ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #01779f"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00367</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Lutando contra a Mente: a saúde mental em pauta</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Everton Pereira dos Santos (Universidade Federal do Pará); Graziela dos Santos Ferreira (Universidade Federal do Pará); Lorena Cruz Esteves (Universidade Federal do Pará); Célia Regina Trindade Chagas Amorim (Universidade Federal do Pará); Wallace Monteiro de Sousa (Universidade Federal do Pará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #01779f"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Entrevistas, Estudantes, Reportagem, Saúde Mental, Universidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A saúde mental de estudantes da graduação ainda é um assunto pouco discutido no âmbito acadêmico, mas é um aspecto que tem influenciado diretamente na vivência dos alunos em sala de aula. Com isso, a reportagem  Lutando contra a Mente mostra a realidade de universitários que enfrentam transtornos mentais, como depressão e ansiedade, durante a vivência na Universidade. A partir de observação participante, pesquisa bibliográfica, entrevistas, dentre outros métodos, a reportagem foi pensada a fim de ampliar esse debate importante, bem como apresentar alternativas de tratamento e mostrar como a rotina acadêmica pode, muitas vezes, acentuar esses transtornos. Com um importante caráter extensionista, o trabalho visa o debate e a conscientização das pessoas acerca do tema.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os casos de jovens que possuem transtornos mentais vêm ganhando cada vez mais repercussão, seja por meio das redes sociais ou por matérias jornalísticas. Muitos dos protagonistas desses relatos são estudantes do ensino superior, que tiveram a doença agravada ao entrar na Universidade. A pressão com prazos de entrega de trabalhos, o distanciamento de colegas de turma, a falta de sensibilidade, empatia e de apoio familiar contribuem para este agravamento.  Considerando as elevadas expectativas, as demandas inerentes ao mercado de trabalho e as aspirações pelo seu futuro profissional e pessoal, comumente se encontra como resultante uma alta prevalência de problemas psicoafetivos, por vezes desconhecidos. Tal desconhecimento pode levar à desvalorização de determinados sintomas ou mesmo a tratamento equivocado (PADOVANI et al, 2014, p.1). A temática acerca dos transtornos mentais ainda é um tabu. No entanto, é muito importante conscientizar as pessoas e incentivar quem sofre com doenças mentais a procurar tratamento, bem como fazer a sociedade em geral refletir e não tratar os transtornos como pieguice. O jornalismo é uma das ferramentas que ajudam a ampliar essas discussões, principalmente, por meio da reportagem:  Visando atender a necessidade de ampliar os fatos, de colocar para o receptor a compreensão de maior alcance, é que o jornalismo acabou por desenvolver a modalidade de mensagem jornalística batizada de reportagem. É a ampliação do relato simples, raso, para uma dimensão contextual (LIMA, 2008, p.18). Mostrar a realidade dos estudantes que enfrentam transtornos mentais, como depressão e ansiedade, durante a vida acadêmica dentro da Universidade é a proposta da reportagem  Lutando contra a Mente . A motivação para tratar o tema nasce do convívio com pessoas que se encontram nesta situação e a importância em ampliar os debates em relação aos transtornos mentais e seu agravamento com a rotina do ensino superior. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A preocupação com a saúde mental começa a ter destaque na Universidade. No entanto, ainda há preconceitos e estigmas ao se falar sobre o tema, mesmo dentro da Academia. O problema é grave e merece atenção, uma vez que os alunos chegam ao ponto de tentar suicídio. Casos dessa natureza já aconteceram na Universidade Federal do Pará, segundo a psicóloga Adriana Nascimento, uma das entrevistadas da reportagem e que trabalha na Superintendência de Assistência Estudantil da UFPA. Com isso, o objetivo do produto é mostrar relatos de estudantes que convivem com os transtornos, trazendo exemplos de outros países, estados, até chegar à Universidade Federal do Pará. Nesse ambiente, entrevistamos pessoas que lidam com os transtornos mentais diariamente. Nos relatos, a pressão acadêmica, a falta de auxílio da família e a falta de empatia das outras pessoas, são marcas do problema. Essas entrevistas foram feitas com o objetivo de imergir em um mundo não desconhecido, mas invisibilizado pela sociedade.  