ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00011</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Documentário - Casa Miga</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Meirylene Monteiro da Silva (Centro Universitário do Norte - Uninorte); Sara da Silva Araújo (Centro Universitário do Norte - Uninorte); Manoela Mendes Moura (Centro Universitário do Norte - Uninorte)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objeto de estudo deste documentário é o primeiro abrigo para refugiados LGBTI do Brasil, que fica localizado na Zona Centro-Sul de Manaus. O abrigo é coordenado pela Associação Manifesta LGBT+ com o apoio do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) - a agência da ONU com foco no trabalho para auxilio de refugiados -, dentre outros parceiros pontuais, e muitas doações. Em Manaus os abrigos públicos existentes, recebem pessoas que, de modo geral, correm algum risco de vida eminente. Essas pessoas são encaminhadas aos abrigos por meio de decisões judiciais, de acordo com a Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC). Entretanto, o jovem Gabriel Mota notou um número crescente entre amigos e conhecidos, de lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais (LGBTI) que, ao se assumirem, são expulsas de casa e não tem pra onde ir, nem possuem como recorrer a ajuda do estado e/ou prefeitura, já que não existem abrigos públicos que atendam a esse cenário. Foi pensando nisso que o jovem convocou amigos e conhecidos, através de suas redes sociais, para a criação de um movimento que viabilizasse a fundação de uma casa de abrigo com foco em LGBTs que são expulsos por suas famílias e não possuem recursos para bancar um lugar ou outras opções de moradias. E assim surgiu a Associação Manifesta LGBT+. Uma vez que foram identificados as pessoas com o objetivo similar da construção desse abrigo, esses jovens começaram a realizar ações e eventos para arrecadarem o dinheiro necessário para o projeto. Visto que após algumas tentativas de dialogo com o governo do estado, através da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (SEJUSC), ficou claro que esses jovens estavam por conta própria e dependentes de doações de terceiros. Entretanto, enquanto esse grupo se articulava em Manaus, os vizinhos Venezuelanos enfrentavam uma crise de estado cada dia mais grave. Crise essa que colaborou na migração de milhares de cidadãos venezuelanos. Por conta da proximidade geográfica, Manaus passou a receber dezenas e dezenas de Venezuelanos diariamente, uma média de 80 por dia, de acordo com dados da Polícia Federal. Muitos moravam nas ruas, em frente a rodoviária da cidade. E aos poucos, a prefeitura, em parceria com algumas associações religiosas, trabalhava para retirar essas pessoas das ruas e redireciona-las a abrigos. Mas mesmo em meio a uma crise como essa, ainda existem muitos relatos de preconceito e intolerância. E foi então que surgiu uma nova problemática. Nesses abrigos, os refugiados LGBT passaram a ser perseguidos, atacados e ameaçados verbal e psicologicamente pelos outros refugiados. E então, esses abrigos já não eram mais seguros para essas pessoas. Foi justamente nesse momento que o trabalho dos voluntários da ACNUR cruzou com o trabalho dos voluntários do Manifesta LGBT+. Os voluntários do Manifesta estavam arrecadando dinheiro para criar uma casa de refugio e os voluntários da ACNUR começaram a perceber que os refugiados LGBTI+ precisavam de um abrigo exclusivo, para sua própria segurança. A partir disso, nasceu uma nova parceria entre o Manifesta e a ACNUR, onde a agência da ONU contribuiu com a ajuda financeira para mobiliar a casa que veio a ser alugada com o dinheiros dos eventos de arrecadação promovidos pelos jovens do Manifesta. E assim foi fundada a Casa Miga. O objetivo deste documentário é promover o trabalho dessa organização, funcionando como um ferramenta de divulgação e propagação deste trabalho. Para isso os objetivos específicos ficaram estabelecidos: humanizar a situação-problema através dos relatos de pessoas que viveram a necessidade desse abrigo; apresentar as ações da casa, de modo a exemplificar a importância do trabalho exercido; através de depoimentos mostrar a real necessidade de ações de cidadania mais eficazes. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Apesar do vasto material jornalistico que mostra um aumento no número de jovens LGBTI expulsos de casa, através de depoimentos reais, não localizamos nenhuma pesquisa quantitativa que mostre os números desses jovens expulsos. Como nós apresentamos no documentário depoimentos de pessoas que foram expulsas de casa, tomamos como base, tantas pesquisas que mostram o cenário de violência frente a esta comunidade, para exemplificar o perigo que é, para um LGBTI, morar no Brasil que dirá morar nas ruas. Uma dessas pesquisas foi realizada pelo Instituto Data Popular, uma entidade privada de consultoria, que informou ter ouvido 1.264 pessoas em todas as regiões brasileiras, no primeiro trimestre de 2013, cerca de 38% das pessoas não aceitariam ter um filho homossexual. Já de acordo com os dados da ONG Internacional Human Rights, divulgados em janeiro de 2018, apenas no primeiro semestre de 2017 a Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos receberam 725 denuncias de violência, discriminação e outros abusos contra a população LGBTI. Temos ainda, os números de