ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00784</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Vítimas do Destino: Uma adaptação da Música Faroeste Caboclo</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Kamily Glória Pantoja (Universidade Federal do Amazonas); Débora dos Santos Gomes (Universidade Federal do Amazonas); Henry da Silva dos Santos (Universidade Federal do Amazonas); Luiz Eduardo Souza de Oliveira Júnior (Universidade Federal do Amazonas); Orivaldo Cabral Rosas Júnior (Universidade Federal do Amazonas); Hudson Roberto Beltrão Júnior (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;adaptação, faroeste caboclo, rádio, radionovela, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho é resultado da prática adquirida na disciplina Radiojornalismo II do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins, que teve por finalidade realizar um produto experimental em comunicação para aprimorar as técnicas desenvolvidas em sala de aula. Nesse sentido, foi produzida a radionovela "Vítimas do Destino" uma adaptação da música Faroeste Caboclo do cantor e compositor Renato Russo. Essa nova adaptação tem o intento de gerar discussões relacionadas a problemas sociais existentes no cotidiano de muitos brasileiros como pobreza, tráfico de entorpecentes e discriminação social, além de estimular a imaginação do ouvinte por meio do contexto e da linguagem amazônica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Durante muitos anos a sociedade enfrentava um grave problema quanto a comunicação interpessoal, mas com o passar do tempo ocorreram diversas transformações tecnológicas que proporcionaram novas formas de interação social, dente elas destacam-se a radiocomunicação e a telegrafia sem fio, que facilitaram o surgimento de um dos maiores meios de comunicação de massa da atualidade: o rádio. Anos mais tarde após o advento deste meio de comunicação de massa, tornou-se notório a contribuição social obtida por intermédio da criação desse veículo, que aos poucos veio ganhando espaço mundial e permitiu o aparecimento de gêneros variados, como o teatro radiofônico, a radionovela, o programa humorístico, o jornalismo e o programa de auditório, que posteriormente possibilitaram a criação de outros meios de comunicação. Alguns deles surgiram entre os anos de 1940 a 1950, considerada a "Era de ouro do Rádio", como as radionovelas. As radionovelas começaram a surgir a partir de 1942 quando foi lançada no Rio de Janeiro a primeira radionovela brasileira intitulada como "Em busca da felicidade", uma obra de origem cubana escrita por Leandro Blanco e adaptada por Gilberto Martins, que ficou no ar durante 3 anos. A partir daí surgiram diversos produtos do gênero que conquistaram o público, como "O direito de nascer" e a irreverente "Balança mas não cai". Com características peculiares a outros gêneros radiofônicos, a radionovela apresenta como principal particularidade a "narrativa folhetinesca", pois possui uma linguagem clara, objetiva e de fácil compreensão na qual se apropria de efeitos sonoros e dramatização entre os personagens para atingir o maior número possível de pessoas. Prado (2012) esclarece que a radionovela apresenta o texto irradiado pelas vozes que conduzem à imaginação de cada ouvinte de forma particular, permitindo uma proximidade entre as histórias contadas com o cotidiano de cada um dos que a escutam.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por se tratar de um gênero de grande contribuição para a história do rádio brasileiro, a radionovela "Vítimas do destino" uma adaptação da música Faroeste Caboclo do cantor e compositor Renato Russo tem por objetivo resgatar traços característicos presente neste gênero radiofônico que ao longo dos anos veio perdendo espaço para os demais meios de comunicação de massa. E também propor discussões aos ouvintes acerca de problemas sociais presente na atualidade de muitos jovens brasileiros como pobreza, tráfico de entorpecentes e discriminação social. Além disso, a produção a radionovela ressalta a valorização da cultura amazonense por meio de gírias, músicas regionais e traços característicos de determinadas regiões de forma humorada e criativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Nota-se que o rádio ainda é um dos maiores veículos de comunicação de massa existentes