ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00486</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Um dia de domingo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;FRANCINEI MORAES NERI (FACULDADE BOAS NOVAS); John Silva de Brito (FACULDADE BOAS NOVAS); Isabela Bastos Pio (FACULDADE BOAS NOVAS); Raphael Henrique Cortezão (FACULDADE BOAS NOVAS)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;fotorreportagem, rotina, técnicas, história, costumes</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho, em formato de fotorreportagem, revela características e costumes de uma rotina semanal de um dos integrantes da equipe, moradora do bairro Nossa Senhora Aparecida, situada na região sul da cidade de Manaus. Por meio de imagens com técnicas fotográficas e legendas complementares que narram esse hábito, o trabalho mostra a beleza e a ligação entre dois bairros históricos. O encanto se passa em meio a uma mistura cultural e social perceptíveis em cada foto apresentada. O olhar fotográfico da equipe diante de uma perspectiva diferente é relevante por apresentar um bairro que, frequentemente, não é analisado pelos veículos de comunicação de massa, entretanto, fazem parte de uma área histórica, social e cultural da nossa cidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Situado na zona sul de Manaus, encontra-se o bairro Nossa Senhora Aparecida, sendo um dos bairros mais antigos que surgiu ainda no século XVII. O período da fase áurea da borracha contribuiu para o surgimento do bairro, que se confunde com a própria história da cidade. O bairro mudou de nome várias vezes ao decorrer dos tempos, que foram marcando a sua história pela própria paisagem ou pelo comportamento de seus habitantes. Assim, o bairro chamou-se Cornetas, Saco do Alferes, Vista Alegre, Rafael, dentre outros. Um dos destaques do bairro, de propriedade dos Miranda Corrêa, a fábrica de "Gelo Cristal", fundada em 1903 e a Cervejaria Amazonense, inaugurada em 1912, lembram uma época de lutas e conquistas. Conhecido como Casa dos Padres, o prédio permanece conservado, revelando através de sua arquitetura histórica, a religiosidade que envolve a fundação do bairro. Os padres americanos Redentoristas chegaram a Manaus e deram início à construção da Igreja de Nossa Senhora Aparecida, inaugurada em 1958. Em 1987, o bairro Aparecida é ligado ao bairro São Raimundo através da ponte Senador Fábio Lucena construída, pelo então Governador do Estado, Gilberto Mestrinho, para diminuir a distância da Zona Oeste até o Centro da cidade. Com a construção da ponte, o meio de transporte tradicional do bairro, as catraias, deixa de existir por falta de passageiros, que cruzavam agora a pé o igarapé do São Raimundo. Inaugurada em 2014, a terceira etapa do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), trouxe uma intervenção no Beiradão do São Raimundo, que mais tarde passou a ser denominado Parque Rio Negro. A fotorreportagem tende a revelar uma rotina produzindo sentimentos, identificação, recordações, entendimentos que evocam memórias pessoais, bem como locais preferidos e pontos turísticos e denunciam uma realidade que muitas vezes é esquecida pelos veículos de comunicação, tornando os ambientes poucos conhecidos e até mesmo entregues ao descaso das autoridades.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">2.1. Objetivo Geral Produzir um ensaio fotográfico em forma de fotorreportagem que registre a jornada feita aos domingos por um dos componentes da equipe, moradora do bairro Nossa Senhora Aparecida, bem como as paisagens, locais históricos e recordações. 2.2. Objetivo Específico Contar, por meio de imagens e narrativas, os hábitos e costumes da componente da equipe e sua atividade semanal; Mostrar a dimensão histórica dos bairros (Aparecida e São Raimundo) e deterioração de alguns detalhes existentes no percurso; Descrever o contraste das paisagens e locais que compõem o aspecto entre passado e presente da história. