ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00771</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A Levanta Poeira no maior astral</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Miller Kaio Ferreira Farias (Universidade Federal do Pará); Danyllo Melo Pereira BEMERGUY (Universidade Federal do Pará); Jessika Nancy Siqueira ARAÚJO (Universidade Federal do Pará); Luana Carina Lisboa SILVA (Universidade Federal do Pará); Luiz Manoel Nazaré VILHENA (Universidade Federal do Pará); Luiza Santos Chedieck MARTINS (Universidade Federal do Pará); Carolina Maria Martyres VENTURINI (Universidade Federal do Pará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;empregadas domésticas, jingles, protagonismo, representatividade, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com o desafio de criar uma rádio fictícia visando o real mercado, criou-se a rádio "Levanta Poeira". Dentre os diversos conteúdos feitos para a programação, foi elaborado o jingle "A Levanta Poeira no maior astral", com a finalidade de se aproximar com a realidade e a rotina das ouvintes  as empregadas domésticas, de forma humanizada, amiga e descontraída. Deste modo, esse trabalho pretende descrever minuciosamente o processo de elaboração do conceito, conteúdo, letra, melodia e edição do jingle.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O curso de Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, da Universidade Federal do Pará  UFPA, por meio do Laboratório de Mídias Eletrônicas I, tem como objetivo preparar os alunos para os reais desafios do mercado de trabalho. Sendo assim, como produto avaliativo final do laboratório, as docentes Carolina Venturini e Danuta Leão propuseram aos discentes a tarefa de elaborar uma rádio fictícia, contendo as diversas modalidades publicitárias dentro do ambiente de rádio e que atue no mercado de Belém e região metropolitana. Sendo assim, o grupo autor deste presente trabalho criou a "Levanta Poeira", rádio destinada às empregadas domésticas, com a finalidade de desenvolver um conteúdo relevante e que colocasse as ouvintes como protagonistas, dando a elas espaço de fala e maior representatividade. Dentro dos diversos conteúdos criados pelo grupo, destacou-se um jingle: o "A Levanta Poeira no maior astral". Um jingle é a técnica publicitária onde, através da música, busca fortalecer uma mensagem, marca, empresas ou serviços. No caso do produto em questão, foi proposto criar uma mensagem que transmitisse o intuito da rádio de acompanhar as ouvintes durante sua rotina de trabalho. Dessa forma, este trabalho tem como objetivo descrever os processos pelos quais o grupo passou para desenvolver esta peça publicitária. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O principal objetivo da rádio é promover um lugar de fala para as empregadas domésticas  público-alvo da rádio em questão, colocando-as como protagonistas da "Levanta Poeira". Dessa forma, a rádio busca ser amiga e conselheira das ouvintes, ouvindo e dividindo suas histórias e desafios, incentivando a superação e crescimento pessoal, dialogando com elas em tom de igualdade. É importante também frisar o movimento do mercado publicitário em criar a centralização e o direcionamento para o consumidor enquanto indivíduo e ser humano. As comunicações estão cada vez mais humanizadas e a representatividade nunca esteve tão em voga. Então, buscou-se através deste jingle, promover este protagonismo e representatividade, sendo todo o texto, arranjo instrumental e canto pensado de acordo com as realidades das ouvintes. Deseja-se também transmitir um sentimento de positividade, de leveza e alegria, para que o público se sinta envolvido com o jingle e com a mensagem transmitida pela rádio "Levanta Poeira". </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A escolha de abordar o tema do trabalho doméstico se deu, principalmente, pela responsabilidade social agregada a ele. A importância de desenvolver boas habilidades técnicas sobre como escrever, produzir, editar e todos os outros processos necessários para compor produtos radiofônicos é demasiada, afinal, o objetivo da disciplina onde este produto foi gerado é garantir essa compreensão. Porém, utilizar essa mídia como uma plataforma de visibilidade para uma causa engajada e com propósito é uma forma de pensar a universidade como uma instituição ciente de seu objetivo, que é