INSCRIÇÃO: 00081
 
CATEGORIA: JO
 
MODALIDADE: JO05
 
TÍTULO: As Meninas Supertecnológicas
 
AUTORES: Alessandra Augusto Taveira (Universidade Federal do Amazonas); Ariel Rodrigues Bentes (Universidade Federal do Amazonas ); Jullie Pereira da Silva (Universidade Federal do Amazonas ); Ítala Clay de Oliveira Freitas (Universidade Federal do Amazonas ); Nicole Bernades Baracho (Universidade Federal do Amazonas ); Gabriel Veras Cabral de Souza (Universidade Federal do Amazonas ); Natália Serrão da Siva (Universidade Federal do Amazonas )
 
PALAVRAS-CHAVE: , , , ,
 
RESUMO
Este relatório descreve as experiências da produção do podcast 'As Meninas Supertecnológicas', realizado na disciplina de Oficina de Rádio Convencional e WebRádio no 6° período do curso de Comunicação Social com habilitação em Jornalismo, da Universidade Federal do Amazonas . A produção do podcast foi construída com o intuito de expor a realidade, por meio de exemplos, sobre as desigualdades de gênero dentro do sistema de educação, buscando orientar e estimular estudantes do ensino médio a seguirem as áreas da Ciência e Tecnologia nas universidades, além de dar visibilidade aos projetos existentes dentro da Universidade Federal do Amazonas, como o Cunhantã Digital, que contribui para o engajamento profissional em busca de uma consciência coletiva a fim de superar preconceitos e tabus na área. O nome do produto faz alusão ao desenho "As Meninas Superpoderosas", no qual conta a história de três meninas acidentalmente criadas em um laboratório por um professor. Assim, Florzinha, Lindinha e Docinho se unem e combatem as forças do mal em Townsville. Já em "As Meninas Supertecnológicas", as apresentadoras e as convidadas do podcast se uniram para falar sobre os superpoderes das mulheres que estudam a área de Ciência e Tecnologia, fazendo uso da imagem já consolidada do desenho para se aproximar e empoderar as ouvintes. A ideia da associação do conteúdo do podcast com a cultura do entretenimento se deu com o objetivo de ressignificar o ambiente sonoro do desenho para o podcast, ou seja, a referência ao desenho é o atrativo para um público-alvo que consome produtos advindos da cultura pop. Peirce (2010) caracteriza essa ressignificação como um signo, também chamado de representâmen, que vem a ser tudo aquilo que representa algo para alguém. Este signo sempre será representado por um objeto e sempre irá representar outras coisas para alguém, gerando outro signo, chamado de interpretante. O processo de compreensão do signo, por sua vez, também funciona de forma triádica. A relevância social deste produto se dá a partir da perspectiva de que, atualmente, a Organização das Nações Unidas (ONU) estima que menos de 30% dos pesquisadores nas áreas científicas e tecnológicas são mulheres (UN Women, 2019). Nas universidades brasileiras, elas representam apenas 35% dos estudantes matriculados nas áreas de Engenharia, Matemática, Ciência e Tecnologia. De acordo com o estudo realizado por Olivia A. Scriven em 2010, no artigo "Por que tão poucas? Mulheres afro-americanas em Ciência, Tecnologia e Engenharia", 27.576 mulheres negras obtiveram o diploma de engenheiras e cientistas nos Estados Unidos. Porém, elas representavam apenas 1% do total de mulheres empregadas no país. Em território brasileiro, o dado acima nem pode ser mensurado. Entre aproximadamente 100 mil bolsistas da área de exatas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), apenas 5,5% é composto por mulheres negras. Conforme Castro, as mulheres tendem a ser afastadas de cargos técnicos para ocupar vagas gerenciais onde é exigido comunicação e conciliação de conflitos, papéis sociais considerados femininos (CASTRO, 2013). Segundo Marques (2009), a luta das mulheres pelo acesso à educação e ao mercado de trabalho é recente e ocorreu devido ao esforço conjunto pela busca da igualdade de direitos e pela necessidade de desenvolver atividades estratégicas. O acesso diferenciado à educação foi, e é ainda, em muitos países, um dos fundamentos da desigualdade entre as mulheres e os homens (KOVALESKI; TORTATTO; CARVALHO, 2013, p.10). Os estereótipos de gênero construídos historicamente desde a infância, em um cenário que as meninas ganham bonecas e meninos ganham computadores ou jogos eletrônicos, possui contribuição direta com o conceito imposto pela sociedade de que as habilidades e competências femininas e masculinas são distintas (CASTRO, 2013).
 
