ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00638</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Viva o Auto: um movimento de arte e fé</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;EDIELSON VIDAL SHINOHARA (Universidade Federal do Pará); Valdecir Ramos da Silva Junior (Universidade Federal do Pará); Otacílio do Amaral Filho (Universidade Federal do Pará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Auto do círio, Fé, Arte, Documentário, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário de média-metragem "Viva o Auto", criado como trabalho de extensão para a disciplina Temas de Estudos Amazônicos II, da Universidade Federal do Pará (UFPA), surge com a proposta de evidenciar a importância de manifestações artístico-culturais paraenses, como forma de expressão de fé, comunicação e preservação cultural, por meio do registro da vigésima segunda edição do espetáculo teatral de rua, de Belém-PA, Auto do Círio. A obra narra o processo de criação do cortejo, e destaca o olhar de atores e atrizes que integram o espetáculo, com o intuito de ressaltar as modificações sociais e pessoais vivenciadas a partir da maior manifestação artístico-cultural da capital paraense. Utilizou-se como referencial teórico as reflexões sobre documentário de Robert B. Musburger (2008), Roger Odin (2012), e Manuela Penafria (2001).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Círio de Nazaré é uma grande festa de devoção à Nossa Senhora de Nazaré. Durante o cortejo, é comum que as diversas formas de demonstração de fé sejam percebidas. O projeto Auto do Círio nasceu em 1993, como um projeto de extensão da escola de Teatro e Dança da UFPA, e por meio do teatro de rua e da realização de oficinas ministradas à sociedade, possui o objetivo de praticar os aprendizados adquiridos na academia. O documentário Viva o Auto foi pensado e desenvolvido concomitantemente à criação do coletivo de produção audiovisual responsável pelo filme, a CYN Produções, criado por estudantes de Comunicação Social, durante a disciplina de Estudos de Temas Amazônicos II, da UFPA. Ministrada pelo professor Otacílio Amaral Filho, a disciplina promoveu reflexões sobre o conceito de imaterialidade vinculado à ideia de uma cultura da Amazônia. A partir de discussões, decidiu-se como tema do trabalho o Auto do Círio, que em 2004 foi tombado como patrimônio histórico Imaterial atrelado ao Círio de Nazaré pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Com o passar do tempo o projeto se tornou um espaço de aperfeiçoamento profissional e de aproximação do cenário artístico cultural de Belém. O auto do círio sublinha uma prática cênica governada por uma grande liberdade de criação, caracterizada pela construção dos sistemas clássicos de narrativas com suas unidades aristotélicas, revelando um espetáculo que privilegia uma encenação proteiforme, com multiplicidade de processos de criação e uma diversidade de produtos artísticos apresentados, numa reunião de várias culturas no mesmo espaço e tempo, sem hierarquias e em existência simultâneas em sua singular formatação espetacular . (BRIGIDA, 2008. p.38) A obra foi pautada nas experiências analisadas a partir de pré-entrevistas, nas quais percebeu-se que a relação dos atores e atrizes com o espetáculo está além de encenações e montagens de histórias, é também vivência, arte e fé.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O filme de não ficção, sendo uma peça feita como parte da avaliação final, foi pensando e roteirizado a partir dos seguintes objetivos: 2.1 Objetivo Geral: Produzir um documentário de média-metragem sobre o processo criativo da vigésima segunda edição do espetáculo teatral de rua Auto do Círio, evidenciando a função cultural e política do cortejo, além de ressaltar a relação entre fé, comunicação e expressão cultural teatral, e como essas características são relevantes para a preservação da cultura do Pará, estando além do trabalho de extensão de uma disciplina, propondo, desta forma, a difusão de conhecimento sobre a manifestação cultural belenense. 2.2 Objetivos Específicos: Destacar o olhar de atores e atrizes envolvidos na realização do cortejo, revelando as transformações vivenciadas e o valor afetivo atribuído à manifestação. Ademais, o média-metragem possui o intuito de revelar a estrutura do espetáculo teatral, desde a concepção do tema ao dia da estreia, registrando os ensaios e coletando, por meio de entrevistas, informações sobre sua estrutura.