XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste


INSCRIÇÃO:	00060

CATEGORIA:	RT

MODALIDADE:	RT03

TÍTULO:	Radiodrama Não Era Pra Ser: A Junção de Jornalismo e Dramatização no Meio Radiofônico

AUTORES:	Vitória Maffei Dutra da Silva (Universidade do Sagrado Coração); Arthur Augusto Machado (Universidade do Sagrado Coração); Daniela Gaspar Silva (Universidade do Sagrado Coração); Marcelle Pereira Conte (Universidade do Sagrado Coração); Laura Martines Palhano (Universidade do Sagrado Coração); Vinicius Falcão de Souza (Universidade do Sagrado Coração); Daniela Pereira Bochembuzo (Universidade do Sagrado Coração)

PALAVRAS-CHAVE:	Dramatização, Estupro, Ficção, Narrativa, Rádio

RESUMO
Este trabalho visa explicitar as dinâmicas de produção de radiodrama baseado na reportagem A história de Sofia: o cruel labirinto do estupro na favela, publicada pelo jornal El País Brasil e de autoria do jornalista Felipe Betim. O produto foi apresentado como trabalho final à disciplina de Redação de Jornalismo Radiofônico e adota os princípios da dramatização radiofônica para criar uma narrativa ficcional. O radiodrama em questão contou com pesquisa documental, bibliográfica e musical para transparecer a capacidade que o meio radiofônico tem de criar imagens nas mentes de quem o ouve. A criação traz à tona o contexto do estupro no Brasil, bem como realça a impunidade diante de um crime como esse. O principal objetivo, portanto, é evidenciar a questão do estupro no país e também resgatar a técnica e a natureza da dramatização radiofônica, muito comum na chamada Era de Ouro do Rádio.

INTRODUÇÃO
A invenção radiofônica surgiu no final do século XIX a partir das tecnologias de radiofrequência. Pesquisas e testes em torno da nova criação eram feitas concomitantemente em várias partes do mundo. Primeiramente, o rádio surgiu como uma técnica oriunda de tecnologias, para depois se tornar um meio de comunicação. Como tal, apresenta algumas características inerentes, como audiência ampla, heterogênea e anônima (FERRARETTO, 2001). No Brasil, as primeiras emissoras de rádio começaram a atuar na década de 20, como aponta Ferraretto (2001), que classifica as fases do rádio no país em seis: implantação, estruturação, apogeu, decadência, reestruturação e segmentação e redes via satélite. Dentre todas, a mais significativa foi a de apogeu, também chamada de a "Era de Ouro do rádio", que vai de 1940 até 1955, quando surge o meio televisivo. A fase de apogeu é caracterizada pela acirrada concorrência entre as emissoras, cada vez mais numerosas no país. Os investimentos em publicidade bem como a grade de programações também aumentaram consideravelmente. Neste contexto, o rádio viveria aquela que é considerada a sua época de ouro, caracterizada por uma programação voltada ao entretenimento, predominando programas de auditório, radionovelas e humorísticos. [...] O veículo adquire, desta forma, audiência massiva, tornando-se, no início dos anos 50, principalmente por meio da Nacional, a primeira expressão das indústrias culturais no Brasil. (FERRARETTO, 2001, p. 112-113). A Era de Ouro do rádio se tornou muito conhecida devido à presença das radionovelas, na qual as histórias eram dramatizadas. Referindo-se a esse tipo de programação, Calabre (2003, p. 01) diz que "[...] o rádio brasileiro lançou modas, revolucionou práticas cotidianas, venceu barreiras geográficas, inventou e consolidou gêneros de programas que se mantiveram como sucesso de audiência durante décadas". A produção de um programa de ficção baseado na dramatização é foco deste trabalho.

OBJETIVO
A dramatização no rádio se baseia na interpretação e uso da voz e no uso de efeitos sonoros e músicas. O objetivo de toda narrativa dramática é recriar ideias originais na mente do ouvinte. Tendo por base a reportagem A história de Sofia: o cruel labirinto do estupro na favela, escrita pelo jornalista Felipe Betim, para o jornal El País Brasil e publicada em junho de 2016, o radiodrama em questão busca promover uma reflexão social por meio da catarse presente na narrativa. Acredita-se, dentre os membros do grupo, que tal reflexão, bem como o impacto diante dos ouvintes, se tornam maior justamente pela história ser baseada na realidade de muitas famílias brasileiras. Ademais, após o meio televisivo ter se difundido entre a população, a partir de 1955, o rádio entrou em fase de decadência, e a dramatização radiofônica perdeu força. Diante disto, um dos objetivos específicos deste trabalho é produzir um radiodrama que realce a capacidade que o rádio tem de formar imagens, bem como evidencie suas principais características inerentes. E para que o presente produto promova uma reflexão social acerca do estupro e da impunidade em municípios brasileiros, por fim, objetiva-se utilizar as técnicas de roteirização, dramatização e linguagem radiofônica de forma a criar um diálogo mental com o ouvinte durante a narrativa ficcional.

