ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00288</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A beleza negra - ensaio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Álvaro Damasceno de Lima (Fametro); Syrrames Nobre de Mendonça (Fametro); Beatriz Carvalho de Souza (Fametro); Helder Ronan de Souza Mourão (Fametro)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo Almada et al. (2017) o ensaio é um conjunto de fotografias que juntas constroem uma narrativa, uma história contada em quadros. O foto-ensaio é um gênero da fotografia que teve sua popularidade nos anos 40 com o registro visual das guerras divulgado em revistas e jornais. Atualmente esse gênero é mais comum com visões artísticas, resultando em exposições ou nos famosos  books fotográficos . O tema do presente ensaio surgiu por meio de um trabalho solicitado na disciplina de Sociologia da Comunicação, no mês em que se comemora o Dia da Consciência Negra no Brasil, a partir de especulações e questionamentos sobre a beleza das pessoas negras e os desafios ultrapassados até que um indivíduo afrodescendente se aceite e se reconheça como tal. Ao longo de toda a história brasileira, o negro é visto em situação de submissão, pobreza e marginalização. Esses estereótipos e preconceitos tem os levado a um cenário de completa humilhação, em todos os sentidos. Aprendem desde muito cedo, através das reproduções ideológicas que os padrões de identidade valorizados na sociedade são os de pessoas brancas, sendo um representativo de sucesso, inteligência, beleza, entre outros aspectos positivos. Quanto mais a pessoa negra se aproximar desse padrão eurocêntrico, mais espaço garantirá na sociedade, sendo forjada a ignorar sua verdadeira identidade. A narrativa visual busca desafiar e confrontar a coletividade, de forma a explorar os tipos de beleza, identidade e traços marcantes de quatro pessoas negras, indo de encontro aos velhos preconceitos inerentes a sociedade brasileira, de que essa parcela significativa de negros deve ficar escondida, quieta e neutra, sem qualquer tipo de expressão visual e manifestação, mesmo somando 54% da massa brasileira. O equipamento utilizado para a captura das fotos foi uma câmera digital Sony DSC-HX200V, e dos 110 registros, 47 foram passados no programa de edição Adobe Photoshop para serem tratados e ganharem a força e expressão visual necessária na construção da narrativa, e finalmente foram salvas em formato JPEG, para serem compatíveis com diferentes veículos e formas de compartilhamento. As 12 fotografias apresentadas foram selecionadas das 47 capturas que compõem o ensaio fotográfico A Beleza Negra. Dos 12 registros, três são em preto e branco, para trazer um aspecto de força, raça e firmeza e nove são coloridas, para trabalhar o tom de pele dos modelos e brincar com as cores das maquiagens e acessórios que cada um utiliza. Ainda que em número reduzido, o ensaio apresentado mantém sua essência e prova que os objetivos foram alcançados. A quantidade de fotos de cada modelo não interfere na narrativa do ensaio, ainda que fosse apresentado apenas um registro de cada modelo e uma foto em conjunto, a história seria contada e apreendida por quem observa, em função do tema e da força visual que o foto-ensaio carrega consigo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A disciplina de Sociologia da Comunicação, ministrada no segundo período do curso de jornalismo pelo professor Helder Mourão, foi de extrema importância para a captação de novas perspectivas e olhares sobre a sociedade. O ensaio fotográfico pensado e produzido como nota parcial na disciplina, antes mesmo do curso receber as aulas de fotojornalismo, teve como principal inspiração bibliográfica o livro  A Cultura da mídia  estudos culturais: identidade e política entre o moderno e pós-moderno de Douglas Kellner (2001), mais especificamente o capítulo 5, intitulado  A voz negra: de Spike Lee ao rap , um estudo crítico sobre o impacto da Cultura da mídia na formação das lutas e discursos sociais de grupos oprimidos existentes, frente a uma construção de identidade racial, em confronto com outros aspectos identitários, como classe social, sexo e gênero que dão sentido ao mundo. Essa inclusão social da pessoa negra que antes era vista às margens da marginalização, origina uma série de questionamentos e debates, especialmente pela forma como eram enxergadas, por meio de estereótipos pela tonalidade da pele. Os conceitos que giram em torno do tema ganharam força e significação ao longo dos estudos. A participação dos autores do trabalho na última edição do Encrespa Geral que teve como mote a Saúde mental da população negra e LGBTQ+ foi imprescindível para a essência das fotografias. O evento que acontece em Manaus desde 2013, tem o objetivo