Ao contrário da espetacularização, a entrevista com finalidade de traçar um perfil humano não provoca gratuitamente, apenas para acentuar o grotesco, para  condenar a pessoa (que estaria pré-condenada) ou para glamorizá-la sensacionalisticamente. Esta é uma entrevista aberta que mergulha no outro para compreender seus conceitos, valores, comportamentos, histórico de vida (MEDINA, 1990, p.18). O trabalho foi produzido durante a disciplina  Documentário em Vídeo Jornalístico e Publicitário , sendo um desdobramento do principal produto feito na disciplina: um documentário construído sobre a mesma temática. Diante disso, uma das premissas da reportagem é despertar a atenção para a situação de alunos que sofrem com problemas psicológicos durante a sua graduação. Além disso, incentivar que mais estudantes possam cuidar de sua saúde mental, a partir dos relatos dos entrevistados, que tornam a matéria mais humana, não apenas centrada em dados. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A motivação para escrever uma reportagem sobre essa temática, surge do alto número de relatos de estudantes que sofrem com algum tipo de doença mental. Muitas vezes, por vergonha e/ou falta de informação, eles acabam evitando procurar auxílio profissional, atitude que pode agravar a enfermidade. No meio acadêmico, algumas pesquisas já comprovam essa realidade, como um levantamento realizado pela Universidade de Berkeley, na Califórnia (EUA). De acordo com o site Conectando Universitários (2017), dos 785 pós-graduandos entrevistados da pós-graduação da Universidade de Berkeley, 47% dos doutorandos e 37% dos mestrandos podem ser classificados como depressivos. Em solo nacional, o assunto ganhou destaque na imprensa quando ocorreu um surto de suicídios na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em abril de 2017. Na ocasião, o jornal Folha de São Paulo informou que, com prevenção e tratamento adequado, os casos poderiam ser evitados. Entretanto, por ainda ter um debate raso, na maioria das vezes, a imprensa mostra a temática da saúde mental quando casos similares ao da USP acontecem. No entanto, não só casos em massa devem despertar a atenção da sociedade como um todo. Por isso, é importante reforçar discursos que contestem a normalidade como o tema é tratado. E por meio da reportagem, o assunto pode ser tratado com a devida atenção, visto que esse tipo de texto jornalístico promove a imersão mais profunda em histórias e fatos.  O principal objetivo de uma reportagem é informar com profundidade e exaustividade, contando uma história. No meio jornalístico ouve-se frequentemente a expressão  uma reportagem é uma notícia vista à lupa . Mas, neste gênero, procura-se ainda que o leitor  viva o acontecimento. Para o conseguir, a reportagem pode abrigar elementos da entrevista, da notícia, da crônica, dos artigos de opinião e de análise (SOUSA, 2001 p. 259). Dessa maneira, a reportagem  Lutando contra a Mente propõe ao leitor uma reflexão sobre a saúde mental dos estudantes universitários e busca desmistificar esse tema, para que a sociedade consiga debatê-lo com a importância necessária. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Dentro da disciplina Documentário em Vídeo Jornalístico e Publicitário, o produto final de avaliação foi um documentário. No entanto, para exaltar a importância do diálogo sobre a saúde mental dentro do âmbito acadêmico, foi proposta a produção de uma reportagem de jornalismo impresso que retratasse o problema e fosse um desdobramento dos casos tratados no documentário. Além disso, a proposta foi, também, de visibilizar a voz dos entrevistados, pois o tema pede que as próprias pessoas que convivem com esses transtornos possam falar como é viver em uma luta contra a própria mente. Sem dúvida, o tema precisa ser mais discutido, afinal é de interesse público, pois qualquer um está propenso a desenvolver algum tipo de transtorno. Por conta disso, o gênero reportagem foi o escolhido para tratar da temática.  