ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00631</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Hurricane</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Iuri Antonio Correa (Instituto Federal do Amazonas); Juliana Freire de Lima Silva (Instituto Federal do Amazonas); Camilla de Sousa Simlicio (Instituto Federal do Amazonas); Andre Wilson Archer Pinto Salgado (Instituto Federal do Amazonas); Felipe Dantas Grimm D´ Farias (Instituto Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Cinema , narrativa , narratologia , roteiro , Storytelling </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção de um Roteiro pode parecer uma tarefa fácil, basta sentar, escrever e colocar no papel todas as ideias que estão borbulhando na mente, mas quando se escreve profissionalmente, é melhor se apoiar em técnicas audiovisuais específicas para criação de roteiro a fim de não ficarmos presos na hora que as ideias não estiverem fluindo. Conhecendo essas técnicas, podemos até mesmo não ter ideias, se alguém nos der tópicos, podemos desenvolver a partir daí grandes narrativas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção desse trabalho terá como finalidade contar a História de Ana está, que está em coma e é transferida para um plano paralelo onde fica completamente despida das memórias da sua vida. Conforme o tempo e suas ações nesse lugar, aos poucos sua memória vai se restabelecendo e seu caráter e princípios sendo moldados. Ana passa por várias provações e é dado o momento em ela toma uma decisão que pode trazê-la à vida novamente, mas isso terá graves consequências, tanto para ela quando para pessoas próximas de si.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivo Geral Estudar as técnicas e ferramentas mais adequadas disponíveis para a elaboração de um Roteiro de Ficção como produto final, Objetivos Específicos Conhecer a Narratologia e através do estudo de suas especificidades daremos o direcionamento da Narrativa do Roteiro de Ficção Utilizar o Storytelling como metodologia de escrita do Roteiro de Ficção Elaborar um Roteiro de Ficção apoiando-se nas técnicas estudadas durante a produção desse trabalho e apresenta-lo como produto final.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Narrativa Jornada e Ritual A Narratologia é o estudo das narrativas de ficção e não-ficção, termo que foi proposto por Tzvatam Todorov no século XX. O estudo das narrativas é de fundamental importância para o roteiro audiovisual, pois através da estrutura e elementos, podemos diferenciar suas características. Característica como "a busca por paradigmas" estão muito presentes nas diversas obras produzidas e é através das estruturas, da construção da narrativa, que podemos diferenciar os estilos utilizados. Conforme Flavio Campos, autor do livro X, as expressões narrativa jornada e narrativa ritual surgem como modelos de composição, como dois modos de organização da estória. Narrativa jornada é aquela estrutura de estória em que o protagonista se afasta ou é afastado por variadas circunstâncias de seu lugar no mundo, lançando-se na busca de um objetivo, em geral buscando restabelecer o equilíbrio inicial perdido e a recuperação do estado de paz anterior. A evolução deste tipo de narrativa avança na direção de uma vitória, mas também existe a possibilidade do desenrolar da estória culminar na derrota do protagonista, mas com a vitória de seu propósito. Narrativa ritual apresenta um mundo diegético (realidade ficcional da narrativa) que é invadido, física ou psicologicamente, levando o protagonista a ter de se posicionar e desempenhar uma determinada ação para que o equilíbrio anterior seja restabelecido. O ponto principal deste modelo é quando o personagem assimila uma informação ou ação e sai transformado. Ao assimilar as informações, alterando suas crenças e paradigmas, ele se transforma e adquire uma nova dimensão dramática. Se na narrativa jornada o mundo precisa passar por uma transformação, na narrativa ritual é o próprio protagonista que precisa ser transformado. Vale ressaltar que é possível a convergência entre ambas as narrativas, por exemplo: o protagonista parte em busca de algo, mas no processo acaba assimilando determinadas ações que o transformam e essa transformação é crucial para a resolução de sua jornada. A ferramenta que nos auxilia na construção da narrativa é o Storytelling, que se baseia no princípio de que a narrativa não se trata apenas de contar histórias e sim em manter a audiência disposta e interessada pelo que irá acontecer a seguir.