de incentivar a valorização da identidade negra e o uso do cabelo crespo, além de trazer a tona debates sobre o racismo. Através das mesas redondas que contaram com a participação de ativistas e simpatizantes dos movimentos sociais foi possível adquirir um vasto conhecimento, especialmente em relação aos aspectos de identificação da pessoa negra no Estado do Amazonas. Ficou nítido que o desenvolvimento dessa identidade racial é muito particular, porque é o resultado de uma construção familiar, histórico e social, uma percepção de si mesmo e do outro. Para se entender negro é preciso recorrer a uma pesquisa familiar em busca da ancestralidade e raízes, levando em consideração a existência de mais de 150 tonalidades de pele dos brasileiros. A pesquisa participativa foi muito utilizada pelos acadêmicos na fase de produção do ensaio fotográfico, onde tiveram oportunidades de conversar com pessoas negras para saberem de suas histórias de vida. Por meio do diálogo com jovens negros, ficou muito óbvio que o racismo é o problema mais recorrente no cotidiano, mesmo que manifestados de forma velada, escondida. Uma das modelos relatou que ao longo de toda a sua infância e juventude ouviu da própria família e de amigos que  roupas coloridas não combinavam com a sua pele , deixando-a bem desconfortável e levando-a a usar somente roupas neutras. A partir daí, os autores do trabalho pensaram nas maquiagens com cores vivas e fortes para realçar a beleza e a singularidade de cada modelo. Essa mudança de concepção a cerca das cores que combinam ou não com o tom da pele, perpassa pela representatividade negra em todos os seus níveis, desde a indústria de brinquedos, responsável pela fabricação de bonecas e bonecos, que fazem parte da fase de inclusão e descobertas das crianças, até a representatividade na mídia, como nos cargos públicos, comerciais de produtos de beleza, nos telejornais, novelas, desfiles de moda, esportes, cinema, música, enfim, em todos os lugares. Se antes haviam figuras emblemáticas como Zumbi dos Palmares, Dandara e Luís Gama como exemplos de representatividade, hoje, com todos os avanços sociais e tecnológicos, há a presença de personalidades e artistas como Marielle Franco, Taís Araújo, Iza, Beyoncé, Naomi Campbell, Lázaro Ramos, Projota, Emicida, David Miranda, Donald Glover, dentre outros, inspirando e sendo exemplo de luta pela igualdade de direitos e inclusão social da população negra no Brasil e no mundo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O ensaio fotográfico A Beleza Negra foi realizado no dia 14 de novembro de 2018 no estúdio de fotografia do Centro Universitário Fametro, pelo grupo formado pelos acadêmicos Álvaro Damasceno, Beatriz Carvalho, Júlia Mota, Syrrames Nobre e Rose Carla Bastos, divididos nas funções: fotografia, maquiagem e direção, e contou com a participação de três pessoas negras: Caio César, Charrene Richely e Natália Lima que foram modelos juntamente com uma componente do grupo. A pré-produção começou por volta das 13 horas, com a organização do ambiente e os testes de luzes, para chegar ao resultado desejado. A câmera de uma das coautoras foi utilizada para os cliques e foi formatada para capturar as fotos com uma iluminação simples e para fotos com flash. Com todas as pessoas envolvidas no projeto reunidas, as maquiagens começaram a ser feitas e as cores das sombras foram sendo escolhidas aleatoriamente dentre as cores rosa, vermelha, azul, amarelo, laranja, verde e roxo, com pontos iluminados em algumas partes do corpo para realçar os traços de cada um. Os figurinos foram escolhidos em cores solidas, para que o destaque maior fosse à beleza, singularidade e maquiagem, sendo exploradas ao máximo nos registros. Foram feitas mais de 23 fotos de cada modelo individualmente e cerca de 20 capturas de todos juntos, utilizando o fundo branco, trazendo todo o contraste e beleza proposta desde o principio, e o piso cinza, que deu uma profundidade e solidez às fotografias e originou a foto escolhida como capa do ensaio, onde os modelos estão deitados no chão, com os braços sobre os outros, trazendo uma sensação de tranquilidade, leveza, beleza e união. O ambiente estava tomado de paixão e empolgação e as pessoas modelando estavam muito a vontade e interessadas e contribuir ao máximo com o projeto fotográfico. Os retratos foram inspirados nos cliques da revista Vogue e em aspectos visuais do clipe "New Rules" da cantora britânica Dua Lipa. O fundo musical trouxe a intensidade e espontaneidade dos modelos. Todas as fotos foram tiradas no ângulo frontal ou normal e utilizando o plano médio, primeiro plano e primeiríssimo plano, tendo em vista a captação dos traços e expressões faciais das pessoas negras em ação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>