JUSTIFICATIVA
O radiodrama produzido e descrito neste trabalho tem por base a reportagem A história de Sofia: o cruel labirinto do estupro na favela, escrita pelo jornalista Felipe Betim, para o jornal El País Brasil e publicada em junho de 2016. A escolha por retratar uma história com base em fatos reais se justifica pelo desejo do grupo em se aproximar ainda mais dos preceitos básicos do jornalismo, como, principalmente, o compromisso com a verdade. ਀䤀猀琀漀瀀漀搀攀猀攀爀瀀漀猀猀椀戀椀氀椀琀愀搀漀瀀漀爀甀洀愀挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀瀀攀挀甀氀椀愀爀愀漀爀搀椀漀㨀愀挀愀瀀愀挀椀搀愀搀攀搀攀昀漀爀洀愀爀椀洀愀最攀渀猀⸀ 䌀漀洀漀  甀洀洀攀椀漀 ᰀ挠攀最漀ᴀⰠ 挀漀渀猀攀最甀攀攀猀琀椀洀甀氀愀爀愀椀洀愀最椀渀愀漀搀漀漀甀瘀椀渀琀攀瀀愀爀愀焀甀攀攀氀攀琀爀愀渀猀昀漀爀洀攀琀甀搀漀漀焀甀攀漀甀瘀椀甀攀洀椀洀愀最攀渀猀Ⰰ 昀愀挀椀氀椀琀愀渀搀漀愀挀漀洀瀀爀攀攀渀猀漀攀爀攀猀猀愀氀琀愀渀搀漀漀甀琀爀漀猀瀀漀渀琀漀猀昀漀爀琀攀猀搀漀洀攀椀漀Ⰰ 挀漀洀漀愀瀀愀爀琀椀挀甀氀愀爀椀稀愀漀Ⰰ 焀甀攀猀攀爀攀昀攀爀攀  挀漀洀甀渀椀挀愀漀椀渀琀攀爀瀀攀猀猀漀愀氀攀渀琀爀攀攀洀椀猀猀漀爀攀漀甀瘀椀渀琀攀Ⰰ 攀愀瀀攀渀攀琀爀愀漀Ⰰ 樀 焀甀攀漀洀攀椀漀昀愀氀愀愀洀椀氀栀攀猀搀攀瀀攀猀猀漀愀猀Ⰰ 愀漀洀攀猀洀漀琀攀洀瀀漀攀挀漀洀挀甀猀琀漀爀攀搀甀稀椀搀漀⸀ 匀攀最甀渀搀漀䴀挀䰀攀椀猀栀 ⠀㈀　　㄀⤀㨀 ਀䄀漀挀漀渀琀爀爀椀漀搀愀琀攀氀攀瘀椀猀漀Ⰰ 攀洀焀甀攀愀猀椀洀愀最攀渀猀猀漀氀椀洀椀琀愀搀愀猀瀀攀氀漀琀愀洀愀渀栀漀搀愀琀攀氀愀Ⰰ 愀猀椀洀愀最攀渀猀搀漀爀搀椀漀猀漀搀漀琀愀洀愀渀栀漀焀甀攀瘀漀挀 焀甀椀猀攀爀⸀ 倀愀爀愀漀攀猀挀爀椀琀漀爀搀攀瀀攀愀猀爀愀搀椀漀昀渀椀挀愀猀Ⰰ  昀挀椀氀渀漀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀渀甀洀愀戀愀琀愀氀栀愀攀渀琀爀攀搀甀攀渀搀攀猀攀最椀最愀渀琀攀猀Ⰰ 漀甀昀愀稀攀爀愀渀漀猀猀愀攀猀瀀愀漀渀愀瘀攀瀀漀甀猀愀爀渀甀洀攀猀琀爀愀渀栀漀攀搀椀猀琀愀渀琀攀瀀氀愀渀攀琀愀⸀ 䌀爀椀愀搀愀瀀漀爀攀昀攀椀琀漀猀猀漀渀漀爀漀猀愀瀀爀漀瀀爀椀愀搀漀猀攀愀瀀漀椀愀搀愀瀀攀氀愀洀切猀椀挀愀愀搀攀焀甀愀搀愀Ⰰ 瀀爀愀琀椀挀愀洀攀渀琀攀焀甀愀氀焀甀攀爀猀椀琀甀愀漀瀀漀搀攀猀攀爀琀爀愀稀椀搀愀愀漀漀甀瘀椀渀琀攀⸀ ⠀䴀䌀䰀䔀䤀匀䠀Ⰰ ㈀　　㄀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㔀⤀⸀ ਀䐀椀昀攀爀攀渀琀攀洀攀渀琀攀搀愀猀愀爀琀攀猀瘀椀猀甀愀椀猀Ⰰ 漀渀搀攀漀挀攀渀爀椀漀  瀀攀爀挀攀戀椀搀漀搀椀爀攀琀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 渀漀爀搀椀漀Ⰰ 漀漀甀瘀椀渀琀攀  焀甀攀洀挀漀渀猀琀爀椀攀洀猀甀愀洀攀渀琀攀漀猀挀攀渀爀椀漀猀攀愀愀瀀愀爀渀挀椀愀搀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀⸀ Apesar de tantos qualidades, atualmente, no Brasil, poucas peças radiofônicas são veiculadas, tanto que apenas a rádio Cultura de São Paulo coloca no ar, esporadicamente, produtos que lembram esse gênero radiofônico. Magaly Prado (2006) atribui este fato a dois grandes motivos: a não existência de tecnologia para a produção de paisagens sonoras e a falta de espaço nas programações das emissoras para veiculação. ਀䄀瀀爀漀搀甀漀搀攀猀琀攀琀爀愀戀愀氀栀漀戀甀猀挀愀挀漀渀琀爀愀瀀漀爀攀猀琀攀瀀攀渀猀愀洀攀渀琀漀攀攀瘀椀搀攀渀挀椀愀爀愀愀氀琀愀挀愀瀀愀挀椀搀愀搀攀搀漀爀搀椀漀攀洀瀀爀漀搀甀稀椀爀渀漀愀瀀攀渀愀猀瀀愀椀猀愀最攀渀猀猀漀渀漀爀愀猀愀琀爀愀瘀猀搀攀搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀攀昀攀椀琀漀猀Ⰰ 洀愀猀琀愀洀戀洀椀洀愀最攀渀猀洀攀渀琀愀椀猀焀甀攀Ⰰ 樀甀渀琀愀猀Ⰰ 猀漀挀愀瀀愀稀攀猀搀攀挀爀椀愀爀甀洀愀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀爀椀挀愀Ⰰ 琀愀渀琀漀攀洀昀漀爀洀愀焀甀愀渀琀漀攀洀挀漀渀琀攀切搀漀Ⰰ 挀愀瀀愀稀搀攀挀漀渀焀甀椀猀琀愀爀愀愀琀攀渀漀搀漀漀甀瘀椀渀琀攀瀀漀爀瘀爀椀漀猀洀椀渀甀琀漀猀猀攀洀焀甀攀攀氀攀搀攀猀攀樀攀猀椀渀琀漀渀椀稀愀爀攀洀漀甀琀爀愀攀猀琀愀漀⸀ Além disso, a escolha do tema abordado neste radiodrama, o estupro, justifica-se pelas estatísticas brasileiras que apontam que, no país, é mais fácil uma mulher com idade entre 14 e 44 anos ser estuprada do que ser vítima de algum tipo de câncer ou acidente, conforme estudo divulgado pelo Banco Mundial (A CADA..., c2016). Já o décimo Anuário Brasileiro de Segurança Pública (BOEHM, 2016), publicado no início de novembro de 2016, indica que mais de cinco pessoas são estupradas por hora no Brasil. E o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que apenas 10% dos casos de estupro chegam ao conhecimento da polícia (BUCHMÜLLER, 2016).