ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00237</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO11</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Livro  Mentes : recortes sobre o desgaste mental na universidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Laura de Oliveira Machado (Universidade Federal do Amapá); Roberta Scheibe (Universidade Federal do Amapá)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O livro  Mentes: os desafios do ensino superior , nasceu como uma atividade desenvolvida na disciplina de Livro-reportagem no curso de Bacharelado em Jornalismo da Universidade Federal do Amapá - UNIFAP, com o objetivo de evidenciar assuntos de relevância social e também incentivar a prática da escrita jornalística de maneira aprofundada. O recorte temático deu-se através da urgência em levantar discussões sobre a importância da saúde mental  especificamente no espaço acadêmico  como uma forma de prevenir problemas futuros que impactam diretamente no convívio social, principalmente na vida de estudantes universitários. O trabalho sustenta-se a partir da necessidade de fomentar discussões acerca da saúde mental, mais especificamente o desgaste da mesma no contexto da universidade, tendo em vista que o excesso de atividades e conteúdos somados a fatores externos atenuantes, podem ocasionar uma sobrecarga e dificultar o aprendizado, bem como prejudicar a socialização dos acadêmicos. Atualmente percebe-se um número crescente nos casos de transtornos mentais como a depressão e a ansiedade, o que contribui significativamente nos índices de suicídio. Dessa forma, trata-se de um assunto de saúde pública ainda pouco valorizado, tendo em vista tamanha importância. E por ser um tema delicado e de difícil compreensão, boa parte das pessoas não sabem como ajudar ou a quem recorrer, e isso se agrava mais ainda no ambiente acadêmico. De acordo com informações obtidas a partir da Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes de Graduação em 2014/2016 pela ANDIFES, 80% dos estudantes de graduação já tiveram problemas emocionais, 60% problemas com ansiedade, 32% insônia, 20% tristeza permanente, 10% medo ou pânico, 6% ideia de morte e 4% relataram ter pensamentos suicidas. No Amapá esse número é cada vez maior, de acordo com informações do Centro de Integração de Operações de Defesa Social do Amapá  CIODES, retiradas da reportagem do Jornal do Amapá 1ª edição (exibida no dia 17 de abril de 2019), de janeiro a abril de 2018, foram registrados 14 casos de suicídio, sendo 5 mulheres e 9 homens. Em 2019, no mesmo período, o número de ocorrências saltou para 20, configurando 14 homens e 6 mulheres. Há uma necessidade eminente em conversar sobre temas relacionados à saúde mental justamente porque a prevenção pode ajudar e diminuir as consequências em decorrência desses distúrbios enfrentados por boa parte da população. Tendo em mente a dificuldade da mídia em abordar este tema de interesse social e de enorme relevância, percebeu-se a necessidade em utilizar mecanismos jornalísticos para proporcionar esse espaço de fala e esclarecer diversos itens que ainda são considerados tabus na sociedade. De acordo com Borges, no artigo  Saúde pública e suicídio no Amapá: uma  surdez compreensível (PRACS: Revista de Humanidades do Curso de Ciências Sociais da UNIFAP, 2010), pensando nas inúmeras áreas que estudam o suicídio, há diferentes maneiras de se abordar o fenômeno, e assim compreendê-lo.  Essa pluralidade de sentidos e significados possibilita criar uma gama infinita de discursos sobre um determinado tema. No caso do suicídio, as várias ciências (jurídicas, antropológicas, psicológicas, sociológicas e etc.) têm leituras e compreensões diferentes, com convergências e divergências teórico-práticas em pontos diversos. Assim, o suicídio pode ser abordado de formas diversas e a partir de várias concepções teórico-práticas (BORGES, 2010, p. 176). Uma das metas do plano de ação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é reduzir em 10% a taxa de suicídio. Segundo a entidade, 90% dos casos de suicídio podem ser evitados. A