na atualidade. O gênero ainda tem um público variado que vai desde a dona de casa ao empresário. Uma de suas vantagens é fazer com que os ouvintes escutem o rádio em tempo real sem deixar de exercer as atividades cotidianas. Outra vantagem é que o rádio apresenta como característica principal a multifuncionalidade, pois ao mesmo tempo em que possui programação de músicas e interação, também há programações noticiosas. É importante destacar que o público em geral, tem maior aceitabilidade quando as rádios transmitem programações mistas, ou seja, alternam entre informação e entretenimento. Dessa forma, os componentes do grupo observaram na música Faroeste Caboclo do cantor e compositor Renato Russo a possibilidade de abordar temas de grande relevância social, afinal mesmo com o passar dos anos, são problemas que ainda persistem na sociedade. A canção foi lançada em 1979 pelo grupo Legião Urbana, no álbum "Que país é este". A música retrata a trágica vida de João de Santo Cristo, um rapaz pobre, negro e nordestino que teve uma vida cercada por preconceito e miséria, e após presenciar a morte do pai decide ir em busca de uma vida melhor na cidade de Brasília. Contudo, ao chegar lá se depara com uma realidade diferente da que imaginava e termina por se envolver no mundo do crime. Apesar de ter passado 38 anos após o lançamento da canção, percebe-se que a vida de João de Santo Cristo é a mesma de muitos jovens da atualidade, que pela ausência de renda encontram no mundo do tráfico uma forma fácil de adquirir dinheiro, como comenta Zaluar (2000): "O jogo, as drogas, a diversão tornam-se o objetivo mais importante da vida para muitos setores da população, especialmente para os mais jovens. O crime organizado desenvolveu-se nos dias atuais níveis porque tais práticas socialmente aceitáveis e valorizadas foram proibidas por forças de lei, possibilitando níveis inigualáveis de lucro a quem se dispõe a negociar com estes bens. "(ZALUAR,2000, p.60). Nesse sentido, foi por meio de um trabalho elaborado na disciplina Radiojornalismo II que notou-se a oportunidade de produzir uma radionovela que aborde as temáticas citadas anteriormente para que venham proporcionar discussões acerca das problemáticas envolvidas, mas sem deixar de lado traços característicos do gênero radiofônico. A radionovela "Vítimas do Destino" conta a história de um jovem que sai da cidade de Parintins em busca de um emprego em uma nova cidade. Mas, por acaso muda-se para a capital Manaus, e acaba se envolvendo no crime. A radionovela busca envolver o tema pobreza, tráfico e discriminação por meio de uma narrativa simples e descritiva que envolve o triangulo amoroso entre João de Santo Cristo, Maria Lúcia e Jeremias Pereira. Uma das características em destaque na radionovela "Vítimas do Destino" é a valorização do linguajar amazônico, no qual permite ao ouvinte maior aproximação do cenário onde a trama é contada. Termos comuns na linguagem de muitos amazonenses como "leso", "olha já", "brocado" e "chibata" foram inseridos no vocabulário dos protagonistas da estória e são narrados de forma humorada para atrair a atenção do ouvinte, fazendo que o mesmo compreenda facilmente o contexto e a mensagem que está sendo repassada. Outro meio encontrado para valorizar traços da cultura amazonense para aqueles que a desconhecem, foi a inserção de efeitos e trilhas sonoras característicos da região amazônica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A radionovela "Vítimas do destino" foi produzida no segundo semestre de 2016 no âmbito da disciplina Radiojornalismo II, ministrada pelo professor Hudson Beltrão Júnior. Para a produção da radionovela foi necessário o período de aproximadamente um mês, para que os discentes pudessem realizar a pré-produção, produção e pós-produção do produto. A pré-produção do trabalho durou aproximadamente 6 dias, nesse período teve a escolha da temática a ser dramatizada na radionovela  e após algumas reuniões entre os integrantes do grupo, optou-se em adaptar a música Faroeste Caboclo do cantor e compositor Renato Russo. Por se tratar de uma canção de grande repercussão no Brasil, foi necessário não apenas ouvir a música diversas vezes para entender o enredo da narrativa, assim como assistir ao filme Faroeste Caboclo dirigido por René Sampaio, para então atingir maior compreensão