ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00100</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Podcast Caixa Branca</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Francisco Eduardo Alves Cordeiro (Universidade Federal de Roraima); Ana Paula Pires Viana (Universidade Federal de Roraima); Eduardo Henrique Fredi Parente (Universidade Federal de Roraima); Samantha Stephany do Nascimento Conceição (Universidade Federal de Roraima); Luanna de Carvalho Trindade (Universidade Federal de Roraima); Luan Correia Cunha Santos (Universidade Federal de Roraima); Gabriel Martins Ramos (Universidade Federal de Roraima); Tatiane Hilgemberg Figueiredo (Universidade Federal de Roraima)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Podcast Caixa Branca surgiu de um projeto experimental vinculado à agência de áudio AmaCast, dentro do grupo de pesquisa e extensão Amazoom - observatório cultural da Amazônia e Caribe, produzido por acadêmicos do Curso de Comunicação Social - Jornalismo e de outros cursos da Universidade Federal de Roraima. O objetivo do projeto é democratizar conteúdos acadêmicos e valorizar a cultura nortista, viabilizando-se como um produto de experimentação e inovação comunicacional no âmbito estudantil, por meio de um programa de podcast. O nome é inspirado no livro  Filosofia da Caixa Preta de Vilém Flusser. Antigamente, os fotógrafos utilizavam uma caixa preta para enquadrar o campo de visão, assim a representação da realidade era uma construção delimitada pelo instrumento. Caixa branca é a inversão desta visão dogmática feita pelo fotógrafo, em que o intuito é expandir o conhecimento sobre os assuntos abordados em cada programa. A comunicação brasileira é estruturada de uma forma que produções fora do eixo Rio de Janeiro - São Paulo são marginalizadas e aspectos culturais de regiões extremas são estereotipados. Partindo do pressuposto de que conteúdos são produzidos de centro para centro (LIMA; PEREIRA, 2004), o projeto Caixa Branca surge como uma proposta para que os comunicólogos tenham a possibilidade de pautar temas contra hegemônicos no ambiente acadêmico e legitimar uma comunicação nortista. O formato podcast foi escolhido devido às facilidades de alcance, visto que produções locais podem ser acessadas em qualquer parte do mundo onde exista conexão de internet, fazendo com que elementos socioculturais da região norte possam ser difundidos. Além disso, compreendendo o podcast como uma mídia híbrida, é possível que se constitua um programa de áudio com uma linguagem que se aproxime do público alvo fazendo o uso do gênero mesa redonda, ao mesmo tempo que se utilize de recursos da web para alcançar e interagir com os ouvintes. O público alvo a quem o podcast se dirige são acadêmicos e jovens interessados em cultura pop, que representa a parcela que mais consome serviços de streaming. Segundo a pesquisa realizada em 2016 pela revista Prótons, 65% dos ouvintes possuem Ensino Superior completo ou estão no processo de graduação. Também são sujeitos que têm acesso a internet várias vezes ao dia (97,9%), principalmente de casa (95,3%) e do celular (77%). É crescente a produção da podosfera brasileira, entretanto verifica-se que em Roraima existem poucos programas regionais, o que reforça a importância da produção de um podcast pioneiro no cenário acadêmico do estado. Em uma cidade com baixa densidade demográfica, como Boa Vista, o grupo de acadêmicos está inserido no mesmo contexto social das pautas abordadas nos programas, sendo assim, os temas discutidos são do pertencimento de suas vivências e refletem uma realidade local. A elaboração de conteúdo é pensada de forma a possibilitar a compreensão deste regionalismo. Construir o podcast Caixa Branca é, além de tudo, uma atividade complementar ao currículo obrigatório dos acadêmicos e permite que estes tenham experiências pedagógicas para além dos conteúdos propostos em sala de aula. Esses podem pautar e construir produtos de comunicação que dialogam com suas múltiplas realidades enquanto jovens, acadêmicos, nortistas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao tentarmos definir o que seria o podcast, podemos caracterizá-lo como uma mídia híbrida, resultante da combinação de duas linguagens comunicacionais distintas, porém complementares, a web e o rádio, que faz com que um conteúdo de matriz sonora seja acessado a partir da lógica do ciberespaço. A tecnologia em si já foi desenvolvida para ser uma alternativa à forma massiva e padronizada de veiculação de programas no rádio. Fruto de uma construção coletiva entre Adam Curry, seu idealizador, David Winer, o engenheiro da computação que criou o modelo RSS (que permite receber o download de cada novo episódio sem precisar buscar por ele), e Christopher Lydon que foi um dos primeiros a efetivar a junção (COSTA, 2017). Por ser difundido a partir da internet, o podcast incorpora as bases de comunicação horizontal, introduzidas a partir da web 2.0 e construída a partir dos interesses e desejos pessoais (PRIMO, 2005). Neste ambiente, os usuários passam a ter espaço para transmitir suas opiniões, além de criar e distribuir conteúdos (CASTELLS, 2015). Tais possibilidades criam uma ruptura na forma de consumo massiva e padronizada, que perde espaço para produções que abordam temas específicos, e que, ao tratarem com profundidade, conseguem fidelizar seu público. Ainda por se tratar de uma mídia sonora, o podcast faz uso de recursos linguísticos utilizados por emissoras radiofônicas tradicionais. Devido ao seu meio de acesso, herda do rádio a característica de simplicidade na linguagem que busca a conversa informal e traz a coloquialidade na fala (na maioria das vezes), como uma forma de aproximar os ouvintes da temática (McLeish, 2001), porém, com a vantagem de conhecer e se direcionar a um público alvo que tem seus códigos de linguagens próprios. Porém, o rádio, acabou por tornar-se um veículo que representa ideologias e interesses políticos e econômicos que norteiam as instituições, e não um espaço em que os interesses da população