ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00706</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Erveiras do Veropa: a fotografia e a importância na manutenção da cultura paraense</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Ana Victória Botelho de Brito (Universidade da Amazônia); Rachel de Oliveira Abreu (Universidade da Amazônia); Marina Chiari Lima Mendes (Universidade da Amazônia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;conhecimentos, cultura, erveiras, elementos, retratos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com o objetivo de conhecer a rotina das erveiras do Mercado do Ver-o-Peso e documentar suas crenças, costumes e tradições para ajudar na reprodução facilitada futuramente da cultura paraense. Aqui, podemos observar alguns aspectos do cotidiano dessas mulheres, além de resgatar tradições e elementos da cultura do Estado, como o banho de cheiro.Por fim, podemos observar também como os conhecimentos tradicionais são repassados de geração em geração para que assim, haja a manutenção desse saber popular das erveiras e a fotografia como um instrumento auxiliar dessa manutenção.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com a democratização do acesso à Internet, obteve-se fácil acesso a muitos materiais de interesse público, como fotografias de pontos turísticos e pessoas públicas. Os retratos da Feira do Ver-o-Peso são feitos com cada vez mais frequência e compartilhados nos sites de redes sociais, como o Instagram e Facebook, que são os mais acessados, tornando-se assim um conteúdo que possa ser visto por todos que queiram conhecer mais sobre elementos dessa cultura, ou relembrar aspectos da sua origem, como paraenses que não moram no Pará e querem rever elementos da cultura local, além de pesquisadores e pessoas que tenham interesse em aprender mais sobre a cultura paraense. O conjunto de retratos fotográficos  Erveiras do Veropa tem o objetivo de retratar o cotidiano de mulheres que vendem ervas na maior feira livre da América Latina, e resgatar elementos importantes desses conhecimentos tradicionais transmitidos de geração em geração. Além disso, esta série ressalta a figura do feminino e o papel das mulheres no cenário do Ver-o-Peso, que se torna importante na área da feira, porque enquanto outras mulheres foram criadas para tornarem-se mães e donas do lar, as erveiras assumiram a responsabilidade de controlar as finanças, criar seus filhos e aprender mais sobre o uso das ervas para a confecção de banhos, poções, perfumes e remédios alternativos, mesmo com o preconceito que sofriam e ainda sofrem. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O intuito da série de retratos  Erveiras do Veropa é registrar o cotidiano de personagens tradicionais da feira do Ver-o-Peso e resgatar elementos da cultura paraense. Com o avanço tecnológico, é possível realizar o registro e compartilhá-lo nas redes sociais, contribuindo para que a cultura de determinada região seja facilmente acessada em qualquer lugar do mundo, desde que o indivíduo tenha acesso à internet. Partindo da ideia de que o setor de ervas da feira do Ver-o-Peso é um elemento importante e tradicional da cultura paraense, percebe-se que há a necessidade de torná-lo mais visível diante os próprios paraenses que, ainda possuem preconceitos com as vendedoras e os produtos constituídos de ervas, como banhos e perfumes. Mais uma vez, a fotografia tornou-se importante para avivar a cultura local e realizar sua manutenção. Por fim, o objetivo desse tema é ajudar no registro da cultura local e da rotina das mulheres que trabalham no setor das ervas, por meio de uma série de fotografias das erveiras e seu local de trabalho. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O setor das ervas da Feira do Ver-o-Peso engloba conhecimentos tradicionais do Pará, muitos produtos são produzidos através desses conhecimentos e constituídos de crenças religiosas, além de serem passados de geração em geração, por isso, é preciso que haja a manutenção desses saberes populares das erveiras e de suas rotinas.  