retribuir para a sociedade o investimento feito por ela em uma instituição de ensino. Mais do que isso, é uma forma de pensar e praticar a função social das profissões e, nesse caso, de comunicólogo. Dessa forma, proporcionar a esta classe de trabalhadoras um espaço de fala, focado em sua realidade e com o cuidado no conteúdo que está sendo propagado é de extrema relevância. Percebe-se que, no atual momento que vivemos, há uma grande conscientização em produzir uma comunicação mais humana, com publicidades voltadas às individualidades do seu público-alvo. Philip Kotler (2010) aponta, assim, que vivemos o período do marketing 3.0. Enquanto o marketing 1.0 tinha foco no produto e o 2.0 foco nas emoções, o 3.0 traz, agora, a centralização e o direcionamento para o consumidor enquanto indivíduo e ser humano. "Na primeira fase, o marketing era orientado pela transação, concentrava-se em como efetuar a venda. Na segunda fase, o marketing tornou-se orientado pelo relacionamento  como fazer o consumidor voltar e comprar mais. Na terceira fase, convida os consumidores a participar do desenvolvimento de produtos da empresa e de suas comunicações. O marketing colaborativo é o primeiro elemento básico do Marketing 3.0. As empresas que praticam o Marketing 3.0 querem mudar o mundo. Não conseguirão fazê-lo sozinhas. O Marketing 3.0 representa a colaboração de entidades de negócios que compartilham conjuntos semelhantes de valores e desejos. (KOTLER, 2010, p. 12)" Dessa forma, com o indivíduo (enquanto ser humano) sendo o foco do mercado, os consumidores esperam cada vez mais enxergar a sua representação nas comunicações midiáticas, que podem promover alterações nos modos de sociabilidade e pertencimento do sujeito. O público quer se sentir representado, identificar-se e envolver-se realmente com o que está sendo propagado. É desta forma que a rádio Levanta Poeira justifica o seu jingle, cantando em primeira pessoa por uma trabalhadora doméstica, exaltando o capricho ao seu trabalho e a alegria em fazê-lo. É a doméstica o consumidor final, mas, principalmente, a protagonista desse jingle. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Levando em consideração as técnicas e ensinamentos conquistados durante as aulas do laboratório de onde este trabalho é proveniente, ficou a cargo dos presentes autores a elaboração do roteiro, trilha sonora, voz, gravação e edição do jingle. O primeiro passo na construção deste jingle foi a elaboração de um brainstorm, termo que, segundo o Portal Info Escola, é designado para titular a técnica de pensamento coletivo ou individual com a finalidade de resolver um problema. Este termo é conhecido como "tempestade de ideias" e, dessa forma, o grupo realizador deste projeto pensou em distintas possibilidades de formas e conteúdos para o discurso deste produto radiofônico. Em seguida, ao analisar o objetivo da "Levanta Poeira" de colocar as domésticas no protagonismo do conteúdo gerado, percebeu-se que o jingle da rádio não podia fazer diferente. Então, foi definido que este jingle deveria conter um protagonismo do público-alvo, atentando-se à sua realidade e rotina. Continuando com o processo de estabelecer um conceito prévio a criação do material, foi traçada uma ideia do possível trajeto realizado por uma empregada doméstica no período do início da manhã, horário em que o jingle é transmitido. Imaginou-se que a trabalhadora desperta cedo, encaminha-se para o ponto de ônibus para esperar a condução coletiva, faz a viagem até o local de trabalho e, por fim, chega ao serviço para realizar suas atividades diárias. Todo este possível trajeto foi levado em consideração para a construção da letra, ritmo e approach do jingle. Após estabelecer o conceito e a ideia da letra, pensou-se em um ritmo popular, alegre e que conversasse com os gostos da classe trabalhadora. Foi escolhido, então, o ritmo do pagode, que é um estilo proveniente do samba, com origens no Rio de Janeiro. O jornalista Renato Roschel, do portal Almanaque da UOL, afirma que o ritmo surgiu nas festas e comemorações realizadas no fundo dos quintais cariocas, retratando a realidade, alegrias e lamentações das pessoas que lá viviam. Roschel ainda afirma que, historicamente, era o nome das festas de escravos nas senzalas, mas, no Rio de Janeiro, o morro e malandragem proporcionaram a este termo outro significado, o de festa regada a muita