਀䐀攀猀琀攀洀漀搀漀Ⰰ 戀甀猀挀愀ⴀ猀攀渀攀猀琀攀琀爀愀戀愀氀栀漀Ⰰ 攀氀甀挀椀搀愀爀愀攀砀瀀漀猀椀漀愀焀甀愀氀愀猀洀甀氀栀攀爀攀猀Ⰰ 搀攀琀漀搀愀猀愀猀昀愀椀砀愀猀攀琀爀椀愀猀Ⰰ 洀愀猀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀愀猀愀搀漀氀攀猀挀攀渀琀攀猀Ⰰ 攀猀琀漀攀砀瀀漀猀琀愀猀挀漀琀椀搀椀愀渀愀洀攀渀琀攀Ⰰ 椀渀挀氀甀猀椀瘀攀搀攀渀琀爀漀搀攀猀攀甀猀瀀爀瀀爀椀漀猀氀愀爀攀猀Ⰰ 猀甀猀挀椀琀愀爀愀椀洀瀀漀爀琀渀挀椀愀搀愀搀攀渀切渀挀椀愀搀漀猀愀戀甀猀漀猀攀挀栀愀洀愀爀愀愀琀攀渀漀瀀愀爀愀漀愀氀琀漀渀切洀攀爀漀搀攀挀愀猀漀猀搀攀椀洀瀀甀渀椀搀愀搀攀渀漀瀀愀猀 ⠀搀攀愀挀漀爀搀漀挀漀洀氀攀瘀愀渀琀愀洀攀渀琀漀昀攀椀琀漀瀀攀氀愀刀攀瘀椀猀琀愀䤀猀琀漀Ⰰ 猀漀洀攀渀琀攀挀攀爀挀愀搀攀㌀─ 搀漀猀挀愀猀漀猀搀攀攀猀琀甀瀀爀漀琀攀爀洀椀渀愀洀挀漀洀漀愀挀甀猀愀搀漀瀀爀攀猀漀 ⠀䈀刀䄀一䐀䄀䰀䤀匀䔀Ⰰ ㈀　㄀㘀⤀⤀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䴀준吀伀䐀伀匀䔀吀준䌀一䤀䌀䄀匀唀吀䤀䰀䤀娀䄀䐀伀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀眀椀搀琀栀㴀∀㤀　─∀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀一漀攀爀愀瀀愀爀愀猀攀爀  甀洀爀愀搀椀漀搀爀愀洀愀瀀爀漀搀甀稀椀搀漀挀漀洀漀琀爀愀戀愀氀栀漀昀椀渀愀氀愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀漀  搀椀猀挀椀瀀氀椀渀愀搀攀刀攀搀愀漀搀攀䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀刀愀搀椀漀昀渀椀挀漀Ⰰ 搀漀挀甀爀猀漀搀攀䨀漀爀渀愀氀椀猀洀漀搀愀唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀搀漀匀愀最爀愀搀漀䌀漀爀愀漀Ⰰ 挀甀樀漀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀椀渀琀甀椀琀漀攀爀愀挀爀椀愀爀甀洀愀瀀攀愀爀愀搀椀漀昀渀椀挀愀愀琀爀愀瘀猀搀漀甀猀漀搀攀琀挀渀椀挀愀猀搀攀爀漀琀攀椀爀椀稀愀漀攀椀渀琀攀爀瀀爀攀琀愀漀Ⰰ 搀攀洀漀搀漀焀甀攀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀Ⰰ 樀甀渀琀愀洀攀渀琀攀愀甀洀愀猀爀椀攀挀甀椀搀愀搀漀猀愀洀攀渀琀攀攀猀挀漀氀栀椀搀愀搀攀攀昀攀椀琀漀猀猀漀渀漀爀漀猀Ⰰ 最攀爀愀猀猀攀洀猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀猀Ⰰ 瀀愀椀猀愀最攀渀猀猀漀渀漀爀愀猀攀椀洀愀最攀渀猀洀攀渀琀愀椀猀渀漀猀漀甀瘀椀渀琀攀猀⸀ 䐀攀猀琀愀洀愀渀攀椀爀愀Ⰰ 愀搀攀挀椀猀漀昀漀椀瀀漀爀甀琀椀氀椀稀愀爀愀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀搀椀瘀甀氀最愀搀愀瀀攀氀漀樀漀爀渀愀氀䔀氀倀愀猀䈀爀愀猀椀氀猀漀戀爀攀漀挀愀猀漀搀攀甀洀愀洀攀渀椀渀愀攀猀琀甀瀀爀愀搀愀瀀漀爀猀攀甀瀀爀瀀爀椀漀瀀愀搀爀愀猀琀漀Ⰰ 焀甀攀瀀攀爀洀愀渀攀挀攀甀椀洀瀀甀渀攀Ⰰ 挀漀洀漀爀攀昀攀爀渀挀椀愀瀀愀爀愀甀洀瀀爀漀搀甀琀漀昀椀挀挀椀漀渀愀氀焀甀攀攀瘀椀搀攀渀挀椀愀猀猀攀愀焀甀攀猀琀漀搀愀椀洀瀀甀渀椀搀愀搀攀Ⰰ 琀漀瀀爀攀猀攀渀琀攀渀漀挀攀渀爀椀漀搀攀瘀椀漀氀渀挀椀愀戀爀愀猀椀氀攀椀爀漀⸀ Antes, no entanto, mostrou-se fundamental seguir percurso metodológico cuja etapa inicial envolveu pesquisa bibliográfica sobre as características do meio rádio, gêneros e formatos radiofônicos, a partir das contribuições dos pesquisadores Luiz Artur Ferraretto (2001), Lia Calabre (2016), Magaly Prado (2006), Eduardo Meditsch (2005), André Barbosa Filho (2009) e Robert McLeish (2001). De acordo com os estudos, o radiodrama está inserido no gênero entretenimento, que, como aponta Barbosa Filho (2009), tem o programa ficcional como um de seus formatos. Este, por sua vez, está dividido entre drama e humor. ਀䄀攀猀琀爀甀琀甀爀愀漀搀漀爀漀琀攀椀爀漀Ⰰ 猀攀樀愀搀攀栀甀洀漀爀漀甀搀攀搀爀愀洀愀Ⰰ 搀攀瘀攀愀挀漀渀琀攀挀攀爀搀攀瀀漀椀猀搀攀搀攀挀椀搀椀搀漀猀漀戀焀甀愀氀 渀最甀氀漀愀栀椀猀琀漀爀椀愀愀挀漀渀琀攀挀攀爀⸀ 䄀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀琀爀愀渀猀洀椀琀椀搀愀搀攀瘀攀愀琀椀渀最椀爀漀漀甀瘀椀渀琀攀攀昀愀稀攀爀挀漀洀焀甀攀攀氀攀爀攀昀氀椀琀愀猀漀戀爀攀愀琀爀愀洀愀攀愀琀攀洀琀椀挀愀瀀爀攀猀攀渀琀攀渀愀搀爀愀洀愀琀椀稀愀漀⸀ Se tais descrições, chamadas também de “sinalizadores” forem deficientes, o ouvinte irá ficar desorientado e poderá não seguir a narrativa. McLeish explica que “o enredo deve ser verossímil, os personagens, também; e o final deve apresentar alguma lógica, por mais incomum