ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00134</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Exclame!</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Samantha Stephany do Nascimento Conceição (Universidade Federal de Roraima); Ana Paula Pires Viana (Universidade Federal de Roraima); Daniela Ester de Lima Xavier (Universidade Federal de Roraima); Eduardo Henrique Fredi Parente (Universidade Federal de Roraima); Francisco Eduardo Alves Cordeiro (Universidade Federal de Roraima); Fabiola Valentina (Universidade Federal de Roraima); Juliana Dama da Costa (Universidade Federal de Roraima); Tatiane Hilgemberg Figueiredo (Universidade Federal de Roraima)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O  Exclame! é um projeto audiovisual independente, veiculado no YouTube e desenvolvido por acadêmicos do curso de Comunicação Social - Jornalismo da UFRR no decorrer da disciplina de Introdução às Mídias Digitais. O principal objetivo é dar visibilidade às minorias sociais no estado de Roraima, relatando suas histórias, experiências e necessidades humanas, além de refletir as riquezas da cultura regional. O experimento se difere dos já existentes por seu caráter humanitário. Retrata diversas realidades, possibilitando a proximidade dos internautas com as questões desenvolvidas e relatadas em cada vídeo. A iniciativa acadêmica contribui para a manifestação das vozes silenciadas no estado de Roraima com o potencial para influenciar positivamente na vida de pessoas, promovendo ações como campanhas beneficentes e de conscientização. A prática desse meio de jornalismo comunitário em grande escala visa o resgate da identidade individual e coletiva da sociedade em que estamos inseridos. Dessa forma, possibilitamos uma representatividade ativa da cultura local e maior significado do que é pertencer a esse espaço para cada indivíduo em sua comunidade. O projeto Exclame! tem o papel de participar de maneira ativa dos movimentos sociais para, assim, construir um meio de comunicação estreito e alternativo entre o jornal e a comunidade para despertar nos indivíduos o sentimento de posse em relação ao jornal. Com isso, a sociedade na qual abordamos fará realmente parte da produção do veículo. A comunicação comunitária proporcionada pelo Exclame! tem a responsabilidade não somente de informar as demandas de minorias sociais e problemáticas frequentes do estado, mas também, principalmente, transformar o ambiente de cada indivíduo e internauta envolvido no processo, não torná-lo um ser passivo, despertar uma nova postura dentro de uma cultura do silêncio (FREIRE,1981), para uma nova cidadania com direito a voz ativa no processo comunicacional. Nos últimos anos, as estatísticas do estado de Roraima mostram que se tornou cada vez mais crescente o número do feminicídio, suicídio e casos de LGBTfobia. Segundo os relatórios anuais da organização não-governamental  Grupo Gay da Bahia , o estado de Roraima é o mais perigoso para a população LGBT, cujo os homicídios sequer são caracterizados como motivados por homofobia e qualquer outra forma de crime de ódio, e na maioria das vezes chegam às estatísticas como crimes comuns como o latrocínio, mesmo quando há características que apontam para a homofobia. O levantamento do Monitor da Violência de 2018 preocupa ao mostrar que Roraima é o estado com a maior taxa de mulheres assassinadas no Brasil, pois o número de mortes coloca o estado acima da média nacional no índice de homicídios contra mulheres: 10 a cada 100 mil mulheres. Em todo o Brasil, a taxa é de 4 por 100 mil habitantes. De acordo com o Ministério da Saúde, Roraima também é um dos cinco estados brasileiros com maior índice de suicídio para cada 100 mil habitantes, junto com Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina e Piauí. O número divulgado pela Sesau, em Roraima, no período de 2010 a 2015, mostra que foram registrados 161 suicídios e 431 tentativas. Além disso, vive-se em Roraima um cenário de xenofobia e demais intolerâncias com o conflito da crise econômica da Venezuela e do fluxo migratório em busca de ajuda humanitária e melhores condições de vida. Há também a constante luta das populações indígenas para a preservação dos seus lares e também a resistência para assumirem e participarem dos espaços nos quais sempre lhe foram negados na sociedade tanto no mercado de trabalho quanto no ambiente de educação e qualificação. Nesse contexto, o Exclame! atua para realizar uma contribuição acadêmica que cause empatia, solidariedade e trabalhe em uma comunicação contra hegemônica que possa combater as opressões sociais enraizadas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A escolha do YouTube como ferramenta de difusão dos conteúdos elaborados pelos membros do Exclame! deu-se pelo alcance de público da rede em diferentes alternativas de compartilhamento. Por se trabalhar com um material audiovisual, a plataforma de vídeos do YouTube possibilita a interatividade entre os internautas que acompanham o projeto. A troca de ideias de forma direta e a sugestão de pautas tornam os usuários fatores essenciais na democratização de conteúdos. O YouTube participa do processo de convergência ao ser exibido e/ou divulgado nas redes sociais e sites através de computadores, smartphones e nos meios digitais dos espaços acadêmicos. A democracia conquistou uma nova realidade, e com outro significado, principalmente depois da popularização das mídias digitais, com ênfase na internet. O exercício da democracia (MORAES, 2015) nos dias de hoje é ter acesso à informação política e econômica, e ter recursos para a participação dentro desses sistemas. É pela internet que o jornalismo comunitário se demonstra mais eficaz e o acesso à cidadania é maior. As ferramentas de participação pública proporcionadas pela internet consolidam os feitos dessa prática jornalística a longo prazo, dependendo do empenho dos comunicadores envolvidos no processo. No final do século XIX, o jornalismo exercia a função de fiscalizar e denunciar os abusos dos três poderes tradicionais. Como defensores democráticos, jornalistas e meios de comunicação tomam como dever denunciar as violações de direitos de uma parte da população. A imprensa se tornava a voz dos sem vozes. Ao passar pela globalização neoliberal nas décadas seguintes, o significado de contrapoder foi perdido.