comida, bebida e samba. Assim, julgou-se que o jingle em ritmo de pagode conversaria de uma forma coesa com o público-alvo. Com o ritmo e o conteúdo da letra já estipulados, passou-se à composição do jingle. O grupo quis demostrar a aproximação das empregadas com a rádio, com uma linguagem mais informal, cotidiana, direta e bastante animada. Nesta composição, optou-se por simular uma empregada doméstica cantando em primeira pessoa a sua realidade para gerar uma maior representatividade e identificação. Em meio a discussões sobre representatividade de identidade no âmbito publicitário, o sujeito  que também é público - busca, agora, ser visto e representado em todas as mídias. Na "era da selfie", a constante busca pelo espelho exige querer ser visto, também, no palco da propaganda e da publicidade. As marcas, nesse cenário, então, começam a surfar nesse novo desejo do consumidor. As grandes empresas estão começando a perceber que esses movimentos estão cada vez mais fortes e que o consumidor não é mais um mero espectador, mas sim um agente ativo. OROZCO (2007) atribui a esse consumidor o título de "sujeito-audiência" ao afirmar que a mídia - neste caso, a Internet -, instiga o aperfeiçoamento de estudos atualizados sobre a dinâmica de recepção da mensagem. Esses estudos devem atentar-se ao novo sujeito, não mais apenas receptor, mas agora produtor de processos comunicacionais. Sendo assim, o grupo optou por juntar a ideia de abordar a rotina das domésticas com o intuito de dar voz a elas, colocando-as no protagonismo e escrevendo sobre sua rotina na letra do jingle. Tudo isso feito de forma simples e direta, já que segundo GRACIOSO "a linguagem do rádio deve ser curta, simples e direta. Não há tempo para "enfeitar" o texto, ou para criar situações que o ouvinte nem consegue entender, na maioria das vezes.". Segundo MCLEISH, escolher o timbre e tom de voz adequado para a narrativa depende do que for melhor para representar e reforçar o estilo desejado. Então, para a gravação do jingle, escalou-se uma cantora de voz amigável, que atingisse notas com tons mais agudos e que conseguisse transmitir alegria com o canto. Com o ritmo, letra e voz já acertadas, o grupo se encaminhou ao Laboratório de Rádio do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará. Com ajuda do técnico responsável por este laboratório, foi feita a captação do áudio. Houve diversas tentativas  que duraram cerca de 1 (uma) hora e 30 (trinta) minutos)  para eleger a melhor versão, além de ajustes na letra e no tom da canção para garantir uma maior qualidade e ritmo. Nas últimas etapas da produção do jingle, foi realizada pelo grupo uma pesquisa na internet, através do portal de música e vídeos Youtube, para a busca do ritmo que serviu de base. Foi necessária a pesquisa por um áudio instrumental que casasse com o tom de voz da cantora, já que diferentes timbres de voz exigem distintos tons musicais. Para finalizar o produto, juntou-se a voz e o ritmo no programa Sony Vegas Pro 14, atentando-se a sincronização da voz e música e a renderização do áudio. Renderizar significa o ato de promover a compilação e gerar o produto final de um processamento digital. Explicando de forma mais didática, se trata da totalidade da sequência de vídeos ou imagens montadas em uma linha do tempo, que precisa ser condensada em um vídeo ou áudio, podendo conter diferentes formatos e tamanhos. O programa Sony Vegas é utilizado para edição de vídeos e áudios, apresentando diversos plug-ins e sendo considerado um dos melhores programas de edição, ao lado do Adobe Premier. O projeto do jingle foi renderizado no formato MP3, com 320kbps de taxa de bits. Não houve grandes dificuldades na realização da montagem do jingle, visto que alguns dos integrantes do grupo já tinham experiência no programa Sony Vegas, além deste ter um fácil manuseio.