INTRODUÇÃO
Os acadêmicos tiveram como objetivo produzir um episódio de podcast, considerando o que difere rádio de podcast: a forma de distribuição de ambas (Freire, 2013). Enquanto o rádio produz conteúdos para escuta instantânea em horários pré-definidos ao longo do dia, o podcast trabalha com programas singulares para acesso sob demanda, de acordo com os horários e locais escolhidos por seu público. A constatada distinção na forma de distribuição revela-se pertinente não por marcar diferenciação técnica, mas por promover uma relação distinta por parte de ouvintes e produtores com o rádio e com o podcast (Freire, 2012, p. 17). A temática fez a equipe direcionar o produto a um público-alvo: estudantes do ensino médio que estariam prestes a adentrar o âmbito acadêmico da Ufam; na reunião de pré-produção, na sala de aula, a ideia veio como um impulso atávico: falar da minoria feminina ocupando os espaços da Faculdade de Tecnologia, que é majoritariamente ocupada por homens. A visão acerca do perfil do público é de que seria, em maioria, mulheres encorajadas a ingressar nas áreas de tecnologia, mas ainda amedrontadas com o espaço machista. Definido este ponto, iniciou-se a produção do roteiro. Entre dados, recorte de raça, sobrevivência, instituiu-se a construção de uma cronologia para falar sobre o que é ser mulher – e minoria – em um espaço repleto de homens e escasso de representatividade. Os tópicos que mais influenciaram na escolha das duas personagens, que relataram suas experiências e serviram de panorama para ilustrar o foco da problemática do programa, foram os sobre 'recorte de raça' e 'sobrevivência'. Achou-se necessário – e importante – que ambas tivessem local de fala – o que representa a busca pelo fim da mediação: a pessoa que sofre preconceito fala por si, como protagonista da própria luta e movimento, como enfoca Isabel Nogueira em seu artigo (2017): A voz é o estar no mundo. Fazer ouvir sua voz é a metáfora para participação, para existência, e ao mesmo tempo para a singularidade. O timbre que faz reconhecível a pessoa. Forma de onda imbricada com presença. Uma existência através da voz. (NOGUEIRA, p. 7, 2017) Depois de desenvolvidas as pesquisas que embasaram a construção do podcast, desde escolha de personagem, levantamento de dados e procura por espaço adequado de gravação, formalizamos uma data para a execução do que já havia sido projetado no roteiro. Foram utilizados quatro gravadores da marca Sony (dois ficaram apontados para cada apresentadora e os outros dois para as personagens que compunham a mesa). Introduziu-se o assunto e foi colocado alguns pontos para o debate, a fim de promover o diálogo entre mulheres. O principal artifício do produto está na abordagem coloquial presente na linguagem que consta no diálogo entre as apresentadoras e as convidadas. É uma linguagem próxima do cotidiano das pessoas, que aproxima e comunica facilmente, de modo que o ouvinte sinta que também está participando da conversa.
 