Escrever uma reportagem é, antes de mais nada, contar uma história. Esta frase deve ser repetida. Pode ser a história de uma vida, a história de um acontecimento, a história de um lugar, a história de uma viagem. Mas não deixa de ser uma história. Portanto, antes de se fazer uma reportagem, há que ponderar se a história que vai ser contada merece efectivamente ser contada, à luz dos critérios de noticiabilidade (SOUSA, 2001, p. 263) Diante de discussões preliminares sobre o formato e o conteúdo da reportagem - levando em consideração o tema da saúde mental, que já estava sendo produzido em um documentário - o grupo decidiu procurar estudantes que sofressem com os problemas, algo difícil, devido aos estigmas que a sociedade ainda reforça, acerca do tema. O primeiro contato com os possíveis entrevistados se dava por meio de conversas sobre os diagnósticos de cada um. A partir disso, era levantada a possibilidade de se realizar uma entrevista que mostrasse o ponto de vista dos estudantes que tivessem algum tipo de transtorno, visto que eles estariam em seu lugar de fala. A abordagem foi difícil, já que esses estudantes sofrem os estigmas de uma sociedade que ainda precisa de mais informação, para tratar o tema com a devida atenção e respeito. E mesmo que a Academia seja um lugar de aprendizado, a empatia e a compreensão de amigos e professores ainda é um desafio a ser superado. Após esse processo, foram realizados levantamentos sobre a melhor forma de produzir o conteúdo jornalístico, levando em conta as premissas de fazer um texto que mostrasse, de fato, o ponto de vista de um grupo que lida diariamente com transtornos mentais, sem perder de vista as alternativas de tratamento, que também são importantes nesse processo. Após isso, a apuração sobre os transtornos e a vivência dos personagens foi outro importante método. Segundo Silvia Marleth (2017),  no jornalismo, apuração e texto são dois elementos indissociáveis. Não existe boa reportagem sem boa apuração, tampouco sem um texto claro. Portanto, o trabalho do jornalista é sempre composto por essas duas partes e, por melhor que seja uma delas, uma não encobre as falhas da outra (MARLETH, 2017, p. 17-18). Devido a complexidade do tema, primeiro buscou-se compreender melhor os transtornos psicológicos e como eles afetam esses estudantes universitários. Nesse sentido, a pesquisa de Padovani et al. (2014) foi de extrema importância para a produção da reportagem. No processo de construção da reportagem, foram utilizados smartphones para coletar depoimentos dos entrevistados, câmeras cedidas pela Faculdade de Comunicação da UFPA e a colaboração de alunos que, mesmo com receios da exposição dos seus casos, decidiram falar abertamente sobre como é lidar com os transtornos mentais. Essas entrevistas foram importantes tanto para nós, como equipe, quanto para quem ler a reportagem, afinal os relatos carregam as marcas da oralidade de cada um, possibilitando que o leitor entre no mundo que vive cada personagem. Nesse sentido, conforme explica PENA (2008), essa forma de comunicação que deriva a escrita é uma poderosa ferramenta de discurso.  O fato é que os relatos orais são a primeira grande mídia da humanidade. O historiador Peter Burke classifica-os como um meio de comunicação específico e importante, mas que tem recebido pouca atenção da historiografia oficial, apesar da vasta literatura sobre a oralidade. Mesmo muito tempo após a invenção da escrita, a comunicação oral continuou (e continua) poderosa (PENA, 2008, p.3). Após as entrevistas, realizou-se a decupagem dessas sonoras. Em seguida, iniciou-se a produção do texto. Ademais, para humanizar a reportagem, optou-se por privilegiar as falas dos entrevistados. E também, como proposta textual, buscou-se iniciar o texto em um formato de pirâmide mista, com traços de crônica. Essa ideia mostra aos leitores um pouco da vida e das particularidades de quem convive diariamente com depressão, ansiedade e outras doenças. Após redigido o texto, houve revisão geral feita pelas orientadoras, onde elas pontuaram a estrutura textual e sugeriram modificações e desdobramentos. A estrutura visual foi montada e pensada para promover um aspecto leve, mesmo com o tema sendo um pouco pesado. A escolha foi feita para que o leitor seja cativado pelo visual e possa consumir o conteúdo com mais afinco. A diagramação foi realizada com o auxílio de Marcio Novelino, técnico pertencente ao quadro funcional de atividades da Faculdade de Comunicação da UFPA, e também com as orientadoras, Lorena Esteves e Célia Trindade Amorim. Inicialmente pensamos em como fazer a distribuição de todos os elementos (texto, fotos, boxes, olhos, e cores) nas páginas. Esse trabalho inicial foi o norteador no momento da edição gráfica, que foi realizada no software Adobe InDesign CS6. Além do texto, as imagens são de extrema importância para o jornalismo, por isso elas  começam a ser pensadas no início da apuração da pauta (MARLETH, 2017, p. 143). E como optamos por um texto que privilegia, sobretudo, as palavras de cada entrevistado, as fotografias seguem essa linha. E, em cada entrevista, nós registramos as expressões de cada um, por meio das fotos. Elas foram capturadas com a câmera DX NIKKOR 105mm, da Nikon.  