ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00075</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Programa Cantos da Terra</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Pedro Vinícius Deógenes Miguel (Universidade Federal do Amazonas); Camila Eduarda Vasconcelos Peixoto (Universidade Federal do Amazonas); Leonardo Santos Silva (Universidade Federal do Amazonas); Glenna Franciele Matos Martins (Universidade Federal do Amazonas); Renata da Cunha Braga (Universidade Federal do Amazonas); Antônio José Vale da Costa (Universidade Federal do Amazonas)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Loureiro, na tese Música para os ouvidos, fé para a alma, transformação para a vida?: Música, fé e construção de novas identidades na prisão (PUC-Rio, 2009)  mais do que qualquer outra manifestação humana, a música contém e expressa sons, que se inserem em determinado tempo histórico e são influenciados diretamente pelo meio social de onde emergem. A música se configura como uma das principais formas de expressão de um povo e as suas letras se analisadas podem traduzir tanto uma realidade local quanto mundial, apresentando características universais da sociedade. Ao se estabelecer como uma conexão entre o ser humano e o ambiente em que está inserido, a música, dentro das suas múltiplas formas de atuação, pode também apresentar um viés crítico ao retratar um recorte social específico. No final da década de 60 e ao longo dos anos 70 e 80, os artistas amazonenses tomavam essa característica crítica que a música traz consigo para firmar uma identidade própria da produção musical amazonense. A música amazonense deixava de copiar estilo e referências vindos de outras partes do país e do mundo e passava a denunciar a realidade em que a Amazônia e a cidade de Manaus estavam inseridas. A Música Popular produzida em Manaus colocaria, no plano artístico e poético, um discurso de contraposição às transformações urbanas e tecnológicas, e influências extrarregionais. Num aspecto saudosista, os compositores expressam na poesia o desaparecimento de uma cidade rústica, de poucos habitantes e marcada por lentas transformações, ao mesmo tempo em que se deixam influenciar por impressões  extrarregionais em uma cidade urbano-industrial que cresceu muito nas últimas décadas. DOURADO, na tese  Eu canto pra falar do Amazonas : narrativas musicais de uma geração de músicos de Manaus (UFAM, 2011) Ao mesmo tempo que traduzia a realidade amazônica, a música produzida na região também reforçava o sentimento de pertencimento e de valorização do ambiente e da cultura regional entre os habitantes. Apresentada para as disciplinas do módulo de Rádio/Webrádio, ministradas pelos professores Antônio José Vale da Costa e Ítala Clay Freitas, o programa Cantos da Terra surge a partir do desejo de apresentar o contexto da produção musical amazonense a partir de dois períodos diferentes, no final dos anos 70 e na atualidade. Os artistas escolhidos foram aqueles julgados que poderiam representar duas realidades e gerações diferentes de músicos amazonenses: o grupo Tariri e o músico Eliberto Barroncas. Sendo assim, o objetivo principal da produção do programa foi mostrar como a Amazônia é retratada de diferentes perspectivas na música amazonense para que, assim, fosse possível traçar um paralelo entre duas linhas temporais que por mais diferenças que possuíssem ainda conseguissem ter um elo em comum no desejo de relatar e valorizar a cultura e realidade amazônica. A decisão da veiculação do programa Cantos da Terra somente como um produto de áudio surgiu a partir da importância do rádio para a disseminação de música e informação no cenário amazonense antes do surgimento da internet e da popularização da televisão, tanto para divulgação dos estilos e gêneros musicais em alta no Brasil e no mundo (o que também incluía a produção musical dos artistas da região), quanto no fluxo de notícias entre a capital e as cidades interioranas. O rádio em Manaus, segundo José Vicente de Souza (2000), foi um dos principais meios de comunicação responsáveis pela movimentação cultural da cidade nos anos 50 e 60, até a televisão começar a ter seus primeiros passos no final da década de sessenta. A popularidade do rádio no Amazonas permaneceu por muito tempo em alta, pois este não tinha concorrências e desfrutava do gosto da população tocando música, transmitindo eventos e dando informações. DOURADO apud COSTA, na tese  Eu canto pra falar do Amazonas : narrativas musicais de uma geração de músicos de Manaus (UFAM, 2011) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa Cantos da Terra foi idealizado a partir da leitura da dissertação  Eu canto pra falar do Amazonas : narrativas musicais de uma geração de músicos de Manaus, de Mauro Augusto Dourado Menezes. O trabalho tinha como principal objetivo analisar a trajetória da produção musical amazonense e relação que ela mantém com as carreiras dos artistas da região e com histórias do cotidiano e da vida da cidade, realizando um panorama dos anos 60 até a atualidade. A dissertação traz o conceito de Habitus determinado por Pierre Bordieu que se refere ao resultado da aquisição de valores e costumes desenvolvidos na trajetória de vida de um indivíduo. No contexto do trabalho, o autor denomina o conceito de Habitus como Habitus Musical que, por sua vez, definiria as características das músicas dos artistas amazonenses como resultado das suas trajetórias de vida na cidade de Manaus. Na medida em que observamos que a vontade de fazer música dos artistas é mediada pelas trocas simbólicas desenvolvidas na família, nos grupos sociais que frequentaram, e no acesso a determinados tipos de músicas ao longo de suas trajetórias, podemos compreender