XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE


INSCRIÇÃO:	00041

CATEGORIA:	RP

MODALIDADE:	RP06

TÍTULO:	Adote uma Vida: proposta de plano de assessoria de comunicação para a ONG Patas

AUTORES:	ALTAIR CANUTO PEREIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Izabella Cavalcante Brito (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Jonas Silva Gomes Junior (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS); Amanda de Souza Prestes (UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS)

PALAVRAS-CHAVE:	, , , ,

RESUMO
A Ong Proteção, Adoção e Tratamento Animal (PATA) é uma das mais antigas da cidade de Manaus, surgindo em 2011, com a separação de três grandes ONGs que fecharam suas atividades na época. Originalmente, a PATA foi fundada pela advogada Joana D’Arc, atualmente exercendo mandato de deputada estadual, que a frente da causa animal viu a necessidade da criação de uma instituição que ajudasse esses animais que não possuíam nenhuma atenção do poder público. A organização não possui uma sede própria, a fim de não estimular as pessoas a abandonarem os animais. Por isso, a ONG desenvolveu outras formas de cuidar dos animais abandonados: voluntários doam o espaço da sua residência para acolhê-los. Em contra partida, a PATA auxilia nos cuidados com o animal, seja com alimentos, utensílios ou produtos de limpeza e logística ao veterinário. A presente proposta de assessoria de comunicação, solicitada como atividade de conclusão da disciplina Assessoria de Comunicação, tem como objetivo facilitar os fluxos de comunicação no âmbito interno e externo da ONG, de modo a contribuir para a integração entre a mesma, seus públicos e o fortalecimento de sua imagem perante a sociedade. O terceiro setor caracteriza-se pela atuação ligada a serviços de interesses coletivos sustentados por órgãos não governamentais, sem fins lucrativos, associações comunitárias, fundações, movimentos sociais, instituições filantrópicas, entre outras entidades privadas, mas de caráter público, que servem à sociedade em geral. Sem exceção, entidades progressistas ou conservadoras, de cunho assistencialista, emancipadoras de projetos sociais ou as que são pautadas por lógicas de mercado, caracterizam-se parte do setor por falarem em nome da cidadania, conforme Peruzzo (2007) cita no livro “”. Neste cenário, a Ong PATA é referência na causa animal, uma vez que se preocupa na criação de políticas públicas contra abandono e maus tratos aos animais, além de contribuir diretamente na idealização e elaboração de leis municipais e estaduais que combatam tais ações, caracterizadas atualmente como crimes. Além disso, ela também atua na fiscalização do cumprimento de tais leis junto a órgãos como a Delegacia do Meio Ambiente (DEMA). A PATA destaca-se, ainda, por ter atuado em casos importantes, de repercussão nacional, em que foram denunciados maus tratos a animais, sendo o tutor julgado e punido. Apesar do reconhecimento e da visibilidade do Terceiro Setor percebidos nos dias atuais em razão das mídias, há, notadamente, a ausência de profissionais de comunicação que atuem de forma estratégica, contribuindo para o estabelecimento da imagem e do posicionamento dessas instituições perante a sociedade. Historicamente, as atividades de comunicação eram desenvolvidas de forma amadora e feitas basicamente por membros ativistas dos próprios movimentos sociais e ONGs. O cenário muda gradativamente quando se entende a complexidade da comunicação e a importância do uso competente dos instrumentos comunicacionais (PERUZZO, 2007). Embora algumas instituições já tenham percebido a necessidade do profissional de comunicação para o estabelecimento de uma comunicação organizacional estratégica, além de maior credibilidade e atuação junto à sociedade, o setor perpassa, ainda, grandes dificuldades, a exemplo da captação de recursos, profissionalização, incentivo do Estado e ausência de atores sociais.