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O documentário foi desenvolvido com o intuito de retratar os conceitos estudados durante primeiro período letivo de 2016. Segundo Otacílio do Amaral,  A Amazônia real se oferece como objeto pela perspectiva mercadológica, não apenas com o uso do termo, mas com a apropriação de seus elementos constituidores e conceitos entre tantos, como a paisagem, suas populações, os animais, os minérios, a madeira, o guaraná, o açaí, o cupuaçu, a andiroba, a copaíba, a borracha, o murumuru, a ucuuba, a jarina, o miriti, e de conceitos científicos como biotecnologia, biodiversidade e desenvolvimento sustentável que se agregam à região quase como uma obrigatoriedade da cultura capitalista global. Mas é preciso acrescentar ainda que as identidades e o imaginário amazônico, constituem-se como certificadores da marca (AMARAL, 2008, p.168) Entender o processo de construção do imaginário externo e principalmente compreender a necessidade de mostrar a diversidade cultural da região são de suma importância quando se estuda a cultura e o imaginário. Saber dessas diversas formas que a Amazônia é vista e compreendida auxiliaram no desenvolvimento do projeto. Ele afirma como se constroem as experiências coletivas de manifestação. A profundidade de significados nessas apresentações culturais se dão a partir dessa evolução, as quais anualmente se renovam a partir de um novo público que após um reinterpretação das festividades continuam a tradição, porém sempre adaptando-a às novas ideologias sociais. Nas relações simbólicas, a identidade regional possui um relevante destaque, durante a pesquisa, no  Auto do Círio , entendemos que  O território é uma unidade geográfica, mas é também uma unidade social e uma unidade política. A região apresenta-se, portanto, como o território da ação política que se expressa sob a forma de regionalismo (Dutra, 1999. s/p), entretanto não como uma cultura linear e homogênea, mas sim na sua diversidade cultural, religiosa, étnica e em suas mais diversas formas de representação. No documentário  Viva o Auto , busca-se contextualizar não somente o processo do espetáculo em si, mas em suas representações simbólicas, especificamente para o seu público de participantes ativos que em sua grande maioria participa todos os anos e estão integrados na construção e encenação do espetáculo. Durante o desenvolvimento do projeto buscou-se manter o mais próximo possível da realidade dos entrevistados, procurando não somente filmar, mas também compreender o que o espetáculo representava na vida deles. O Auto do Círio está diretamente ligado com uma forma diferente de demonstração de fé, uma forma alternativa de se conectar com a nossa Senhora de Nazaré, um símbolo religioso não só da capital como do estado. O Círio é um símbolo da devoção e, é a maior manifestação religiosa do país, estando entre as maiores do mundo, sendo reconhecido nacionalmente, segundo dados do site oficial do projeto. O cortejo do Auto, enquanto parte do Círio de Nazaré se faz presente entre as maiores manifestações culturais do país, já tendo contado com a participação de artistas e turistas de diversos estados, atuando ou acompanhando o cortejo. Todo esse peso sociocultural juntamente com a narrativa desenvolvida na obra documental, e em meio a todas as entrevistas e imagens dos ensaios e do espetáculo, percebemos a relevância que esse trabalho representa. O curta-metragem tem como principal objetivo promover a cultura paraense, as diferentes formas de religiosidade - todas presentes e representadas no Auto do Círio 2016, às manifestações artístico-culturais e principalmente a carga simbólica que o cortejo carrega consigo, para seus participantes, organizadores, público e para a sociedade como um todo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">4.1. Métodos e técnicas Os métodos e técnicas utilizados no projeto perpassam por análise de textos sobre imaginário amazônico e manifestações culturais para que se pudesse compreender o objeto central do trabalho. Decidido o tema e o objeto a ser analisado, partiu-se para a escolha do formato da mídia como produto para a disciplina. Por diversos interesses pessoais no formato audiovisual, escolheu-se o formato de filme documental de média duração. Por ser um formato cinematográfico que facilitaria os processos de produção, gravação e edição em relação ao curto período viabilizado para a finalização do produto. O Pré-roteiro foi construído por meio de pesquisas realizadas no site oficial do Círio de Nazaré, vivências do diretor do filme, o qual participou em 2011 da produção do cortejo e por meio de entrevista com um membro do espetáculo, que participa desde as primeiras edições. A base foi escrita com possíveis entrevistados, possíveis imagens e diversas possibilidades de locações de onde poderíamos obter as melhores cenários para as gravações, como corrobora Musburger (2008).  