e original que seja, para que o ouvinte não se sinta enganado nem fique decepcionado.” (MCLEISH, 2001, p. 179). ਀伀愀甀琀漀爀氀椀猀琀愀漀猀瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀琀瀀椀挀漀猀焀甀攀搀攀瘀攀洀猀攀爀氀攀瘀愀搀漀猀攀洀挀漀渀猀椀搀攀爀愀漀瀀愀爀愀愀瀀爀漀搀甀漀搀攀甀洀愀瀀攀愀爀愀搀椀漀昀渀椀挀愀⸀ 伀瀀爀椀洀攀椀爀漀琀瀀椀挀漀猀攀爀攀昀攀爀攀愀椀搀攀椀愀猀戀猀椀挀愀猀搀攀攀渀爀攀搀漀攀昀漀爀洀愀⸀ 倀攀渀猀愀爀渀漀瀀切戀氀椀挀漀ⴀ愀氀瘀漀攀渀愀瘀椀愀戀椀氀椀搀愀搀攀琀挀渀椀挀愀猀漀爀攀焀甀椀猀椀琀漀猀椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀猀⸀ 伀猀攀最甀渀搀漀琀瀀椀挀漀猀攀爀攀昀攀爀攀  挀漀渀猀琀爀甀漀搀愀栀椀猀琀爀椀愀Ⰰ 焀甀攀Ⰰ 猀攀最甀渀搀漀䴀挀䰀攀椀猀栀 ⠀㈀　　㄀⤀Ⰰ 搀攀瘀攀猀攀爀昀攀椀琀愀搀愀猀攀最甀椀渀琀攀洀愀渀攀椀爀愀㨀瀀爀椀洀攀椀爀漀Ⰰ 搀攀瘀攀ⴀ猀攀攀砀瀀氀椀挀愀爀愀猀椀琀甀愀漀⸀ 䔀洀猀攀最甀椀搀愀Ⰰ 椀渀琀爀漀搀甀稀椀爀甀洀挀漀渀昀氀椀琀漀⸀ 䐀攀瀀漀椀猀Ⰰ 搀攀猀攀渀瘀漀氀瘀攀爀甀洀愀愀漀瀀愀爀愀Ⰰ 攀渀昀椀洀Ⰰ 爀攀猀漀氀瘀攀爀漀挀漀渀昀氀椀琀漀⸀ 伀甀琀爀漀瀀漀渀琀漀椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀挀椀琀愀搀漀瀀攀氀漀愀甀琀漀爀搀椀稀爀攀猀瀀攀椀琀漀愀漀挀攀渀爀椀漀攀洀焀甀攀愀栀椀猀琀爀椀愀猀攀瀀愀猀猀愀戀攀洀挀漀洀漀愀挀愀爀愀挀琀攀爀椀稀愀漀搀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀⸀ ਀伀挀攀渀爀椀漀攀洀愀椀猀甀洀漀甀搀漀椀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀瀀爀椀渀挀椀瀀愀椀猀瀀漀搀攀洀猀攀爀漀琀攀洀愀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀焀甀攀搀 挀漀攀猀漀愀甀洀愀猀爀椀攀搀攀攀瀀椀猀搀椀漀猀 ጀ†漀甀愀渀切渀挀椀漀猀⸀ 준 椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀昀愀稀攀爀甀洀愀戀漀愀瀀攀猀焀甀椀猀愀搀攀 瀀漀挀愀攀氀甀最愀爀瀀愀爀愀洀愀渀琀攀爀愀挀爀攀搀椀戀椀氀椀搀愀搀攀瀀攀爀愀渀琀攀愀焀甀攀氀攀猀漀甀瘀椀渀琀攀猀焀甀攀爀攀挀漀渀栀攀挀攀洀愀猀椀琀甀愀漀攀猀瀀攀挀昀椀挀愀搀愀栀椀猀琀爀椀愀⸀ ⠀䴀䌀䰀䔀䤀匀䠀Ⰰ ㈀　　㄀Ⰰ 瀀⸀ ㄀㠀㈀⤀⸀ ਀伀甀琀爀漀猀琀瀀椀挀漀猀攀猀猀攀渀挀椀愀椀猀瀀愀爀愀愀瀀爀漀搀甀漀搀攀甀洀戀漀洀搀爀愀洀愀爀愀搀椀漀昀渀椀挀漀猀漀漀搀椀氀漀最漀Ⰰ 焀甀攀搀攀瘀攀攀瘀椀琀愀爀昀愀氀愀猀 ᰀ椠渀搀椀挀愀搀漀爀愀猀ᴀⰠ 瀀漀椀猀攀猀琀愀猀瀀漀搀攀洀猀攀爀 ᰀ洠漀猀琀爀愀搀愀猀ᴀ†愀漀漀甀瘀椀渀琀攀瀀漀爀洀攀椀漀搀攀漀甀琀爀漀猀爀攀挀甀爀猀漀猀猀漀渀漀爀漀猀㬀漀氀愀礀漀甀琀搀漀猀挀爀椀瀀琀㬀漀猀愀琀漀爀攀猀㬀愀愀挀切猀琀椀挀愀㬀漀猀攀昀攀椀琀漀猀猀漀渀漀爀漀猀㬀愀洀切猀椀挀愀攀愀猀琀挀渀椀挀愀猀搀攀瀀爀漀搀甀漀⸀ McLeish (2001, p. 181) descreve o diagrama de um enredo radiofônico e mostra a necessidade de estruturá-lo por meio de um enredo principal e diversos subenredos. Segundo essa perspectiva, a trama dramática deve ser desenvolvida por meio da “Introdução, cenário, contexto e caracterização”, que se desenrolam em cenas maiores; “Conflitos, eventos resultantes de personagens da situação”; “Ação emergente, complicação, suspense”; “Tensão máxima, crise e clímax”; “Declínio da ação, resolução”, e por fim, “Desfecho, reviravolta”. ਀刀攀愀氀椀稀愀搀愀愀瀀攀猀焀甀椀猀愀戀椀戀氀椀漀最爀昀椀挀愀Ⰰ 猀攀最甀椀甀ⴀ猀攀瀀愀爀愀愀瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀挀甀洀攀渀琀愀氀Ⰰ 瀀愀爀愀愀愀渀氀椀猀攀搀攀搀椀昀攀爀攀渀琀攀猀挀愀猀漀猀搀攀攀猀琀甀瀀爀漀漀挀漀爀爀椀搀漀猀渀漀䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 戀攀洀挀漀洀漀攀砀瀀氀漀爀愀爀漀挀漀渀琀攀砀琀漀搀漀瀀爀漀戀氀攀洀愀渀漀瀀愀猀⸀ 䘀漀爀愀洀挀漀渀猀甀氀琀愀搀愀猀洀愀琀爀椀愀猀搀愀猀愀最渀挀椀愀猀䈀䈀䌀䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 䄀最渀挀椀愀䔀猀琀愀搀漀Ⰰ 䌀漀渀最爀攀猀猀漀一愀挀椀漀渀愀氀Ⰰ 䤀猀琀漀Ⰰ 䔀氀倀愀猀䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 愀氀洀搀漀䄀渀甀爀椀漀䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀搀攀匀攀最甀爀愀渀愀倀切戀氀椀挀愀㈀　㄀㘀⸀ Avalia-se que as pesquisas bibliográfica e documental realizadas sobre o tema, de objetivo exploratório, foram preponderantes para que a adaptação da reportagem para um produto ficcional com uso de técnica de dramatização ocorresse de maneira detalhista e em sua plenitude, resultando em um trabalho de finalidade aplicada.