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Storytelling com S maiúsculo sempre parte de uma boa história. Uma boa história é aquele que tem um conteúdo especial, diferente do que estamos acostumados em nossos cotidianos. Esse tipo de história é marcante, no sentido de ficar repetindo de forma involuntária em nossas mentes. Esse tipo de história é tão poderoso que nos compele a contar para outras pessoas. Isso é o que resumimos como histórias fabulosas." PALÁCIOS e TERENZZO, página 79. Segundo os autores do livro PALÁCIOS E TERENZZO, existem cinco pontos fundamentais para se ter uma narrativa fascinante de uma história fabulosa, são eles: O Protagonismo O protagonista se destaca e será o veículo capaz de pegar quem está atendo pelas mãos e conduzir pela narrativa até mergulhar completamente naquele universo. Uma técnica bastante usada na criação de histórias de ficção é a famosa Jornada do Herói, que é um padrão narrativo identificado pelo estudioso de mitologia Joseph Campbell. Esse padrão é encontrado nas histórias populares, contos de fada e nos mitos, onde descreve a aventura do protagonista, o Herói (no caso de um protagonista que vai contra a moral estabelecida pela sociedade, chama-se de "anti-herói"), uma pessoa corajosa que enfrenta grandes desafios para alcançar um objetivo muito importante. A Tensão Para fazer com que experiência seja prolongada e valiosa, a boa história vai colocar desafios no caminho entre protagonista e seu desejo. Essa distância criada entre personagem e seu objetivo é o que causa tensão. "Numa narrativa ritual, o personagem principal tem seu mundo invadido por uma ação que ele deve assimilar, a fim de se transformar e, com isso, recuperar o sossego perdido." CAMPOS.. CAMPBELL diz que o herói tem dúvidas e não sabe se está fazendo a coisa certa, e precisa abrir mão de algo importante para iniciar uma nova fase de sua vida, que vai dar início a uma série de aprendizados emocionais e intelectuais profundos. O Ensinamento e o Significado As histórias mais fabulosas são aquelas dotadas de uma lição muito importante para protagonista, algo que ele precisa aprender para ser bem-sucedido e conseguir atingir seu objetivo. De acordo com CAMPOS "O final de uma narrativa ritual mostra a assimilação de uma ação ou  hoje mais raro do que na Grécia Antiga - a destruição do personagem principal e dos que estão a sua volta". É nessa hora que aparecem personagens secundários como a figura do Mentor (personagem que transmite conhecimento para o desenvolvimento do Herói); Guardião (testa o comprometimento do Herói em sua nova etapa de vida); Aliado (ajuda o Herói em suas tarefas); Vira-casaca (que se revela como adversário); Inimigo (personagem que obriga o Herói a superar seus limites. Símbolo dos atributos temidos ou odiados por ele, ou seja, dos aspectos negativos de sua personalidade projetados no outro); Adversário (cria barreiras durante o percurso do Herói); e o Bufão (utiliza o humor para não deixar que o Herói se leve muito a sério). A função da narrativa é ordenar o caos do mundo e das mentes para que ele faça sentido. Uma narrativa só é capaz de comprovar uma hipótese como "o bem sempre vence" se mostrar o mal ganhando algumas batalhas. A verdadeira moral da história no final é "o bem sempre vence no final.". O herói precisa cuidar dos preparativos finais para passar pela "provação", momento em que avalia suas chances e estuda seu adversário, o Inimigo. O protagonista vivencia um intenso processo de metamorfose, o que pode colocar a prova alguns de seus atributos psicológicos. O herói confronta o inimigo e ao vencer o vilão, ele acerta as contas com suas próprias sombras e abandona "porções obsoletas" de sua personalidade. A Verdade Humana Essa verdade diz respeito àquilo que faz sentido porque faz sentir. Esse fator se refere a crença de que, no fundo, somos todos muito parecidos. Todos sentimos uma mesma gama de emoções durante a vida e até por isso somos capazes de sentirmos uma conexão com outros membros da raça humana. E só funciona se existir sinceridade na emoção do autor e do narrador. O Herói, após sobreviver às provas finais, pode se orgulhar de seu título, uma vez que adquire maior consciência de sua realidade conexão entre as coisas (externa) e quem ele é e como se encaixa nesta conexão (interna) e passa a desfrutar do cotidiano de forma mais simples e realista. Este é o ponto onde o protagonista se prepara para reingressar na sociedade de onde partiu, onde ele aceita que suas visões podem não ser compreendidas ou respeitadas pelos demais. O herói volta para a mesma casa ou cidade. Aqui, devemos ressaltar que o tesouro trazido pelo herói de sua jornada, que pode ser concreto ou abstrato. