Jornalista atualmente é um termo aplicado para profissionais que trabalham nas mídias tradicionais e sociais. Traquina (2004) afirma que para se compreender as notícias é preciso ter conhecimento da cultura dos profissionais que as elaboram, os jornalistas, que é integrante ativo da indústria midiática. O mesmo autor sustenta que "a comunidade jornalística é uma tribo e as características e ideologias dessa tribo são um fator crucial na elaboração do produto jornalístico" (TRAQUINA, 2004, p. 12). Pena (2015) denomina a cultura profissional, como algo que possa ser passado. "Acredito que a identidade da comunidade jornalística é formada por uma estrutura gnóstica. Não no sentido religioso, mas sim no caráter fáustico e restritivo de seus costumes, vocabulário e ritos de iniciação" (PENA, 2015, p. 139). Não é segredo que a produção da notícia passa por etapas. Inicialmente através de uma fonte determinado fato chega às redações e após o processo de apuração pode se tornar noticia. Um jornalista é responsável por triar qual notícia será encaminhada para publicação e qual será barrada, influenciando diretamente na construção da objetividade. A profissão sofre com o peso do capitalismo, que vaga pelas empresas desde os seus primórdios. É necessário saber lidar com interesses maiores e o caráter industrial e capitalista dos veículos de comunicação, que é visto unicamente como fonte de lucro. Dessa forma foi elaborado o curta metragem, intitulado Correntes Jornalísticas. Com o intuito de trazer à tona uma reflexão sobre a dinâmica da profissão.

Quando questionados sobre as razões que levaram os alunos a optar pela escolha do jornalismo, em seu discurso, esquecem ou simplesmente não sabem as exigências de um profissional que deve possuir múltiplo conhecimento de diversos assuntos e lidar com diferentes tipos de públicos.  "O jornalismo é uma ocupação que leva seu profissional a manter contato com diversos domínios da vida urbana e exige que ele tenha conhecimento dos códigos sociais (TRAVANCAS, 1993, p. 82)". A configuração social da profissão está além das paredes da redação. Seus estigmas refletem em todas as áreas da sua vida. "Ele é, segundo proporções variáveis, um coletor de informações e um produtor de textos. Ele é, depois, o assalariado de uma empresa de comunicação e de sua hierarquia (...) Saindo da empresa de comunicação, todo jornalista é também, na relação com seus colegas, um sócio-rival (TUNSTALL apud NEVEU, 2006, p. 105 – 106)". Pena (2015) ao debruçar-se sobre as características comuns do profissional já reiterava o que Traquina (2004) havia discorrido ao analisa-los como uma tribo. "Nas palavras de Nelson Traquina, os membros da comunidade jornalística partilham não só uma maneira de ver, mas também uma maneira de agir e uma maneira de falar, o "jornalês" (Pena, 2015, p. 141)". Compreender como funciona o mecanismo de ação da profissão, e o processo de comunicação interpessoal entre os profissionais, permite um maior entendimento de como funciona a produção de notícia e a dinâmica da redação. Considerado um ambiente sagrado, é na redação que se intensifica o fluxo de informação, e também onde se observa a divisão hierárquica do veiculo de comunicação. Cada veiculo de comunicação possui uma linha editorial, e nela consta o posicionamento social e político da empresa, que acaba por ditar como cada notícia será organizada hierarquicamente e qual terá maior ênfase. O jornalista funciona como um satélite que fica em órbita dessa linha editorial, oriundo às suas normas, regras e orientações. E para produzir os jornalistas são organizacionalmente divididos, em editorias ou no âmbito profissonal-organizativo-burocrático³, porém, comungam do mesmo hábito, costumes, vocabulário, ensinamentos e técnicas. Conhecer como funciona a dinâmica da profissão é fator crucial e decisivo para prosseguir na mesma. É uma variável que deve ser levada em consideração no momento em que decide juntar-se à tribo. Diante disso, justifica-se a elaboração da produção audiovisual, intitulada Correntes Jornalísticas. A obra busca uma reflexão acerca da profissão, cultura profissional, visão de mundo e seu estilo de vida dentro da redação que consequentemente reflete em sua vida pessoal. O protagonista da estória representa tal cenário, ao ponto de suas atitudes interferirem em ambos os aspectos. Ao adotar as teorias gnóstica e organizacional visamos contextualizar como os costumes, hábitos e cultura da profissão estão correlacionados com a empresa e sua rotina de trabalho. A produção também foi desenvolvida com o intuito de atingir acadêmicos de jornalismo que muitas vezes desconhecem a configuração da profissão e seus paradigmas.