Os sujeitos em foco correspondem a homens e/ou a mulheres que trabalham no setor de ervas da Feira do Ver-o-Peso, comercializando produtos como plantas, cascas e raízes medicinais, cuja aplicação se destina desde doenças como o reumatismo a moléstias de caráter espiritual, como o mau-olhado. (DANTAS E FERREIRA: 2013, 114.) Essas sabedorias possuem mistura da cultura indígena, caboclas e quilombolas da região norte. Esses conhecimentos tradicionais são aprimorados nos quintais das erveiras e os experimentos são considerados essenciais para a produção de banhos e poções de qualidade, procurando satisfazer os clientes, pois a maioria das vendedoras de ervas tem seu sustento e a criação dos filhos exclusivamente através das vendas realizadas na feira. O papel da fotografia no retratar da mulher em seu ambiente de trabalho e pertencimento é importante no sentido em que dá visibilidade à sua atuação econômica e presença no cenário urbano e popular da cidade. Segundo Simone de Beauvoir  A burguesia conservadora continua a ver na emancipação da mulher um perigo que lhe ameaça a moral e os interesses. Certos homens temem a concorrência feminina (1949, pg 18). Partindo desse pressuposto, tem-se a ideia de que as mulheres ao conquistarem lugar no mercado, automaticamente obtiveram consequências sociais atribuídas a essas conquistas no espaço mercadológico. Quando se trata das erveiras, percebe-se que o espaço é em sua maioria, dominado por mulheres, fazendo com que o setor de ervas tenha um tratamento interno mais igualitário, porém, o tratamento externo ainda é carregado de preconceitos e desigualdades. A escolha de fotografar apenas mulheres erveiras tem o intuito de ajudar na manutenção dessa cultura local, retratando a labuta diária das mulheres que vendem ervas na feira, ou seja, retratar os elementos da rotina dessas mulheres, como forma de fazer frente aos pontos negativos da atividade, como o preconceito por serem mulheres e estarem ligadas à concepção de banhos e perfumes constituídos de crenças não institucionalizadas em religiões formais e advindas do saber popular. Através desse trabalho há o objetivo de resgatar a fotografia como zeladora da cultura regional, tornando pessoas, lugares e momentos eternos. Quando a fotografia é capaz de congelar o momento em que a erveira X vende o produto Z, tem-se o momento exato no qual foi realizado o ato comercial, portanto, esta ação de venda pode ser mudada em anos, mas como registro, haverá a fotografia de como ocorriam as vendas antes de determinadas mudanças, resgatando assim, elementos importantes da vida mercadológica das erveiras no local. Outro ponto importante é a perspectiva de democratização da fotografia que através da globalização, conseguiu implementar as câmeras fotográficas em dispositivos portáteis como os celulares e até mesmo câmeras de pequeno porte. De acordo com Régis Debray  O repetível passava por ser desprezível, mas é sempre por aí que começa uma democratização (1994, pg 263). Partindo desse pressuposto, tem-se a ideia de que qualquer pessoa poderá ir até a Feira do Ver-o-Peso e automaticamente fotografar o setor das ervas, o que torna uma tarefa corriqueira, porém, nem todas as pessoas que irão à feira conseguirão ter o olhar destinado exclusivamente às erveiras, podendo excluir possibilidades de captar e transmitir sentimentos, sensações e histórias através da fotografia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como não há uma única maneira de abordar e desenvolver o tema deste trabalho,optamos, para o desenvolvimento da série de retratos  Erveiras do Veropa , pela pesquisa de campo com idas à Feira do Ver-o-Peso, e a pesquisa etnográfica com entrevistas e perguntas destinadas às personagens femininas a serem fotografadas. As perguntas feitas englobaram o tempo de trabalho, crenças, ocupação, onde e como aprenderam a fazer o uso das ervas para a produção dos produtos e remédios medicinais alternativos. Vale ressaltar que o painel colorido utilizado na barraca das erveiras é uma das belezas do mercado, o que atrai clientes e fotógrafos, principalmente com a abordagem que elas utilizam, como a linguagem coloquial que as vendedoras fazem uso para atrair o cliente para perto da venda, para que conheçam mais dos produtos, portanto, nota-se que há pessoas que discriminam a sabedoria tradicional delas. Como método de abordagem desta realidade e sua devida transposição para o contexto acadêmico, escolhemos o processo etnográfico.  