਀一攀猀猀愀攀琀愀瀀愀昀椀渀愀氀Ⰰ 琀漀搀漀猀漀猀椀渀琀攀最爀愀渀琀攀猀搀愀攀焀甀椀瀀攀戀甀猀挀愀爀愀洀椀渀琀攀爀瀀爀攀琀愀爀渀漀愀瀀攀渀愀猀愀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀攀搀攀洀愀椀猀挀愀猀漀猀瀀攀猀焀甀椀猀愀搀漀猀猀漀戀爀攀瘀椀漀氀渀挀椀愀猀攀砀甀愀氀挀漀渀琀爀愀愀洀甀氀栀攀爀Ⰰ 洀愀猀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀洀攀渀琀攀漀挀漀渀琀攀砀琀漀猀漀挀椀愀氀攀栀椀猀琀爀椀挀漀渀漀焀甀愀氀愀瘀琀椀洀愀最攀爀愀氀洀攀渀琀攀攀猀琀 椀渀猀攀爀椀搀愀⸀ 䐀攀猀琀愀昀漀爀洀愀Ⰰ 昀漀椀瀀漀猀猀瘀攀氀琀爀愀愀爀甀洀瀀攀爀昀椀氀琀愀渀琀漀搀漀攀猀琀甀瀀爀愀搀漀爀焀甀愀渀琀漀搀愀瘀琀椀洀愀攀猀甀愀昀愀洀氀椀愀Ⰰ 漀焀甀攀挀漀渀琀爀椀戀甀椀甀爀椀挀愀洀攀渀琀攀瀀愀爀愀愀昀漀爀洀愀漀瀀猀椀挀漀氀最椀挀愀搀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀搀漀瀀爀攀猀攀渀琀攀瀀爀漀搀甀琀漀⸀ Assim sendo, Não era para ser é uma obra ficcional que provoca emoção e suspense a cada nova cena, o que torna a trama envolvente. Todos os personagens tiveram seus nomes alterados, pois mesmo na reportagem eles já eram fictícios para preservar a identidade das vítimas, por uma questão de segurança.਀伀爀漀琀攀椀爀漀昀漀椀攀氀愀戀漀爀愀搀漀挀漀洀戀愀猀攀渀漀氀愀礀漀甀琀瀀爀漀瀀漀猀琀漀瀀漀爀䴀挀䰀攀椀猀栀 ⠀㈀　　㄀⤀ 挀漀洀漀焀甀愀氀漀猀愀氀甀渀漀猀瀀甀搀攀爀愀洀攀渀猀愀椀愀爀Ⰰ 最爀愀瘀愀爀愀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀攀昀愀稀攀爀漀猀切氀琀椀洀漀猀愀樀甀猀琀攀猀攀搀椀琀漀爀椀愀椀猀Ⰰ 渀愀猀搀攀瀀攀渀搀渀挀椀愀猀搀漀䰀愀戀漀爀愀琀爀椀漀搀攀刀搀椀漀搀愀唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀搀漀匀愀最爀愀搀漀䌀漀爀愀漀⸀ 䄀渀琀攀猀Ⰰ 瀀漀爀洀Ⰰ 昀漀爀愀洀爀攀愀氀椀稀愀搀愀猀猀攀氀攀漀搀攀爀愀搀椀漀愀琀漀爀攀猀攀爀愀搀椀漀愀琀爀椀稀攀猀Ⰰ 瀀愀爀愀焀甀攀瀀甀搀攀猀猀攀洀猀攀爀攀渀挀漀渀琀爀愀搀愀猀瘀漀稀攀猀焀甀攀猀攀愀樀甀猀琀愀猀猀攀洀 猀搀攀猀挀爀椀攀猀攀昀愀氀愀猀搀漀猀瀀攀爀猀漀渀愀最攀渀猀椀渀搀椀挀愀搀漀猀渀漀爀漀琀攀椀爀漀⸀ A gravação, edição e pós-produção foram realizadas com o auxílio dos técnicos Alexsandro Costa e Leandro Zacarim. Todas as etapas do percurso metodológico, bem como a etapa monográfica, que culminou na elaboração deste paper, foram orientandas pela professora Ma. Daniela Pereira Bochembuzo, docente responsável pela disciplina de Redação de Jornalismo Radiofônico.

DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO
O presente radiodrama foi baseado na reportagem A história de Sofia: o cruel labirinto do estupro na favela. O processo de criação do roteiro dividiu-se em duas partes. Primeiramente a aluna Daniela Gaspar fez a adaptação da reportagem para um texto único, no qual os personagens foram adequados de acordo com as sugestões dos demais integrantes do grupo. Em seguida, a aluna Vitória Maffei dividiu o texto em cenas e concedeu “voz” a todos os personagens, finalizando, assim, a primeira versão do roteiro, que foi alterado mais algumas vezes durante os ensaios. Todos os ajustes foram feitos objetivando conquistar a atenção do ouvinte do início ao fim da narrativa. Considerou-se ainda que਀ O radiodrama, ainda que abstrato e irreal, é capaz de criar um mundo inteiro e completo em si mesmo, com o material sensorial de que dispõe – um mundo em si mesmo que não parece prejudicado ou dependente de suplementação por alguma coisa externa como o visual – o que se torna compreensível quando se o compara com uma transmissão externa ou uma reportagem. (MEDITSH, 2005, p. 63)਀ Com base neste pensamento de Meditsh (2005), é possível afirmar que Não era para ser divide-se em duas grandes partes: pré e pós-estupro. No primeiro momento, o ouvinte pode ter contato com a personalidade de cada um dos personagens, o