ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00106</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Ovelhas Negras</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;clara toledo serafini (Universidade Federal do Amazonas); Grace Soares Costa (Universidade Federal do Amazonas); Isabella de Cássia Lucas Botelho (Universidade Federal do Amazonas); Rayanna Simões e Souza (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ativismo, Diversidade, Moda, Representatividade , Revista</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ovelhas Negras é uma revista elaborada na disciplina de Planejamento Gráfico em Jornalismo, do curso de Comunicação Social  Jornalismo, da UFAM. Tem o intuito de retratar a moda a partir de um conceito completamente diferente do comum, aliando ativismo ao editorial de moda através da visão e representação de grupos que se encontram à margem do padrão imposto e exigido pela sociedade. A revista apresenta um conteúdo dinâmico mesclado entre matérias escritas e dois editoriais de moda, ambos com o objetivo de mostrar a realidade oculta por trás das grandes produções. A produção, desde a escolha de pautas até a diagramação e o editorial fotográfico é de autoria das alunas, com a orientação de uma professora e de uma designer.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As novas mídias digitais, tais como Instagram, Twitter e Facebook, possibilitam uma nova forma de introdução do ativismo e discussão de atividades políticas no âmbito da internet. Segundo Assis Lima (2014), as novas mídias tornam possível aos indivíduos aspectos do ativismo que antes estavam restritos aos membros de organizações centralizadas de debate politico e ativista. Entender essa nova forma de se fazer ativismo interfere diretamente nos processos comunicacionais no que diz respeito as plataformas de divulgação jornalística. O modelo de revista de moda tem mudado ao longo das décadas deixando de ser um agente passivo ao mundo externo em relação a debates políticos e sociais, para se integrar junto a sociedade, acompanhando as mudanças e renovando seu caráter editorial. As campanhas através da rede digital reivindicando mais representatividade nos meios de comunicação tradicionais, fizeram com que os editoriais de revista de moda mudassem seu modo de seleção e olhar estético, privilegiando também rostos marginalizados socialmente. Sendo um fenômeno recente dos processos comunicacionais, as revistas de moda que adotam o ativismo em seu editorial diferem do modelo tradicional que imperou durante décadas no mercado iconográfico. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo da revista é proporcionar visibilidade quanto a diversidade racial e de gênero dentro do ambiente universitário, indo contra o padrão estético clássico utilizado nos editoriais das grandes revistas de moda. Scalzo (2003) afirma que revistas representam épocas. Portanto, é necessário que haja sintonia entre a revista e seu tempo. Atualmente, a sociedade passa por um momento em que o ativismo e a diversidade são peças fundamentais para a comunicação ao mesmo tempo em que o conceito de belo começa a ser questionado e a indústria da moda cede às mudanças e procura inovar. Neste contexto surgiu a Ovelhas Negras: ela busca quebrar padrões estéticos e visuais impostos pela indústria da moda e levar ao conhecimento da comunidade universitária, através de entrevistas, relatos e ensaios fotográficos, a reivindicação de pessoas comuns pelo protagonismo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Nos editoriais de moda, as primeiras analogias feitas correspondem a imagens de mulheres altas, brancas e vestidas com roupas de alta-costura. É raro encontrar capas de revistas que carreguem mulheres comuns, com pouca maquiagem e sem grandes produções, representantes da comunidade LGBT, negros, indígenas e jovens mães. Portanto, foi idealizada a revista Ovelhas Negras, cujo objetivo é trabalhar a questão da diversidade de gênero, racial, religiosa e cultural dentro da universidade. A relevância social da revista Ovelhas negras consiste em trazer tanto para o espaço acadêmico quanto para a sociedade uma discussão acerca dos