que ela é constituída de um habitus. BOURDIEU, no livro A economia das trocas simbólicas (Perspectiva, 2005). As escolhas para o formato do programa se estabeleceram para que ele fosse compatível com a web rádio. Levando em consideração a migração do formato radiofônico para as mídias digitais cada dia mais crescente e com maior número de ouvintes. A rádio passa a oferecer serviços que unem ao som, elementos escritos e visuais e se junta a outros media para estar presente e responder às solicitações do consumidor multimídia (...) uma rádio com texto e vídeo, foge ao modelo tradicional, actualizando um formato com cerca de oitenta anos de existência e fornecendo ao utilizador, que é também o ouvinte, um amplo conjunto de potencialidades, que até aqui seriam impensáveis. CORDEIRO, no texto Rádio e Internet: novas perspectivas para um velho meio (Universidade do Algarve, 2005) Com o público-alvo definido pela a faixa etária entre 18 e 25 anos, o programa contou com a presença de dois narradores que revezavam as falas entre si e buscavam propor mais dinamismo e leveza para a produção sem que se perdesse a seriedade. Aliada às falas dos locutores, as músicas e sonoridades produzidas pelos artistas também ganham espaço ao se interligarem entre as falas dos entrevistados. Buscando dessa forma, combinar as características principais da linguagem radiofônica. No rádio, é a voz, a oralidade, conjugada a outros signos sonoros (ruído, música) e o silêncio, que  carregam e organizam a informação. A palavra propõe o conteúdo do fato transmitido, enquanto o ruído, a música e o silêncio ambientam e oferecem ao ouvinte a sensorialidade; isto é, são responsáveis por  transportar o receptor ao  clima , ao cenário do acontecimento, proporcionando a chamada criação de imagens mentais. VELHO, no texto A linguagem do rádio multimídia (BOCC, 2009) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa Cantos da Terra é dividido em dois blocos principais, o primeiro buscava contar a história do grupo Tariri e as suas influências na música amazonense mediante o depoimento de uma integrante do grupo, a professora Jane Jatobá. O segundo bloco tem como foco principal a trajetória e a sonoridade trazida pelo músico Eliberto Barroncas. O grupo Tariri, famoso no final dos anos 70 e durantes os anos 80, trazia nas letras das suas músicas a realidade da cidade de Manaus que passava por um período de industrialização crescente, além das ameaças que a ditadura militar trazia para Amazônia. Desse modo, o grupo estava altamente ligado a questões indígenas e de valorização da cultura regional. O músico Eliberto Barroncas mostra o contexto atual da música amazonense e sua forma de retratar o ambiente ao seu redor. Desenvolvendo o que é chamado de música orgânica, Eliberto traz a sonoridade da Amazônia para as suas músicas utilizando instrumentos comuns do dia a dia do amazonense e principalmente da população ribeirinha. Buscando mais uma vez a valorização da região amazônica. Entre as entrevistas há o intermédio de dois narradores que contextualizam a realidade regional que cada músico está inserido e relacionam os dois personagens em suas determinadas linhas temporais. Ademais, o programa conta com a apresentação de músicas do do grupo Tariri e com o material sonoro produzido por Eliberto. A produção interligou as diferentes perspectivas dos artistas amazonenses em retratar a Amazônia e a realidade em que estavam inseridos. Baseando-se nessa proposta, o roteiro do programa se desenvolveu em contar a trajetória e os principais trabalhos de dois artistas amazonense e contrastar passado, com o grupo Tariri, e o presente, com Eliberto Barroncas. As duas formas diferentes de retratar a Amazônia é o primordial das falas tanto dos entrevistados quantos dos locutores. O programa, na tentativa de mostrar como a trajetória musical dos personagens se alia com o contexto social e cultural em que estavam inseridos, segue o que foi defendido na dissertação de Mauro Dourado. (...) O sentido da produção da música popular em Manaus, pode ser compreendido no nosso entendimento, a partir de aspectos associados aos indivíduos que a fazem e ao lugar onde fazem. Nestas duas dimensões podemos encontrar não só o sentido da produção dessa música, mas identificar sua autenticidade. DOURADO, na tese  Eu canto pra falar do Amazonas : narrativas musicais de uma geração de músicos de Manaus (UFAM, 2011) Para organizar o fluxo de informação provenientes tantos dos entrevistados quantos dos locutores, a montagem do programa foi realizada a partir do revezamento das falas entre os dois apresentadores, da separação dos depoimentos dos músicos em blocos diferentes, das canções e sonoridades produzidas pelos artistas posicionadas entre as pausas das suas falas e a partir da demanda explicativa do texto dos locutores. O programa foi pensado com um produto pertencente a uma plataforma multimidiática que serviria para agregar conteúdos referentes a história e produção da música amazonense ao longo do tempo, como entrevistas com artistas da região, pesquisadores e especialistas do contexto musical amazonense e sua evolução desde os anos 60, além da divulgação das músicas e videoclipes. A partir disso, o Cantos da Terra segue umas das principais características de um produto da webrádio, a multimidialidade. O rádio continuará sendo sonoro, porém com funções multimídia, portanto terá de agregar uma linguagem flexível que possibilite diversificar conteúdos, o que torna inevitável integrar sua programação a novos formatos de distribuição, e ser capaz de compatibilizar voz, imagens e dados. BIANCO, na monografia Rádio Digital: desafios presentes e futuros (UFPB, 2009) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>