Essa estratégia cria dois momentos de entrevista envolvendo documentarista e entrevistado: a entrevista da pesquisa e a entrevista da filmagem. Muitos dos assuntos abordados na entrevista da pesquisa acabam sendo repetidos na entrevista da filmagem que pode induzir uma espécie de entrevista encenada, conduzida por um script elaborado na primeira entrevista . (PUCCINI, Sérgio, 2009, p.182) Foram marcadas gravações durante 5 ensaios, que eram abertos ao público, realizados na praça do Carmo no bairro Cidade Velha, centro de Belém, e mais um gravação para o dia da realização do cortejo para a captação de imagens de apoio para o documentário. Outras gravações foram agendadas com os entrevistados, em locais públicos, especificamente por onde o cortejo passava e em suas residências, dependendo da disponibilidade de cada personagem. Após análises realizadas sobre o conteúdo coletado na pré-produção e em breves produções feitas durante os ensaios foi decidido a temática do filme, baseando-se sempre nos conceitos utilizados na disciplina. O vídeo de média-metragem foi pautado nas experiências analisadas a partir das primeiras entrevistas com os atores , percebeu-se a relação dos atores com o espetáculo era mais que uma simples encenação e montagem de história, era um forma representativa e simbólica que mostrava a relação deles com a nossa senhora de Nazaré, o Círio e a arte, segundo Ataíde Júnior, ator e entrevistado para o filme, o auto do círio  É uma forma de se conectar com o outro a partir da arte, nossa senhora, tenho certeza que entende isso, ela foi um rompedora de barreiras da sua época e a arte rompe barreiras, então tudo a ver homenagear a nossa senhora de Nazaré com arte, ela fica muito contente com isso . (COSTA JUNIOR, Adelson. Entrevista para o minidocumentário "Viva o Auto", concedida a equipe). A narrativa da obra documental retrata as diversas entrevistas na qual os personagens compartilham suas experiências com o Auto do Círio, tanto o espetáculo do ano de 2016 quanto os anteriores, sempre trazendo em suas falas as relações, nas quais em sua maioria, revelam carinho, amor, devoção e demonstração de fé. A contextualização dá-se a partir das imagens dos ensaios e do próprio dia do cortejo,  A relação conteúdo-forma (ou seja, o assunto abordado pelo filme e o modo como é abordado) deve ser um todo coerente. O importante é não separar o conteúdo da forma. Neste sentido, os melhores documentários serão aqueles cuja forma se interligam de tal modo com o conteúdo, que é quase impossível pensar um sem o outro (PENAFRIA, 2001. p, 5). Como afirma a Penafria a ligação entre conteúdo e forma são fundamentais na construção da linguagem utilizada no documentário, entender esse processo de formatação mostrou-se essencial para a compreensão e organização das falas dos entrevistados, assim como das imagens de apoio de acordo com as histórias compartilhadas, formatando assim a narrativa cinematográfica.  Um documentário pauta-se por uma estrutura dramática e narrativa, que caracteriza o cinema narrativo. A estrutura dramática é constituída por personagens, espaço da acção, tempo da acção e conflito. A estrutura narrativa implica saber contar uma história; organizar a estrutura dramática em cenas e sequências, que se sucedem de modo lógico. A suportar tudo isto deve estar uma ideia a transmitir. Essa ideia a transmitir constitui a visão do realizador sobre determinado assunto . (PENAFRIA, 2001, p 2). O filme é construído baseado nessas narrativas que marcam a relação sentimental e simbólica desses entrevistados com o cortejo, as quais caracterizam uma narrativa de fé e devoção a virgem de Nazaré, uma das diferentes formas de demonstração de fé, a partir da arte e da encenação. Durante o período de pós-produção, realizou-se decupagem das imagens e entrevistas, possibilitando uma nova etapa no processo de construção final do roteiro. Sua finalização dispões a ordem de entrada das entrevistas e como se comportaria a narrativa dentro da obra de não ficção, priorizando, entre os demais temas abordados pela obra, as falas que ressaltam a relação dos entrevistados com a festividade. Entender esse processo de montagem cinematográfica foi fundamental na construção do produto. A organização das imagens, entrevistas e a própria organização narrativa-discursiva do documentário, que baseou-se no processo de montagem cinematográfica descrito por Barbizan (2010)  A montagem é inicialmente aqui entendida como uma das etapas da realização cinematográfica, e que pode ser definida como um processo organizador dos elementos, que são o resultado das demais etapas de confecção de um filme. Esses elementos incluem imagens e sons e podem ser exemplificados como planos, sequência e trilha sonora . (BARBIZAN, 2010. p24). Essa forma de edição específica leva em consideração a história a ser contada para que no processo de pós-produção, finalização e organização sonora, essas experiências compartilhadas possam ser consideradas e por meio da edição, transições, corte de imagens, escolha de falas, cores e a utilização de sons, transmitam emoções, conferindo dramaticidade à história. Este processo de dramatização, corrobora com o modo  Dramático descrito por Musburger (2008, p.125), o qual  enfatiza a realidade das pessoas ou a ação do assunto. Quanto mais o microfone e a câmera mostram o que está acontecendo sem narração, maior o impacto dramático .