Gravado em dois dias, o curta Correntes਀䨀漀爀渀愀氀猀琀椀挀愀猀 㰀⼀椀㸀琀攀洀 㤀 洀椀渀甀琀漀猀 搀攀 搀甀爀愀漀⸀ 䐀甀愀猀 猀愀氀愀猀 昀漀爀愀洀 猀漀氀椀挀椀琀愀搀愀猀 瀀愀爀愀 servir de locação para as gravações. A sala escolhida foi a mais próxima਀昀椀猀椀挀愀洀攀渀琀攀 猀攀洀攀氀栀愀渀琀攀 愀 甀洀愀 爀攀搀愀漀⸀ 䄀猀 爀漀甀瀀愀猀Ⰰ 愀猀猀椀洀 挀漀洀漀 洀愀琀攀爀椀愀氀 瀀愀爀愀 愀 gravação foram de recursos próprios. Moacir é o protagonista, a estória têm਀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀 猀攀挀甀渀搀爀椀漀猀Ⰰ 挀漀洀漀 漀猀 挀漀愀搀樀甀瘀愀渀琀攀猀 䌀猀愀爀 ⠀挀栀攀昀攀 搀愀 爀攀搀愀漀⤀ 攀 Catarina (esposa). E personagens de aparição rápida como o padre Jubileu e਀䘀氀瘀椀愀 ⠀昀椀氀栀愀 搀攀 䴀漀愀挀椀爀⤀ 挀漀洀 猀攀甀 渀愀洀漀爀愀搀漀⸀ 䌀愀搀愀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀 爀攀瀀爀攀猀攀渀琀愀 愀 dicotomia existente, da vida de jornalista. Uma das mensagens do curta é਀樀甀猀琀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 洀漀猀琀爀愀爀 焀甀攀 栀 甀洀 攀洀戀愀琀攀 攀渀琀爀攀 攀猀猀攀猀 搀漀椀猀 洀甀渀搀漀猀㨀 漀 搀漀 琀爀愀戀愀氀栀漀 攀 漀 da família. Em pesquisa realizada no decorrer de três anos, com cerca de਀挀椀渀焀甀攀渀琀愀 樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀猀Ⰰ 吀爀愀瘀愀渀挀愀猀 ⠀㄀㤀㤀㌀⤀ 挀漀氀栀攀甀 搀攀瀀漀椀洀攀渀琀漀 搀攀 瀀爀漀昀椀猀猀椀漀渀愀椀猀 novatos e veteranos de redações. E constatou que a família quase sempre é਀搀攀椀砀愀搀愀 攀洀 猀攀最甀渀搀漀 瀀氀愀渀漀⸀ 䄀 琀攀渀猀漀  瀀攀爀洀愀渀攀渀琀攀 攀 攀猀琀 攀砀瀀爀攀猀猀愀 渀漀 愀瀀攀渀愀猀 渀漀猀 depoimentos como até mesmo na própria dificuldade, por eles manifesta, de਀洀愀渀琀攀爀 爀攀氀愀攀猀 挀漀渀樀甀最愀椀猀 搀甀爀愀搀漀甀爀愀猀⸀ 倀漀爀 漀甀琀爀漀 氀愀搀漀Ⰰ 漀 焀甀攀 洀甀椀琀漀猀 搀攀猀琀愀挀愀洀Ⰰ 攀 neste caso não apenas mulheres, é que no dia a dia a família sai muito਀瀀爀攀樀甀搀椀挀愀搀愀Ⰰ 猀攀渀搀漀 挀漀洀甀渀猀 愀猀 焀甀攀椀砀愀猀 猀漀戀爀攀 愀 昀愀氀琀愀 搀攀 琀攀洀瀀漀 焀甀攀 猀漀戀爀愀 瀀愀爀愀 攀氀愀 (Travancas, 1993, p. 92). O personagem de Catarina e Flávia, esposa e filha de਀䴀漀愀挀椀爀Ⰰ 爀攀猀瀀攀挀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 椀氀甀猀琀爀愀洀 攀猀猀愀 瀀愀猀猀愀最攀洀⸀ 䄀漀 猀攀爀攀洀 ᰀ愠戀愀渀搀漀渀愀搀愀猀ᴀ†攀洀 casa, e