ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XVIII CONGRESSO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO NA REGIÃO NORTE</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #37a603"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00429</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO08</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Painéis a céu aberto: a união entre grafite, estrutura urbana, empoderamento feminino e a Amazônia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Rebeca Beatriz dos Santos Santos (Centro Universitário do Norte); Alan Marcos da Silva Oliveira (Centro Universitário do Norte - Uninorte); Emily de Souza Maduro (Centro Universitário do Norte - Uninorte); Julia Lucia Barroso Rodrigues (Centro Universitário do Norte - Uninorte); Manoela Mendes Moura (Centro Universitário do Norte); Clinsman Moreira Brito (Centro Universitário do Norte - Uninorte)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #37a603"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;, , , , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Refletir os processos socioculturais e os resultados inerentes a esses acontecimentos é incentivar no campo científico diálogos sobre as diversas formas de manifestação de cultura e representatividade. Nessa proposta, a arte, que surgiu no século XIX para contar histórias, registrar acontecimentos e incentivar a religião, passou, ao longo dos séculos por transformações que desencadearam uma nova roupagem ao universo artístico. Atualmente, a arte é produzida e consumida não apenas para preservar fatos históricos de um povo, mas também para conectar povos, culturas e promover a comunicação entre os diversos nichos da sociedade. Uma das representações de arte que ganha espaço ao redor do mundo, mais precisamente nas paredes dele, é o grafite. A manifestação artística surgiu na década de 70 nos Estados Unidos como forma de protesto ao formato de cultura dominante no período pós-censura. O grafite emergiu do movimento contracultura, cuja proposta era quebrar padrões da indústria cultural da época, pautada de acordo com interesses políticos. Paralelo a esses movimentos, o grafite surge no Brasil também nesse período, num contexto histórico em que alguns grupos sociais eram pouco assistidos. Deste modo, os registros nos muros da cidade buscavam dar visibilidade aos membros menos ouvidos dentro da sociedade, como negros, moradores de periferia e representantes de movimentos sociais como o feminismo. A presença dos setores populares no espaço público como atores políticos, sujeitos e não apenas como objeto das políticas públicas era, de fato, uma novidade. O dado novo aqui é o fato de, em primeiro lugar, questionar a noção de atraso e impotência, de incapacidade de auto-organização que, até então, se imputava às classes populares; em segundo, o fato de desmontar o argumento das elites dominantes que, baseado na falsa afirmação de incapacidade dos setores populares, justificava a necessidade que têm esses setores de ser tutelados pelas elites para a construção democrática, assim afirma Silveira em o Legado dos movimentos sociais dos anos 70-80. Na perspectiva de dar voz e vez a esses grupos, as mulheres se inserem como personagens dos grafites, e também como artistas. As mesmas mãos que utilizam tinta de spray nos movimentos do vai e vem do grafite, são as mãos que escrevem uma história de luta por igualdade social. No entanto, a participação efetiva da mulher no grafite brasileiro só aconteceu em 1992, com a paulistana Nina Pandolfo. Na década de 2000, outros nomes como Panmela Castro e AnarkiaBoladona impulsionaram a participação da mulher nesse meio predominantemente masculino. O universo feminino retratado pelas grafiteiras tem tantas nuances quanto as artes que pintam nos muros das grandes cidades. Personagens com olhos esbugalhados, de aparência quase infantil, convivem, lado a lado, com mulheres de corpo franzino, fragilizadas pelo abandono, pela opressão e pelo abuso sexual, como afirma Gilberto De Abreu, no artigo Garotas do Grafite (MultiRio, 2015) O grafite é explorado como recurso imprescindível na causa feminina. A busca por equidade de gêneros, luta contra a violência feminina, patriarcado e as ações de combate ao machismo ganham cores e expressões nos muros do Brasil e do mundo, com as expressões artísticas de milhares de artistas. A reportagem  Painéis a céu aberto: a união entre grafite, estrutura urbana, empoderamento feminino e a Amazônia mostra como esses fatores históricos impulsionaram a participação da mulher no grafite. Em Manaus, grafiteiras como Déborah Erê e Nadja e Cristina se destacam. Além de enaltecer o poder feminino, o grafite incentiva na população amazonense o contato com a cultura e a arte, e fomenta o turismo na região. Diante disso, os objetivos deste trabalho são: promover reflexões sobre a participação feminina no grafite dentro do cenário manauara; debater a participação do Poder Público na divulgação do grafite como arte; e, estudar o grafite na construção da representatividade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Ao explorar o tema, o intuito era promover por meio do Jornalismo novas discussões a respeito de representatividade, empoderamento feminino e promoção de cultura/arte. Pautados nessa ideia, realizamos um levantamento bibliográfico e documental para saber o que já havia sido publicado e quais eram as discussões atuais sobre o tema. Como resultado, a partir das leituras e pesquisas sobre o tema, constatou-se que o campo científico se inclina em defesa do grafite como mecanismo de inclusão social e conexão cultural. No entanto, restava ainda a dúvida: na prática, o grafite tem se desenvolvido dessa maneira? Para responder a essa questão, fomos a campo. A equipe começou a frequentar eventos do movimento, e assim, criou-se