornalísticos. No final do século XIX, o jornal The New York Timescomeça a realizar produções jornalísticas objetivas, em que informar é melhor do que narrar. A crença, até então, era de separar os fatos dos valores, uma vez que eles não seriam apenas declarações do mundo, mas o próprio mundo. Uma das propostas do editorial, desta forma, é a de que, ao final, o leitor reflita se é possível que tenhamos um ano de 2017 positivo quando a base da prefeitura de Vilhena parece ter sido corroída pela corrupção e quando vereadores acusados e presos foram reeleitos nas últimas eleições e continuam exercendo suas funções como representantes do povo. Parece claro que o clima de incerteza prevalece, mesmo nas mentes mais otimistas. Desde as primeiras reuniões decidimos que trabalharíamos um tema local por se tratar de um momento diferente na cidade. Em seguida, começamos a pensar na temática específica que abordaríamos, no caso, o cenário político municipal. Fizemos pesquisas para começarmos a decidir o que ficaria de fora e o que seria mencionado. Havia outras opções temáticas relevantes que poderiam entrar no editorial, mas parecia claro que tínhamos uma pauta instigante nas mãos e que precisávamos dar atenção a ela, e assim focamos nas questões políticas do município. As operações da Polícia Federal eram um marco nas relações políticas da cidade e, por isso, não poderiam ser deixadas de lado. Todo o processo de escolha do tema foi atravessado por subjetividades, e não teria como ser diferente já que o próprio gênero opinativo permite essa interação. Porém, como estudante de jornalismo, sempre houve a preocupação em executar os processos que compõem a prática jornalística. Para começarmos o processo de escrita do texto, o professor delimitou a quantidade entre 1.500 e 2.000 caracteres que o editorial deveria possuir. Inicialmente, o texto foi escrito em um tom mais formal e contendo alguns dos nomes e partidos dos envolvidos nas operações da Polícia Federal. Todavia, na última edição do texto, optamos por não citar nomes dos políticos envolvidos, trazer um tom mais leve, que não pretendia mesmo alcançar todos os acontecimentos do ano, mas apenas aqueles fatos políticos que tornaram o ano de 2016 diferente. Durante o processo de construção do editorial foi necessário fazer a seleção de que fatos seriam citados e do que seria deixado fora do texto. Como dito anteriormente, na primeira edição do produto, o editorial trazia nomes de envolvidos e partidos políticos, o que descartamos na segunda edição. Com a produção finalizada, começamos a idealizar a página opinativa da edição. Tentamos manter um modelo semelhante ao encontrado nos grandes veículos impresso, parecido também com o modo como os próprios jornais daqui expõem seus expedientes, editoriais e esporadicamente charges. Produzimos nossos conteúdos, tanto os opinativos quanto as reportagens, perfis e entrevistas, com o objetivo de realizar uma produção diferenciada do que costuma ser veiculada nos meios de comunicação da cidade. Entre os vários objetivos do Jornal da Unir, existia a ideia de apresentar temáticas relacionadas ao cotidiano da população vilhenense, que dificilmente teriam lugar em outros produtos jornalísticos do município. Nesse sentido, a disciplina buscava treinar o nosso olhar para que conseguíssemos enxergar a possibilidade de pautas em diferentes acontecimentos do cotidiano, não apenas naqueles que já foram, de certa forma, padronizados como noticiáveis. Do mesmo modo, a produção dos conteúdos opinativos buscava treinar os estudantes para que pudessem exercer de forma correta as funções que são atribuídas às práticas jornalísticas. O que vemos muitas vezes na realidade do jornalismo local é a exposição de opiniões quando na verdade se deveriamexpor informações. Essas diferenciações ainda não estão claras para todos os veículos de comunicação da região. A opinião no jornalismo é bem-vinda quando fica claro para o público o que se está sendo feito. Um dos piores erros que o jornalista pode cometer é imaginar que o leitor não compreende o que está acontecendo naquela produção jornalística. Deve-se ficar claro que o que o público está recebendo é opinião e não a informação objetiva, que se pretende objetiva, imparcial e neutra. O editorial do Jornal Unir, aqui exposto, não traz um posicionamento contra ou a favor de investigações, prisões ou qualquer outro assunto relacionado, apenas expõe os fatos e lança indagações de modo crítico. Fica claro que se trata da opinião do veículo, diferente das reportagens onde todas as técnicas de distanciamento são empregadas, como o discurso em terceira pessoa e outras opções que temos para deixar de fora nossas opiniões sobre o assunto exposto, com a intenção de manter a objetividade jornalística.