preconceitos em relação as minorias da sociedade brasileira. Ovelhas Negras é uma revista de moda, mas aborda temas complexos, que geralmente esse gênero não aborda, mostrando por meio de matérias, editorias e ensaios fotográficos, protestos em forma de arte. Felizmente a indústria iconográfica está mudando, mesmo que aos poucos. Os padrões de beleza impostos estão sendo questionados, e as pessoas reais, com corpos reais querem ser reconhecidas, com suas cicatrizes, marcas, histórias e vozes. Por tanto o objetivo do projeto é levar protagonismo, de forma real e crítica, a todos que são e se consideram as ovelhas negras de alguma forma. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto da revista foi elaborado a partir da percepção da pequena representatividade de negros, índios, deficientes, LGBT´s, mulheres comuns e jovens mães na indústria da moda. O público-alvo escolhido foi a própria comunidade acadêmica da UFAM, uma vez que a revista busca representar justamente pessoas comuns afim de causar maior afinidade e interesse no leitor, fazendo-o identificar-se ainda mais com a revista. A produção gráfica, tanto a diagramação quanto a disposição de imagens e tamanho dos textos, foi inspirada nas revistas VOGUE, ELLE, Manequim, Harper´s Bazaar e Senhor. A capa foi produzida com o conceito visual como principal destaque e a fotografia que a ilustra traz nela tudo que a revista busca representar: a diversidade. Por esse motivo, não contém chamadas, comuns na maioria das edições de revistas periódicas. Nesse sentido, a Ovelhas Negras se aproxima da revista Senhor, revista dos anos 60, que tinha o visual e a diagramação como uns dos principais atrativos para a revista e cuja capa não continha chamada, apenas a logo e os colaboradores da edição. Outra referência foi a capa da edição de aniversário da ELLE Brasil, que mostra diversidade por meio da cor e por conta disso tem o mínimo de elementos na capa, justamente por já conter muita informação visual e ser uma outra forma de incitar o leitor por meio dos sentidos. Em Teoria e Prática da Diagramação, Collaro (1996) afirma que:  É importante a análise das cores que imprimirão a capa, levando-se em conta as porcentagens que provocam o contraste, por consequência, a valorização da tipologia das chamadas . Levando isto em consideração, os quatro personagens da capa estão todos vestidos com roupas de cores diversas, o que procura evocar esse sentimento de diversidade e o fundo amarelo alaranjado neutraliza, pois tem o objetivo de dar dimensão e trazer o elemento da intimidade, da proximidade para o leitor. A logo foi criada partindo principalmente da ideia de legibilidade, por isso foi escolhida a família lapidária (bastão), que não tem serifas, e remete a uma tipografia pintada, novamente fazendo referência ao elemento da revista Senhor da arte visual. No decorrer da revista, a estética dos textos varia muito. Novamente, a tipografia e a disposição do texto concordam com o visual. Por exemplo, na matéria Por que o meu cabelo crespo te incomoda tanto?, o texto está disposto de forma que esteja sobre o cabelo das moças que estão na foto da página. Enquanto na matéria LGBT: Resista e não desista foi utilizada uma disposição de texto alinhado mecanicamente à esquerda, que Collaro (1996, p.101) explica sua funcionalidade  Quando nos referimos ao termo mecanicamente, isso significa que houve intervenção do diagramador na concepção do texto. Textos com essa configuração se prestam a publicidade, títulos (...) e é justamente por textos publicitários serem caracterizados pela sua dinamicidade, que esse tipo de disposição foi escolhida, a fim de que a aparência visual fosse o mais jovem e dinâmico possível. Em busca dessa dinamicidade, também toda a revista foi pensada na disposição do texto de forma mais eficaz para que fosse agradável visualmente e concordasse com algumas regras básicas de legibilidade para o público ao qual a revista se destina. Já na matéria A cor da minha pele não é um crime foi escolhido um layout clean e para isso, o branco foi empregado junto as cores preta e vermelha, alternado com as imagens preto e branco e as linhas que têm o papel de dar dinamicidade ao texto, já que é o mais extenso até o momento.  