ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00256</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO12</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;UMA JOVEM CHAMADA MARIA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;RudjaCatrine Silva dos Santos (Universidade Federal do Amapá); Nathanael Angelo Zahlouth (Universidade Federal do Amapá); Renato Amanajás de Atayde (Universidade Federal do Amapá); Cláudia Maria Arantes de Assis Saar (Universidade Federal do Amapá)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O trabalho foi desenvolvido durante o Círio 2018 em Macapá, percorrendo todo trajeto que saiu da Igreja Nossa Sra de Fátima até a Igreja de São José. Registramos momentos marcantes do evento. Fundamentados nas técnicas transmitidas em sala de aula e através de orientação da professora Claudia Arantes, buscamos mostrar a fé do amapaense que segue a berlinda da Santa. A atividade religiosa chamada Círio de Nossa Senhora de Nazaré, mobiliza mais de 100 mil pessoas em Macapá. A devoção a nossa senhora começou em Belém do Pará, a partir de uma história contada desde os tempos coloniais. Segundo a lenda, um homem chamado Plácido encontrou uma pequena imagem da Santa em um taperebazeiro as margens de um rio, levou para sua casa e lá chegando montou altar para a imagem. Espalhada a história, vários moradores dos arredores vinham visitar a imagem e se tornaram assim devotos da santa. Contam que depois de ter sido levada para a casa de Plácido, a imagem simplesmente desapareceu e mesmo ela tendo sido levada novamente para a casa, voltou a desaparecer e reaparecer no mesmo taperebazeiro por diversas vezes, até que Plácido entendeu que a santa queria permanecer naquele local. Foi lá então que ele ergueu uma capela em nome da Santa Maria de Nazaré. Em 1780, D. Francisco de Souza Coutinho que era presidente da província do Pará e devoto de Nossa Senhora de Nazaré determinou que fosse realizada anualmente uma feira em frente a capela e uma romaria levando a imagem no colo do bispo em um carro puxado por bois, de um ponto a outro da cidade. O primeiro Círio só viria a acontecer em 1783. O historiador romeno Lucian Boia acredita que são filósofos e antropólogos que têm evidenciado teoricamente as estruturas do imaginário, permanecendo historiadores atrelados a tais descobertas. Segundo ele, os historiadores sequer tentariam se reconhecer nas regras do jogo estabelecido por outros, desistindo de construir uma teoria histórica específica. (BOIA, 1998, p. 7) Iniciamos este fotodocumentário baseados na teoria do instante decisivo de Cartier-Bresson, procurando na multidão, momentos que passam despercebidos à maioria. Passamos pelo processo de pesquisa fotográfica para entender quais seriam os pontos marcantes do círio e utilizamos as técnicas fotográficas para captar cada um deles. Acompanhamos o a procissão de perto para que fosse possível captar as imagens que mais transmitissem o sentimento do seguidor da romaria. Apesar de ser um evento paraense, o círio tem razão histórica para acontecer também em Macapá. Antes da criação do território Federal do Amapá, Macapá pertencia ao estado do Pará, e herdou a tradição. Nos dias atuais a romaria acontece sempre no segundo domingo de outubro e tem vasta programação além da romaria. A santa também é homenageada através de romaria fluvial, ciclística, feiras, transladação e outras atividades. O Círio é um evento católico, e sempre levantou críticas de outras religiões, por ser um culto a uma imagem, a da Santa Maria de Nazaré. Embasado no capitulo  Êxodo da bíblia, capítulo 20 versículos 2 a 4 que tem um dos trechos:  Não terás outro Deus além de Mim líderes de outras religiões questionam o círio. Porém segundo Santo Tomás de Aquino na sua suma Teológica parte III, questão 25 nos artigos 3 e 4 sintetiza sobre: a adoração a imagem não significa adorar aquele objeto, mas sim o que ele representa, no sentido de que todas as manifestações acerca de imagens e santos, são representações do poder de Deus. Entende-se então que a adoração a Santa Maria de Nazaré é uma adoração indireta a Deus. O fotojornalismo tem a sensibilidade de aproximar o observador de determinado acontecimento, como é o caso do Círio de Nazaré, o que permite a sensação de proximidade com o fato, conhecimento e participação. De acordo com Vilches.  