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na primeira reunião, de pauta, decidimos que precisávamos de dois produtos do gênero opinativo para compor a página dedicada aos conteúdos opinativos do produto final da disciplina de Laboratório de Jornalismo Impresso, o Jornal da Unir. O processo de construção do editorial teve início já na primeira reunião, quando começamos a idealizar a página e os temas dos dois conteúdos opinativos que seriam parte da edição. Na segunda reunião, ainda não havíamos definido qual seria o tema do editorial, mas já estava certo que apresentaríamos conteúdos do cotidiano dos vilheneses. Fizemos pesquisas em sites jornalísticos da região para encontrar pautas que pudessem ser exploradas em nosso texto opinativo. Entre os acontecimentos mais relevantes naquela época, estavam as diversas prisões e investigações envolvendo políticos de Vilhena. O cenário político da cidade era semelhante ao que estávamos passando nacionalmente. Enquanto os grandes veículos de comunicação noticiavam prisões acarretadas pela Operação Lava Jato, em Vilhena, a Polícia Federal começou as investigações com as figuras políticas da cidade através da Operação Stigma. As fraudes começaram a ser reveladas e cada vez mais envolvidos apareciam nos esquemas de propinas, culminando emvários vereadores presos, inclusive o presidente da câmara de vereadores, além do prefeito e de seu vice. Dos acontecimentos que mais repercutiram durante o ano na cidade de Vilhena, as prisões dos políticos que exerciam suas atividades parlamentares como representantes da população foram, sem dúvida, os fatos mais marcantes em 2016. Os esquemas de propinas e desvios de dinheiro afetaram diretamente a realidade local e são importantíssimas para o desenvolvimento, ou a falta dele, no município. Sendo assim definimos como tema essas questões e começamos a pensar em como exporíamos os conteúdos de forma que não fossemos acusados por nenhum lado político. Em Vilhena, a maior parte dos meios de comunicação tem ligação direta com partidos ou políticos, como pudemos ter certeza no documento exposto pelo Ministério Público em março de 2017. No arquivo era revelado que vários dos jornalistas locais recebiam um tipo de mesada para manter o nome do ex-prefeito  limpo , longe dos noticiários. A ideia era não veicular notícias que fossem prejudiciais a ele, ou, pelo menos, amenizar as notícias que tivessem alguma implicação contra o prefeito. Na terceira reunião, já tínhamos a primeira edição do editorial. Nela havíamos incluído nomes de acusados, seus partidos e funções. Com um tom mais formal, o texto era bastante rígido, se comparadoa sua versão final. Saímos dessa reunião com a proposta de dar ao texto um caráter mais leve, quase literário, e sutileza na apresentação dos acontecimentos políticos. Quando nos reunimos pela quarta vez o segundo texto já estava pronto. Ele trazia, como fora proposto, uma escrita mais literária com referências que pudessem ser entendidas por diversos públicos. Nesta edição, já não apresentávamos mais nomes de envolvidos. Optamos por referências mais sutis por acreditar que o público conseguiria compreender o tema e as significações seriam acionadas mesmo que não houvesse todas as informações de forma mais evidente. No editorial, além de reprisar os fatos, lançamos a dúvida sobre qual seria o rumo da política municipal tomada no ano de 2017. O clima era de incerteza, vereadores acusados e presos foram reeleitos na eleição municipal de 02 de outubro. Essa fato, com certeza, aumenta as preocupações sobre o futuro da cidade. A própria prefeita eleita, naquela época, não nos dava muita perspectiva de ano melhor, quando sua própria candidatura era classificada como indeferida até depois das eleições. Após a votação, ainda precisamos aguardar enquanto o resultado do processo eleitoral corria, para só então recebermos a informação oficial de que a prefeita eleita, Rosani Donadon, poderia exercer seu mandato. Naquele momento, piadas e chacotas, tanto relacionados com os problemas da administração anterior quanto da incerteza sobre quem assumiria a