o encontram na redação. Outro ponto central é a relação do profissional਀挀漀洀 漀 猀攀甀 猀甀瀀攀爀椀漀爀⸀ 䴀漀愀挀椀爀 琀爀愀戀愀氀栀愀 猀漀稀椀渀栀漀Ⰰ 攀 挀漀戀爀攀 漀甀琀爀漀猀 樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀猀⸀ Hábitos como o café, a correria. O caráter empresarial também faz presença, uma਀瘀攀稀 焀甀攀 瀀愀爀愀 猀攀甀 挀栀攀昀攀 漀 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀  瀀爀漀搀甀稀椀爀 渀漀琀挀椀愀Ⰰ 渀攀洀 焀甀攀 瀀愀爀愀 椀猀猀漀Ⰰ fique mais horas na redação. Mesmo com todo esse viés, como o jornalismo ainda਀昀愀稀 愀搀攀瀀琀漀猀㼀 吀爀愀瘀愀渀挀愀猀 ⠀㄀㤀㤀㌀⤀ 攀洀 猀甀愀 瀀攀猀焀甀椀猀愀 挀漀渀猀琀愀琀漀甀 焀甀攀 琀甀搀漀  甀洀愀 焀甀攀猀琀漀 de adesão à profissão. “Vários entrevistados salientam que apesar do desgaste e਀挀漀爀爀攀ⴀ挀漀爀爀攀 搀漀 搀椀愀 愀 搀椀愀 愀 挀愀爀爀攀椀爀愀  最爀愀琀椀昀椀挀愀渀琀攀Ⰰ 渀漀 猀 瀀攀氀愀 猀甀愀 responsabilidade social sempre enfatizada, como pelas relações que ela਀瀀漀猀猀椀戀椀氀椀琀愀 ⠀吀爀愀瘀愀渀挀愀猀Ⰰ ㄀㤀㤀㌀Ⰰ 瀀⸀ 㠀㌀⤀⸀ᴀ†伀 昀椀洀 搀漀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀  漀 瀀椀挀攀 搀愀 reflexão que o grupo fez acerca da profissão. Uma vez apaixonado pelo seu਀漀昀挀椀漀Ⰰ 䴀漀愀挀椀爀 渀漀 挀漀渀猀攀最甀攀 猀愀椀爀 搀漀 氀漀挀愀氀 搀攀 琀爀愀戀愀氀栀漀Ⰰ 攀 愀猀猀椀洀 昀椀挀愀 瀀愀爀愀 猀攀洀瀀爀攀 em sua mesa. Está acorrentado à sua profissão, é o que Travancas (1993) afirmar਀猀攀爀 甀洀愀 瀀愀椀砀漀 攀 甀洀愀 愀搀攀猀漀⸀ 倀愀椀砀漀Ⰰ 瀀愀爀愀 漀猀 樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀猀Ⰰ 猀攀爀 甀洀 猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀 攀Ⰰ portanto, estará ao lado da emoção e não da razão, e significará um਀攀渀瘀漀氀瘀椀洀攀渀琀漀 搀攀 漀爀搀攀洀 愀昀攀琀椀瘀愀 挀漀洀 漀 琀爀愀戀愀氀栀漀⸀ 䄀漀 瀀攀渀猀愀爀 攀猀琀愀 焀甀攀猀琀漀Ⰰ 瘀漀甀 empregar o conceito de  adesão (Travancas,਀㄀㤀㤀㌀Ⰰ 瀀⸀ 㠀㐀⤀⸀ 吀愀氀瘀攀稀 猀攀樀愀 甀洀愀 搀愀猀 攀砀瀀氀椀挀愀攀猀 洀愀椀猀 瀀爀砀椀洀愀猀 焀甀攀 渀漀猀 昀愀愀 entender os motivos de tanta paixão pela profissão, de tal maneira, que਀愀戀搀椀挀愀洀漀猀 搀攀 攀猀琀愀爀洀漀猀 挀漀洀 渀漀猀猀愀猀 昀愀洀氀椀愀猀Ⰰ 挀渀樀甀最攀猀 攀 愀洀椀最漀猀Ⰰ 攀洀 瀀爀漀氀 搀愀 adrenalina da rotina.