Neste tipo de enfoque a coleta de dados se dá por meio de interações sociais, a exemplo dos estudos etnográficos e das pesquisas participantes, sendo analisados de forma subjetiva pelo pesquisador. Entre outras coisas, ela é caracterizada por ser interpretativa e descritiva (DANTAS E FERREIRA: 2013,pg 111) Neste contexto, podemos afirmar então que a pesquisa e o estudo descritivo de povos e suas tradições, culturas, crenças e costumes que são passadas de geração para geração para que haja a continuidade e manutenção da cultura, que é o caso relatado das vendedoras de ervas do mercado. Com o uso da etnografia, percebemos que todas as erveiras sofrem com situações discriminatórias, causada pela falta de informação do público. Os retratos das erveiras têm o intuito de ressaltar que elas são mulheres que apesar de trabalharem no ofício denominado informal, mas que buscam o conhecimento, mesmo que seja o empírico ou de senso comum, ou seja, adquiridos através de experiências ou repassados, além de retratar que são mulheres normais que não merecem sofrer com discriminação. Destaca-se então que, o uso da pesquisa etnográfica foi de extrema importância para que os retratos fossem registrados de modo mais pessoal, já que antes de fotografá-las, foi utilizado o diálogo para conhecer as histórias pessoais, os dados de como e quando começaram a aprender e a trabalhar no setor de ervas do mercado. A escolha das mulheres fotografadas foi a partir do diálogo e da disponibilidade e disposição que cada mulher ofereceu. Desde o conflito de interesses com a Natura, que foi acusada de biopirataria, após usar os conhecimentos tradicionais das erveiras  A empresa teria gravado depoimentos de várias vendedoras do Ver-o-Peso sobre o processamento rudimentar da priprioca, uma raiz muito cheirosa usada pelas erveiras para fazer perfumes e banho-de-cheiro (Carta Maior,2006). A produção de produtos sem ter a autorização, as comerciantes de ervas ficaram receosas de dar informações e explicar quais as funções de cada erva. Por conta desse tipo de experiência negativa anterior, no momento da pesquisa de campo sentimos que a abordagem foi mais difícil, porém o diálogo foi fundamental. Para chegar a esses pontos importantes, acompanhamos a rotina das mulheres erveiras do Ver-o-Peso durante três dias no mês abril de 2016, e retornamos em dezembro do mesmo ano, para complementação das informações da pesquisa, sempre pelo período da manhã, quando a atividade no local é mais intensa. Acompanhamos a rotina das mulheres erveiras que ao chegarem e abrirem a barraca, montam primeiramente o painel colorido por perfumes que atribui atratividade ao local, testemunhamos a arrumação das ervas que são destinadas à confecção de banhos realizados ali mesmo e, posteriormente, a organização dos produtos internos. A autora paraense Eneida de Moraes (1997) faz referência à prática diária das erveiras na obra  Banho de cheiro , obra literária que ficou conhecida por retratar a imagem dessas mulheres na cultura paraense, bem como a tradição de banhos e uso de perfumes com as ervas locais, e que é tida como referência no registro dessa atividade cultural local. Quando questionadas em quais períodos em que mais vendiam, as erveiras responderam que no final do ano e no mês de junho são as épocas mais produtivas, porque há a crença de que os banhos de cheiro afastam energias negativas e atraem boas intenções. Após serem fotografadas, as vendedoras seguiam com a tarefa de tentar chamar os clientes para suas respectivas barracas e sem que se importassem com o registro, continuamos a fotografar enquanto elas abordavam indivíduos que caminhavam perto do setor das ervas. Havia turistas de outros países e quando questionadas, em inglês, sobre os preços da mercadoria, as vendedoras faziam gestos juntamente a movimentos labiais vagarosos para que os estrangeiros conseguissem entender, desafio que a erveiraMiraci Alexandre, conseguiu superar ao vender para 4 dos 5 turistas estrangeiros que ela abordou. Para que pudesse