ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00038</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Até que a morte nos separe</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Carolina Guerra Monteiro (Universidade federal do Amazonas); Maria Luiza da Silva Dacio (Universidade federal do Amazonas); Carlos Alberto Correa DIAS (Universidade federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este relatório aborda o processo de produção, dados técnicos e objetivos do trabalho referente a fotografia artística escolhida. Intitulada de "Até que a morte nos separe", a imagem representa um tema extremamente importante na sociedade que é a violência contra a mulher, com enfoque nos relacionamentos abusivos. O produto (fotografia) foi pensado e produzido pelas alunas de Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Carolina Guerra Monteiro, Maria Luiza da Silva Dacio, sob orientação do professor Carlos Alberto Correa Dias, em 2018. Com a fotografia, pretendeu-se trazer à tona reflexões a respeito de relacionamentos abusivos e a violência contra mulher. E, pelo fato de a fotografia possuir poder de transmitir emoções através das imagens, possibilitando infinitas percepções, decidimos escolher esse modo, para que bem pudesse representar o tema escolhido em apenas uma imagem. Os traços, ângulos, composições e expressões presentes possibilitam no expectador expressões a respeito de o que é exibido, permitindo-o refletir, sentir e, de certa forma, imergi-lo no contexto, trazendo a total atenção para o tema, e o que se deseja extrair dele. A proposta surgiu pela pertinência de se falar sobre esse tema que é tão recorrente, e também pelos infelizes e alarmantes dados desses casos de violência. Além de se ter o conhecimento de que o Brasil é o 5º país no mundo que mais mata mulheres, buscou-se também a realidade desses dados, voltados para a região Norte, mais especificamente, no Estado do Amazonas. Os resultados foram obtidos através do contato com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), de 2017 a Janeiro de 2019: Natureza 2017 2018 Jan/2019 Ameaça 13.855 13.597 1.204 Roubo 24.065 19.987 1.723 Furto 14.135 13.337 1.049 Lesão corporal dolosa 5.397 4.418 394 Violência doméstica 16.457 22.653 1.270 Vias de fato 5.381 3.929 384 Estelionato 1.388 1.130 106 Estupro 943 722 18 Maus-Tratos 345 306 16 Homicídio doloso 58 66 2 Outras ocorrências 37.458 46.598 3.561 Total Geral 124.773 112.465 9.272 Fonte: Sistema Integrado de Segurança Pública (Sisp). O título traz uma "promessa de amor" muito conhecida, de cunho religioso cristão, que a princípio representa o casamento, a união. Mas, nesse contexto, estende-se a uma outra configuração. "Até que a morte nos separe" nos revela uma outra perspectiva sobre as relações ditas amorosas. Traz a reflexão para relacionamentos abusivos em situações que, geralmente, são imperceptíveis para a vítima, que podem resultar na pior das hipóteses, como sugere o título. A fotografia foi criada em cima de situações machistas que ocorrem com muita frequência em ambientes noturnos (casa de shows, bares e etc...). O homem em uma posição atrás da mulher e segurando-a com o braço no peito, é um desses casos. Na imagem, o braço do personagem está muito mais firme e ligado a ideia de aprisionamento e sufoco da parceira de forma implícita. O celular em desfoque, que estaria "registrando" o momento, representa a "modernidade" do contexto. O homem voltado para o celular, de olhar malicioso e cruel, enquanto a mulher olha diretamente para a câmera, claramente desconfortável, sugere uma proposta de interação. Como se a expressão da personagem, conversasse diretamente com o receptor da imagem. O objetivo de "Até que a morte nos separe" não é somente de trazer reflexão sobre o assunto, mas, principalmente, a imersão. Nos faz participar, através da fotografia, de uma situação que, talvez, passasse despercebida por nós todos os dias. Instiga a percepção de um pedido de socorro silencioso; seja de alguma mulher da família, amiga, ou alguma desconhecida em um bar. Tudo foi pensado de forma cautelosa e estratégica para despertar a atenção, sensibilidade e empatia para com o tema e as situações presentes no cotidiano. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">'Até que a morte nos separe é uma imagem que tem por objetivo expor a angústia vivida pelas mulheres que sofrem de violência, dentro de relacionamentos abusivos. A temática veio à tona pelo coletivo ser formado por mulheres que acreditam na necessidade de tal assunto ser tratado e retratado. O grupo obteve embasamento teórico por uma pesquisa documental. A partir daí, houve a leitura de autores como Martins (2016) no artigo intitulado "Narrativas sobre relacionamentos abusivos", onde a autora traz a realidade dos relacionamentos abusivos e explica o alto índice de debates com o apogeu das redes sociais, e como estas podem ser ferramentas para pressão e abuso -como retrata a imagem aqui defendida-, mas, lembra que muitas mulheres têm encontrado nos meios de comunicação a voz que anteriormente era silenciada. O trabalho foi embasado ainda em artigos como: "A permanência de Mulheres em relacionamentos abusivos" de Ingrid Raphaelle e Sheila Fernandes e "Feridas que não se curam: A violência cometida à mulher pelo companheiro" de Shannon Thomas. A fotografia foi feita com mãos livres, sem monopé ou tripé e sempre objetivando se posicionar como 'olhar do espectador', visando inserir quem vê/analisa a imagem de forma mais real, exercendo assim, o objetivo experimental do projeto. Em 'Cura do abuso oculto: uma viagem através das fases de recuperação' (Healing from hidden abuse, 2016), Shannon Thomas salienta que a natureza críptica do abuso psicológico envolve jogos mentais repetitivos praticados por um indivíduo ou por um grupo de pessoas. "O abuso psicológico não deixa hematomas. Não há ossos quebrados. Não há buracos nas paredes. As contusões, quebrantamento e buracos são mantidos firmemente dentro do alvo do abuso", diz. Tais abusos psicológicos, e a verdade maquiada através das mídias sociais expõe a vítima a esforços dolorosos motivados à constante necessidade de exibir um relacionamento que, muitas vezes, é baseado em esperanças fantasiosas. Logo, os traços, ângulos, olhares, posições, luz e expressões dos atores foram levados em consideração para a escolha arte fotográfica que representasse melhor o assunto abordado e para que viabilizasse ao espectador uma possível empatia em relação aos sentimentos exibidos e partir destes elementos. Segundo Mattes e Rocha (2016), no texto "ADOLESCENTES E OS RELACIONAMENTOS ABUSIVOS: A TENDÊNCIA A SE CONCRETIZAR EM CASOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A MULHER", "Mesmo sofrendo violência contínua, grande parte das mulheres continuam com a relação abusiva durante um tempo devido ao sentimento de esperança que possuem, no intuito de que seus parceiros irão mudar e acreditando ser uma situação transitória e não internalizada em sua personalidade." Para muitas mulheres ainda, os resultados psicológicos são ainda mais assustadores. Marques afirma que mesmo as vítimas não se considerando merecedoras de tais agressões, estas as suportavam, na tentativa frustrada, de consertar o relacionamento (MARQUES, 2005, p. 256). Para Rosilene Santiago e Maria Thereza Coelho, pesquisadoras da Universidade Federal da Bahia a violência contra a mulher é considerada um problema de Estado, na medida em que o ato violento constitui uma violação dos direitos humanos. Com o advento da informação vem nascendo e se desenvolvendo uma geração de mulheres conscientes de seu papel na sociedade, levando-as à busca de espaços ainda maiores para discussão e obtendo mais voz perante à sociedade. Prova disso foi uma conquista histórica, ocorrida para as mulheres do nosso país, no último dia 18 de março. Através de seu Conselho Federal, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que não irá receber inscrição nos seus quadros de bacharéis em direito que tenha agredido mulheres, idosos, crianças, adolescentes e pessoas com deficiência física e mental. Salientar este ocorrido e pensar com perspectivas positivas diante a um tema tão difícil de se defender, é exercer inovação. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No mês de maio de 2018, aconteceu a produção do objeto deste trabalho, a fotografia artística " Até que a morte nos os separe", que faz referência metafórica aos casos de mulheres que sofrem relacionamentos abusivos. Feita em modo de exposição manual, o produto artístico e sua técnica digital foi executada a partir das seguintes características: A câmera utilizada foi uma Canon EOS Rebel T6i, com a lente de 50mm (em função da iluminação do local), em ISO-400, abertura do diafragma f/1.8 e tempo de exposição 1/100s, no formato RAW. A técnica de desfoque do fundo (bokeh), foi para evidenciar o assunto principal da imagem que está em primeiro plano, a relação afetiva abusiva vivida pela mulher, que é a vítima em questão. O enquadramento da imagem foi propositalmente pensado para mostrar o momento que o companheiro da mulher está tirando uma selfie (autoretrato digital), implicitamente utilizando o celular dela, e com o braço ao redor do pescoço da vítima, de modo que demonstre o caráter possessivo e o poder que ele sente ter sobre a mesma. A angulação utilizada foi a normal, caracterizada por estar no nível dos olhos da fotógrafa, linear ao olhar da mulher dando um sublime foco a ele. O primeiro plano utilizado (PP) expõe a situação, auxiliando também na interpretação do espectador dentro da fotografia. Por fim, a pós-produção foi realizada no programa de edições de imagens Adobe Photoshop CC 2018, nas dimensões 6000x4000. Após a escolha do tema, iniciou-se o processo de produção. A primeira etapa foi a escolha do cast, feita através da procura de figuras com traços amazônicos como símbolo da região em que o grupo está inserido, selecionou-se a atriz Isabela Catão, de 25 anos e o artista Bruno Souza, de 23 anos. Devido a complexidade e delicadeza do assunto, no dia da produção foi feita uma troca de experiências entre os membros do grupo e os artistas convidados, utilizando a base teórica e a experiência prática de cada um. A segunda etapa se deu a partir da escolha da locação, o pub "La casa" que possui área interna e externa, possibilitando às alunas realizar fotos em ambiente doméstico, e público. Foram feitos vários cliques até encontrar o equilíbrio entre o ambiente com o momento vivido pelas vitimas que faria jus ao tema. A maquiagem foi executada pela aluna Carolina Monteiro que optou por uma maquiagem leve na atriz com intenção de mostrar suas expressões do modo mais natural possível, pele natural sem sombras, mas, com um olhar marcante. Foram feitas também marcas leves de agressão com sombra roxa em seu rosto para demonstrar que aquela situação de possessão e poder sobre a vítima é rotineira. Não foi realizada nenhuma maquiagem no ator para manter a linha natural. O cabelo e roupas dos atores foram escolhidos da seguinte forma: Na mulher, cabelo preso e roupas simples. Contudo, o produto artístico tem a intenção de informar através de uma linguagem subjetiva, a maneira como a ela se sente, prisioneira e sem liberdade. No homem, cabelo bagunçado e roupas comuns somente para compor o cenário abusivo que a mulher está inserida. O olhar da atriz como se estivesse pedindo socorro ao espectador com um sorriso singelo dos lábios representa o medo, a angústia, a sensação de inferioridade, os sentimentos de desvalorização, a esperança de mudança do companheiro e a culpa as vítimas que passam por este tipo de relacionamento sentem. Ademais, o braço masculino ao redor do pescoço, sob a garganta e o olhar demonstra a superioridade que os homens abusivos sentem em relação a mulher, o poder que eles sentem ter sobre as vitimas e a característica possessiva e manipuladora dos mesmo. E a partir da área escolhida, os traços, os ângulos da câmera, os olhares, as posições, as luzes e as expressões dos atores foi escolhida a arte fotográfica que representasse da melhor forma o assunto abordado, para que viabilizassem ao espectador uma possível empatia em relação aos sentimentos exibidos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>