ali onde o fotógrafo decide apontar sua câmara nasce à cena informativa. Isto é tão certo que, se mudarmos o ponto de vista ou a cena, muda o acontecimento. (VILCHES , 1993, p. 141) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia documental retratou neste trabalho a fé do devoto, em seu momento de maior adoração aquilo em que acredita. O projeto fotográfico foi baseado no sentimento de alguns devotos que acompanhavam a santa por todo o Círio, mostrando a emoção, o sofrimento e buscando retratar na imagem a fé. O objetivo é mostrar como o devoto demonstra sua fé durante o Círio de Nazaré. Envolve muita emoção e energia, formando espontaneamente fisionomias muito interessantes durante o percurso. A imagem da Santa é sinônimo de fé e devoção para as pessoas que seguem. Na proposta apresentada, os alunos tentaram recriar aos observadores, o clima do Círio através de fotografias que detalhassem a beleza da maior demonstração de fé da Amazônia, com sua beleza apresentada através de diversos momentos icônicos. Estes elementos são apresentados em registros fotográficos informativos. A proposta realizada baseia-se na análise da tentativa humana de que a fotografia seja a própria representação do real. A fotografia foi escolhida pela equipe para captar a essência do círio nos seus momentos mais icônicos como as pessoas que vão segurando a corda que cerca a berlinda da Santa e os devotos pagando promessa. Foram usadas técnicas da fotografia documental para melhor resultado do projeto. O conceito de fotografia documental mudou; se antes era a representação da realidade, hoje se apresenta como uma expressão da ou sobre a realidade. Para Boris Kossoy: "O conceito de fotografia e sua imediata associação à ideia de realidade, tornam-se tão fortemente arraigados que, no senso comum, existe um condicionamento implícito de a fotografia ser um substituto imaginário do real". (KOSSOY, apud. MUNHOZ, 2015, p. 2) O tema a ser fotografado foi estudado pela equipe, para um melhor desempenho durante a execução do trabalho. As fotos foram feitas para retratar a realidade do devoto, buscando retratar a individualidade e o sentimento de quem esteve presente na romaria. Foi preciso ter paciência e sensibilidade para sentir de onde poderia vir a imagem, esperando o momento certo,  Não há nada nesse mundo que não possua um momento decisivo (CARTIER-BRESSON, apud. HACKING, et al. 2012, p. 367) Para o amapaense que crê na Nossa Senhora, participar do Círio se tornou uma experiência de fé, que remete a lembranças históricas, fazer o registro fotográfico deste evento vai além da simples imagem como explica Leite: Quando olhamos uma fotografia, não é ela que vemos, mas sim outras que se desencadeiam na memória, despertadas por aquela que se tem diante dos olhos. [...] As fotografias poderiam ser comparadas a imagens armazenadas na memória, enquanto as imagens lembradas são resíduos substituíveis de experiências contínuas. Em muitos casos, lembranças das fotografias substituem lembranças de pessoas ou acontecimentos, que são mutáveis, enquanto a fotografia fixa pode ser revista muitas vezes. (LEITE, 2005, p. 145) Este trabalho foi desenvolvido a partir de pesquisas sobre o olhar e a composição fotográfica como uma maneira de levar um fato ao observador das fotografia, conforme afirma Ledo (LEDO, 1998, p. 22),  a fotografia nasce como documento, como registro, que se dispõe a intervir no curso dos acontecimentos, mantendo sua iconicidade, sua semelhança com o referente. O registro minimalista, de um evento religioso com mais de 100 mil pessoas, mostra detalhes escondidos em meio à multidão, detalhes de mãos que levantadas ou agarradas a corda que puxa a berlinda, exemplificam que a fé está em detalhes, mesmo sendo imensurável, ela está nos mais diversos detalhes, como a corda de cizal, o suor que escorre pelo rosto, as fitas coloridas que balançam ao vento, colorindo a dor e a fé, as centenas de milhares de sombrinhas, que protegem os fiéis do sol que castiga e exige cada vez mais resistência, transformam as ruas em um mar de cores diversas, que cercam a Santa e a Berlinda, como um muro protetor. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Foram usadas câmeras modelo: Canon T3i e Nikon D5100, com as lentes 18-55, 18-135 e 50 milímetros, configuradas no modo manual. Foto 1: Por Nathanael Zahlouth. Retrata a multidão. A Foto está em um plano Plongeé, do alto de um trio elétrico. Foto 2: Por Nathanael Zahlouth. Tirada no plano contra Plongeé tendo foco no objeto posterior, o enquadramento é feito próximo das mãos. A iluminação natural da foto permite um sombreamento dos rostos das pessoas destacando as mãos levantadas e iluminadas pelo sol. Foto 3: Por Rudja Santos. Tem como assunto principal uma senhora vendedora de fitinhas. O círio também movimenta a economia de pequenos comerciantes e a foto representa essa classe. Inspirado no trabalho do fotógrafo Sebastião Salgado, que se dedicou a fazer crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, retratando sempre bem a expressão dos pessoas de maneira sensível. Foto 4: Por Rudja Santos. A fotografia retrata o esforço físico dos fiéis ao seguirem a Santa para pagarem promessas feitas ou fazerem novas promessas. A fotografia documental trabalha no registro cultural ou artístico do momento e pensando nisso o momento foi registrado, para eternizar um dos momentos mais icônico do círio, que são os pés descalços dos devotos. Foto 5: Por Rudja Santos. Tendo em mente a técnica usada por Sebastião Salgado para capturar expressões e personalidades em retratos, a fotografia 5 mostra na expressão do devoto segurando a imagem da Santa Maria. Na expressão do assunto, percebemos a fé. Para a composição fotográfica foi usado o racio de fibonacci como base. Foto 6: Por Renato Atayde. O retrato do fiel, com olhar sereno, suas mãos seguram a corda de vime, crua, sobre os ombros. O objetivo de fazer uma foto de um romeiro na corda, é tentar mostrar a dor e do sofrimento dos que acompanham o Círio. O registro mostra o contrário, mostra o cansaço em seu rosto. Foi justamente este olhar focado e sereno, em um rosto que mostra um leve sorriso, talvez de satisfação e alegria, que me fez apertar o obturador. Foto 7: Por Renato Atayde. O entorno da Berlinda, é um dos pontos mais disputados, os fiéis se aglomeram em torno da Santa, para ver de perto, ou para sentir a presença da santa. Me posicionei ao lado da rua, esperando a berlinda passar, o vidro que protege a santa, causa reflexos que dificultam ainda mais a foto. A dificuldade de enquadramento, tem a ver com a multidão que se empurra para tentar chegar mais perto, por isso usei uma lente 18-135 mm, para aproximar a imagem, e tentar registrar, no modo manual. Foto 8: Por Rudja Santos. Mostra a berlinda com a imagem da santa, refletindo os fiéis seguidores que acompanham a romaria. A imagem representa a interação entre a santa e os devotos. Foto 9: Por Rudja Santos. Nesta fotografia vemos um homem carregando uma cruz, o rosto muito expressivo, transmite a emoção de estar ali naquele momento provavelmente agradecendo ou pedindo alguma graça a santa. Os romeiros costumam carregar objetos durante o percurso do círio para que na dor, receberam a graça desejada. Foto 10: Por Rudja Santos. Mostra um homem suado debaixo do sol escaldante de Macapá. Ele acompanhava a corda, um dos símbolos do círio onde muitas pessoas vão por vezes descalços, segurando uma corda que virou é tradição. Foto 11: Por Rudja Santos. Carregando uma cruz de madeira, o homem na imagem transparece dor e devoção. A fotografia expõe detalhes que por vezes a olho nu passam despercebidos, é o chamado momento decisivo. Foto 12: Por Rudja Santos. A expressão é de dor e esforço no rosto do senhor que acompanha a corda. O suor que escorre do seu rosto é a representação de todo o esforço de estar se sacrificando em nome da devoção. O estilo de Sebastião Salgado de retratar expressões cruas foi grande influência para a composição fotográfica desta imagem. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>