OBJETIVO
‘As Meninas Supertecnológicas’ é um podcast experimental, avulso e possui cerca de 40 minutos de duração em formato de talk show, discutindo tópicos sobre a presença feminina na Faculdade de Tecnologia (FT) e Instituto de Computação (ICOMP) da Ufam. Coordenado por duas apresentadoras, Alessandra Taveira e Ariel Bentes, o programa traz uma estudante do curso de Ciências da Computação e outra de Engenharia de Software, respectivamente, Lorena Anunciação e Sharon Mascarenhas.਀䄀渀琀攀猀 搀攀 愀猀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀漀爀愀猀 猀攀 椀渀琀爀漀搀甀稀椀爀攀洀Ⰰ 漀 瀀爀漀最爀愀洀愀 挀漀洀攀愀 挀漀洀 挀漀洀攀渀琀爀椀漀猀 搀攀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀猀 攀猀挀漀氀栀椀搀漀猀 愀氀攀愀琀漀爀椀愀洀攀渀琀攀 渀愀 唀昀愀洀⸀ 䔀猀猀攀猀 挀漀洀攀渀琀爀椀漀猀 猀漀 爀攀猀瀀漀猀琀愀猀  瀀攀爀最甀渀琀愀 ᰀ䌠漀洀漀 瘀漀挀 椀洀愀最椀渀愀 漀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀 搀愀 䘀吀 漀甀 搀漀 䤀䌀伀䴀倀㼀ᴀⰠ 攀洀 焀甀攀Ⰰ 最爀愀渀搀攀 瀀愀爀琀攀 搀愀猀 瘀攀稀攀猀Ⰰ 漀猀 愀氀甀渀漀猀 爀攀瀀氀椀挀愀瘀愀洀 焀甀攀 漀 攀猀琀甀搀愀渀琀攀 搀攀猀猀愀猀 昀愀挀甀氀搀愀搀攀猀 攀爀愀洀 栀漀洀攀渀猀 攀 戀爀愀渀挀漀猀Ⰰ 挀漀洀瀀爀漀瘀愀渀搀漀 漀 攀猀琀攀爀攀琀椀瀀漀 搀攀 焀甀攀 昀椀最甀爀愀猀 洀愀猀挀甀氀椀渀愀猀 瀀爀攀瘀愀氀攀挀攀洀 焀甀愀渀搀漀 爀攀愀猀 搀攀 挀椀渀挀椀愀 攀 琀攀挀渀漀氀漀最椀愀 猀漀 愀戀漀爀搀愀搀愀猀⸀  A partir daí, as apresentadoras identificam-se e iniciam o primeiro bloco do podcast, voltado para dados, problematização e recorte racial. No segundo bloco, o diálogo é sobre a vivência, ou melhor, sobrevivência dessas mulheres na FT e no ICOMP. E por último, no terceiro bloco, as convidadas vendem seu “jabá tecnológico”, ou seja, dividem referências de mulheres, livros e filmes que as incentivaram a continuar lutando por sua formação superior. O terceiro bloco também possui uma breve participação da Diretora do ICOMP, Tanara Lauschner, doutora em Inteligência Artificial pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ) e coordenadora do ‘Cunhantã Digital’, projeto que incentiva mulheres a seguirem carreira em áreas tecnológicas.