agência da ONU calcula que aproximadamente 800 mil pessoas tiram a própria vida a cada ano. Segundo dados do Mental Health Atlas 2017, publicado em 2018, 10,5 habitantes vão a óbito por suicídio a cada 100 mil pessoas no mundo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Objetivando a construção de uma narrativa rica em conteúdo com relação a saúde mental, mais especificamente na universidade, mas também que possibilitasse um olhar mais humano, pensamos em produzir um livro-reportagem. A ideia nasceu na disciplina optativa de Livro-reportagem, ministrada pela professora Roberta Scheibe, no quinto e sexto semestres de Jornalismo. Para pensar acerca da prática jornalística de elaborar um livro-reportagem, inicialmente nos foram propostas metodologias e técnicas de pesquisa para esta reflexão. Deste modo, para compor a produção do livro-reportagem, esta pesquisa se utilizou de pesquisa bibliográfica qualitativa. Ida Regina Stumpf no texto  Métodos e técnicas da pesquisa em Comunicação (Atlas, 2014) argumenta que a pesquisa bibliográfica se refere a um apanhado geral de tudo que é publicado sobre o tema em pauta. A autora salienta que a pesquisa bibliográfica é um  conjunto de procedimentos que visa identificar informações bibliográficas, selecionar os documentos pertinentes ao tema estudado e proceder à respectiva anotação ou fichamento das referências e dos dados dos documentos para que sejam posteriormente utilizados na redação de um trabalho acadêmico (STUMPF, 2014, p. 51). No que diz respeito a pesquisa qualitativa, na acepção de Córdova e Silveira em  A pesquisa científica (Editora URFGS, 2009), é de que os aspectos da realidade  não podem ser quantificados, centrando-se na compreensão e explicação da dinâmica das relações sociais (CÓRDOVA; SILVEIRA, 2009 p. 32). O livro-reportagem segundo Edvaldo Pereira Lima, na obra  O que é livro-reportagem? (Editora Brasiliense, 1993), surge como um veículo formado por reportagens com grau de importância maior do que o que estamos acostumados a ver. A caracterização deste formato se consolida em uma reportagem em profundidade e pode ter a junção de técnicas oriundas da literatura empregadas de maneira conjunta com o texto de fundamentação jornalística. De acordo com as ideias de Lima, referência nos estudos de livro-reportagem, no texto  O jornalismo literário e a academia no Brasil: fragmentos de uma história (1993), o jornalismo transforma a linguagem literária objetivando sua utilização de maneira informativa, mas sem perder o viés original. E dessa forma ele se difere dos demais tipos de livro por conter fatos e informações atuais sobre determinado assunto de relevância social. De acordo com as classificações de Lima, no livro  Páginas ampliadas: o livro-reportagem como uma extensão do jornalismo e da literatura (Editora da Unicamp, 1995), o livro-reportagem depoimento reanima fenômenos importantes que aconteceram na vida da pessoa que escreveu ou de alguma fonte testemunhal. Classificação essa a qual se encaixa o trabalho em questão. Outro critério que também está inserido na classificação de livro-reportagem depoimento é mostrar ao leitor algumas informações importantes, que são específicas de quem está por dentro de determinado episódio. Ainda nos estudos de Lima (1995), entende-se o livro-reportagem como um aprofundamento nas informações transmitidas pela imprensa tradicional, ou seja, funciona como uma extensão, um complemento, evidenciando os pormenores que não são tão relevantes para o jornalismo diário que se debruça apenas em informações factuais. As cores estudadas e escolhidas para o livro-reportagem passaram por um processo lógico de seleção, dessa forma, a predominância da cor preta se destaca, principalmente na capa do livro, tendo em vista o aspecto de melancolia que a coloração carrega, como defende Farina; Peres; Bastos (Editora Edgard Blücher, 2006) no livro  Psicodinâmica das cores em comunicação .  A cor preta é a ausência de luz e corresponde a buscar as sombras e a escuridão. É a cor da vida interior sombria e depressiva. Morte, destruição, tremor estão associados a ela. Em determinadas situações, é signo de sofisticação e requinte (FARINA; PERES; BASTOS, 2006, p. 98). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A partir da pesquisa bibliográfica qualitativa, se pensou a metodologia do livro-reportagem a partir do método de Histórias de vida (Martino, 2018), e utilizando como recurso de captação das informações, a entrevista em profundidade, aproximando a pesquisa do foco de estudo. As entrevistas seguiam a partir de uma série de perguntas pré-estabelecidas para cada entrevistado, utilizando-se ganchos para novos questionamentos a partir da resposta das fontes. E no momento da produção das reportagens que compõem o livro, foram levadas em consideração as seguintes técnicas textuais, bastante utilizadas no jornalismo literário: narração e descrição,  flashback (voltar em acontecimentos do passado) e  flashforward (antecipar momentos futuros), diálogos e construção cena a cena. A captação das informações se deu através de entrevistas de perfil-humanizado, com o foco nas informações, mas sem perder a sutileza e a compreensão com o outro. Além da utilização do método de histórias de vida, que possibilitam uma imersão nas histórias do entrevistado e aproximam o leitor do texto. É importante ressaltar que o livro contém um aviso de gatilho, para que o leitor esteja ciente que o conteúdo pode provocar reações, tendo em vista os relatos extremamente pessoais que formam o material. Essa foi uma preocupação constante no processo de criação dessa pesquisa, tratar o assunto com seriedade, contar histórias e não ser um fardo para o leitor e sim um momento informativo e de reflexão. Este trabalho pertence à classificação de livro-reportagem-depoimento, em que existe a constituição dos fatos a partir de um participante ou de uma pessoa que testemunhou tal acontecimento. O livro foi todo diagramado no software Adobe InDesign CC 2018 (versão teste gratuita) pertencente a Adobe Systems. A capa do livro foi criada na cor preta, por passar a ideia de um assunto sério que merece muita atenção. Utilizou-se três fontes, sendo elas:  Go around the books regular, tamanho 84, cor branca no título;  Cheveuxdange regular, tamanho 18, na cor branca para o subtítulo, ambas escolhidas por terem um design rabiscado, que demonstra confusão e desordem (relacionadas aos distúrbios psíquicos); e a fonte  Surfing Capital regular, tamanho 41, cor cinza, aplicada em palavras-chave do livro que foram utilizadas na capa como forma de atrair a atenção e ambientar o leitor na temática abordada. As demais fontes utilizadas no livro são:  Century Gothic regular, tamanho 12 e 11, para o nome da autora e da ilustradora do livro, respectivamente;  Times New Roman itálico, tamanho 12, para a dedicatória e regular para o corpo das reportagens;  Minion Pro regular, tamanho 12, para os agradecimentos; na numeração dos capítulos foi utilizada a fonte  PWChalk tamanho 48, e na paginação a  Cheveuxdange tamanho 12; nos intertítulos das reportagens usou-se  Times New Roman itálico-bold, tamanho 14. Ao todo o livro conta com sete capítulos, sendo eles:  A corrida do lattes ,  Máquina de moer gente ,  Peso da graduação ,  E aí, passou? ,  Ao mestre com carinho ,  Sopro de vida (capítulo autobiográfico) e  Dura realidade . No início de cada capítulo há uma ilustração que antecede o texto e foi produzida de acordo com o conteúdo da divisão, todas as ilustrações do livro foram feitas por Dayanne Farias, que é estudante de Design gráfico. As reportagens foram escritas seguindo características literárias, com textos descritivos e narrativos, facilitando a assimilação do leitor e ambientando-o nas histórias contadas. Alguns recursos de grifo foram utilizados para destacar trechos da produção, como o negrito para palavras e frases que mereciam ênfase e o itálico para falas dos entrevistados. Foram entrevistadas 10 pessoas, entre elas uma voluntária do Centro de Valorização da Vida  CVV e dois psicólogos, sendo um deles coordenador do AMBACS  Ambulatório de Atenção a Crise Suicida (NAI /Unifap).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>