(RAMONET, 2012). Lago (2010) diz que ao tentar resgatar o comprometimento de um produto jornalístico que mostra narrativas contadas pelas protagonistas das histórias e não só apresentar perfis estigmatizados pela mídia, o jornalismo oferece um quadro amplo, não distorcido, sobre realidades sociais a fim de orientar a opinião pública para um bem comum. O aprofundamento na compreensão sobre a percepção do Outro na mídia, deve ser analisado em conjunto a reflexões antropológicas, pois assim, teremos um jornalismo plural. O pluralismo implica em contemplar e incorporar o Outro (minorias sociais), mas não de uma forma estereotipada em concordância com o preconceito. O jornalismo e a antropologia têm a mesma função ao construir narrativas sobre a alteridade, que alegam ser a  verdade , no sentido de apontar para correspondências entre a vida como é e a vida retratada por essas narrativas. Lago vai afirmar que a maneira que o jornalismo percebe o outro precisa mudar para um olhar inclusivo: Temos que descentrar o olhar constituído, torna-lo permeável a pontos de vista, ângulos, vivencias, à possibilidades de ser afetado pelo outro, em vez de tentar percebe-los pelas atuais gramaticas normativas que figuram nos manuais e dentro das redações (salvo exceções). Falta ao jornalismo um olhar inclusivo. Um contaminar pela possibilidade de entender e acolher visões de mundo radicalmente diferentes daquelas fruto das projeções sobre o público ideal (camadas medias e altas) [...] Tanto empresas quanto jornalistas apagam de cena tudo aquilo que não pode ser compreendido pela lente do mesmo (LAGO,2010). O Youtube como plataforma alternativa para uma nova mídia que busca resgatar o indivíduo como central em sua própria história, promove a busca por alteridade, novas perspectivas, rostos e narrativas que antes eram estereotipadas por uma mídia com o olhar já danificado por uma construção simbólica de grupos dominantes e dominados.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Exclame! é um projeto audiovisual independente produzido por alunos de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Roraima, que utilizam como plataforma um canal no YouTube para armazenamento do conteúdo final produzido. O uso das redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter) é uma das principais ferramentas de difusão das produções para alcançar diversos públicos distintos, em especial, todos os que tenham interesse em apoiar minorias sociais (Militantes, Estudantes, Curiosos, Professores e Pesquisadores) . O símbolo da logo é um alto-falante, pois representa o ato de projetar (tornar mais alto) os anseios das minorias. A periodicidade do projeto consiste em um vídeo novo por mês e o funcionamento do projeto nas redes prioriza a informação e interatividade entre os usuários. No facebook, os acadêmicos, cada um com funções distintas, trabalham na publicação de trailers, prévias e intros informativas sobre as produções divulgadas pelo canal, atualizações de dados abordados nos vídeos anteriores com fotografias, textos explicativos e infográficos. Pelo Instagram, a função dos Stories é utilizada para compartilhar os bastidores das gravações, publicar fotos tiradas durante as gravações, lançar prévias dos vídeos, realizar lives (vídeos ao vivo) para retratar situações de relevância. Também se organizam os destaques do Stories por tópicos e usa-se hiperlinks para divulgar os vídeos. O Twitter, pela sua simplicidade de funções, é utilizado para enquetes interativas e prévias dos vídeos com links de direcionamento para o canal no YouTube. Para o primeiro vídeo deste projeto, os acadêmicos envolvidos definiram a ideia de abordar os problemas decorrentes da imigração venezuelana e a realidade dos refugiados que buscam melhores condições de vida na cidade. A coordenação do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR) ofereceu apoio aos estudantes com uma câmera semi-profissional, microfone e gravador de voz para entrevistas. As gravações ocorreram em maio de 2018 em diversos pontos diferentes de Boa Vista para exibir o cotidiano dos imigrantes nas ruas. Para retratar os problemas econômicos, as filmagens revelam a dificuldade das pessoas em conseguir dinheiro com os cartazes à procura de emprego em avenidas movimentadas, vendas ambulantes, limpeza de carros em semáforos, etc. Os acadêmicos conheceram os abrigos construídos nas dependências da Igreja da Nossa Senhora da Consolata e no Palácio Latifi Salomão, onde concentram-se um grande número de refugiados. Foi necessário pedir permissão para todas as pessoas responsáveis pela direção dos locais para realizar gravações dos dormitórios improvisados, momentos de lazer e ações na cozinha voluntária. Por ser um trabalho inteiramente independente e realizado por acadêmicos de jornalismo no exercício de sua graduação, houve a necessidade de procurar contatos oficiais para conseguir a autorização dos militares responsáveis envolvidos na supervisão de turnos dos abrigos. O Exclame!, em todos os seus processos e simbolismos criados pelos acadêmicos, reforça o protagonismo dos grupos marginalizados dentro de uma sociedade devido aos aspectos econômicos, sociais, culturais, físicos ou religiosos. Esse produto acadêmico foi criado para contar histórias reais que possam mudar as visões de pessoas cercadas dos privilégios de espaço e de classe. A partir das reflexões proporcionadas pelos vídeos, surgem os questionamentos que podem fazer a diferença. O projeto faz com que as minorias, as vítimas e os oprimidos pelas desigualdades do sistema sejam protagonistas da sua própria voz.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>