entender o contexto da linguagem coloquial com vocabulário predominantemente paraense, onde gírias como  égua, mana possuem um papel importante no marketing dessas mulheres, ao contrário dos homens que possuem um vocabulário de expressões mais contidas. É notório que o tratamento das erveiras para com os clientes é de uma sensibilidade maior, já que a maioria dos clientes que vão atrás de produtos, procura mercadorias para solução de problemas pessoais como a falta de emprego, de dinheiro ou de amor. Partindo desse pressuposto, temos a ideia de que os homens que trabalham no setor das ervas têm mais dificuldade de ouvir, aconselhar e tratar na mesma intimidade os clientes da mesma maneira que as mulheres. Para Simone de Beauvoir  Precisamos recusar as noções vagas de superioridade, inferioridade, igualdade que desvirtuam todas as discussões e reiniciar do começo (1949, pg 21). A partir dessa ideia, observamos que no mercado do Ver-o-Peso as noções de desigualdade mesmo que menores, não acabam, pois a maioria dos homens é destinado ao trabalho mais pesado de colher as matérias primas e as vender, enquanto as mulheres são designadas ao trabalho sem que precise de força, o qual é a produção das garrafadas, banhos, poções, perfumes e etc. Quanto à questão da democratização da internet, realizamos pesquisa online nos sites de redes sociais de fotógrafos paraenses e moradores, onde constatamos que de dez retratistas, nove já realizaram ensaios ou passeios fotográficos no setor das ervas, porém, em sua maioria, o intuito era fotografar os produtos e os perfumes que são atraentes esteticamente e não as erveiras. A pesquisa dos perfis foi realizada na rede social Instagram que é conhecida por ser uma ferramenta que fotógrafos utilizam para compartilhar suas fotografias. Os perfis encontrados foram os dos fotógrafos Leandro Souza, Eder Augusto Proença, Felipe Accioli, Jamille Gabriel e Mayra Martyres. Na obra  A vida e a morte da imagem de Debray o autor cita que  O paradoxo é que a Imagem e Realidade, então, tornaram-se indiscerníveis: um tal espaço é explorável e impalpável, ao mesmo tempo, não ilusório e irreal. (1994,pg 278) Diante esses conceitos, pode-se perceber que não podemos separar o retrato das erveiras da realidade que elas vivem, mesmo que não transmita totalmente essas vivências, mas a fotografia consegue transportar seu telespectador para o momento da foto dependendo das técnicas e abordagem que o fotógrafo utiliza. Por fim, é perceptível que a série de retratos teve fotografias posadas, por opção das mulheres que pediram-nos para arrumar os cabelos, sorrir ou olhar para a câmera, outras preferiram continuar com as vendas normalmente enquanto eu fotografava, segundo as que escolheram a opção de fotografias espontâneas, apesar de serem acostumadas com as câmeras, não se sentem confortáveis o bastante para posar. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto descrito aqui é uma série de retratos de mulheres que trabalham com a venda de produtos confeccionados de ervas e que são vendidos no mercado do Ver-o-Peso, em Belém do Pará. O conjunto de retratos fotográficos foi realizado no ano de 2016, no 1º semestre do curso de Comunicação Social- Habilitação em Jornalismo da Universidade da Amazônia-Unama, trabalho este que foi desenvolvido no contexto da disciplina de Antropologia e Cultura, ministrada pela Msc. Rachel Abreu. Os retratos contaram com a participação de sete erveiras que aceitaram ser fotografadas, porém apenas três destas mulheres aceitaram ser identificadas, uma vez que já foram acusadas por outras erveiras de terem fornecido informações sobre as ervas utilizadas nos produtos e suas funções para a Natura. A fotografia tem como característica inicial o objetivo documental, ou seja, documentar pessoas e objetos, fazendo com que futuramente, o que foi retratado possa ser resgatado. Quando fazemos um retrato fotográfico de algum indivíduo, estamos lhe atribuindo uma identidade.  