são debatidos e veiculados. As comunidades passaram a não se reconhecer, mas apenas escutar o que é programado (PRETTO, 2010). Neste âmbito o podcast leva vantagem, pois é capaz de dar vozes à temáticas e sujeitos que não conseguiam espaço nas mídias de comunicação tradicionais. Pensar uma construção de mídia contra hegemônica implica pensar as estruturas que solidificam o padrão de produção de podcast e outros produtos sonoros no Brasil. Judith Butler, em sua reflexão sobre o exercício crítico questiona:  Quem posso ser em um mundo tal que os sentidos e limites de qualquer sujeito são estabelecidos de antemão? (2002, p.171), podemos ressignificá-lo para: Que comunicação podemos fazer em um mundo que os limites e padrões do meu dizer são delimitados anteriormente a mim? Ou então: Que formas alternativas posso criar para contar histórias já conhecidas, ampliando seu acesso e inclusão?. Nesta parte do trabalho iremos dialogar sobre o conceito de crítica, as possibilidades de se fazer uma metacrítica comunicacional a partir da efetivação de um podcast amazônico. Para tal tomamos como ponto de partida a perspectiva de Butler (2002) sobre a crítica, como prática direcionada a algo institucionalizado. Dialogando sobre o exercício crítico, é necessário compreender que este existe apenas como referente a alguma outra coisa que não ele mesmo, desempenhando um papel de policiamento das estruturas de poder. A crítica não refaz as leis, as morais, mas esta consegue delimitar e apresentar novas possibilidades de ser, ao criticar o quê institucionaliza determinadas práticas e marginaliza outras (FOUCAULT, 1990). Desta forma, ao pensarmos o que nos é imposto, o padrão na construção sonora, estamos experimentando desconhecidos, criando possibilidades, delimitando o que já era normatizado, e consequentemente, oferecendo uma crítica ao construir uma possibilidade alternativa, esta que garante multiplicidade de vozes, emancipações de produção e o despertar de uma consciência social e política. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A construção do roteiro é realizada na pré-produção por meio de reuniões de pauta presenciais paralelas à rotina acadêmica, onde os integrantes sugerem temas, tópicos, objetos de argumentação, títulos e indicações artísticas sobre o assunto a ser discorrido. Os conteúdos abordados são escolhidos de forma coletiva entre os membros que constituem o projeto, visando abrir debates e problematizações de temáticas da atualidade que dialogam com as vivências cotidianas do elenco. A manifestação da representatividade nortista baseia-se nas contribuições sociais e reconhecimento cultural de artistas, entidades, organizações não-governamentais e grupos que expressam a regionalidade em cada um dos programas. O quadro fixo  Caxiri na Cuia foi criado para compartilhar projetos locais e também ampliar o alcance dos discursos de sujeitos emergentes no estado. O Caxiri em si já carrega sua bagagem representativa para a nomenclatura do quadro sendo uma bebida popular da etnia indígena Macuxi que é o povo originário do estado de Roraima. O estado tem uma grande influência indígena da etnia Macuxi. Cerca de 10.000 indígenas Macuxi moram na região de fronteira, território indígena da Raposa Serra do Sol, e na capital do estado roraimense, Boa Vista. Por representar a origem e a ancestralidade do estado, muita da cultura dos roraimenses vem de expressões culturais da língua indígena desses povos. O Caxiri na Cuia é uma expressão popular roraimense advinda da influência Macuxi, presente, inclusive, em diversas músicas e manifestações artísticas. É um quadro que busca abordar e divulgar as produções locais, quando não há artistas ou temáticas do estado de Roraima a equipe busca evidenciar as produções do restante da região norte e também nordeste. Um dos exemplos que pode ser analisado é o episódio sobre animações  Macaco louco não fez nada de errado , onde são citados alguns cartunistas de Boa Vista e divulgados os portfólios ou rede sociais. As gravações ocorrem no Laboratório de Rádio e TV da UFRR, compondo-se como um espaço para produções experimentais e expressão criativa dos estudantes. O processo de edição, também protagonizado pelos próprios integrantes, foi possibilitado através de oficinas e dinâmicas oferecidas pela agência AmaCast como parte integrante do projeto de extensão do grupo. Para a realização de edição do material em áudio, o programa utilizado foi o Audacity, um software livre que permite gravar, mixar e editar todo o material produzido em estúdio. O podcast possui o formato de mesa-redonda. A aposta neste formato é possibilitar uma conexão mais efetiva com o público e com os temas abordados. A mesa redonda é a reunião de várias pessoas com um interesse em comum, onde cada uma delas pode expressar livremente seu ponto de vista sobre o tema retratado, assim contribuindo para o exercício da democracia e cidadania. O podcast caixa branca usa o formato da mesa redonda para ampliar o conhecimento dos próprios produtores do podcast e dos ouvintes, já que ao preparar a pauta é atribuído a cada participante a tarefa de formular um roteiro individual com as opiniões do podcaster que só serão reveladas para o resto do grupo na hora da gravação com o intuito de gerar uma conversa com a opinião inédita de todos os participantes. O projeto também reforça a interdisciplinaridade com a participação permanente de alunos de outros cursos, como é o caso de uma das apresentadoras Luanna de Carvalho Trindade, acadêmica do curso de Ciências Sociais e a elaboração da arte gráfica do podcast, que é feita pelo acadêmico do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UFRR Raildo Gomes, sendo elaborada de acordo com os principais tópicos e citações de cada episódio. O jovem que ouve o Caixa Branca pode escutar no ônibus a caminho da faculdade, enquanto limpa a casa ou faz o almoço. Além disso, os podcasters buscam conectar o tema a projetos e experimentos da região norte, reconhecendo a cultura regional. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>