local onde a trama acontece e passa a desconfiar de alguns dos segredos que o protagonista, Pedro, esconde. A escolha de fazer do “vilão” o protagonista da narrativa se deve justamente ao desejo comum da equipe em evidenciar a personalidade fria que um estuprador possui. Após a ocorrência da violência sexual é quando a história de fato segue em direção ao clímax. Anna, enteada do protagonista, não fica calada ante ao abuso sofrido e conta tudo para sua mãe, Lúcia, esposa do protagonista. Nota-se, através das cenas com “pensamentos”, que mesmo nos momentos de maior tensão emocional Pedro mantém sua personalidade fria e dissimulada.਀䄀挀愀猀愀搀愀昀愀洀氀椀愀匀愀渀琀漀猀Ⰰ 氀漀挀愀氀漀渀搀攀猀攀瀀愀猀猀愀愀洀愀椀漀爀瀀愀爀琀攀搀愀琀爀愀洀愀Ⰰ  甀洀猀漀戀爀愀搀漀搀攀琀爀猀挀洀漀搀漀猀搀愀䘀愀瘀攀氀愀䘀攀爀爀愀搀甀爀愀䴀椀爀椀洀Ⰰ 氀漀挀愀氀椀稀愀搀漀渀愀挀椀搀愀搀攀搀攀䈀愀甀爀甀Ⰰ 渀漀椀渀琀攀爀椀漀爀搀攀匀漀倀愀甀氀漀⸀ 一愀栀椀猀琀爀椀愀漀爀椀最椀渀愀氀漀氀愀爀攀爀愀渀甀洀愀昀愀瘀攀氀愀搀漀刀椀漀搀攀䨀愀渀攀椀爀漀⸀ 䄀洀甀搀愀渀愀猀攀搀攀瘀攀愀漀搀攀猀攀樀漀搀攀瀀爀漀瀀椀挀椀愀爀瀀爀漀砀椀洀椀搀愀搀攀挀漀洀漀漀甀瘀椀渀琀攀搀攀洀漀搀漀焀甀攀攀氀攀瀀攀爀挀攀戀愀焀甀攀渀漀  愀瀀攀渀愀猀攀洀最爀愀渀搀攀猀挀椀搀愀搀攀猀漀甀最爀愀渀搀攀猀昀愀瘀攀氀愀猀焀甀攀漀攀猀琀甀瀀爀漀攀猀琀 椀渀猀琀愀氀愀搀漀Ⰰ 愀氀洀搀攀昀愀挀椀氀椀琀愀爀愀椀渀琀攀爀瀀爀攀琀愀漀Ⰰ 甀洀愀瘀攀稀焀甀攀猀攀漀挀攀渀爀椀漀搀漀刀椀漀搀攀䨀愀渀攀椀爀漀昀漀猀猀攀洀愀渀琀椀搀漀Ⰰ 漀猀愀琀漀爀攀猀琀攀爀椀愀洀焀甀攀昀愀稀攀爀甀猀漀搀漀猀漀琀愀焀甀攀挀愀爀椀漀挀愀⸀ A convivência de todos os membros familiares, Pedro, Lúcia, Anna, Giovanna, Catharina e Marcos, é percebida como um compilado de pequenos atritos e discussões constantes, que sugere existir algo escondido nos pequenos conflitos apresentados. Por este motivo, a cena em que Lúcia, uma empregada doméstica, moradora da favela e mãe de quatro filhos, toma conhecimento da violência sofrida por sua filha mais velha é um dos momentos de maior carga emocional do radiodrama. A mãe se vê representada na menina, relembra de seu passado, de todos os abusos que havia sofrido, de todo o sofrimento durante o tempo que também teve que conviver com esse tipo de violência, e não consegue conceber que o mesmo havia ocorrido dentro de sua própria residência, ainda mais sendo o violentador seu próprio marido.਀倀愀爀愀椀洀瀀爀椀洀椀爀搀椀渀愀洀椀猀洀漀愀漀猀昀愀琀漀猀Ⰰ 愀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀昀愀稀甀猀漀搀攀甀洀搀攀猀攀渀挀愀搀攀愀洀攀渀琀漀挀漀渀挀漀洀椀琀愀渀琀攀搀攀愀攀猀⸀ 䔀渀焀甀愀渀琀漀愀洀攀Ⰰ 瀀攀爀搀椀搀愀攀洀洀攀椀漀愀甀洀愀猀椀琀甀愀漀愀搀瘀攀爀猀愀焀甀攀爀攀洀攀琀攀搀椀爀攀琀愀洀攀渀琀攀愀猀攀甀瀀愀猀猀愀搀漀Ⰰ 挀漀渀猀漀氀愀攀琀攀渀琀愀攀砀瀀氀椀挀愀爀瀀愀爀愀䄀渀渀愀甀洀瀀漀甀挀漀搀攀猀甀愀栀椀猀琀爀椀愀Ⰰ 倀攀搀爀漀猀愀椀搀攀挀愀猀愀Ⰰ 攀猀琀愀戀攀氀攀挀攀甀洀愀戀爀攀瘀攀挀漀渀瘀攀爀猀愀挀漀洀猀攀甀瘀椀稀椀渀栀漀攀氀漀最漀攀洀猀攀最甀椀搀愀瀀愀猀猀愀愀瀀氀愀渀攀樀愀爀甀洀愀洀愀渀攀椀爀愀搀攀渀漀琀攀爀焀甀攀瀀愀最愀爀瀀攀氀漀挀爀椀洀攀焀甀攀挀漀洀攀琀攀甀Ⰰ 愀最椀渀搀漀猀攀洀瀀爀攀挀漀洀愀挀愀氀洀愀搀攀焀甀攀洀樀 瀀愀猀猀漀甀瀀漀爀椀猀猀漀漀甀琀爀愀猀瘀攀稀攀猀⸀ Ao fim da narrativa, o ouvinte é surpreendido ao se deparar com um desfecho não esperado, pois mesmo sendo denunciado por sua esposa, o homem consegue fugir e, munido de uma nova identidade, dá início a mais uma história que, muito possivelmente, terá um final triste. A última cena é um retrato da impunidade no país e busca suscitar no ouvinte um inconformismo com relação ao ocorrido.