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia digital surgiu no final dos anos 1980 e colocou por terra todo o glamour que a fotografia analógica havia conquistado até então. A evolução dos equipamentos digitais fez com que os analógicos caíssem em desuso e tornou o ato fotográfico uma prática comum que, antes, era restrita apenas aos fotógrafos profissionais e aos fotojornalistas. As histórias em fotografias são um gênero fotojornalístico em que uma série de imagens se constituem num conjunto que procura estabelecer um relato coerente e aprofundado de um tema. Nesse relato, as imagens devem constatar os diversos ângulos do assunto a que se remetem. "É inegável a contribuição que a fotografia tem prestado ao jornalismo, dando-lhe mais veracidade e facilitando a compreensão dos fatos. Nunca a fotografia ocupou tanto espaço no noticiário impresso e nosmeios de comunicação. A fotografia de imprensa, como obra de arte, tem vida além das páginas de jornais, bastando ver sua enorme utilização em outras áreas, como na publicidade, na pesquisa, etc. A fotografia sobrevive à notícia, ultrapassa até mesmo seu autor, tornando-se patrimônio cultural". (VICENTINI E OLIVEIRA, 2009, p.122) A escolha do fotojornalismo acontece primeiramente pela vocação e interesse dos autores do projeto. Ambos pesquisam e praticam fotografia, mas a prática do fotojornalismo surgiu exatamente no período da faculdade. A área do fotojornalismo voltado para a fotorreportagem do tema escolhido é o meio jornalístico que mais agradou a equipe. Logo, a possibilidade de fazê-la foi de imediato decidido. A presente fotorreportagem propõe uma abordagem diferenciada do fotojornalismo, uma vez que fogem da "linguagem do instante" priorizada pelo fotojornalismo em geral. O conceito de que a fotografia deve capturar o "instante decisivo" (desenvolvida especialmente por Henri Cartier-Bresson) não se aplica às histórias em fotos. Mesmo que as histórias em fotografias possam conter algumas imagens sensacionais, o mais interessante é o método como o fotojornalista consegue idealizar uma "narrativa visual". Ou seja: o contexto exposto na sequência fotográfica se dá pela compreensão lógica, e não por uma única foto isolada. Kossoy traz um conceito que remete a fotografia como uma representação subsequente do processo de criação e construção do fotógrafo, a partir do seu repertório pessoal e técnicas aplicadas na criação e sensibilidade do olhar fotográfico para compor uma seleção de imagens com índices e significados de um trajeto das localidades percorridas. "É o momento de lembrarmos que o documento fotográfico é uma representação a partir do real, uma representação onde se tem registrado um aspecto selecionado daquele real, organizado cultural, técnica e esteticamente, portanto ideologicamente. O chamado testemunho fotográfico, embora registre em seu conteúdo uma dada situação do real - o referente - sempre se constitui numa elaboração, no resultado final de um processo criativo, de um modo de ver e compreender especial, de uma visão de mundo particular do fotógrafo; é ele que, na sua mediação, cria/constrói a representação." (KOSSOY, 2002, p. 59). Documentar e evidenciar locais dos bairros Aparecida e São Raimundo é fundamental para conhecermos partes da história da cidade que não é mostrada pelos veículos de comunicação de massa. O conhecimento técnico que foi aplicado e adquirido no decorrer do projeto, faz parte da experiência com a realização do ensaio fotográfico, tornando o mesmo enriquecedor, tanto para o futuro profissional como pessoal. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto teve por base a produção de uma fotorreportagem. O objetivo essencial foi situar, documentar e caracterizar uma situação real e a pessoa que a vive. Com este objetivo, optou-se em apresentar a fotorreportagem com fotolegendas (uma por fotografia) que não se conjugam com uma imagem em particular, mas sim com todas as imagens da peça. O texto serviu principalmente para orientar a leitura das imagens, embora também as complemente. Os componentes da equipe buscaram trazer para o ensaio imagens que dissessem sobre a história dos bairros, trazendo a memória afetiva e de índices, pistas, agora lembranças da presença humana nas localidades dos bairros de Nossa Senhora Aparecida e São Raimundo. Os estudantes foram orientados pelo professor Raphael Henrique Cortezão, responsável por acompanhar todo o processo fotográfico e por opinar sobre os questionamentos referentes ao local a ser escolhido, sempre atuando em fina sintonia e complementaridade. O processo de produção da fotorreportagem envolveu reunião de discussão da escolha do componente da equipe a ser mostrada a rotina semanal, o tema, elaboração da jornada/trajeto, captura de imagens, escolha das legendas, edição e finalização do material. As fotos foram organizadas em sequência, definidas conforme ocorria a seleção das fotografias, sendo delimitadas em: "Primeiro instante", que contextualiza o leitor sobre o que encontrará nas próximas fotografias; "O olhar do passado e presente", em que retrata o contraste entre as paisagens, obras e arquitetura dos bairros; "Memórias", que registra alguns locais que ainda existem mesmo frente a tantas