uma relação mais próxima com o objeto de estudo. Logo, percebeu-se que a quantidade de grafites assinados por mulheres era menor em relação ao número de grafites assinados por homens. Com isso, os estudos foram direcionados a compreender esse universo. No artigo de Lurdi Blaut e Andrea Possa, Arte, grafite e o espaço urbano (CEART/UDESC, 2013), constatou-se que o grafite como agente de uma comunicação social também traz sua contribuição através de eventos artísticos com crianças e jovens de rua ou baixa renda, pintura de espaços urbanos de maneira individual ou coletiva e até a contratação de grafiteiros para a pintura/ornamentação de painéis de construções privadas, buscando o embelezamento do meio em que está inserido. Torna-se então, uma fonte de cultura, de conhecimento e renda para esta categoria e para a sociedade de um modo geral, que alia arte e comunicação num mesmo espaço. De modo geral, buscou-se compreender as razões pelas quais as mulheres eram minoria no movimento, em Manaus. E explanar o que estava sendo feito para mudar essa realidade. Outra inquietação era a respeito de como o grafite era concebido na sociedade, como ele era visto pela população e ainda sob a perspectiva do Poder Público. Unindo as leituras a respeito do tema, tanto bibliográficas quanto as de campo, foi feito um esforço para que a partir do levantamento realizado, bem como por meio da reportagem em si, houvesse a possibilidade de encontrar respostas às questões levantadas. Conforme observado por Neusa Maria Mendes de Gusmão em Projeto e pesquisa: Caminhos, procedimentos, armadilhas. In: Desafios da pesquisa em Ciências Sociais (CERU 2001), a pesquisa científica se propõe a dar resposta aos problemas relevantes que o homem se coloca e fazer descobertas significativas que aumentem sua bagagem de conhecimento, esta configura-se como um ritual iniciativo de admissão ao mundo do saber que está essencialmente correlacionada ao uma série de descobertas onde estão postas ideias, leituras, debates e discussões. Nesse sentido, é possível reconhecer que os métodos e as técnicas de pesquisa foram fundamentais na realização do referido estudo. Em suma, por meio das pesquisas realizadas, bem como a análise dos depoimentos, nota-se que ao longo dos anos os movimentos artísticos como o grafite caminharam para alcançar reconhecimento, dando voz a pequenos grupos sociais, conectando-os a outras esferas da sociedade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #37a603"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem é resultado do trabalho interdisciplinar abrangendo três disciplinas: Produção de Revista, Planejamento Visual e Fotografia, e, Mercado Regional de Comunicação, no primeiro semestre de 2018. A proposta era produzir uma revista - denominada posteriormente de Revista Comunica - contendo reportagens especiais com o tema  Tribos Urbanas , sendo o subtema definido por meio de sorteio em sala de aula, para abordar as seguintes categorias: Grafite, Hip-Hop, Skate, LGBT e Ciclismo. A equipe foi contemplada com o Grafite. A partir daí, se iniciaram as reuniões para encontrar e delimitar uma problemática a ser levantada na reportagem. Fez-se uma busca em artigos científicos, livros e conteúdos na internet. A equipe encontrou relevância em abordar o Grafite como ferramenta para a construção de uma cultura e representatividade das minorias, em especial, mulheres no grafite, abrangendo aspectos sociais, como a promoção do turismo. O segundo passo foi buscar aproximação com os grafiteiros ativos em Manaus, primeiramente por meio das redes sociais, e em seguida, em eventos do movimento. Feito isso, foram definidas as fontes, grafiteiros renomados em Manaus, e, mundialmente. Respeitando os princípios do jornalismo, buscou-se outras fontes, para dar peso ao conteúdo: um historiador e doutor em Projetos Artísticos, para contextualizar o surgimento do grafite e seu desenvolvimento; uma antropóloga, para falar de aspectos sociais e do papel da mulher na sociedade, o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura e Turismo de Manaus  Manauscult, Bernardo Monteiro de Paula para comentar os projetos criados para a inclusão do grafite no plano de gestão de cidades, por fim, turistas que visitavam os espaços grafitados. Com todos os depoimentos colhidos e o levantamento bibliográfico em mãos, a etapa seguinte foi: a construção do texto jornalístico, de modo a priorizar uma linguagem mais próxima do jornalismo literário, por se tratar de um tema que ia além do jornalismo factual. O projeto gráfico da revista foi construído com cores que remetem a ideia de cidade: cinza e preto (floresta de concreto); e lilás, em alusão à bandeira de movimentos relacionados ao feminismo. Utilizou-se a disposição dos grafites como mural, imitando a sensação e um painel de artes. A cor é um elemento incontornável na vida humana. É a chave para o entendimento do mundo. Esta encontra-se presente no dia a dia dos consumidores, na roupa que vestem nos produtos que utilizam diariamente nas suas casas na natureza revelando-se um dos mais relevantes fatores da diminuição visual que interferem em toda a sua envolvente desde alimentação à saúde ao humor, bem como disposição e forma de estar. Tal como a cor, o produto está igualmente presente na vida de todos os seres humanos, influenciando a vida deles, conforme a dissertação de metrado A cor enquanto elemento do projeto de design de produto de Ana Teixeira. Em instância geral, o grafite passou a ser mais aceito na sociedade, bem como a participação de mulheres nos movimentos dessa arte. Por meio das disciplinas que nortearam o trabalho foi possível, ainda, aplicar os conceitos aprendidos em sala de aula sobre reportagem, fotografia e elementos gráficos/visuais para conquistar o referido resultado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>