a respeito da temática a ser abordada. Após a escolha do tema a ser tratado na radionovela, foram designadas quais as funções que cada integrante do grupo ficaria responsável, pois enquanto alguns componentes foram selecionados para representar os personagens da trama, outros ficaram na técnica e narração da estória. Depois de finalizada a pré-produção a equipe iniciou a produção da radionovela, que durou aproximadamente 15 dias, no qual teve a escrita do roteiro também conhecido como "esqueleto" e as gravações no estúdio. "Radialistas costumam denominar "esqueleto" o roteiro em tópicos de tudo o que vai entrar no programa: a parte técnica, o ponto em que entra o locutor, cada sonora pré-gravada, externas, músicas de fundo (BG), músicas que tocarão inteiras, vinhetas, comerciais etc." (PRADO, 2006, p.123) Nesse sentido, o roteiro é um guia a ser seguido pelos discentes, facilitando durante as gravações a serem realizadas. Dessa forma, além de criar um roteiro que obedecesse as características específicas do rádio, a equipe também se preocupou em utilizar diversos backgrounds e fazer downloads de recursos de sonoplastia que situassem o receptor ao ambiente e personagens descritos na radionovela. "Os efeitos permitem ao ouvinte ver o que está sendo descrito e a música possibilita ao ouvinte sentir o que se transmite" (FERRARETO, 2001, p.34). Assim, os efeitos sonoros são um suporte da fala, e possibilita maior abrangência sobre as cenas presentes na radionovela. Depois de finalizado a produção do roteiro, foram realizadas as gravações da radionovela, com a participação de todos os componentes do grupo. As gravações foram feitas no laboratório de Radiodifusão da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins, durante o turno vespertino com o auxílio do técnico do laboratório. Cada integrante do grupo recebeu cópia do roteiro da radionovela para que pudesse ser estudado e treinado suas respectivas funções, e, posteriormente, foram feitos ensaios individuais e gerais para que os integrantes ficassem mais entrosados com o texto e com os praticantes da narrativa. Além dos personagens que são componentes do grupo, também houveram participações especiais de discentes oriundos de outras turmas do curso de Jornalismo para compor a radionovela, pois, dessa forma, possibilitou que a narrativa ficasse mais diversificada aos ouvintes da trama. Após a conclusão das gravações, foi iniciada a pós-produção que durou cerca de 9 dias, no qual teve a edição e finalização da radionovela. Vale ressaltar, que durante as décadas de 40 a 50, as radionovelas no Brasil traziam os efeitos sonoros de maneira "manual", pois eram produzidos no próprio estúdio com a ajuda do contra-regra, no qual era responsável em produzir em sons as ações existentes na cena. Conforme lembra Mário Lago (1977): "Que encanto aqueles abrires de portas, simples ou com rangeres sugerindo dobradiças enferrujadas pelo tempo, portas de castelos povoados de fantasmas. Ah, as patas dos cavalos em disparada, a galope, a trote! Dava para se visualizar um sprinter, um disputante de provas de adestramento, a beleza de uma amazona lhe adornando as ancas. E os socos, os tiros, tudo a tempo e a hora." (LAGO,1977, p.77). Contudo, as tecnologias presentes nos dias de hoje facilitaram o processo de produção da radionovela, pois permitem a inserção dos mais variados sons e efeitos sonoros de forma mais ágil, apenas com o auxílio de programas específicos para edição de áudio. O processo de edição e sonorização da radionovela "Vítimas do destino" uma adaptação da música Faroeste Caboclo foi realizada pelo próprio integrante do grupo, no qual se utilizou dos softwares como o Audacity e o Sony Vegas para a produção da narrativa. O Audacity foi utilizado para captar as falas dos personagens da trama, enquanto o Sony Vegas foi empregado para a edição e finalização da radionovela. Além disso, foram realizados downloads de BGs necessários para a composição do produto. Vale ressaltar, que durante esse processo todos os componentes do grupo estiveram unidos, pois assim cada um dava sugestões a respeito de qual BG ou trilha sonora seria melhor empregada na radionovela.