mudanças dos bairros; e "O que encontramos fora da rotina", com imagem de algum fato fora do comum durante o percurso feito pela componente. A escolha do nome Um Dia de Domingo foi pensada conforme o percurso escolhido pela equipe. No início do trabalho, a ideia era de fotografar qualquer sequência para o mesmo. Porém, o tema passou para uma interpelação mais conceitual sobre o que é uma rotina e sua relação com a pessoa envolvida. Foi levado em conta principalmente se o tema seria capaz de proporcionar material visual suficiente e interessante para a produção de uma fotorreportagem. Com o nome já selecionado, ficamos receosos de não apenas transparecer uma sequência de fotos artísticas, mas sim ter em mãos a possibilidade de executar uma fotorreportagem conceitual, juntando o ritmo atual que cada componente tem em usar as composições técnicas em uma fotografia. "O repórter fotográfico tem uma função social, como jornalista e como artista, transmitindo conhecimento e provocando nossos sentimentos. Jornalista ou artista? Não importa. O resultado de seu trabalho, informação ou arte, geralmente ambos, é projeção de seu ser, integra sua personalidade, merecendo reconhecimento e proteção". (VICENTINI E OLIVEIRA, 2009, p.122) Para captura das imagens de Um Dia de Domingo, contamos com a narração do trajeto escolhido e qual a importância do mesmo, trazendo uma realidade da mistura das construções antigas e atuais e a consequente situação em que se encontram os locais. Isso nos permitiu optar não pela diferenciação dos dois bairros, mas pela particularidade que cada um apresenta, assim como suas histórias. Os textos foram escritos em primeira pessoa, como um relato da própria experiência, na intenção de trazer o leitor mais próximo à realidade e às experiências que se tem nesse percurso. O conteúdo textual é breve, pois o intuito principal era a de "falar com as imagens". Quanto ao quesito linguagem fotográfica, a equipe optou por fazer maior aproveitamento possível da luz natural, já que o percurso é feito durante as manhãs de domingo. A utilização do flash aconteceu somente nos casos em que se tornava impossível a captação de imagens com a luz ambiente, porém sempre com o cuidado em não prejudicar o registro com os ajustes de sensibilidade, abertura e velocidade. A produção das fotografias deu-se no dia 22 de junho de 2016 pela manhã com a equipe empenhada para desenvolver o trabalho nesse único dia, mostrando elementos marcantes do trajeto entre os dois bairros. No percurso, onde foram utilizados uma câmera digital (DSLR) Canon T3i, um cartão de memória SanDisk 32GB SDHC Extreme Pro Class 10, uma lente EF-S 18-135MM F/3.5-5.6 IS STM, duas baterias LP-E8 e um tripé Greika WT3710. Na captura aparecem os seguintes locais: Colégio Vicente Schetinni, Casa dos Padres, Rua Alexandre Amorim, Igreja de Nossa Senhora Aparecida, Ponte Senador Fábio Lucena, Cervejaria Amazonense e o Parque Rio Negro. As fotos são apresentadas em cor, com predomínio de cores quentes, marcante nos cenários fotografados. As imagens foram produzidas em ambientes externos, utilizando apenas iluminação natural. Foram utilizadas as seguintes técnicas de composição fotográfica aprendidas na disciplina Introdução ao Fotojornalismo, ministrada pelo professor Raphael Cortezão: Linhas (convergentes, retas, curvadas, verticais e diagonais); Luz e sombra; Contraste; Ritmo; Ênfase, Proporção; Regra dos terços; Enquadramento em enquadramento; Composição simétrica; Sobreposição; Composição Horizonta e Diagonal; Formas geométricas e Perspectiva linear. Com as grandes variáveis sobre os avanços da imagem fotográfica digital, o fotojornalismo precisa tomar certos cuidados quanto às manipulações das imagens: Nunca na história do fotojornalismo se discutiu tanto a ética que deve orientar o trabalho dos repórteres fotográficos. O motivo se deve às novas tecnologias de captação de imagens baseadas na tecnologia digital, que permitem um nível altíssimo de manipulação. Uma face visível dessa discussão é o novo Código de Ética dos Jornalistas, atualizado em 2007, e que, pela primeira vez, aborda em seus artigos questões específicas ligadas à fotografia. (OLIVEIRA; VICENTINI, 2009, p. 107). Baseados neste pensamento, as fotos selecionadas foram editadas no programa Adobe Lightroom 5.7, no qual foram feitos ajustes básicos como sombra, contraste e brilho, prezando sempre pela menor interferência possível, sem efeitos, prezando pelas regras de edição e ética dentro do fotojornalismo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes mesmo de entrarmos na faculdade de jornalismo, os