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O processo de criação e desenvolvimento do produto realizou-se em partilha dentro do grupo envolvido no trabalho, contando também com o auxílio de amigos e parceiros, em especial ao estudante de artes visuais da UFPA, Heider de Souza, que contribuiu significamente com suporte técnico. As principais práticas no processo criativo foram os fatores discutidos durante as aulas e abordados durante as leituras dos textos e encaminhados a partir de nossa necessidade de contar histórias. Viva o Auto foi uma iniciativa de estudantes que viram uma oportunidade de mostrar o que para muitos ainda é desconhecido, a relevância desse movimento cultural regional. O filme possui duração de 18 minutos e 46 segundos. Constituído de imagens em diversas locações, tanto de ensaios quanto do dia do espetáculo; seis entrevistas com atores, atrizes, os diretores, assim como os coordenadores do projeto. Todas as sonoras utilizadas e áudios presentes no documentário foram captados no ato de gravação dos vídeos. Para captação de som recebemos a ajuda de duas pessoas, Heider de Souza, parceiro já citado, e Katryna Fernandes, estudante de publicidade e propaganda da UFPA, ambos constituem o corpo administrativo da CYN Produções. O documentário pode ser dividido em duas formas paralelas, os momentos nos quais são descritas as partes do espetáculo e qual a relação dos entrevistados a época e com o próprio cortejo, no qual a maioria já participa há diversas edições. Ressalta-se a preocupação do grupo com a imagem dos envolvidos, por meio do termo de permissão de utilização de imagem e som, na qual especificou-se a não divulgação de imagens que permitam a ridicularização dos personagens. Entrevistados por ordem de aparição: Ataíde Junior, Ator participante; Vera Brito, atriz participante e escritora; Luzia Cardoso, atriz participante; Adriano Furtado, diretor de elenco; Tarik Coelho, coordenador do projeto; Anastácio Campos, funcionário público e participante do cortejo. A narrativa do média-metragem perpassa pela apresentação do que o Auto representa, apresentado por Ataide Junior. Uma aproximação é feita pelas atrizes Vera Brito e Luzia Cardoso a respeito de o que o mês de outubro e o Círio e o Auto do Círio representam para elas. O diretor de elenco Adriano Furtado, revela a origem do tema da edição 2016, e também evidencia a afetividade que o espetáculo possui em sua vida. Ataíde Junior retorna ao vídeo ressaltando a importância do tema, e ressalta a variedade religiosa da região, e como essas diferentes fés se misturam e possibilitam a coexistência e o respeito mútuo. O diretor Adriano Furtado conta ainda sobre o tempo de espetáculo, ensaios e preparação dos atores. Tarik Coelho, coordenador do projeto de extensão, compartilha sua experiência em participar pela primeira vez do cortejo, concomitantemente à organização. A entrevista com Anastácio Campos, veterano no espetáculo, foi realizada na residência do personagem, onde contou, sobre a importância do espetáculo para sua formação cultural e à sociedade em diversos aspectos. Ademais, foram realizadas entrevistas com dois integrantes do projeto: Nilton Cezar, coordenador de elenco e Jean Negrão, ator e figurinista, no entanto, optou-se por não incluir as gravações na obra final, mas utilizando as informações compartilhadas na roteirização do projeto. Com o elenco, as entrevistas foram realizadas durante os intervalos dos ensaios, de maneira a documentar os espaços utilizados, como a praça do Carmo, e a praça da Sé, as quais fazem parte do trajeto realizado pelo cortejo, possuindo significados singulares para os envolvidos com o espetáculo. Segundo Odin (2012, p. 10)  [...] tudo o que se encontra diante da câmera (cenários, figurinos, personagens etc.) torna-se objeto da leitura documentarizante. Por sua agenda não permitir conceder entrevistas no período de produção do cortejo, as gravações com o diretor de elenco Adriano Furtado, realizou-se no escritório onde trabalha, localizado no Instituto de Ciências Biológicas da UFPA, dias após a estreia do cortejo, assim como o coordenador do projeto de extensão, Tarik Coelho, que por impossibilidades profissionais, gravou sua entrevista no dia seguinte ao espetáculo, em frente à Catedral Metropolitana de Belém, conhecida também como catedral da Sé, por estar localizada na praça da Sé, um dos locais por onde passa o cortejo do Auto do Círio. 