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para apresentar o contexto da trama, contracenaram na radionovela  Vítimas do destino o total de 9 atores e 5 participações especiais, que tiveram como propósito dramatizar as cenas descritas no roteiro. A radionovela tem duração de 23 minutos e 35 segundos, distribuídos em locução do narrador, personagens e efeitos de sonoplastia. A radionovela se inicia com o grito da personagem Maria Lúcia, e o recurso de sonoplastia retrospectivo, seguido pelo instrumental da música Faroeste Caboclo para marcar a volta no tempo, daí em diante se inicia a apresentação do produto. A narrativa começa com a história de João de Santo Cristo, um jovem humilde que morava em um bairro periférico da cidade de Parintins (interior do Estado do Amazonas). João era um rapaz que nunca se conformou com a vida que tinha, pois sempre sofreu preconceito por ser pobre e negro. Ainda criança viu de perto o pai ser assassinado a sangue frio por um policial, desde lá só pensava em mudar de cidade e construir uma nova vida. Inconformado com a sua atual situação e decidido a mudá-la, comprou passagem de barco e viajou para Itacoatiara (cidade do estado do Amazonas, localizada a 270 km da capital Manaus). Chegando na cidade, Santo Cristo foi a uma lanchonete próxima ao porto de Itacoatiara e conheceu um fazendeiro chamado Zé Roberto, durante o diálogo, João ganhou uma passagem do fazendeiro e viajou de ônibus para Manaus. Chegando na capital, João conseguiu um emprego de carregador no porto da cidade e logo começou a trabalhar. Nesta cena foram utilizados diferentes recursos sonoros para marcar a transição de cidade, como sons de barco, água, buzina, além de trilhas sonoras para situar os ouvintes a acerca do lugar citado. Durante os finais de semana, Santo Cristo se divertia nas festas da cidade, e ao se arrumar para uma dessas festas, João encontrou o bilhete que o fazendeiro Zé Roberto havia lhe entregado em Itacoatiara, então decide ir ao endereço de Pablo. Ao chegar na residência, o boliviano propõe que João o ajudasse na comercialização de entorpecentes, contudo João não aceita a proposta e prefere continuar trabalhando no porto da cidade. Para a composição desta segunda cena, foram inseridos recurso de sonoplastia de campainha, ambiente e uma trilha sonora marcando a entrada de um novo personagem. Com o passar do tempo, João percebeu que a vida não era como imaginava, e que o dinheiro que ganhava como carregador não dava para pagar as despesas, logo aceita a proposta do boliviano. E ao perceber que a venda de drogas estava dando lucro, João começou a plantar outros tipos de entorpecentes, tornando-se o traficante mais conhecido da região. Porém, em um descuido foi preso em uma emboscada da polícia, e sofreu diversos tipos de violência. Os efeitos sonoros utilizados nestas cenas foram de multidão para situar o ambiente da venda de drogas, suspense para evidenciar o sentimento de revolta que sofreu ao ser violentado, sirene da polícia para situar o momento que João é preso, cela de prisão quando Santo Cristo é liberto. E ainda, passos e chaves para marcar o momento da soltura de João. Ao sair da prisão Santo Cristo voltou a traficar entorpecentes, e com o dinheiro que ganhava passou a gastar nas festas da alta sociedade. Em uma dessas festas João se envolveu em uma briga e conheceu Maria Lúcia, uma jovem rica que morava em um condomínio de luxo localizado no bairro da Ponta Negra (situado na Zona Oeste de Manaus). O recurso sonoro usado na cena descrita foi de movimento de pessoas, batidas de música para situar a festa e sons de objetos quebrando para marcar a briga que João se envolveu por Maria Lúcia. Com o passar do tempo, os dois começaram a namorar, e Santo Cristo deixou de ser traficante a pedido da jovem, mas meses depois após uma briga com Maria, João não compareceu ao trabalho e foi demitido. Devido a isso, Santo Cristo procura novamente Pablo para voltar aos negócios, só que dessa vez o boliviano sugeriu que João vendesse o contrabando de drogas na cidade de Tabatinga (cidade do Amazonas, localizada à margem esquerda do Rio Solimões, e que faz fronteira com a Colômbia e Peru). Para a realização desta cena foram utilizados efeitos sonoros de romance e suspense para marcar as mudanças de fases ocorridas na vida de João. A partir daí os negócios começaram a crescer cada vez mais. E a fama de Santo Cristo, como  o dono do bagulho bom se espalhou pela cidade. Mas, Jeremias Pereira, um rapaz de classe alta e