ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00292</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Vozes da liberdade:arte e ditadura no Brasil</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Luiza Maria Reis Queiroz (Faculdade Martha Falcão); Camila Rafaela Duarte de Oliveira (Faculdade Martha Falcão ); Carlos Fábio Morais Guimarães (Faculdade Martha Falcão )</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Essa fotografia artística foi produzida em 2018 pelos alunos do 3º período do curso de Jornalismo da Faculdade Martha Falcão/Wyden. A obra foi desenvolvida como produto final das disciplinas de Fotojornalismo e História do Jornalismo. O objetivo foi criar uma releitura da fotografia de Chico Buarque, acompanhado dos integrantes do grupo vocal MPB 4, durante a interpretação da música  Roda Viva , no 3º Festival de Música Popular Brasileira, em 1967. Além disso, são apresentados os reflexos do período militar no desenvolvimento da cultura brasileira, com destaque na Música Popular Brasileira (MPB). Nesse sentido, vale ressaltar que essa temática mostra sua importância ao englobar reflexões sobre os "Fluxos comunicacionais e crise da democracia" na contemporaneidade. O enredo traz conta sobre o poder que a MPB teve durante o período militar.  Música é definida pelo Dicionário Aurélio como sendo a arte de se expressar por meio de sons. Seguindo esse pensamento, os artistas que vivenciaram a queda da democracia em 1964 se adaptaram e abusaram a criatividade para usar as canções como manifesto. Com a queda do governo de João Goulart, em 1964, as Forças Armadas assumiram o poder do Brasil e implantaram o período militar (1964-1985). A junta militar alegava que o país necessitava restabelecer a hierarquia e a disciplina, caso contrário, a  ameaça comunista iria se instalar. Durante 21 anos o regime ditatorial restringiu o direito ao voto, reprimiu movimentos de oposição e promulgou, ainda, decretos polêmicos, nomeados como Atos Institucionais (AI). Nesse período, a cultura brasileira encontrou formas de driblar a censura e usar a criatividade para manter a arte viva. Com isso, artistas usaram metáforas, trocaram nomes e criaram eufemismos que deixaram marcas na identidade cultural da nação. Conforme Napolitano (2004, p.176): Foi neste momento, que apesar do grito fundo de revolta, e também dos movimentos estudantis, o aumento das multidões nas ruas e da produção cultural que cantores, através de seu jeito próprio, decidiram dar soluções aos problemas políticos, ideológicos e culturais inovando desta forma a arte musical e inaugurado um novo ciclo de estruturação modernista. Para unir os talentos da música brasileira em um só lugar, as grandes emissoras de televisão criaram os festivais de música. Terra (2013, p.12) diz que: A chamada  Era dos Festivais não só serviu de contraponto à ditadura, mas revelou nomes de peso e lançou modismos, como também foi a gênese da MPB diversificada e sofisticada que conhecemos atualmente. Entre 1965 e 1972, o país parou muitas vezes para discutir letras, harmonias, melodias e ideologias políticas durante os festivais. Grande parte dos nomes consagrados da MPB foram descobertos nesta época. Entre eles está Chico Buarque, que surpreendeu os telespectadores em 1966, durante a transmissão do II Festival de Música, pela TV Record. A classe estudantil exerceu um papel fundamental entre 1965 e 1972. A principal forma de protesto veio por meio da música. Em sete anos, esse foi o modo que os jovens encontraram para se opor contra o regime militar. Dessa forma as músicas que foram compostas durante o período da ditadura militar,  expressam a resistência clandestina, daqueles que tinham que conviver às escondidas do regime militar (CERRY, 2005, p. 63). Ainda que de forma rudimentar, esta releitura fotográfica procurou retratar a alegria dos artistas, naquele momento registrado, combinado com o momento histórico do Brasil. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo o livro de Zuza Homem de Mello (2003), A era dos festivais: uma parábola, em 1965, o I Festival de Música Brasileira foi ao ar na TV Excelsior e teve como vencedora Elis Regina, com a canção   Arrastão  , de Vinicius de Moraes e Edu Lobo. A emissora perdeu o programa para a TV Record, que nos anos seguintes seria a líder dos programas musicais. Já 1966, a emissora proporcionou ao público o que seria o maior festival. O II Festival de Música dividiu a preferência do público entre Chico Buarque com a música   A banda  , e   Disparada  de Geraldo Vandré, Theo Barros com Jair Rodrigues e um trio instrumental de viola caipira. Foram 10 dias até o fim do concurso e o Brasil ficou em clima de final de Copa do Mundo, após a divulgação do resultado revelando que havia tido um empate. A canção  A Banda foi construída em alusão ao período histórico vivenciado: A Ditadura. A genuinidade da bossa nova, combinada com o sofrimento do sambista, deu espaço para uma composição carregada de críticas sociais e pensamentos de luta e liberdade. Por seguinte, os cantores realizaram de forma indireta, protestos contra o regime ditatorial. Em 1967, o Festival promoveu uma batalha entre os defensores da  verdadeira música brasileira  contra o  imperialismo americano  . O III Festival de Música fundou o Tropicalismo, movimento de ruptura da música brasileira, segundo a pesquisadora Ana de Oliveira, no site Tropicalia. Chico Buarque e integrantes do grupo vocal MPB 4, subiram ao palco e cantaram  Roda Viva , momento em que a fotografia, apresentada neste trabalho foi registrada. Edu