componentes da equipe já eram apaixonados por fotografia. Sentimos que os horizontes podiam ser ampliados logo no 1º Período, onde aprendemos muito mais da teoria. No ano de 2015 nos foi concedida a oportunidade de demonstrarmos em forma de ensaio fotográfico o que aprendemos em relação as técnicas de composição, juntando tudo o que já havia se aprendido anteriormente. Agregando o que se tinha na prática e na teoria, aplicamos de forma tal que não apenas geramos um ensaio, mas também um conceito a partir do que aprendemos, intitulando assim o ensaio "Meninos de Rua". A partir desse ensaio, o professor Raphael Henrique Cortezão, pode perceber claramente que a nossa veia jornalística já estava nascendo, visto que o produto aparentava ser mais dirigido de forma jornalística do que apenas artística. Foi um momento em que apreciamos o elogio, mas atentamos para o seguinte: tudo que foi feito poderia ser absorvido para futuros trabalhos. Foi então, que na disciplina Fotojornalismo, o professor Raphael Henrique Cortezão, propôs um desafio totalmente diferente do realizado em 2015. Não era apenas um ensaio fotográfico. O olhar fotográfico diferenciado que tivemos no início de nossa jornada acadêmica, teria que ser ampliado, pensado, roteirizado, para podermos obter um resultado significativo, que remetesse uma ideia de que qualquer assunto entregue em nossas mãos não seria uma cópia de outro trabalho anterior feito por nós. Ao ponderarmos a respeito do que fora aprendido antes da graduação e após o 1º e 3º período sobre fotografia e fotojornalismo, levamos em consideração a responsabilidade social, ineditismo e o que é realmente relevante para o público. Foi então que decidimos mostrar o tema Um Dia de Domingo, por se tratar, sem dúvida, o melhor, pelo fato de abordar uma parte da história da cidade de Manaus em dois bairros, pouco explorada pelos veículos de comunicação e por ter a oportunidade de fazê-la ser conhecida por outras pessoas. Após a decisão tomada, iniciamos as pesquisas sobre os bairros Nossa Senhora Aparecida e São Raimundo, e confirmamos que, de certa forma, a população mais jovem não se dá conta de que existe uma história nesses bairros, como o bairro Nossa Senhora Aparecida, sendo um dos bairros mais antigos que surgiu ainda no século XVII. O período da fase áurea da borracha contribuiu para o surgimento do bairro, que se confunde com a própria história da cidade de Manaus. O bairro mudou de nome várias vezes ao decorrer dos tempos, que foram marcando a sua história pela própria paisagem ou pelo comportamento e sentimentos de seus habitantes. Assim, o bairro chamou-se Cornetas, Saco do Alferes, Vista Alegre, Rafael, dentre outros. Muitas pessoas não sabem, por exemplo, que um dos destaques do bairro, de propriedade dos Miranda Corrêa, é a fábrica de "Gelo Cristal", fundada em 1903 e a Cervejaria Amazonense, inaugurada em 1912. Conversando com alguns idosos, traz justamente o que a fotorreportagem propõe, pois eles lembram de uma época de lutas e conquistas. Um fato curioso é uma das primeiras fotografias da fotorreportagem. Talvez os espectadores se perguntem porque a primeira visão da componente da equipe é uma quadra de escola. Antes de construírem as duas escolas que ficam em frente à sua casa, ali por muito tempo, foi um convento para mulheres. Os padres fizeram a caridade de doar um pedaço de terra para a família da integrante da equipe, há 40 anos atrás. Posteriormente a construção foi tombada pelo governo do estado, mas a casa da família permaneceu lá. Por isso a primeira fotografia é a quadra da escola, pois o que separa o terreno da residência para as escolas é apenas um muro e um pequeno portão. Em outra foto selecionada, podemos ver um prédio que até hoje permanece conservado, conhecido como Casa dos Padres, revelando através de sua arquitetura histórica, a religiosidade que envolve a fundação do bairro. Porém, o prédio se torna às vezes imperceptível na correria das pessoas, pelo fato de não estar em uso. Outra fotografia mostra a igreja de Nossa Senhora Aparecida, inaugurada em 1958. Os padres americanos Redentoristas chegaram a Manaus e deram início à construção dessa basílica. Ainda sobre o passado, podemos destacar a forma de transporte que as pessoas usavam para acessar o bairro São Raimundo, que só era possível através das catraias. Em 1987, o bairro Aparecida é ligado ao bairro São Raimundo através da ponte Senador Fábio Lucena construída, pelo então Governador do Estado, Gilberto Mestrinho, para diminuir a distância da Zona Oeste até o Centro da cidade. Ponte esta, presente no trabalho, que