ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00364</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO07</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;As Cores</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Fabrício Araújo (Universidade Federal de Roraima); Francisco Eduardo Alves Cordeiro (Universidade Federal de Roraima); Timóteo Westin de Camargo César (Universidade Federal de Roraima)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto  As Cores foi desenvolvido na disciplina de Editoração Gráfica no curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de Roraima. Trata-se de um produto veiculado online no Instagram e é voltado especialmente para pautas, demandas e problemáticas da comunidade LGBTQI+. A plataforma escolhida na qual os conteúdos são publicados é consumida de forma rápida, instantânea e possui grande popularidade entre as principais redes sociais utilizadas no mundo, assim o produto pode discutir assuntos de interesse e/ou produzidos por pessoas da comunidade LGBTQI+, possibilitando diálogos com outros movimentos sociais como o feminismo, a luta de classes, movimento negro, plus size, etc. O objetivo principal do projeto busca dar maior visibilidade às questões culturais, políticas e sociais da comunidade cuja orientação sexual e gênero é focada em gays, lésbicas, bissexuais, pessoas trans, travestis, queers e intersexuais. Segundo o Grupo Gay da Bahia, Roraima é o estado com maior índice de violência contra o público LGBT. A cobertura desses casos pela mídia tradicional é quase nula. No último ano tivemos três casos que foram exibidos e acompanhados por parte da mídia roraimense: Uma mulher, que supostamente era trans*, agredindo uma mulher cis*, um caso de homofobia em um bar por conta de um selinho e uma travesti venezuelana que foi esfaqueada. Mas a pesquisa do Grupo Gay da Bahia mostra que ocorrem 6,15 mortes de LGBTQ s por cada milhão de habitantes em nosso Estado. Roraima não é um Estado fora dos padrões, a comunicação predominante ainda é a feita por veículos tradicionais, mas há espaço sim para veículos alternativos, geralmente blogs que tratam especificamente de política, nestes só há espaço para questões LGBT se houver ligação com pautas vinculadas a fins políticos. Já nos veículos tradicionais as pautas que tratam de lésbicas, gays, bissexuais e travestis são majoritariamente das editorias policiais. Assim as pessoas que constituem esta comunidade são corriqueiramente vítimas de casos de agressão ou assassinatos e que ainda assim são desrespeitadas, um exemplo clássico são as travestis que são tratadas com artigo masculino pelos responsáveis em construir a notícia. Outro exemplo de retrato feito pela mídia roraimense de LGBTQ+ é quando travestis e transexuais cometem crimes, nestes casos sempre é ressaltado que se trata de transgêneros, quando nunca ocorre o inverso, ou seja, um título, ou mesmo texto, jornalístico jamais evidencia quando se trata de uma pessoa cisgênera. O projeto As Cores tem pretensão, por tanto, de pautar a comunidade LGBT sobre óticas que fujam do senso comum que já existe dentro da mídia tradicional roraimense. Além da falta de cobertura a violência contra LGBTQ s, falta também espaço para artistas desta comunidade poderem mostrar o seu trabalho, existe um vácuo na história LGBTQ roraimense e dispersão de grupos politizados que lutam pela causa no Estado. Em contrapartida a toda esta falta de visibilidade da causa, existem inúmeros jornalistas e apresentadores que não se encaixam na sexualidade normativa da sociedade. Os acadêmicos que construíram esse projeto não querem fazer parte dessa realidade e, com isso, este produto com foco na comunidade LGBTQ é uma forma de unir seus papéis sociais e seus trabalhos. O projeto  As Cores , no exercício de seus objetivos, torna-se um canal que enfrenta o poder da mídia hegemônica e um suporte para as vozes silenciadas do sistema opressor na qual a comunidade alvo está inserida. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Instagram, assim como outras diversas redes sociais, leva informação para os usuários de forma rápida e interativa. A era em que vivemos, predominada pela internet, permite um grande fluxo de informações por meio dessas ferramentas, inclusive o ato de exercitar a própria cidadania dos indivíduos. Dessa forma, o Instagram torna-se uma alternativa para pessoas da comunidade LGBTQI+ acompanharem as notícias, movimentos e debates relacionados à sua existência, possibilitando compreender seus direitos e participar da democratização de pautas referentes à comunidade. A rede mundial de computadores, com a possibilidade de acesso a documentos de hipermídia e comunicação interligada a quase todo o planeta, fez com que o público LGBTQI+ pudesse experimentar um número maior e diverso de conteúdo especializado, além de inúmeros sites