5.1. Equipamento e pessoal Os equipamentos utilizados foram os pertencentes a própria faculdade que por meio de empréstimos via disciplina podem ser requisitados para a produção de peças comunicacionais. Para a captação de vídeo manuseou-se a câmera Nikon D7000, acompanhada por um cartão de memória de 38 gigas. A captação de áudio foi efetuada por meio de um microfone de mão, com fio, Lesson. Todas as entrevistas e demais cenas da obra foram gravadas com aproveitamento da iluminação natural ou projetada pelo espetáculo. Por possuir equipe muito reduzida, efetivamente de 4 membros, este motivo pouco corroborou para o processo de produção da obra audiovisual . Carregar material, checagem de som, iluminação, gravação, entrevistas, todas as áreas definidas dentro do produto foram realizadas por membros do coletivo, por outro lado, contribuiu positivamente para a capacitação profissional da equipe e permitiu certa liberdade em relação às funções exercidas. A montagem do produto foi realizada pelos membros do coletivo. Para a edição das imagens utilizou-se o programa Premiere CS6. As gravações resultaram em aproximadamente 20 horas de material, o que possibilitou ao grupo um rico conteúdo para a produção da obra e suas versões.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A produção e criação de um produto como o minidocumentário  Viva o Auto dentro da disciplina Estudo de Temas Amazônicos II possibilitou aos envolvidos, por meio da realidade amazônida, compreender as vivências, as experiências e as diversas significações que a cultura regional, representa para aqueles que a fazem e os que a apreciam, e além disso, a ruptura com o conceito de regionalidade próprio das narrativas contemporâneas. O produto audiovisual possui grande relevância, quanto à sua função comunicacional de contribuir para a difusão de reflexões sobre a preservação de práticas artísticas e culturais paraenses, reverberando vozes, que compartilham suas experiências e afetividades, ligadas ao espetáculo O Auto do Círio, o qual possibilita àqueles que o vivenciam e ao trajeto no qual é realizado, modificações sociais, construções sentimentais e preservação histórico-cultural. Evidencia-se ainda uma efervescência da cultura popular, por meio de plataformas virtuais, estabelecendo, desta maneira, um deslocamento espaço tempo virtual, fenômeno que proporciona maior visibilidade à manifestações populares, como o Auto do Círio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AMARAL FILHO, Otacílio. A marca Amazônia: uma promessa publicitária para fidelização de consumidores nos mercados globais. 413 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido)  Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, 2008.<br><br>ALVES, Regina; AMARAL FILHO, Otacílio. Os espetáculos culturais na Amazônia: o círio de Nazaré. Congresso Internacional de Estudos Linguísticos e Literários (CIELLA). Belém, Pará, 2013.<br><br>Auto do Círio. Site oficial. Disponível em: <http://autodocirio.ufpa.br/>. Acesso em: 01 de abr de 2017.<br><br>Círio Diário Online. Disponível em: <http://cirio.diarioonline.com.br/noticia-interna.php?nIdNoticia=259616>. Acesso em: 01 de abr de 2017.<br><br>BRÍGIDA, Miguel Santa. O auto do círio: festa, fé e espetacularidade. Textos escolhidos de cultura e arte populares, Rio de Janeiro, v. 5, n1, p. 35-48, 2008. Disponível em: <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/tecap/article/view/12596/9777>. Acesso em: 01 de abr de 2017.<br><br>Círio de Nazaré. Site oficial. Disponível em <http://www.ciriodenazare.com.br/portal/ >. Acesso em: 01 de abr de 2017.<br><br>MUSBURGER, Robert B. Roteiro para Mídia Eletrônica. Tradução de Natalie Gerhardt. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.<br><br>ODIN, Roger. Filme documentário, leitura documentarizante. Significação - revista de cultura audiovisual, nº 37, 2012, p. 10-30.<br><br>PENAFRIA, Manuela.O ponto de vista do filme documentário. Dept. de Comunicação e Artes, Universidade da Beira Interior. 2001. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/penafria-manuela-ponto-vista-doc.html>. Acesso em: 01 de abr de 2017.<br><br>Silvio Nestor BARBIZAN. Tempo e montagem: do cinema ao imaginário e do imaginário ao cinema. Faculdade de Comunicação Social, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre. 2010<br><br>Site Oficial Círio de Nazaré: Disponível em: < http://www.ciriodenazare.com.br/portal/>. Acesso em: 01 de abr de 2017<br><br> </td></tr></table></body></html>