Lobo foi o campeão do Festival de 1967. Após esse dia, as músicas de festival passaram a ter como lema o protesto contra a ditadura militar. Foi estabelecido, ainda, um diálogo entre compositor e os universitários. Em 1968 se consagrava o Tropicalismo no III Festival Internacional da Canção, que gerou uma enorme polêmica. Horas antes da final entre Geraldo Vandré e Tom Jobim, o diretor da TV Globo Walter Clark, recebe uma ligação de um general, afirmando que a canção de Vandré, que estava entre as favoritas pelo público, possuía versos contra a ditadura. Em um dos trechos da canção  Caminhando , é possível perceber a alusão ao contexto histórico:  Pelos campos a fome em grandes plantações. Pelas ruas, marchando indecisos cordões. Ainda fazem da flor seu mais forte refrão. E acreditam nas flores vencendo o canhão  . Por isso, a canção não poderia vencer o festival. O júri deu a vitória à música  Sabiá  , de Tom Jobim. A mudança repentina gerou um alvoroço do público que cantou, em vinte mil vozes no teatro, a música de Vandré, que havia ficado em segundo lugar. Segundo o jornal Folha de São Paulo a fama dos Festivais de música, fez com que o presidente do país, General Costa e Silva a decretar o Ato Inconstitucional 5 (AI-5), que permitiria à censura submeter a cultura nacional a uma espécie de lavagem cerebral. Essa censura atingia diretamente o teatro, o cinema e a imprensa, entretanto, seria mais dura com a música, visto que ela se tornou a manifestação cultural mais vibrante.  Caminhando  teve a circulação proibida em rádios, mas era sempre cantada por um coro de rebeldes em cerimônias e protesto. Com essa medida, a ditadura militar atingiu seu auge chegando ao momento mais perverso do AI-5. A censura restringiu diversos meios de comunicação que tivesse oposição contra o governo. Aquele momento foi o fim da  Era dos Festivais . Hoje é possível perceber a importância dos programas musicais para a política brasileira, levando em conta a repercussão que a televisão deu às ideias dos artistas. Outrossim, destaca-se a participação da juventude, que foi de suma importância para a história da MPB. Os festivais de música na época iam além de entretenimento, pois levaram jovens, a questionar sobre a realidade política e econômica, em cada entrelinha das composições.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O tema da releitura de imagem foi proposto pelo professor Marcus Cordeiro, da disciplina de Fotojornalismo. A imagem era de Chico Buarque, durante uma de suas apresentações no Festival de Música Popular Brasileira. A imagem retrata Chico cantando a música   Roda Viva  , acompanhado da banda MP4, no festival de 1967. A imagem original foi registrada pelo fotógrafo Wilson Santos. Para produzir a releitura da fotografia, adotou-se como objetivos específicos: (i) aliar os conhecimentos teóricos apreendidos nas disciplinas de História do Jornalismo e Fotojornalismo, com os conhecimentos práticos postos em ação nessa produção, (ii) exercitar a produção fotográfica ao trabalhar com as novas possibilidades desse formato visual e artístico, colocando em prática o que foi ministrado durante o semestre na acadêmia e (iii) analisar o contexto histórico do país, quando a imagem original foi registrada. Por seguinte, foram realizadas pesquisas sobre como seria produzido o processo fotográfico. A partir das orientações obtidas com a professora Beatriz Goes, que ministra a disciplina de História do Jornalismo, foi possível iniciar a produção e imaginar como seria o produto final. Construir a releitura com perfeição seria um grande desafio, entretanto, para auxiliar no processo, foi solicitado o auxílio de quatro rapazes, sendo eles: André Eduardo, Carlos Junior, Eduardo Mustafa e João Alves, que são ritmistas do Grêmio Recreativo Escola de Samba Mocidade Independente de Aparecida, escola de samba de Manaus, que possui 22 títulos. O quarteto interpretou os personagens da fotografia, visto que cada um já possui afinidade com a música. O ensaio fotográfico foi realizado na noite do dia 28 de maio de 2018, em um estúdio de música, localizado no centro de Manaus. Os instrumentos utilizados na foto foram levados pelos próprios personagens. Na imagem original, os homens estão trajando terno e gravata, prontos para uma noite de gala. Sendo assim, os artistas da releitura também tiveram que usar o traje formal. Vestidos a caráter e prontos para começar a sessão, foi necessário deixar os intérpretes a vontade para que a foto transmitisse naturalidade. Passados 15 minutos de descontração para diminuir a tensão, o trabalho foi iniciado. Bastou alguns cliques e as imagens esperadas já foram obtidas. Pode-se destacar que, durante a sessão, os rapazes cantaram músicas e procuraram retratar, com máxima precisão, a expressão de cada integrante da fotografia. Para arquitetar a fotografia artística, foi utilizada a câmera do smartphone IPhone, modelo 6, de 8 megapixel. As fotos foram produzidas em ambiente fechado e com baixa iluminação. O plano americano foi usado, em conjunto com o ângulo contreplongeé, onde a câmera fotografa o personagem de cima para baixo. Além dos rapazes, a imagem também teve que mostrar instrumentos, como: violão, tamborim e caixa musical. Depois do processo em campo, foi feita a seleção da imagem, que receberam tratamento no programa de edição Lightroom, para aplicar o efeito  sépia e deixar mais similar com a fotografia que foi retratada. A edição proporcionou, ainda, que fossem ajustados o brilho e contraste do produto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>