Tudo gira em torno do bom senso. Não existe nada na natureza que seja definido como esteticamente agradável ou desagradável. Todo produto criado pelo homem tem um sentido estético, quer seja consciente ou inconsciente (COLLARO, 1996, P.104) Foram realizados dois ensaios fotográficos para compor o editorial da revista: Celebrar a diversidade e Eu sou a desintegração. Para capturar as fotografias de ambos os ensaios, foi utilizada uma câmera Canon T5, lente 50mm, rebatedor e softbox. As fotografias de Celebrar a diversidade foram realizadas em estúdio pessoal de uma das alunas, no dia 2 de julho de 2017, de 08h a 17h. O ensaio gerou fotos cujos tamanhos variam entre XMB e YMB, se encontram em escala RGB e em formato JPEG. Ao total, foram produzidas cerca de 150 fotos, imagens posteriormente selecionadas e editadas das quais 15 foram selecionadas para compor o editorial da revista, incluindo a foto da capa e das matérias Moda & Inclusão, Eu sou minha e Por que meu cabelo crespo te incomoda tanto?. Já o ensaio Eu sou a desintegração, foi realizado no Mini Campus da UFAM, no dia 4 de julho de 2017, entre 14h e 18h. Para as edições finais de ambos os ensaios, foi utilizado o programa Adobe Photoshop e para o tratamento quanto a coloração, o programa Adobe Lightroom. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A necessidade de compactuar texto e imagem foi importante, levando em conta que a Ovelhas Negras segue linhas editoriais de revistas de moda como a Vogue e a Elle, ambas reconhecidas internacionalmente. A revista possui 48 páginas, incluindo a capa. As primeiras 21 páginas abrigam o conteúdo essencialmente jornalístico, do qual fazem parte seis (6) matérias de cunho opinativo, elaboradas a partir dos relatos pessoais dos entrevistados, sendo elas: " Moda & Inclusão, primeira matéria do editorial, faz uma breve apresentação do conteúdo retratado ao longo da revista; " Por que meu cabelo crespo te incomoda tanto? apresenta relatos de mulheres negras quanto a importância de seus cabelos afros para o empoderamento; " Estudantes sim, mães também dá voz às jovens mães que tentam conciliar a maternidade à vida acadêmica; " LGBT: resista e não desista consiste em relatos de estudantes homossexuais e transgêneros acerca do preconceito no ambiente acadêmico; " A cor da minha pele não é um crime contém relatos de estudantes negros e protestos contra o preconceito racial; " Eu sou minha, última matéria da revista, é uma crônica em formato de poema que tenta ao máximo condensar tudo o que foi dito ao longo da revista. Da forma mais suscita possível tenta convencer o leitor a aceitar suas inseguranças e imperfeições e deixar de lado os padrões impostos pela sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A Ovelhas Negras foi elaborada a partir da relação entre moda e ativismo e da percepção no que se refere a baixa representatividade de certos grupos no veículo de comunicação revista. Durante o período de idealização e elaboração do produto, foi possível não apenas abordar pautas muitas vezes ignoradas pela mídia tradicional, mas também conhecer e expor diferentes realidades de vida e concepções de belo. O processo de seleção dos modelos e dos entrevistados foi uma oportunidade para conhecer a fundo as pessoas com quem iriamos trabalhar e suas respectivas narrativas e de, a cada relato, ter mais vontade de contar suas histórias e proporcionar àquelas pessoas o reconhecimento que elas merecem. O objetivo de dar visibilidade e voz aos grupos sociais excluídos da grande mídia e romper padrões estéticos foi alcançado, possibilitando mostrar pessoas comuns e suas histórias, as quais considera-se relevantes para a sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">COLLARO, Antônio Celso. Produção gráfica: arte e técnica da mídia impressa. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CRAIG, J. Produção Gráfica. São Paulo: Nobel, 1987.<br><br>COLLARO, Antônio Celso. Produção gráfica: teoria e prática da diagramação. São Paulo: Summus Editorial, 1987.<br><br>SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2003.<br><br> </td></tr></table></body></html>