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Subtema: Suspense Duração: 15 minutos Público: Não indicado para menores de 12 anos por conter cenas de agressão física. Loglime: Uma jovem está entre a vida e a morte num plano paralelo ao nosso e depois de ter flashbacks e recobrar a memória, ela decidi se vingar daqueles que a traíram e isso terá sérias consequências. Argumentação: Ana está em coma no hospital. Seu namorado Rafael e sua melhor amiga Ariane estão presentes no local para acompanhá-la, mas os dois deixam o quarto de Ana por um momento para fazer um lanche. Durante o coma, Ana passou para outro plano de vida, onde dias equivalem a segundos no plano comum. Ao acordar, ela está sem memória e quando se vê sozinha naquele quarto de hospital e ligada a vários aparelhos, decide fugir. Ao passar pela porta de saída do hospital, Ana está em uma floresta, então ela começa a caminhar até encontrar um banco e se senta para descansar. Inesperadamente, Ana é capturada por homens que, por usarem capas que cobrem quase todo o rosto, não podem ser identificados. Os Encapuzados, são pessoas que matam qualquer indivíduo que entra nesse plano, pois estão desesperados para voltar ao plano comum. Cada morte é armazenada num recipiente com formato de coração que fica pendurado em cordões e quando esses corações ficam cheios, eles brilham e o seu dono volta imediatamente para o plano comum. Após sua captura, Ana quase é morta pelos Encapuzados, mas por conta da intervenção de Daniel, ela acaba escapando. Conforme o tempo passa e baseado em suas ações, a memória de Ana vai se restabelecendo e isso permite moldar seu caráter e princípios do zero. Durante sua estadia e sob os cuidados de Daniel, Ana tem quatro Flashbacks e se lembra de ter sofrido um grave acidente de carro, de Rafael ter tentado salvá-la, de ter sofrido o acidente porque viu Rafael beijando outra pessoa e, por último, de ver Rafael beijando sua melhor amiga Ariane. Cada um desses Flashbacks tem influência emocional: Sofrer o acidente - pena; Tentativa de salvamento do namorado - compaixão; Ser traída pelo namorado - raiva; Ser traída pelo namorado e melhor amiga - vingança. Sua reconstrução moral resultará no desfecho da trama, se ela volta para o plano comum ou não. Ana resiste bem aos dois primeiros Flashbacks, o terceiro deixa-a desconcertada e o quarto a impulsiona a tomar atitudes desesperadas para voltar à vida e se vingar de seu namorado e sua amiga. Ana mata Daniel por ser a presa mais fácil naquele momento, ela recebe seu recipiente em forma de coração e vira uma Encapuzadas. Simultaneamente, na Plano Comum, Rafael e Ariane estão na lanchonete do hospital. Ariane demonstra não se importar com Ana, uma vez que está doente de amor por Rafael e preferia mesmo que Ana não acordasse nunca mais. Os dois discutem, Ariane deixa claro suas intenções e Rafael fica furioso e a culpa pelo estado atual de Ana. Ele ainda revela que Ana não viu que Ariane o beijou a força, saiu correndo e acabou sendo atropelada. Os dois tem a discussão interrompida quando o médico entra na lanchonete e anuncia que Ana saiu do coma. Personagens: Ana (Herói), 23 anos, morena, olhos castanhos, cabelos longos, ondulados e de cor escura, estatura media e corpo magro. No primeiro momento tem temperamento tranquilo, doce e gentil, mas depois da transição, torna-se vingativa e agressiva; Rafael: 24 anos, moreno, olhos pretos, cabelos curtos, enrolados e de cor escura, alto e de corpo magro. Rapaz confuso, porém muito doce e calmo; Ariane (vira-casaca): 22 Anos, morena, olhos castanhos, cabelo médio, liso e cor escura, alta e magra. É extremamente egoísta, manipuladora e interesseira; Daniel (Guardião): 26 anos, negro, olhos escuros, cabelo raspado, alto e bem forte. Bondoso e generoso; Encapuzados (Inimigo): Pessoas aleatórias que matam friamente e sem pudor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Seguindo cada uma das etapas utilizadas na metodologia, pudemos fazer a construção do Roteiro de Ficção e o processo acabou sendo como uma "receita de bolo". Não basta apenas ter criatividade para se construir uma Narrativa que entretenha o público e que o mantenha interessado pelos próximos passos do protagonista da história. Em Hurricane, podemos perceber a evolução da personagem principal, acompanhamos sua trajetória, suas mudanças de comportamento e como influências externas (atitudes de outros personagens) tem efeito direto sobre ela, contribuindo diretamente para sua transformação </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARDOSO, Luís. A Problemática do Narrador - da literatura ao Cinema, 2003 <br><br>CAMPBELL, Joseph, O HERÓI DE MIL FACES, Editora Pensamento, 1949 <br><br>CHION, Michel. O Roteiro Cinematográfico. Martins Fontes, São Paulo, 1989. <br><br>PALACIOS, Fernando & TERENZZO, Mharta. O GUIA COMPLETO DO STORYTELLING, Editora Altaboocks, 2016. <br><br>SANTOS, Flávio. ROTEIRO DE CINEMA E TELEVISÃO: A ARTE A TÉCNICA DE IMAGINAR PERCEBER E NARRAR HISTÓRIAS, Editora Zahar, 2007 <br><br> </td></tr></table></body></html>