permite que as pessoas cruzem a pé o igarapé do São Raimundo. A ponte é uma das partes que denunciam uma realidade que muitas vezes é esquecida e até mesmo entregues ao descaso das autoridades. Outra fotografia do percurso é o parque que fica na orla do bairro São Raimundo. Inaugurada em 2014, a terceira etapa do Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus (Prosamim), trouxe uma maciça intervenção no Beiradão do São Raimundo. Com a revitalização a partir da Ponte Fábio Lucena em direção ao Rio Negro, o antigo Beiradão passou a ser denominado Parque Rio Negro. O projeto incluiu urbanização da orla do São Raimundo e reflorestamento de uma área de 322 mil metros quadrados na Bacia do São Raimundo. Com o roteiro em mãos, tudo era muito abstrato e só descobriríamos de fato como seria a captação da rotina semanal durante o percurso. No dia 22 de junho de 2016 a equipe estava empenhada para desenvolver o trabalho nesse único dia, mostrando elementos marcantes do trajeto entre os dois bairros. Conversamos com a avó da integrante, no intuito de saber mais da história dos bairros ainda na sua formação, com pessoas da escola, com moradores que poderiam falar sobre as mudanças em ambos os bairros, motoristas de ônibus, entre outros. Todos nos ajudaram integralmente a descobrir o que de importante precisava ser registrado. Tendo efetuado o registro das imagens, viria o próximo desafio e ainda maior que foi a seleção das imagens que iriam compor a fotorreportagem. Chamamos de desafio maior, pois dentre mais de quatrocentas fotos, precisamos selecionar apenas 12, conforme o critério solicitado pelo professor da disciplina, para podermos efetuar o tratamento adequado, não esquecendo que tal tratamento não poderia manipular a realidade. Após a escolha das fotos para a composição do trabalho, nos preocupamos com as legendas que contavam também como item obrigatório do produto. Os textos foram redigidos posteriormente à seleção das imagens. Inicialmente as legendas pareciam ser soltas e não ter nenhuma conexão com a rotina feita semanalmente. Elaboramos o texto oficial, de forma que cada legenda complementasse a que viria em seguida. Além do significado que a equipe procurou evidenciar em todas as imagens e legendas, os alunos também buscaram um olhar diferente, que pudesse levar o leitor a perceber a dimensão histórica dos bairros Nossa Senhora Aparecida e São Raimundo, deterioração de alguns detalhes existentes no percurso, o contraste das paisagens e locais que compõem o aspecto entre passado e presente da história. Dessa forma, chegarmos ao produto final de 12 fotos, divididas em duas fotos por página. Feito isto, dedicamo-nos ao paper até o início da semana de entrega ao professor e orientador Raphael Henrique Cortezão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Transformar uma rotina semanal em uma fotorreportagem foi um desafio para toda a equipe. Fazer um percurso e observar os locais e o que eles representam nos fez perceber que não seria somente apenas clicar um botão para registrar todo o caminho. No início do trabalho, pôde-se observar, por meio de pesquisa, que a maioria das pessoas não conhecem a história dos seus bairros, muito menos da importância que tiveram os locais que ainda se encontram erguidos, mesmo com mudanças ocasionadas pela modernidade. Todavia, ainda existem aqueles que podem nos contar mais sobre as histórias, existem livros e a própria internet, onde pudemos pesquisar o que perguntar para os moradores. É importante ressaltar que os alunos tiveram o cuidado de trabalhar com ética durante todo o processo fotográfico, buscando exercer a função social do jornalismo, mostrando de forma direta as construções que se fazem parte da história dos bairros e de algumas que não existem mais, porém deram lugar a obras modernas e significativas para o progresso. Teve-se o cuidado de não modificar as cenas fotografadas nos locais, utilizando apenas as técnicas e métodos fotográficos aprendidas no decorrer do curso para retratar a rotina. Foi fundamental retratar a realidade capturada e, uma vez aprimorada com a sensibilidade para escolha dos ângulos que favorecessem a proposta de mensagem a ser passada, percebeu-se ser esta a melhor escolha para revelar o que se faz em um dia de domingo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">KOSSOY, Boris. Realidades e ficções na trama fotográfica. Cotia, SP: Ateliê Editorial. 2002.<br><br>OLIVEIRA, Erivam Morais de; VICENTINI, Ari. Fotojornalismo: uma viagem entre o analógico e o digita. São Paulo: Cengage Learning, 2009.<br><br> </td></tr></table></body></html>