ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00006</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT10</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Periferia em Foco: experiências de uma comunicação popular integrada na periferia de Belém</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Wellington Luiz da Silva Frazão (Faculdade Estácio do Pará); Diogo Silva Miranda de Miranda (Estácio Fap)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Em agosto de 2016, foi criada uma página no Facebook com o objetivo de mostrar para a sociedade paraense uma outra imagem da periferia. O projeto nasceu por conta de uma insatisfação de ver o bairro da Cabanagem retratado nos conglomerados da grande mídia (televisão, rádio, portal de notícias e jornal impresso), em discursos hegemônicos, somente como um local de pobreza, crimes e mazelas sociais. Diante dessa visão negativa, a página Periferia em Foco (http://www.facebook.com/periferiaemfocoamazonia/) surge com o objetivo de mostrar o lado bom da periferia e, ao longo de dois anos (2016 a 2018), vem buscando desmistificar o estigma preconceituoso criado e fomentado pelos veículos de comunicação local a respeito dessas áreas. Este trabalho é reflexo de minha própria atuação como morador e agente da periferia, pois essa realidade me incomodava desde o início: de ver somente o lado negativo e marginalizado por algumas redes comunicacionais do Estado do Pará, mostrando mais o  lado ruim do que o lado bom dessas áreas. Observando a presença massiva dos moradores do bairro nas redes sociais e, por conta dos fatos apresentados acima, foi de extrema importância a criação da página, para divulgar diversas iniciativas inovadoras e inventivas das comunidades. As produções audiovisuais em Belém nas redes sociais têm sido bastante expressivas nos últimos anos, principalmente por conta das novas tecnologias de acordo com a afirmação de Ivânia Neves, no texto EtniCidades: os 400 anos de Belém e a presença indígena (2015), onde aponta que entre 1966 e 2016, as  novas tecnologias da informação transformaram significativamente o panorama global da comunicação na cidade, com suas contradições, insere-se neste novo espaço de produção de sentido. Nesse contexto, destacamos as inúmeras páginas e perfis pessoais do Facebook que tem trazido as diferentes realidades dos bairros que estão à margem da cidade de Belém para um lugar de destaque na sociedade. Diante desse panorama, o Periferia em Foco também vem ocupar esse ciberespaço com diversas produções audiovisuais que enaltecem aspectos positivos dos bairros populares da grande Belém. Ao longo do tempo, o projeto vem realizando algumas transformações, criando alguns quadros, como: 1) web série Heróis da Periferia, uma série que mostra a história de pessoas comuns que moram nas periferias da região metropolitana de Belém e vivem no anonimato, mas que de alguma forma fazem o diferencial no local onde moram, mostramos os feirantes, motorista de ônibus, os professores e da comunidade em geral; 2) Uma dessas iniciativas que o Periferia em Foco divulgou foi o ProgrAmazonas, um projeto do Laboratório de Fabricação (Fab Lab Belém), que consiste em cursos de programação em Python, Arduino e Web Design exclusivo para meninas do Ensino Médio. Além disso, as alunas de Web Design ao final do curso tem como atividades a construção de sites para organizações locais que abordem temáticas de gênero, ambientais e raciais. e também 3) o projeto Música na Esquina, uma possiblidade de atuação no offline, com intuito principal de levar música instrumental além dos muros da Escola de Música Cristo Redentor, para mais próximo possível da comunidade. As apresentações vão do popular ao erudito e são realizadas nas esquinas do bairro da Cabanagem. A Escola de Música é mantida pela Sociedade Beneficente e Cooperativista Cristo Redentor, Instituição que desenvolver diversos projetos sociais voltados as famílias do bairro, desde a década de 1970. Como resultado positivo desses esforços e da justificativa social para a realização de projetos como esse, em 2017, o Periferia em Foco foi convidado para participar do Primeiro Encontro Nacional de Comunicação das Periferias, na Cidade do Rio de Janeiro, na favela da Maré, que contou com a presença de 70 comunicadores populares de diversas partes do país. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto é todo desenvolvido e pautado na comunicação popular, comunitária e alternativa. A comunicação comunitária surgiu a partir do pensamento do teórico Paulo Freire que, embora tenha trabalhado na área da educação, suas ideias contribuíram muito na formulação de conceitos e nas práticas de comunicação popular e alternativa, em suas diversas teorias já tratava da sua importância. Nilson Lage, no texto  Comunicação comunitária: conceito e fundamentação teórica (2018), argumenta a partir da obra  extensão ou comunicação de Freire, a respeito da relação dialógica e a coparticipação dos sujeitos no processo de comunicar. Ao longo de toda a sua obra, Freire procura ainda compreender o processo de comunicação como uma relação social e política, que se estabelece pelo conhecimento, pela lógica, pela história e, por fim, mas não menos importante, pelo diálogo. Lage (2018), ainda indica que a relação dialógica, para Paulo Freire, é fundamental para que ocorra qualquer ato de conhecimento, já que, para esse teórico, o sujeito não pode pensar sozinho, isto é, depende da coparticipação do outro e é nessa coparticipação que acontece o processo de comunicação. Nesse sentido, o Periferia em Foco, trabalha a comunicação popular com os moradores das comunidades, permitindo que eles (as), narrem suas histórias, pois ninguém melhor que os moradores que convivem no dia a dia da periferia, para falar do outro lado da vida que pulsa nessas localidades. Os conteúdos são produzidos em celulares pensando ser uma mídia móvel possível de produzir um bom conteúdo audiovisual, com mobilidade, acessibilidade, ubiquidade, compartilhamento