਀伀 瀀漀搀挀愀猀琀 攀洀瀀爀攀最愀 漀 挀漀渀挀攀椀琀漀 搀攀 ᰀ椠渀琀攀爀瘀愀氀漀猀ᴀ†渀愀 瀀爀漀最爀愀洀愀漀Ⰰ 漀 焀甀攀 渀漀爀洀愀氀洀攀渀琀攀 渀漀  愀瀀氀椀挀愀搀漀 攀洀 瀀漀搀挀愀猀琀猀⸀ 伀猀 椀渀琀攀爀瘀愀氀漀猀 猀漀 挀漀洀瀀漀猀琀漀猀 瀀攀氀漀 猀琀漀爀礀琀攀氀氀椀渀最Ⰰ 甀洀 爀攀挀甀爀猀漀 焀甀攀 甀琀椀氀椀稀愀 搀攀 瀀愀氀愀瘀爀愀猀 攀 洀攀椀漀猀 猀漀渀漀爀漀猀 瀀愀爀愀 挀漀渀琀愀爀 甀洀愀 栀椀猀琀爀椀愀 焀甀攀 琀爀愀渀猀洀椀琀愀 愀氀最甀洀 瘀愀氀漀爀 搀攀 愀瀀爀攀渀搀椀稀愀最攀洀 攀 焀甀攀 樀  甀琀椀氀椀稀愀搀漀 攀洀 瀀漀搀挀愀猀琀猀Ⰰ 洀愀猀 渀漀 挀漀洀漀 椀渀琀攀爀瘀愀氀漀猀⸀ 䔀洀 ᠀䄠猀 䴀攀渀椀渀愀猀 匀甀瀀攀爀琀攀挀渀漀氀最椀挀愀猀ᤀⰠ 攀猀猀攀 爀攀挀甀爀猀漀 琀漀洀漀甀 愀 昀漀爀洀愀 搀愀猀 栀椀猀琀爀椀愀猀 搀攀 瘀椀搀愀 搀攀 洀甀氀栀攀爀攀猀 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀猀 瀀愀爀愀 愀 爀攀愀 搀愀 挀椀渀挀椀愀 攀 琀攀挀渀漀氀漀最椀愀 搀漀 洀甀渀搀漀⸀  Os intervalos em formato de storytelling foram aplicados partindo do preceito de que essa forma de narrar é dita como de melhor qualidade por “contar muito bem uma história, de uma forma viva e inovadora, e essa investigação vira um script, um roteiro, e tudo é ambientado com uma cenografia e uma trilha sonora caprichada" (SCARPIN, 2017).਀䄀 攀搀椀漀 昀漀椀 琀爀愀戀愀氀栀愀搀愀 挀漀洀 攀昀攀椀琀漀猀 搀漀 瀀爀瀀爀椀漀 搀攀猀攀渀栀漀 搀愀猀 䴀攀渀椀渀愀猀 匀甀瀀攀爀 倀漀搀攀爀漀猀愀猀Ⰰ 焀甀攀 樀 瀀漀猀猀甀椀 甀洀愀 猀漀渀漀爀椀搀愀搀攀 挀漀渀猀漀氀椀搀愀搀愀⸀ 䘀攀稀ⴀ猀攀 甀猀漀 搀漀猀 猀漀渀猀 搀攀 氀甀琀愀猀 攀 攀昀攀椀琀漀 搀攀 氀愀渀愀洀攀渀琀漀 搀攀 瘀漀 搀愀猀 瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀 瀀爀漀琀愀最漀渀椀猀琀愀猀Ⰰ 焀甀攀 猀攀爀瘀椀甀 搀攀 挀漀爀琀椀渀愀 攀渀琀爀攀 甀洀愀 琀爀漀挀愀 搀攀 愀猀猀甀渀琀漀 攀 漀甀琀爀愀⸀ 䄀 洀切猀椀挀愀 搀攀 愀戀攀爀琀甀爀愀 攀 攀渀挀攀爀爀愀洀攀渀琀漀 搀漀 搀攀猀攀渀栀漀 琀愀洀戀洀 洀愀爀挀愀爀愀洀 瀀爀攀猀攀渀愀 渀漀 瀀漀搀挀愀猀琀Ⰰ 愀 瀀爀椀洀攀椀爀愀 琀漀爀渀漀甀ⴀ猀攀 椀渀猀瀀椀爀愀漀 瀀愀爀愀 愀 瘀椀渀栀攀琀愀 搀漀 瀀爀漀最爀愀洀愀Ⰰ 爀攀攀猀挀爀椀琀愀 攀 最爀愀瘀愀搀愀 搀攀 昀漀爀洀愀 愀 猀攀 攀渀挀愀椀砀愀爀 渀愀 琀攀洀琀椀挀愀 搀漀 瀀爀漀最爀愀洀愀Ⰰ 攀 瀀愀爀琀攀 搀愀 猀攀最甀渀搀愀 昀漀椀 甀琀椀氀椀稀愀搀愀 瀀愀爀愀 攀渀挀攀爀爀愀爀 漀 瀀爀漀最爀愀洀愀⸀ 㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