A fotografia jornalística é atividade especializada, cujo desempenho envolve conhecimento muito além do manuseio do processo. Trata-se de selecionar e enquadrar elementos semânticos de realidade de modo que, congelados na película fotográfica, transmitam informação jornalística (LAGE, 1999, p. 26). Tanto Jusciane rocha, quanto Rômulo Cardoso e Caio Emmel, demonstravam emoções que precisavam ser retratadas na reportagem, por isso, selecionamos as fotos que mostrassem ao leitor o que eles expressavam. O desânimo de Jusciane diante da difícil rotina Acadêmica, na página 2, a calma de Rômulo ao perceber que seu tratamento está tendo uma evolução, na página 3, e a esperança em dias melhores de Caio Emmel, na página 4. Foram tiradas cerca de 30 fotos de cada um, por isso, precisamos fazer uma escolha sobre qual opção falaria mais aos leitores. As fontes de escrita também foram escolhidas com base em discussões com as orientadoras e o técnico. Assim, optamos por utilizar no corpo do texto a fonte DIN 1451 Std, que variou de tamanho no lead da reportagem, no título e nos intertítulos, que foram pensados para dividir o texto em seções. Já nos olhos, boxes e legenda das fotos, a fonte utilizada foi a DINPro, também com variações de tamanho. As cores predominantes no visual da reportagem são alguns tons de azul configurados em: Boxes: (C=50, M=31, Y=0, K=0); Aspas dos olhos: (C=68, M=0, Y=33, K=0); Borda da legenda das fotos: (C=68, M=0, Y=33, K=0); Título: (53; 25; 4; 0); Corpo do texto: (53; 55; 65; 59); Texto dos boxes: (0; 0; 0; 0). Assim, o visual da reportagem trouxe uma leveza ao texto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com quatro páginas, a reportagem  Lutando contra a Mente fala sobre as particularidades de estudantes universitários que, devido a rotina acadêmica, tiveram os transtornos mentais acentuados. Além disso, ela também apresenta as possibilidades de tratamento dentro da Universidade Federal do Pará, ambiente no qual os estudantes vivem sua rotina. As opiniões dos repórteres e dos entrevistados são de grande importância no conteúdo da reportagem. Para deixar mais claros os posicionamentos no texto, utilizamos frases destacadas, prendendo a atenção do leitor: os olhos.  Outro recurso bastante utilizado para, sutilmente, transmitir opinião, é a escolha dos destaques (também chamados  olhos ) na diagramação de uma entrevista. Ao destacar uma frase do entrevistado, o editor ao mesmo tempo está escolhendo o que a publicação considera importante, uma posição ideológica, por exemplo. O destaque representa, de uma forma ou de outra, o que a própria publicação deseja falar, trata-se de idéias que vêm para salientar pontos de vista da publicação (LONGHI, 2006, p.113). Um texto inicial de três parágrafos inicia a reportagem e situa o leitor sobre o que ele vai encontrar no restante do texto. Embora tenha uma leitura parecida com uma crônica, esses parágrafos não fogem da objetividade. A escolha foi feita pela equipe, a partir do caráter experimental que a reportagem e o assunto pediam. Isso é possível por conta da liberdade que a Universidade propõe aos estudantes, no sentido de experimentar novas coisas. Assim, a equipe pôde pensar sem sofrer pressões externas, como o tempo e a chefia, que poderiam implicar numa perda de qualidade.  Uma reportagem, normalmente, não sofre tanto as pressões do tempo como a notícia e permite uma maior interpretação pessoal do assunto por parte do jornalista. Este pode estudar o tema, procurar informação, contatar fontes e até ensaiar o estilo com alguma calma e ponderação (SOUSA, 2001, p. 260). A reportagem é composta por quatro intertítulos, dois boxes de informações, três frases destacadas (olhos) e 3 fotografias a fim de reunir em um só produto vários tipos de informação visual. No primeiro intertítulo, denominado  Relatos , conhecemos os personagens da matéria e, pouco a pouco, imergimos no contexto em que vivem. Falam dos medos, das vivências, dos receios e da convivência diária com os problemas. Rômulo Cardoso, estudante de jornalismo, de 23 anos; Carla Fonseca, estudante de Ciência Biológicas, de 18 anos; Jusciane