e convergência, conforme afirma Mercicleide Ramos, no texto  Produção audiovisual em dispositivos móveis: uma proposta pedagógica na sociedade da Cultura da Conexão (2016). A maneira como o público se relaciona com o audiovisual tem sofrido significativas mudanças graças às possibilidades abertas pelos meios digitais que reconfiguram as práticas interacionais nos textos audiovisuais e inauguram novas formas de comunicar, segundo Ramos (2016). Caracterizada por iniciativas coletivas ou através de movimentos e organizações populares e periféricas, a comunicação popular, alternativa e comunitária, é expressão das lutas populares por melhores condições de vida, a partir dos movimentos populares e, representam um espaço para participação democrática do  povo , tendo-o como protagonista e gerador principal, como por exemplo, na produção ou na apresentação de programas nas rádios comunitárias. Cecilia Peruzzo, no texto  Conceitos de comunicação popular, alternativa e comunitária revisitados e as reelaborações no setor (2009), refere-se como uma comunicação libertadora e transformadora. O projeto vem justamente com a missão de fazer com que o povo se sinta representado e visto nas diversas pautas abordadas nas redes socias ou nas ações desenvolvidas. As pautas são direcionadas para iniciativas que possam de alguma maneira promover a valorização da periferia, as sugestões de matérias chegam vezes via redes sociais do projeto e também por indicação de amigos próximos dos componentes da página. Em média é gravado um vídeo por semana e, é postado na fanpage. A edição das produções é feita com o auxílio do programa de edição Vegas pro 15, o material é produzido em Full HD (1920 x 1080 pixels), com uma taxa de 30 quadros ou 60 quadros por segundo. O áudio é estéreo e com taxa de amostragem de 48.000Hz. O trabalho faz uma contra narrativa dos veículos de comunicação tradicionais, mostrando que a periferia vai além de um espaço de carência de diversos serviços do poder público, mas que mesmo convivendo com todas essas problemáticas, ainda sim, é um celeiro de talentos onde pulsa o coração da cidade como em qualquer outro lugar.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por muitos anos a periferia foi narrada apenas como  [...] um lugar de exclusão, dominado pelas carências, violências, pelo tráfico de drogas, criminalidade e pobreza , afirma Alda Silveira, no texto Midiatização da periferia: a mudança do discurso jornalístico na revista Veja (2016). Porém, a partir dos anos 1990, a periferia começou a ser vista, também, como um mercado de consumo muito forte através de diversos movimentos que despontaram em todo o país, como o hip hop, os Mc s e etc. As produções audiovisuais por meio das novas tecnologias e os pequenos e discretos dispositivos móveis (tablet, notebook, netbook, celular, Iphone) estão presentes nos mais diversos espaços e juntos favorecem pesquisas a diversos conteúdos, afirma Ramos (2016). Diante disso, nas periferias, as pessoas estão mostrando o seu local, pessoas próximas e, é muito bom ver as pessoas contando suas próprias histórias, alimentando a autoestima e estimulando o desenvolvimento da cidadania. Monteiro de Castro, no texto  Novas tecnologias adentram a periferia (2007), afirma esperar que se crie uma nova linguagem de cinema, própria desses espaços que começam a buscar alternativas de como fazer, mesmo sem muitos recursos, acaba se criando uma linguagem própria. Nesse contexto destacamos as inúmeras páginas e perfis pessoais do Facebook, que tem trazido as diferentes realidades dos bairros que estão à margem da cidade de Belém para um lugar de destaque na sociedade. O Periferia em Foco, divulga as boas práticas da periferia no ciberespaço do projeto por meio de vídeos, textos, flyers e também compartilha publicação de outras fanpage que tem um conteúdo voltado para a comunicação popular. As publicações da página, tem tido um maior engajamento com o público feminino, de 25 a 34 anos. Em números, os fãs do projeto nas redes sociais no Brasil são de 1.915, seguido de seis em Portugal, dois na Guiana Francesa, dois na Itália, um na Bolívia, um na Suíça, um no Reino Unido e um no Suriname. Os vídeos tem uma média de visualização ao mês de mil e oitocentas minutos e duas mil e novecentas visualizações de vídeo por no mínimo três segundos. Em dezembro de 2018, o projeto publicou um artigo sobre o bairro da Cabanagem, na revista Periferias (http://revistaperiferias.org/materia/democracia-e-a-cabanagem/), que foi lançada em maio de 2018, dentro da programação do Encontro Latino Americano de Comunicadores Periféricos que o Periferia em Foco participou, na Cidade do Rio de Janeiro. A revista é uma publicação em formato digital, com periodicidade semestral e está disponível em quatro idiomas: Português, Inglês, Espanhol e Francês. O pedido da matéria se deu, por conta do projeto retratar constantemente o bairro e, isso gerou uma curiosidade para além da fronteira do Estado do Pará. A revista aborda conexões dos territórios populares e do mundo inteiro e, tem como objetivo aproximar pesquisadores, ativistas sociais e artistas de periferias interessados em partilhar experiências múltiplas dos territórios populares e periféricos globais. Nessa publicação, teve a colaboração do Prof. Dr. Aiala Colares, da Universidade do Estado do Pará (UEPA). Na matéria tem informações da ocupação da Cabanagem, de como nasceu as periferias de Belém na década de 1990 e, o que é o coletivo de Comunicação Popular Periferia em Foco etc. O Periferia em Foco vem exercendo, ao longo de seus dois anos de atuação, um importante papel na periferia de Belém, dando visibilidade a projetos organizados pelas comunidades situadas nas bordas de Belém. Além do trabalho jornalístico em redes sociais, integra a Agência de Narrativas das periferias do Instituto Maria e João Aleixo (IMJA), rede voltada para a produção Jornalística e publicidade afirmativa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>