um levantamento realizado pelo Grupo Gay da Bahia que revelam que no ano de 2017, em média, um LGBT era vítima de algum crime a cada 19 horas. Mas o pior cenário é a baixa expectativa de vida da população transexual no Brasil, onde a média de vida chega tão somente a 35 anos de idade. De acordo com a própria Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc), o governo do estado somente possui abrigos para menores de idade, que são encaminhados até eles por meio de decisões judiciais. Já a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), informou que realiza o atendimento do público LGBTI encaminhando para o Centro de Referência de Assistência Social (Cras), caso precisem receber os benefícios socioassistenciais, ou ao Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas), quando há violações de direitos, além da emissão de documentos e encaminhamentos para saúde. O Departamento de Direitos Humanos (DDH) da Semasc, também trabalha com a visibilidade social e valorização do público LGBTI, além da luta constante contra a homofobia. Ambas as secretárias, informaram que não possuem abrigos públicos para receber pessoas expulsas de casa. De acordo com a Secretaria Municipal da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), a prefeitura municipal gerencia três espaços de acolhimento provisório. Atualmente 761 venezuelanos indígenas e não indígenas estão acolhidos nos espaços, administrados.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A idealização deste documentário surgiu a partir de um trabalho interdisciplinar, ministrado em sala de aula, no segundo semestre de 2018, pela Profª Msc. Manoela Mendes, responsável pelas disciplinas de Documentário Em Vídeo e Organizações Sociais e Projetos de Cidadania. No livro Introdução ao Documentário (NICHOLS, 2005, p. 75), o autor explica que todo filme pode ser considerado um documentário, pois coloca-se em evidência a cultura que o produz, partindo da realidade da mesma. Sob este aspecto, os filmes podem se dividir em duas grandes categorias: documentários de representação social (denominados não-ficção) e documentários de satisfação de desejos (denominados ficção). O autor falar ainda, sobre os modos de produção de um documentário. Para este documentário, trabalhamos com o conceito de modo reflexivo, que busca produzir o documentário mostrando exatamente aquilo que a realidade é, uma representação.  O modo reflexivo preocupa-se com o processo de negociação entre cineasta e espectador, indagando as responsabilidades e conseqüências da produção do documentário para cineasta, atores sociais e públicos. (NICHOLS, 2005, p.166) Para termos um entendimento maior acerca dos planos ideais e até mesmo do tato com o qual poderíamos abordar o tema, assistimos alguns documentários que serviram como inspiração, sendo eles: Paris is Burning e Oriented. No livro Como fazer Documentários (LUCENA, 2012, p.40), o autor retrata a importância do roteiro na produção de um documentário. Durante o texto o autor menciona uma explicação do professor Bruce Olsen, que tomamos como base para a construção do nosso roteiro, ele fala sobre a importância de uma estrutura clara de início, meio e fim, explicando "O início é o ponto de seu trabalho antes do qual nada precisa ser dito. O final é o ponto além do qual nada mais precisa ser dito. E o meio corre entre os dois." Construímos o roteiro onde no início, fazemos a abertura com trechos de reportagens que introduzem o cenário a ser abordado. Então mostramos os depoimentos dos coordenadores da Associação Manifesta LGBT+ contando o momento em que surgiu a inquietação que motivou as ações para a construção de um abrigo LGBT+. No meio mostramos a maneira como a história dessa associação caminha para cruzar com a problemática da Venezuela que trouxe milhares de refugiados para Manaus. E por fim, encerramos mostrando ao público a importância do trabalho que vem sendo realizado pela Casa Miga. Os únicos ponto que não conseguimos trabalhar, em relação ao roteiro inicial, foram os depoimentos de representantes da Acnur e também o acompanhamento das atividades de capacitação profissional que ocorrem dentro da casa. Esses dois pontos não foram realizados por incompatibilidade de cronograma. Com o apoio da Central Multimídia da Uninorte, usamos de duas handcam, um lápela e um especialista-técnico para realizar as filmagens que ocorreram no próprio abrigo. Todo o roteiro de produção, bem como as filmagens, foram realizados pela própria equipe. Quanto a edição, ficou por parte de um dos profissionais da Central de Multimídia. Quando a professora solicitou esse trabalho, estávamos trabalhando com o livro Direitos Humanos e Cidadania (DALLARI, 2004) onde o autor comenta que Direitos Humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana, que lhe permitem existir, desenvolver-se e participar plenamente da vida. O autor explica ainda, que não pode haver coisa mais valiosa, do que um ser humano. Por isso a defesa dos direitos humanos se dá tamanha importância. A partir deste conceito já temos designada a importância de se trabalhar com um tema como o desse documentário. Pois em meio a tantos cenários de intolerância, é importante que essa nova geração de jornalistas saiba respeitar as histórias que ferem os direitos humanos e entendem a importância de seu papel, enquanto comunicador.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>