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Laboratório de Mídias Eletrônicas I, disciplina do sexto semestre do curso de Comunicação Social, com habilitação em Publicidade e Propaganda, do Instituto de Letras e Comunicação da Universidade Federal do Pará tem como produto avaliativo final a produção de um programa seriado de rádio. Para isso, os alunos são separados em diferentes grupos para realizarem um projeto que pudesse ser aplicado na realidade do mercado de Belém e região metropolitana. No briefing constava a exigência de cada grupo produzir uma rádio contendo todas suas as modalidades publicitárias, de tema livre e duração mínima de 15 (quinze) minutos. Segundo REIS (2010), os formatos de anúncio mais comuns na rádio comercial do Brasil são o spot, o jingle, o patrocínio e o denominado testemunhal, que se subdivide em tipos de anúncio como a menção, a prescrição, o concurso, entre outros. Para atender estas demandas, o grupo optou por realizar uma rádio destinada às empregadas domésticas, com um conteúdo que abordasse vários dos universos que elas estão inseridas, com um tom amigável e empoderador. Toda a programação foi desenvolvida com uma linguagem descontraída, divertida e leve, com uma redação e locução de fácil compreensão, além de bordões e trocadilhos referentes ao dia-dia de uma doméstica. A rádio ganhou o título de "Levanta Poeira", o qual faz alusão ao termo popularmente usado para designar algo que agitou e causou uma euforia por onde passou, além de fazer um trocadilho referente ao universo das empregadas domésticas. Complementando o nome, foi dado o slogan "a sua amiga de todo o dia" para reforçar o conceito e o conteúdo da rádio. O prefixo da rádio, 24.7, vem neste mesmo fluxo, simbolizando a contínua presença da rádio na rotina e na vida das ouvintes, estando 24 (vinte e quatro) horas por dia e 7 (sete) dias na semana. O público primário está entre 25 e 35 anos, moradoras da periferia e que trabalham nos centros da cidade e Belém e região metropolitana. São mulheres com um estilo de vida modesto, da classe C e D que buscam estabilidade financeira e crescimento profissional, além de informação sobre seus direitos e representatividade, assuntos sobre as outras atividades e núcleos da vida delas, como família, amigos, gerenciamento do lar, violência, desafios do dia-a-dia, saúde, lazer, bem-estar físico e emocional etc. O conteúdo é construído junto com as empregadas domésticas que não apenas ouvem, mas também constroem do conteúdo junto com a rádio. Foi produzida uma amostra da rádio de 23 minutos e 27 segundos, apresentando 3 (três) programas, um programete de 1 (um) minuto, vinhetas, jingles e spots para diferentes anunciantes. Dentro das diversas produções realizadas para a rádio, foi desenvolvido um jingle para a própria "Levanta Poeira". Falar de jingle é falar sobre composições musicais para propagandas veiculadas em rádio ou em televisão, onde contém uma narrativa formada por textos, arranjos musicais, locução e, obviamente, o canto. O objetivo é fortalecer uma mensagem, uma marca, serviços ou empresas, através da música. As versões mais corriqueiras são realizadas nos formatos de 15, 30, 60 ou 90 segundos e, mesmo tendo a duração bem curta, SAMPAIO (2003) afirma que os jingles têm bastante eficácia ao dizer que: A grande vantagem do jingle é que, por ser música, acaba tendo um expressivo poder de "recall", pois é aquilo que a sabedoria popular chama "chiclete de orelha". As pessoas ouvem e não esquecem. Assobiam ou cantam, mas guardam o tema consigo. O jingle é algo que fica, como provam as peças veiculadas durante um período e tiradas do ar, mas que muitos e muitos anos depois ainda são lembradas pelos consumidores. (SAMPAIO, 2003, p. 72). REIS (2010) afirma que existem três elementos que estruturam os formatos dos anúncios publicitários dentro da rádio. São eles: a forma do relato  em geral, se trata das qualidades, do estilo e das características de como a publicidade se apresenta e se relaciona com a linguagem do meio; o fundo essencial da mensagem  o conteúdo e o objetivo publicitário do anunciante; e, por fim, o contexto de difusão da peça publicitária  a distribuição adequada dos conteúdos de acordo com os meios e o público do anunciante. Seguindo esta linha de pensamento, a forma do anúncio descrito neste presente trabalho é o jingle, já que foi utilizado o canto e a música como técnica narrativa. O fundo é representado pelas empregadas domésticas, o mesmo público-alvo da rádio em geral, que já foi descrito neste presente trabalho. Sobre o contexto de difusão, foi levado em consideração o horário em que o jingle será transmitido e o comportamento do público-alvo neste mesmo horário. Sendo assim, criou-se o jingle "A Levanta Poeira no maior astral", onde é retratada a história de uma empregada doméstica fictícia em seu caminho para o local de trabalho e, ao chegar ao serviço, liga a