É, na maioria das vezes, deixar que ele nos conduza a determinada personalidade, que viveu em um período histórico definido, pertencente a uma determinada classe social (Bastos, 2014, pg 2) O primeiro retrato fotográfico realizado foi de Miraci Alexandre, erveira há mais de 30 anos e que se disponibilizou em todas as visitas de campo a contar sobre a história das ervas em sua família.A câmera utilizada para fazer o registro, foi a Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 10:12 horas da manhã, com o ISSO 100, a abertura do diafragma 1/400 e o tamanho do arquivo de 21,4 mb, pois foi realizado em RAW. Enquanto Miraci estava mexendo com as ervas que seriam utilizadas para a produção de garrafadas, o local escolhido por ela foi a sua barraca e pediu que a foto fosse feita no momento em que estava trabalhando, porém, enquanto estava manipulando a matéria prima de suas mercadorias, ela fazia poses e conversava comigo sobre o filho que ela formara apenas com o dinheiro que obteve das ervas e de momentos engraçados que ela já passou em sua barraca.No tratamento da foto, foi utilizado o programa Adobe Lightroom, onde utilizamos presets e mexemos na exposição, na claridade e na saturação dos tons de verde. A segunda retratada foi a erveira Edimar Santana que quando chegamos estava arrumando sua barraca, porém, se disponibilizou para ser fotografada, mas não quis conversar sobre ervas ou sua rotina, apenas posou para a foto sentada no banco de madeira de sua barraca que estava coberta por uma lona azul, o que fez com que a fotografia ficasse com um tom azulado.A câmera utilizada para realizar o retrato fotográfico, foi a Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 11:23 da manhã, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/320, com tamanho de 20,1mb pois foi feita em RAW. Na edição foi preciso o Adobe Lightroom para utilizar presets que serão usados em todos retratos, mas além de mexer na exposição e na claridade, foi preciso alterar o tom da foto para que não ficasse predominantemente azulado, buscando assim, um equilíbrio das cores. A vendedora de ervas da Feira do Ver-o-Peso, Beth Cheirosinha, foi a terceira a ser fotografada, quando chegamos em sua barraca, notamos que estava cercada de turistas estrangeiros fotografando seus produtos enquanto explicava a alguns alunos sobre o perfume do estudante, que segundo a erveira, atrai a aprovação no vestibular, na escola ou na universidade. Ao perceber que estávamos fotografando, parou a explicação para posar com seus tradicionais perfumes. Por ser uma figura feminina popular em Belém por sua manipulação com as ervas, acostumou-se a posar e não se incomodou com as fotos, porém, não se disponibilizou para dialogar. Foi utilizada a câmera Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 11:41 da manhã, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/125, com tamanho de 21,6mb, pois foi feita em RAW. A edição da fotografia contou com o Adobe Lightroom e com o uso de presets, ajuste da exposição, da claridade e da saturação dos tons de verde e vermelho. A quarta fotografada não quis ser identificada e nem dialogar, deixou apenas ser retratada com uma erva na orelha e seu óculos, escolheu posar na frente de sua barraca e depois voltou a trabalhar. Foi utilizada a câmera Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 11:56 da manhã, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/160, com tamanho de 20,3mb, pois foi feita em RAW. O tratamento do retrato utilizou o programa de edição Adobe Lightroom e o uso de presets, ajuste da exposição, da saturação dos tons de verde e a tentativa de melhorar o foco do retrato alterando a claridade. A quinta fotografia, conta com a participação de uma erveira que pediu para não ser identificada e não posou para a foto, pediu que ficássemos fotografando enquanto ela atendia clientes, no momento da fotografia a vendedora de ervas estava explicando qual a função de determinado produto para duas freiras, o que traz a ideia de mistura de crenças e de tolerância religiosa. O equipamento usado foi a câmera Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 12:02, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/160, com tamanho de 20,8mb,e feita em RAW. No momento da manipulação digital da fotografia, foi utilizado o programa Adobe Lightroom para alterar a exposição e usar presets para melhorar a estética do retrato. O sexto retrato