ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00265</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Minha Cor é Negra</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Fabio dos Santos Assunção (Centro Universitário do Estado do Pará); Aislan de Paula Ferreira da Silva (Centro Universitário do Estado do Pará)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Foi proposto à turma elaborar uma atividade transdisciplinar entre as matérias de Fotografia e Semiótica, como exercício de estímulo do olhar criativo e de experimentação de expressão artística. Para tal atividade fui orientado a por em prática habilidades desenvolvidas nas disciplinas em questão, sendo um exercício avaliativo que correspondia a grade curricular do terceiro período do curso de Publicidade e Propaganda, da instituição de ensino CESUPA - Centro Universitário do Pará. Este trabalho tem por objetivo apresentar por meio de um ensaio fotográfico as lutas vividas pelos negros através da canção-poema  Me Gritaram Negra (Disponível em: https://www.geledes.org.br/me-gritaron-negra-a-poeta-victoria-santa-cruz/. Acesso em: 10/04/2019), da autora e compositora peruana Victória Santa Cruz, que carrega reflexões sobre os conflitos vivenciados pelos negros no processo de reconhecimento e afirmação de sua própria identidade. A autora também traz, desde sua infância, marcas que ferem sua autoestima, além de reafirmar a dor da mulher negra que é transmitida entre as gerações. O ensaio tem por finalidade também debater essa visão preconceituosa não só com a mulher negra, mas com as pessoas que sofrem essas agressões diariamente.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Entender o cotidiano ao nosso redor e os sinais permanentes do conhecimento sobre sociedade que adquirimos em nosso país foi o início da elaboração deste trabalho, que era pautado na construção de um ensaio fotográfico através da releitura semiótica de um poema, música, narrativa, texto ou qualquer expressão literária. Partindo deste entendimento, fiz um brainstorm que me auxiliou no direcionamento da escolha literária, pois priorizei um texto que tivesse uma narrativa que contasse a vivência do próprio negro, e não algo escrito sobre eles. Dessa forma selecionei o poema da autora e compositora peruana Victória Santa Cruz, que narra o processo de construção do racismo perante uma pessoa negra, e como isso é imposto de forma dura sem que a mesma entenda o porquê desta imposição. Analisando a canção-poema escolhida para ser representada no trabalho, identifiquei que a narrativa é cronológica e apresenta as fases da compreensão de ser negro na sociedade, e por isso dividi a leitura do texto em três momentos, leitura que também pautou o ensaio fotográfico. São eles a inocência, representada pela infância; o questionamento, que mostra o que é ser negro no olhar alheio; e a auto afirmação, no qual se reconhece e se constrói a sua própria identidade como negro. Isso foi identificado a partir de uma análise semiótica, no qual destaquei os principais pontos do poema que me nortearam em idealizar uma composição imagética de como seria a representação estética da obra no contexto final. Por fim construí um painel de referências imagéticas no qual retratasse os principais signos analisados e os sentimentos que eles representavam - como rejeição, medo, aceitação, corpos negros, entre outros símbolos -, tanto de forma abstrata como concreta. Deste modo pude planejar como o ensaio seria construído e quais signos e símbolos estariam presentes nas fotografias. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ensaio se inicia com a representação da infância que mostra a inocência que essa etapa da vida carrega, impondo um estereótipo que está enraizado até os dias atuais pela sociedade, que aplica sua própria percepção sobre o negro. Com isso, a representação dessa fase é retratada através de fotos mais fechadas, sem o rosto da modelo e de costas, dando uma sensação de confusão sobre o julgamento e o medo que se apresenta na infância. Ainda nessa fase, sigo mostrando a rejeição ao próprio corpo através dos planos fechados que mostram o reflexo deturpado e a imagem embaçada que as pessoas negras passam a ter de si. Assim como a recusa da sua própria cor, que passa a ser reforçada pela sociedade, e para ser aceita nos padrões sociais muitos se escondiam atrás de maquiagem ou artifícios. Como a visão em cima do negro sempre é pautada através da superioridade, priorizei nesta etapa a técnica do plongée, ângulo de cima para baixo, para demonstrar como os negros são vistos e a abordagem que o poema traz em sua construção sendo de forma ríspida e violenta. No segundo momento é retratado o questionamento, no qual se indaga o porquê ser negro é ruim, e quais males isso acarreta na sociedade. Esse ato é mostrado nas fotos da modelo sentada de frente e em uma área limitante, que representa o local onde os negros são postos pelos outros sem consentimento, com uma expressão de questionamento querendo se libertar dessa fronteira para fazer parte da sociedade. Para firmar esta ideia de diálogo fiz os registros em plano aberto e na linha dos olhos transmitindo a intenção de estar no mesmo nível para debater sobre a sua existência. Já na última fase que fala sobre a auto afirmação, é o momento de exaltação da negritude que encontrou sua própria identidade e a sua importância na sociedade. Retrato esse posicionamento mudando a postura da modelo deixando ela de pé e em poses imponentes que mostram o seu amor próprio e o seu empoderamento por meio de sua expressão e felicidade em ser que quem é. É contado pelas últimas sete fotos que começa pelo seu poder passando para o seu amor próprio e finalizando com uma foto que demonstra sua superioridade em lidar com algum resquício de preconceito. Priorizei fotografar em contra-plongée, ângulo que é feito de baixo para cima, para mostrar sua força, sua imponência, o seu verdadeiro local na sociedade, além de deixar todo o ensaio em preto e branco para que possa focar na expressão da modelo e a carga emocional que o poema possui. Esta canção-poema retrata muito bem o que nós negros vivemos até os dias atuais. Mostra como ele pode se encaixar em qualquer momento da história e busca representar a dor sofrida, além da superação que temos que conquistar diariamente em um mundo que desvaloriza uma pessoa por conta da sua cor. Os principais métodos utilizados na elaboração do ensaio partiu da seleção do poema e da modelo. O ensaio foi realizado no estúdio fotográfico do curso supracitado, onde utilizei somente uma luz direta para a iluminação e a câmera Canon 6D com uma lente f.24-70, com ajuste de velocidade do obturador em 1/160 e abertura do diafragma em f.16, além da sensibilidade do sensor regulada em 100. Também foi utilizado a lente 85mm, com o mesmo ajuste de velocidade e ISO, porém com a abertura do diafragma em f.20 para os registros mais fechados, priorizando detalhes para ambientar o poema tratado. Com as fotos realizadas e selecionadas, iniciei a etapa de edição de imagem que foi feita no programa Adobe Lightroom CC 2017, onde alinhei as definições de cor e contraste para que valorizasse a expressão da fotografia. Também utilizei o aplicativo Adobe Photoshop CC 2017 para edição de enquadramento e a remoção de imperfeições na composição fotográfica.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>