਀䌀漀渀昀漀爀洀攀樀 昀漀椀攀砀瀀漀猀琀漀Ⰰ 漀瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀瀀爀椀渀挀椀瀀愀氀搀攀一漀攀爀愀瀀愀爀愀猀攀爀  倀攀搀爀漀Ⰰ 甀洀瀀愀椀搀攀昀愀洀氀椀愀渀愀猀挀椀搀漀渀漀䴀愀爀愀渀栀漀Ⰰ 洀漀爀愀搀漀爀搀愀昀愀瘀攀氀愀䘀攀爀爀愀搀甀爀愀䴀椀爀椀洀攀搀漀渀漀搀攀甀洀愀瀀攀爀猀漀渀愀氀椀搀愀搀攀焀甀愀猀攀焀甀攀挀漀渀猀琀愀渀琀攀洀攀渀琀攀爀猀瀀椀搀愀Ⰰ 攀猀瀀攀挀椀愀氀洀攀渀琀攀挀漀洀猀甀愀攀渀琀攀愀搀愀Ⰰ 䄀渀渀愀⸀ 䜀爀愀搀愀琀椀瘀愀洀攀渀琀攀漀瀀攀爀猀漀渀愀最攀洀搀攀椀砀愀攀瘀椀搀攀渀琀攀漀猀瀀攀渀猀愀洀攀渀琀漀猀瘀椀漀氀攀渀琀漀猀攀椀渀瘀愀猀椀瘀漀猀焀甀攀瀀漀猀猀甀椀攀愀昀漀爀洀愀洀攀琀椀挀甀氀漀猀愀挀漀洀愀焀甀愀氀漀爀最愀渀椀稀愀猀甀愀猀愀攀猀⸀ Lúcia é esposa de Pedro, e junto a ele possui três filhos, Giovanna e os gêmeos Catharina e Marcos. Anna é fruto de um dos relacionamentos anteriores de Lúcia. Por este motivo, nota-se desde as primeiras falas do personagem o jeito de menosprezo com o qual Pedro trata a enteada.਀䔀渀琀爀攀漀猀昀椀氀栀漀猀搀攀䰀切挀椀愀Ⰰ 愀猀搀椀昀攀爀攀渀愀猀猀攀愀挀攀渀琀甀愀洀渀愀琀甀爀愀氀洀攀渀琀攀⸀ 䄀渀渀愀瀀漀猀猀甀椀樀攀椀琀漀挀愀氀洀漀愀漀昀愀氀愀爀Ⰰ  挀漀洀瀀爀攀攀渀猀椀瘀愀攀琀爀愀琀愀猀攀洀瀀爀攀猀甀愀洀攀挀漀洀挀愀爀椀渀栀漀攀愀琀攀渀漀⸀ 䜀椀漀瘀愀渀渀愀  搀椀昀攀爀攀渀琀攀⸀ 䐀攀渀琀爀攀琀漀搀漀猀漀猀昀椀氀栀漀猀Ⰰ  愀焀甀攀洀愀椀猀最漀猀琀愀搀攀瀀爀漀瘀漀挀愀爀椀渀琀爀椀最愀猀Ⰰ 琀爀愀琀愀渀搀漀愀琀 洀攀猀洀漀猀甀愀瀀爀瀀爀椀愀洀攀挀漀洀搀攀猀爀攀猀瀀攀椀琀漀⸀ 䨀 漀猀最洀攀漀猀䴀愀爀挀漀猀攀䌀愀琀栀愀爀椀渀愀Ⰰ 瀀漀爀挀漀渀琀愀搀愀瀀漀甀挀愀椀搀愀搀攀Ⰰ 瀀愀猀猀愀洀愀洀愀椀漀爀瀀愀爀琀攀搀漀琀攀洀瀀漀戀爀椀渀挀愀渀搀漀漀甀挀漀爀爀攀渀搀漀攀瀀漀猀猀甀攀洀瀀漀甀挀漀猀搀椀氀漀最漀猀渀愀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀⸀ Para ampliar os diálogos na história, foi realizada a adição de três personagens secundários que no roteiro foram designados como: Senhor Luiz, patrão de Lúcia, Senhor José, que interpreta o vizinho da família, e o delegado que atende mãe e filha para fazer a denúncia.਀䄀渀愀爀爀愀漀搀漀爀愀搀椀漀搀爀愀洀愀昀漀椀爀攀愀氀椀稀愀搀愀攀洀琀攀爀挀攀椀爀愀瀀攀猀猀漀愀Ⰰ 愀琀爀愀瘀猀搀愀瘀漀稀搀愀愀氀甀渀愀䤀猀愀戀攀氀愀䰀椀洀愀⸀ 䄀攀猀挀漀氀栀愀氀攀瘀愀攀洀挀漀渀琀愀漀昀愀琀漀搀攀愀猀洀甀氀栀攀爀攀猀猀攀爀攀洀洀愀椀猀瀀爀漀昀甀渀搀愀洀攀渀琀攀愀琀椀渀最椀搀愀猀焀甀愀渀搀漀猀攀昀愀氀愀渀漀愀猀猀甀渀琀漀攀猀琀甀瀀爀漀Ⰰ 愀氀洀搀攀瀀漀搀攀爀猀攀爀挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀愀挀漀洀漀甀洀愀愀漀搀攀攀洀瀀漀搀攀爀愀洀攀渀琀漀Ⰰ 甀洀愀瘀攀稀焀甀攀愀洀愀椀漀爀椀愀搀愀猀渀愀爀爀愀攀猀  昀攀椀琀愀瀀漀爀瘀漀稀攀猀洀愀猀挀甀氀椀渀愀猀⸀ 䐀攀猀猀愀洀愀渀攀椀爀愀Ⰰ 愀瘀漀稀昀攀洀椀渀椀渀愀Ⰰ 瀀漀渀琀甀愀搀愀攀猀攀渀琀椀洀攀渀琀愀氀椀稀愀搀愀Ⰰ 戀甀猀挀愀愀瀀爀漀砀椀洀愀爀攀洀椀猀猀漀爀攀爀攀挀攀瀀琀漀爀⸀ A trilha sonora escolhida para caracterizar a trama logo no início pertence ao ritmo funk, cujo título é “Eu só quero é ser feliz”, já que o cenário é uma favela. O intuito é propiciar para o ouvinte a criação de paisagens sonoras que contribuam para sua inserção na narrativa. Houve uso de efeito sonoro para toda passagem de cena, evitando-se ser confundido com sons típicos de uma favela. Ademais, foram utilizados fundos musicais que atuam como indicadores do sentido da cena, como, por exemplo, o de suspense em momentos críticos.਀䌀漀渀猀椀搀攀爀愀渀搀漀愀猀昀愀氀愀猀搀漀猀愀琀漀爀攀猀Ⰰ 漀猀攀昀攀椀琀漀猀攀愀猀琀爀椀氀栀愀猀猀漀渀漀爀愀猀Ⰰ 漀爀愀搀椀漀搀爀愀洀愀瀀漀猀猀甀椀㈀㜀洀椀渀甀琀漀猀琀漀琀愀椀猀攀甀洀爀漀琀攀椀爀漀搀攀㈀㘀瀀最椀渀愀猀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀䌀伀一匀䤀䐀䔀刀䄀윀픀䔀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀眀椀搀琀栀㴀∀㤀　─∀㸀ऀ㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀ 愀氀椀最渀㴀∀樀甀猀琀椀昀礀∀㸀䄀琀爀愀瘀猀搀愀搀攀猀挀爀椀漀Ⰰ 搀攀攀昀攀椀琀漀猀猀漀渀漀爀漀猀攀愀琀 洀攀猀洀漀搀愀攀渀琀漀渀愀漀搀愀瘀漀稀Ⰰ 漀爀搀椀漀瀀漀猀猀甀椀愀挀愀瀀愀挀椀搀愀搀攀搀攀琀爀愀渀猀洀椀琀椀爀猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀猀攀Ⰰ 搀攀猀琀愀昀漀爀洀愀Ⰰ 瀀爀漀瘀漀挀愀爀愀爀攀昀氀攀砀漀搀漀漀甀瘀椀渀琀攀⸀ 䰀攀瘀愀渀搀漀攀洀挀漀渀琀愀攀猀猀愀昀漀爀琀攀挀愀爀愀挀琀攀爀猀琀椀挀愀搀漀洀攀椀漀爀愀搀椀漀昀渀椀挀漀Ⰰ 愀爀攀瀀漀爀琀愀最攀洀䄀栀椀猀琀爀椀愀搀攀匀漀昀椀愀㨀漀挀爀甀攀氀氀愀戀椀爀椀渀琀漀搀漀攀猀琀甀瀀爀漀渀愀昀愀瘀攀氀愀Ⰰ 搀漀樀漀爀渀愀氀椀猀琀愀䘀攀氀椀瀀攀䈀攀琀椀洀Ⰰ 昀漀椀攀猀挀漀氀栀椀搀愀瀀愀爀愀愀搀愀瀀琀愀漀搀漀爀愀搀椀漀搀爀愀洀愀一漀攀爀愀瀀愀爀愀猀攀爀Ⰰ 猀漀戀漀搀攀猀攀樀漀搀攀愀戀漀爀搀愀爀甀洀愀渀愀爀爀愀琀椀瘀愀戀愀猀攀愀搀愀攀洀昀愀琀漀猀爀攀愀椀猀攀搀攀最爀愀渀搀攀爀攀氀攀瘀渀挀椀愀Ⰰ 樀 焀甀攀漀猀渀切洀攀爀漀猀搀漀猀挀愀猀漀猀搀攀攀猀琀甀瀀爀漀渀漀䈀爀愀猀椀氀猀漀愀氀愀爀洀愀渀琀攀猀⸀ O desenvolvimento tanto da parte teórica, composta pelo paper e pelo roteiro, quanto da parte prática, que abarca a totalidade do radiodrama, culminaram na concretização de um produto com uma temática atual fez a equipe acreditar que, mesmo na contemporaneidade, é possível tratar de assuntos pesados de uma maneira lúdica e clara.