teve como personagem uma vendedora de ervas que também não quis ser identificada, porém dialogou e contou sobre as polêmicas sobre a marca de cosméticos que usou das informações fornecidas por elas para produzir perfumes com o mesmo material que elas. Quando chegamos, a vendedora estava organizando a venda e quando acabou não quis posar para a foto, quis conversar com os amigos que também ocupam o ofício de vendedores de ervas e que a fizeram sorrir em diversos momentos. O dispositivo usado para capturar a foto foi a câmera Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon e a fotografia foi feita às 12:15, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/320, com tamanho de 21,5mb,e feita em RAW. Foi utilizado o programa de edição de fotos Adobe Lightroom, foram utilizados presets e alteramos a exposição e a saturação das cores verde, vermelho e laranja. O sétimo e último retrato, traz como personagem, uma erveira tímida, o que é raro de se encontrar na feira, onde vende quem consegue atrair os clientes com as falas altas e tentativas de proximidade ao cliente. Ela preferiu não conversar, tirar os óculos e fazer pose sentada em frente à sua barraca. Usamos câmera Canon Eos Rebel T5 com a lente objetiva 50mm 1.8 da Canon para realizar o registro fotográfico que foi feito às 12:23, com ISO 100, abertura do diafragma em 1/320, com tamanho de 22,7 mb,e feita em RAW. Novamente, utilizamos o programa Adobe Lightroom para ajustar a saturação das cores, a exposição e aplicar presets. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Concluímos que a série de retratos fotográficos  Erveiras do Veropa trouxe o resgate de elementos culturais importantes do Estado, as erveiras como personagens necessárias da história da cultura local. Por meio do produto, podemos afirmar que as vendedoras de ervas são mulheres independentes e que são, muitas vezes, discriminadas por trabalharem com a manipulação de ervas para a confecção de garrafadas, banhos, poções perfumes e remédios alternativos, mas que também são mulheres que possuem uma rotina árdua no trabalho do Mercado, buscam a igualdade através do trabalho e que muitas vezes são as únicas fontes de renda da família. Mais uma vez o retrato fotográfico cumpriu seu papel inicial, o de documentar. Através desse trabalho, documentamos as dificuldades, crenças, tradições e costumes dessas erveiras. Além de contribuir com a manutenção da cultura paraense que poderá ser conhecida por futuras gerações e por quem mais tiver interesse. Por fim, acreditamos que os retratos fotográficos realizados, contribuirão para que futuramente para que não se perca a importância desses elementos místicos e do trabalho dessas mulheres que atribuem e complementam a medicina alternativa regional, a cultura paraense e a economia através das vendas na Feira do Ver-o-Peso. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BASTOS, Maria Teresa. O Retrato Fotográfico entre a pose e a performance, 2014. Disponível em:<http://compos.org.br/encontro2014/anais/Docs/GT11_ESTUDOS_DE_CIN EMA_FOTOGRAFIA_E_AUDIOVISUAL/bastos,mariateresaferreira.oretratofotograficoentreaposeeaperformance_2226.pdf> Acesso em: 12 de Abril.2017<br><br>BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Européia do Livro, 1960a.<br><br>Carta Maior. Acusação de biopirataria contra Natura expõe legislação falha.Disponível em : <http://www.cartamaior.com.br/?/Editoria/Meio-Ambiente/Acusacao-de-biopirataria-contra-Natura-expoe-legislacao-falha/3/10549>. Acesso em 11 de Abril.2017.<br><br>DANTAS, Cleide; FERREIRA, Rubens. Os conhecimentos tradicionais dos(as) erveiros (as) da Feira do Ver-O-Peso (Belém, Pará, Brasil): Um olhar sob a ótica da Ciência da Informação, 2013. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pci/v18n2/08.pdf> Acesso em: 11 de Abril, 2017<br><br>DEBRAY, Régis. ; Vida e Morte da imagem: uma história do olhar no OcidenteTradução de Guilherme Teixeira  Petrópolis, RJ: Vozes, 1994.<br><br>LOPES,Teresa C;LIMA, Wilcléa. Erveiros(as) do Ver-o-Peso, em Belém do Pará: um estudo etnográfico,2010. Disponível em: <www.africaeafricanidades.com.br> Acesso em 11 de Abril, 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>