Rocha, estudante de Publicidade e Propaganda, de 19 anos e Caio Emmel, calouro de Comunicação Social, de 19 anos. Estes são os protagonistas do texto, que envolve as suas vivências e experiências. A partir disso, vemos o papel da Universidade no intertítulo seguinte, onde a psicóloga Adriana Nascimento fala do trabalho desenvolvido pela instituição, diante dos casos de transtornos. Além disso, ela fala das dificuldades que a própria instituição tem na hora do tratamento desses alunos, que recorrem às clínicas e hospitais universitários. Avançando no texto, no intertítulo  Tratamentos , temos os relatos de tratamento de cada um deles, destacando se fazem (ou não) de forma adequada esses cuidados. Tudo isso é importante para mostrar aos leitores que sofrem do mesmo problema, a como reagir diante de situações semelhantes. Por isso, a premissa de apresentar um possibilidades de tratamento é discutida nessa parte da reportagem. Por último, em  Sobreviventes , vemos as crenças e as falas ditas por quem sofre com os problemas. Crer em dias melhores, não se entregar, ter uma rede de apoio, não desistir, etc. Muitas são as mensagens que os entrevistados deixam no texto, dando força ao caráter extensionista que a reportagem tem. Além disso, trazemos dois boxes de informação. O primeiro conceitua o que são os transtornos mentais por meio de uma linguagem clara e objetiva. O segundo box, traz alguns números estatísticos da relação dos transtornos mentais com os estudantes. As cores e o encadeamento de elementos da reportagem foram pensados com vistas ao prazer na leitura. Optamos por cores neutras, a utilização de diversos recursos gráficos e um texto de linguagem mais objetiva. Após o resultado final, recebemos o convite de publicar a reportagem na próxima edição do jornal-laboratório da Faculdade de Comunicação da UFPA, o Primeiras Linhas, que abarca produções de alunos com um caráter livre e expõe a produção dos discentes da faculdade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A reportagem é uma iniciativa que busca visibilizar aspectos que, durante muito tempo, foram ignorados e se tornaram motivo de preconceito por parte das pessoas, amigos e familiares de vítimas. Por isso, optou-se, como desdobramento de um documentário, a produção de uma reportagem de jornalismo impresso que tem na sua essência, a imersão na vida de alguns estudantes. Lutar contra a própria mente no cotidiano é, sem dúvida, motivo de atenção a toda a sociedade. As pessoas precisam compreender e auxiliar quem sofre com os transtornos. O apoio familiar e dos amigos é a principal possibilidade de resgate de quem sofre de ansiedade, depressão, bipolaridade, e outras doenças. Provocar essa reflexão à respeito do nosso papel, enquanto sociedade, é a principal premissa da reportagem. Devido a isso, é imprescindível que reflitamos sobre o nosso dever enquanto amigos, familiares e pessoas comuns, no tratamento desses transtornos. Assim, as taxas de desistência de vagas nas universidades, tentativas de suicídios, e outros problemas, podem diminuir. Conscientização é a marca da reportagem  Lutando contra a Mente . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #01779f"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">GUARACY, T. Escreva bem em jornalismo: como informar bem na imprensa, na internet e na comunicação corporativa. São Paulo: País do Futuro, 2012. <br><br>LAGE, Nilson. Linguagem Jornalística. São Paulo: Ática, 1999. <br><br>LIMA, Edvaldo Pereira. O que é livro-reportagem. 1ªed. São Paulo: Coleção Primeiros Passos, 1993.<br><br>LONGHI, Raquel. Opinião e diagramação. Estudos em Jornalismo e Mídia, v. 3, n. 1, p. 115-124, 2006.<br><br>MARLETH, Silvia. Técnicas de redação e edição na imprensa. Curitiba: Intersaberes, 2017.<br><br>MEDINA, Cremilda. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ed. Ática, 1990.<br><br>PADOVANI, ET AL. Vulnerabilidade e bem-estar psicológicos do estudante universitário. Revista Brasileira de Terapias Cognitivas. vol.10 no.1 Rio de Janeiro jun. 2014. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-56872014000100 002. Acesso em 30 de Janeiro de 2018. <br><br>PENA, Felipe. O jornalismo literário como gênero e conceito&#8203;. Contracampo (UFF), v.17, p. 43-58, 2007. <br><br>SODRÉ, M.; FERRARI, M.A. Técnica de reportagem. São Paulo: Summus, 1986.<br><br>SOUSA, Jorge Pedro. Elementos de jornalismo impresso&#8203;. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2005. <br><br> </td></tr></table></body></html>