sua rádio favorita, que é sua companhia durante a faxina. Como a rádio tem como o objetivo fazer um discurso onde as empregadas domésticas são as protagonistas, tendo espaço de fala e de representação, o grupo julgou que nada mais plausível do que o jingle da própria rádio abordar a realidade delas e ser cantado por uma doméstica, mesmo que fictícia. FARRARETO (2014) diz da importância de analisar o comportamento e as características dos ouvintes para produzir o conteúdo radiofônico: As características do público ao qual a rádio se destina condicionam a forma e o conteúdo da mensagem (...). A análise mais genérica da audiência considera fatores como classe social, a faixa etária, o nível de ensino e o gênero. A partir deles, outros aspectos podem servir à delimitação e compreensão das necessidades do ouvinte: padrões de consumo, benefícios buscados, estilo de vida, tipo de personalidade etc (FARRARETO, 2014, p.34). Dessa forma, a letra da música foi composta em primeira pessoa, com uma mensagem positiva e abordando a realidade das ouvintes de forma alegre e descontraída. A seguir, a composição do jingle que foi desenvolvido para a rádio Levanta Poeira: A Levanta Poeira no maior astral "Tô" chegando na parada Pra pegar o meu "busão" Mais um dia de trabalho E eu vou com toda empolgação Bom dia patroa, "tô" chegando Já vou fazer um cafezinho Eu vou lavar, eu vou passar Eu vou deixar tudo bem limpinho E agora eu vou ligar a rádio Pra que a faxina comece E a minha companhia É a 24.7 Vai ficar legal A Levanta Poeira no maior astral Animando a "empreguete" Limpando e sambando Dando uma geral Vai ficar legal A Levanta Poeira no maior astral Animando a "empreguete" Limpando e sambando Dando uma geral O jingle é uma paródia da música "Cohab City", do grupo de samba e pagode paulista Negritude Jr, formado em Carapicuíba em 1986. Essa música ganhou muito destaque na voz do vocalista Netinho de Paula, cantor e apresentador de televisão com bastante apelo do público das classes mais baixas. A versão da rádio Levanta Poeira, é cantada pela Brenda Rachit, estudante de Jornalismo na Universidade Federal do Pará e cantora amadora. O jingle, que tem 50 segundos de duração, pode ser reproduzido em: https://soundcloud.com/miller-farias-80942233/jingle-de-abertura-levanta-a-poeira.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Com a descrição minuciosa das diversas etapas de produção deste jingle, fica bastante clara a importância do ato de colocar em prática os ensinamentos gerados em sala de aula. Percebe-se que as questões ultrapassam as barreiras dos assuntos relacionados apenas à publicidade ou as técnicas radiofônicas, proporcionando maior reflexão a respeito deste denso assunto que os alunos optaram abordar. A decisão de colocar em voga este assunto e permitir que as ouvintes - as empregadas domésticas - fossem as protagonistas do discurso fez o grupo perceber que os diálogos entre pessoas e mercado se mostram necessários para uma comunicação e mecanismos mais humanos, para um sistema que protagoniza as individualidades. Por fim, o grupo se sente satisfeito por conseguir gerar um produto publicitário radiofônico, em formato de jingle, com uma notória qualidade de conceito, roteiro, produção e finalização, além de ter acesso a diversos dados a respeito do trabalho doméstico que certamente enriqueceram a bagagem de todos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">FARRARETO, Luiz Arthur. Rádio: teoria e prática. São Paulo: Summus, 2014. <br><br>GRACIOSO, Francisco. Propaganda: engorda e faz crescer a pequena empresa. São Paulo: Atlas, 2002. <br><br>MCLEISH, Robert. Produção de Rádio: um guia abrangente de produção radiofônica. São Paulo. Summus, 2001. <br><br>RAMOS, Rogério. Brainstorm. Portal Info Escola. Disponível em: <http://www.infoescola.com/administracao_/brainstorming/>. Data de acesso: 02 de abril de 2017. <br><br>REIS, C. Os formatos de anúncio publicitário no rádio: Proposta de classificação dos diferentes tipos de patrocínio. Líbero, v. 13, n. 26, 2010. <br><br>ROSCHEL, Renato. Almanaque. Portal Almanaque UOL. Disponível em: <http://almanaque.folha.uol.com.br/pagode.htm>. Data de acesso: 02 de abril de 2017. <br><br>SAMPAIO, Rafael. Propaganda de A a Z: como usar a propaganda para construir marcas e empresas de sucesso. 3ª ed. Rio de Janeiro: Campus, 2003. <br><br> </td></tr></table></body></html>