INTRODUÇÃO
A preparação do Plano de Assessoria de Comunicação foi feita no segundo semestre de 2018 e teve inicio com a elaboração de um detalhado briefing, posteriormente foi feita uma análise estratégica dos pontos fortes, fracos, ameaças e oportunidades da ONG. Nessa fase foram realizadas visitas presenciais a presidente da ONG, Vanessa Menezes, contatos via mensageiros eletrônicos e até mesmo a participação em eventos da ONG. Realizou-se ainda a identificação e mapeamento de públicos, conforme Fábio França (2004) apresenta na obra “Públicos: como identificá-los em uma nova visão estratégica”. Foram identificados: Por se tratar de uma organização de terceiro setor que não recebe nenhum incentivo federal, estadual ou municipal para subsidiar suas atividades, a PATA conta, essencialmente, com a ajuda de parceiros e voluntários. O número atual de voluntários atuantes é de 20 pessoas, para ser mais efetiva, a PATA precisaria de, no mínimo, 35 pessoas. Ressalta-se, ainda, que a instituição possui um planejamento de ações, contudo, tal planejamento não leva em consideração a Comunicação ou a devida divulgação, seja por falta de recursos ou de conhecimentos de formas de se comunicar, dessa forma, visando apenas o operacional, não sendo nem tático e nem estratégico. A causa animal ainda é um tema delicado, pois exige conhecimento de leis e condutas para saber adaptar tanto às informações sobre, quanto para elaborar estratégias de comunicação. Partindo desse pressuposto, o produto observa os princípios éticos da comunicação e em especial citado pelo Código de Ética de Relações Públicas, Artigo 5º “dar ao cliente informações concernentes ao trabalho a ser realizado, definindo bem seus compromissos e responsabilidades profissionais, a fim de que ele possa decidir-se pela aceitação ou recusa da proposta dos serviços profissionais”. Mesmo sendo um produto experimental, buscou-se na elaboração seguir alguns fundamentos éticos, como da Declaração Universal dos Direitos dos Animais, Art. 13, especificando que “as cenas de violência de que os animais são vítimas devem ser proibidas no cinema e na televisão, a menos que tenham como fim mostrar um atentado aos direitos do animal.” Vincular o objetivo e processo de elaboração da proposta de assessoria com a missão, visão e valores da ONG, foi um dos principais elementos para que através da estratégia de comunicação os públicos de interesse visualizassem que a PATA não é uma ONG que se preocupa apenas em efetivar a adoção de animais. Como também prestar assistência e acompanhar a adaptação do animal a sua nova residência. Alguns pontos tornam a Ong extremamente eficiente em sua atuação perante a sociedade como: Atenção aos voluntários: a instituição se preocupa com treinamentos, além de compartilhar uma cartilha para orientá-los no exercício do dever. Comprometimento com a causa: tanto a diretora quanto os voluntários demonstram-se altamente envolvidos nos cerne do problema. Parcerias: Clínica VET que presta assistência veterinária a ONG e oferta serviços mais acessíveis a quem procura em nome da PATA, além dos PetFriendly (como são denominados parceiros comerciais que aderiram a causa animal). Confiança e Credibilidade: a Ong já atua a mais de sete anos na cidade e foi responsável pelo resgate, tratamento e adoção de inúmeros animais, inclusive, com reconhecimento nacional pela imprensa. Porém, alguns pontos fracos precisam ser observados, uma vez que, oferece risco a existência da Ong a curto e médio prazo, como a ausência de alinhamento de layout para identidade visual nas mídias e produção de conteúdo estratégico (em suma, a ausência de planejamento para as mídias digitais). Ausência de elaboração de material adequado para a captação de parceiros (roteiro inadequado e elementos organizacionais indefinidos). Integração entre os colaboradores (ausência de reuniões regulares, canais de comunicação a serem revistos e introduzidos) e a ausência de profissionais de comunicação.

OBJETIVO
Após a realização do Briefing e Diagnóstico Situacional, a proposta de assessoria de comunicação focou-se nas necessidades da ONG nos seguintes pontos: alinhamento de layout para identidade visual nas mídias, produção de conteúdo estratégico; elaboração de material adequada para a captação de parceiros; integração entre os colaboradores; treinamento de voluntários e manutenção desses; sanar a ausência de profissionais de comunicação. Dessa forma, o plano sugerido integra soluções a curto e médio prazo que vão desde a criação de layouts mais, até a revisão de abordagens e práticas comunicacionais entre seus públicos. Um bom plano de comunicação demanda planejamento estratégico, no tocante das ONGs, essas ações devem ser pautadas no novo, no moderno e no desenvolvimento humano de seus participantes. Nesse contexto, o comunicador possui papel importante na reconfiguração da comunicação, retirando a instituição da posição de simples emissora e receptora e pautando sua missão, de modo a construir sua identidade. Diante disso, ressalta-se o exercício da cidadania por meio da comunicação e a relevância de capacitar o Terceiro Setor para ser ouvido diante dos outros setores, bem como pela sociedade, ao passo que esse possibilita o desenvolvimento da consciência crítica de quem participa do processo e/ou de quem é atingido por ele. Dentre os inúmeros desafios enfrentados pelos profissionais de comunicação, o financeiro e a constante mudança de pessoal são as maiores. Treinar profissionais em determinados segmentos pode ser demorado, esperando-se que este fique por muito tempo naquela atribuição. No entanto, a falta de uma remuneração mensal faz com que o profissional possa ou não dedicar o tempo devido para a execução de certas atividades, da mesma forma, limita o alcance e o planejamento, que necessitam de constantes mudanças em suas estratégias para se adequar a realidade da organização. Porém, tais dificuldades abrem portas para a criatividade, um importante legado de aprendizagem para qualquer profissional que passa por uma organização de terceiro setor: o exercício da capacidade de criar e desenvolver novas formas de comunicar. As propostas apresentadas fazem uso das tecnologias disponíveis que não demandam, em sua maior parte, investimento financeiro, mas o investimento humano, em contrapartida, disponibiliza remunerações em forma de serviços e parcerias que visam compensar tal investimento. É este ponto que torna o plano aqui apresentado tão inovador, não só por proporcionar uma visão diferenciada a uma causa tão lembrada, mas ao mesmo tempo, desprezada pela sociedade em geral, mas também porque busca valorizar o investimento físico e mental de seus apoiadores, lhes dando um incentivo a mais. É importante aqui frisar que esses voluntários realizam este trabalho por sua única e exclusiva satisfação pessoal e pela sensação de retribuição perante a sociedade, porém, a retribuição aqui sugerida, possui um papel de valorização e não somente de compensação pelo trabalho prestado. O plano foi bem recebido pela diretoria da Organização, que prontamente, já pôs em prática algumas das sugestões do plano (peças de divulgação para adoção e catálogo digital com informações disponíveis para interessados em adotar), o plano está sendo implementado gradativamente como um teste, visto que, a partir de sua implementação e do feedback fornecido a seguir, será possível dar continuidade às ações. A PATA é referência na causa animal, uma vez que se preocupa na criação de políticas públicas contra abandono e maus tratos aos animais, além de contribuir diretamente na idealização e elaboração de leis municipais e estaduais que combatam tais ações, caracterizadas atualmente como crimes, devendo, assim, reconhecer o papel das assessorias de comunicação no cerne da comunicação organizacional estratégica, contribuindo neste ou em qualquer outro setor, para o bom fluxo da comunicação e da imagem das organizações perante seus públicos.

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