de entretenimento (PANINI et al., 2016). Segundo Péret (2011, p. 103) "a Internet possibilitou que pessoas que se sentiam sozinhas descobrissem seus pares. Fóruns de discussão, salas de bate-papo, blogs, sites e redes sociais de relacionamento permitiram maior socialização entre gays". A tecnologia ocasionou novas alternativas de interação, possibilitando a evolução de anseios verificados desde o início da atividade da imprensa LGBT: maior sociabilização, mais alcance de meios para a troca de informações e experiências entre os indivíduos e os grupos, e a divulgação de informações que contribuíssem para o melhor esclarecimento da identidade do movimento LGBT. Tendo em vista que os enquadramentos (TUCHMAN, 1997) são a ordem da relação que os veículos mantêm com a sociedade e, desta forma, as informações repassadas possuem múltiplas vozes, ou seja, as visões que o jornalismo apresenta de um determinado tema, o projeto As Cores tem como pretensão cobrir especificamente pautas de interesse ou sobre a comunidade LGBT e enquadrar as informações de forma que o público alvo consiga se ver representado e ter identificação com a proposta do produto. A teoria da espiral do silêncio (NOELLE-NEUMAN, 1977) é aplicada ao jornalismo quando a linha editorial ou jornalistas se sobrepõem a voz da maioria, pois há capacidade de ventilar informações de um veículo tradicional é maior do que a de grupos de pessoas. Por tanto pode ser aplicada sobre a comunidade LGBTQI+ em Roraima tendo em vista que há demandas das pessoas que estão incluídas neste grupo, mas que as pautas não são trabalhadas pelos veículos tradicionais e quando são erros comuns de tratamento ocorrem. A não-veiculação de notícias pertencentes da comunidade LGBT é considerada uma violência simbólica pelos meios hegemônicos de informação na sociedade, principalmente quando se tratam de violências e crimes de ódio. Em Roraima, por exemplo, os atos de violência sequer são caracterizados como motivados por homofobia, e na maioria das vezes chegam às estatísticas como crimes comuns como o latrocínio, mesmo quando há características que apontam para a homofobia. Esse apagamento (ASSIS, 2017) de práticas de violência contra indivíduos que se identificam com a comunidade LGBT, ou das suas demandas em um veículo de comunicação, acaba sendo um segundo tipo de violência. Isto se torna ainda mais complicado quando se fala em uma televisão, por ser uma concessão pública. Tamanha invisibilidade acarreta na perpetuação dos discursos preconceituosos. O projeto As Cores tem a pretensão de ser um veículo para pautar especificamente acontecimentos e temas ligados à questões da comunidade LGBTQI+, além de realizar uma tentativa de tratar as informações a partir de uma ótica que trate os assuntos de forma respeitosa para lésbicas, gays, travestis e o restante das pessoas inseridas em tal comunidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto As Cores, por ser veiculado no Instagram, proporciona aos seguidores conteúdos de imagem, vídeo, enquetes, desenhos e recursos interativos pela própria funcionalidade da plataforma. O produto não tem seu foco somente nos crimes, pois é uma ferramenta de suporte e conscientização à comunidade LGBTQI+ roraimense. O conteúdo apresenta dados gerais, curiosidades, histórias e a cultura em geral da comunidade LGBTQI+. Os processos ativos e contínuos de materiais da temática também possuem teor educativo. O foco deve ser conteúdo roraimense, em segundo plano conteúdo do norte do Brasil devido a importância de legitimar a identidade nortista dos LGBT s que, nesse contexto, possuem menos privilégios de espaço e de classe que as outras regiões do Brasil, mas tudo que for importante para comunidade em geral pode ser transformado em conteúdo do produto. Assim, a regionalização de conteúdo LGBT pode promover, por exemplo, uma identificação entre os integrantes que se enquadram na sigla, assim como o fortalecimento da identidade desse grupo considerando as suas peculiaridades. A linguagem de conteúdos didáticos consiste na simplicidade e fácil entendimento mesmo para quem não integra a comunidade, como também publicações com tom mais descontraído, como dicas, curiosidades e artes, que contém gírias e informalidade. No contexto roraimense, um projeto como o  As Cores torna-se um avanço importante na consolidação do movimento LGBT no estado. Á medida que o mundo se torna cada vez mais globalizado, acompanhamos à revitalização das mídias locais e regionais como uma forma de explicitar que os cidadãos reivindicam o direito à diferença. Busca o crescimento do protagonismo LGBT com os comunicadores da nova geração, fazendo que a militância e a defesa dos direitos dos homossexuais, lésbicas, trans e demais indivíduos do movimento mudem o cenário heteronormativo e opressor da sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>