prefeitura, circulavam nas redes sociais de moradores de Vilhena, além da repercussão na página de Facebook Vilhena Mil Grau, muito conhecida na cidade e que rotineiramente apresenta conteúdos que pretendem fazer humor com situações do cotidiano da população vilhenense. Ao final, o texto do editorial estava bastante sucinto em relação às informações que apresentava anteriormente e com um estilo de escrita mais literário. O conteúdo textual também expunha nossas incertezas e buscava gerar reflexões em quem o lesse. Com tudo isso, ainda tivemos a intenção de, ao final, nos posicionarmos de forma otimista quanto ao novo grupo de parlamentares que assumiria a prefeitura de Vilhena. Não tivemos a intenção de marcar negativamente a nova gestão com suspeitas, mas sim expor os acontecimentos anteriores, que têm influência no futuro da cidade, para, ao final, manter o clima de que a nova gestão precisará de tempo para se organizar e mostrar a que veio, por assim dizer. A ideia final que pretendemos trazer com o texto é a de que, como vilhenenses, devemos observar com atenção o que será feito para podermos cobrar. A edição final do editorial foi diagramada na página destinada aos produtos opinativos do Jornal da Unir. Inicialmente tínhamos apenas um produto do gênero opinativo e precisávamos acrescentar uma produção para ocupar o espaço da página. Começamos a sugerir idéias de outros formatos opinativos que poderiam ser trabalhados e inseridos na página. Chegamos, então, ao consenso de que uma charge seria uma boa opção porque traria uma linguagem não textual para a nossa página, a linguagem visual. Primeiramente, a charge também se propunha a trabalhar com a temática das questões políticas da cidade no ano de 2016. A ideia inicial era a charge abordar a incerteza sobre quem tomaria conta da prefeitura de Vilhena. Em um segundo momento, o tema da charge mudou, sendo feita uma retrospectiva do ano de 2016 até outubro, por meio da ilustração. Com a charge e o editorial concluídos, pudemos, enfim, começar a trabalhar na diagramação da página. As edições na página foram feitas por um colega de curso, Rauã Araújo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Ao elaborar o editorial opinativo para o Jornal da Unir, para a disciplinar de Laboratório de Jornalismo Impresso, sobre alguns dos acontecimentos marcantes no cenário político da cidade de Vilhena, em 2016, procuramos expor a incerteza quanto ao futuro do município. A intenção do editorial foi relembrar os fatos e causar algum tipo de reflexão nos leitores. Sendo assim, pretendíamos escrever de forma que a população local pudesse ler e entender do que se tratava o editorial, mesmo sem informações mais profundas, como o nome dos envolvidos, seus respectivos partidos e acusações. A produção de conteúdo opinativo é bastante diferente daquelas do gênero interpretativo e informativo, do ponto de vista da execução do produto, porque exige que o jornalista saiba do que está falando já que a opinião dele será veiculada, precisando, desta maneira, ser fundamentada e fazer sentido. Por outro lado, proporciona uma liberdade criativa que o jornalismo informativo não pode possibilitar, por estar mais preso aos ideais de imparcialidade, objetividade e neutralidade. Por fim, pudemos perceber a importância do gênero opinativo na prática jornalística a partir da construção do produto final do Jornal da Unir, no qual participei não apenas da produção do editorial, mas também da charge e na edição geral da edição.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ERBOLATO, Mário. Técnicas de codificação em jornalismo  Redação, captação e edição no jornal diário. São Paulo: Ática, 2001.<br><br>MEDINA, Jorge. Gêneros jornalísticos: repensando a questão. Revista SymposiuM, Pernambuco, ano 5, nº 1, p. 45-55, 2001.<br><br>MELO, José; ASSIS, Francisco. Gêneros e formatos jornalísticos: um modelo classificatório. Intercom  RBCC,São Paulo, v. 39, nº 1, p. 39-56, jan./abr. 2016.<br><br>SCHUDSON, Michael. Descobrindo a notícia: uma história social dos jornais nos Estados Unidos. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.<br><br>WE, Dennis. Operação Stigma: PF prende ex-secretário de Saúde de Vilhena, RO. G1, Vilhena, 2015. Disponível em: <http://g1.globo.com/ro/vilhena-e-cone-sul/noticia/2015/08/operacao-stigma-pf-prende-ex-secretario-de-saude-de-vilhena-ro.html>. Acesso em: 08 abr. 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>