traficante de renome na região soube da concorrência e começou a tramar um plano contra Santo Cristo. Foi então que Pablo presenteou João com uma arma winchester 22 e o deixou em alerta, caso tivesse que usá-la. Para que os ouvintes pudessem se manter situados a respeito da cena, foram inseridos os efeitos de sonoplastia de trilhas de rock, reggae e suspense, além de sons de passos, e engatilho de arma. Após um tempo em Tabatinga, João consegue aumentar os lucros, mas em seguida decide retornar a Manaus para rever Maria Lúcia. Porém, ao chegar lá, ele não a encontra, então uma vizinha conta a ele que Maria se casou com Jeremias Pereira e estava grávida. Revoltado com a situação, Santo Cristo invade a casa de Jeremias, e como não o encontrou, ameaça um de seus comparsas e marca um duelo de armas no bairro Praça 14 de janeiro (situada na zona sul da cidade). Para a realização desta cena foram utilizados efeitos de sonoplastia para formar cenário de suspense, além de batida na porta, barulho de avião e objetos quebrando que registram o momento de maior ação da trama. Já no dia do confronto, milhares de pessoas acompanhavam o duelo, que foi de grande repercussão não só na imprensa local, como também na imprensa nacional. Antes de iniciar o duelo, João intimida Jeremias, mas antes que pudesse fazer algo, o grito de Maria Lúcia o chama a atenção e então Santo Cristo se distrai e é atingido pelas costas por um tiro da arma de Jeremias. Ao perceber que Santo Cristo foi atingido, a jovem tenta socorrê-lo e então entrega a arma que João ganhou de Pablo, a winchester 22. João diz suas últimas palavras e dispara cinco tiros em Jeremias, fazendo com que o bandido caísse morto. E ao ver Santo Cristo morrendo, Maria Lúcia se desespera e logo em seguida pega a arma das mãos de João e se suicida. Nestas últimas cenas foram empregados sons do plantão Globo para a passagem da repórter, duelo velho oeste para destacar o encontro entre Jeremias e João, trilha melancólica para marcar a morte de João e a locução do narrador. Por fim, um efeito de tiro enfatizando o suicídio de Maria Lúcia que marca o fim da radionovela  Vítimas do Destino .</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A radionovela é um gênero do rádio que durante os anos de 1950 a 1960 teve sua época de ouro, trazendo significativas transformações para o veículo radiofônico, pois proporcionou aos locutores um contato mais artístico, e espontâneo, e já para os ouvintes trouxe a possibilidade de entretenimento de forma humorada e reflexiva. Contudo, com o passar dos anos, esse gênero veio perdendo espaço para os demais gêneros radiofônicos e televisivos, como por exemplo, os gêneros do Jornalismo, os quais mantêm como característica principal a objetividade. Nesse sentido, a radionovela "Vítimas do destino" uma adaptação da música Faroeste Caboclo, traz o resgate da Era de Ouro do rádio. A adaptação foi escrita e dramatizada obedecendo a linguagem do cotidiano amazonense, dessa forma, a radionovela trouxe aos ouvintes a oportunidade de conhecer a realidade da Região Norte. Além disso, narra de forma humorada os problemas sociais existentes na atualidade. Portanto, a radionovela foi produzida não apenas para contar uma história já bem conhecida entre os brasileiros, mas também proporcionar reflexões sobre questões relevantes aos ouvintes. Com a produção que durou um mês, a radionovela "Vítimas do destino" trouxe aos discentes do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo da Ufam, campus Parintins, a oportunidade de entrar em contato com um dos gêneros que mais fizeram sucesso da rádio, explorando as potencialidades encenadas por cada um dos integrantes do grupo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">FERRARETO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.<br><br>LAGO, Mário. Bagaço de Beira-estrada. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1977.<br><br>PRADO, Magaly. Produção de rádio: Um manual prático. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006<br><br>_______________. História do Rádio no Brasil. São Paulo: Da Boa Prosa, 2012.<br><br>ZALUAR, Alba. Violência, dinheiro fácil e justiça no Brasil: 1980 - 1995. In: ACSELRAD, Gilberta (org.) Avessos do Prazer: drogas, aids e direitos humanos. Rio de Janeiro: Fiocruz, 2000.<br><br> </td></tr></table></body></html>