਀䄀搀攀猀瀀攀椀琀漀搀漀猀洀漀洀攀渀琀漀猀搀攀洀愀椀漀爀挀愀渀猀愀漀椀渀琀攀氀攀挀琀甀愀氀攀昀猀椀挀漀Ⰰ 琀瀀椀挀漀猀搀漀昀椀洀搀漀猀攀洀攀猀琀爀攀Ⰰ 琀漀搀漀猀漀猀椀渀琀攀最爀愀渀琀攀猀搀漀最爀甀瀀漀瀀愀爀琀椀挀椀瀀愀爀愀洀搀漀猀瀀爀漀挀攀猀猀漀猀搀攀愀搀愀瀀琀愀漀Ⰰ 攀渀挀攀渀愀漀攀攀搀椀漀搀漀爀愀搀椀漀搀爀愀洀愀攀挀漀渀琀爀椀戀甀爀愀洀挀漀洀椀搀攀椀愀猀挀漀洀瀀氀攀洀攀渀琀愀爀攀猀渀漀搀攀挀漀爀爀攀爀搀攀琀漀搀愀愀愀琀椀瘀椀搀愀搀攀⸀ 䐀攀猀琀愀洀愀渀攀椀爀愀Ⰰ 漀爀攀猀瀀攀椀琀漀攀漀挀漀洀瀀爀漀洀攀琀椀洀攀渀琀漀攀渀琀爀攀琀漀搀漀猀瀀漀搀攀洀猀攀爀挀漀渀猀椀搀攀爀愀搀漀猀挀漀洀漀椀洀瀀漀爀琀愀渀琀攀猀挀漀渀琀爀椀戀甀椀渀琀攀猀瀀愀爀愀愀昀椀渀愀氀椀稀愀漀搀攀一漀攀爀愀瀀愀爀愀猀攀爀⸀ Por fim, acreditamos que conseguimos elucidar a importância da permanência da dramatização no meio radiofônico justamente por trabalhar as diversas possibilidades que o rádio dispõe, através da voz e demais efeitos sonoros. A escolha de uma reportagem, que é um gênero textual tipicamente jornalístico, como base de toda a adaptação foi fundamental para a formação de um radiodrama cuja uma abordagem se próxima, majoritariamente, da realidade. ਀䄀猀猀椀洀猀攀渀搀漀Ⰰ 漀猀椀渀琀攀最爀愀渀琀攀猀搀愀攀焀甀椀瀀攀愀瘀愀氀椀愀洀焀甀攀琀漀搀漀猀漀猀渀漀猀猀漀猀漀戀樀攀琀椀瘀漀猀昀漀爀愀洀挀甀洀瀀爀椀搀漀猀Ⰰ 洀愀猀琀愀洀戀洀漀猀攀渀琀椀洀攀渀琀漀搀攀猀愀琀椀猀昀愀漀愀漀漀甀瘀椀爀甀洀瀀爀漀搀甀琀漀焀甀攀搀攀洀愀渀搀漀甀琀愀渀琀漀搀攀渀漀猀猀愀搀攀搀椀挀愀漀攀攀猀昀漀爀漀昀椀渀愀氀椀稀愀搀漀搀攀洀愀渀攀椀爀愀瀀漀猀椀琀椀瘀愀⸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀眀椀搀琀栀㴀∀㤀　─∀㸀㰀琀搀挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㜀　─ 搀愀猀瘀琀椀洀愀猀猀漀挀爀椀愀渀愀猀攀愀搀漀氀攀猀挀攀渀琀攀猀㨀猀攀琀攀搀愀搀漀猀猀漀戀爀攀攀猀琀甀瀀爀漀渀漀䈀爀愀猀椀氀⸀ 䈀䈀䌀䈀爀愀猀椀氀⸀ 䌀㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀戀戀挀⸀挀漀洀⼀瀀漀爀琀甀最甀攀猀攀⼀戀爀愀猀椀氀ⴀ㌀㘀㐀　㄀　㔀㐀㸀䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㘀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ᰀ䄠䌀䄀䐀䄀㄀㄀猀攀最甀渀搀漀猀甀洀愀洀甀氀栀攀爀  攀猀琀甀瀀爀愀搀愀渀漀䈀爀愀猀椀氀ᴀⰠ 愀氀攀爀琀愀匀椀洀漀渀攀吀攀戀攀琀⸀ 䄀最渀挀椀愀匀攀渀愀搀漀⸀ 䈀爀愀猀氀椀愀Ⰰ ㌀　䴀愀椀⸀ ㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀㄀㈀⸀猀攀渀愀搀漀⸀氀攀最⸀戀爀⼀渀漀琀椀挀椀愀猀⼀洀愀琀攀爀椀愀猀⼀㈀　㄀㘀⼀　㔀⼀㌀　⼀愀ⴀ挀愀搀愀ⴀ㄀㄀ⴀ洀椀渀甀琀漀猀ⴀ甀洀愀ⴀ洀甀氀栀攀爀ⴀ攀ⴀ攀猀琀甀瀀爀愀搀愀ⴀ渀漀ⴀ戀爀愀猀椀氀ⴀ愀氀攀爀琀愀ⴀ猀椀洀漀渀攀ⴀ琀攀戀攀琀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㠀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䄀渀甀爀椀漀䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀搀攀匀攀最甀爀愀渀愀倀切戀氀椀挀愀㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀昀漀爀甀洀猀攀最甀爀愀渀挀愀⸀漀爀最⸀戀爀⼀猀琀漀爀愀最攀⼀搀漀眀渀氀漀愀搀⼀⼀愀渀甀愀爀椀漀开猀椀琀攀开㄀㠀ⴀ㄀㄀ⴀ㈀　㄀㘀ⴀ爀攀琀椀昀椀挀愀搀漀⸀瀀搀昀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㠀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀䄀刀䈀伀匀䄀䘀䤀䰀䠀伀Ⰰ 䄀⸀ 䜀渀攀爀漀猀刀愀搀椀漀昀渀椀挀漀猀㨀伀猀昀漀爀洀愀琀漀猀攀漀猀瀀爀漀最爀愀洀愀猀攀洀 甀搀椀漀⸀ ㈀攀⸀ 匀漀倀愀甀氀漀㨀倀愀甀氀椀渀愀猀Ⰰ ㈀　　㤀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀䔀吀䤀䴀Ⰰ 䘀攀氀椀瀀攀⸀ 䄀栀椀猀琀爀椀愀搀攀匀漀昀椀愀㨀漀挀爀甀攀氀氀愀戀椀爀椀渀琀漀搀漀攀猀琀甀瀀爀漀渀愀昀愀瘀攀氀愀⸀ 䔀氀倀愀猀䈀爀愀猀椀氀⸀ 刀椀漀搀攀䨀愀渀攀椀爀漀Ⰰ ㄀㘀䨀甀渀⸀ ㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀戀爀愀猀椀氀⸀攀氀瀀愀椀猀⸀挀漀洀⼀戀爀愀猀椀氀⼀㈀　㄀㘀⼀　㘀⼀㄀㠀⼀瀀漀氀椀琀椀挀愀⼀㄀㐀㘀㘀㈀　㄀㈀㌀㠀开㜀㐀㈀㌀㜀　⸀栀琀洀氀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㤀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀刀䄀一䐀䄀䰀䤀匀䔀Ⰰ 䌀愀洀椀氀愀⸀ 倀漀爀焀甀攀漀攀猀琀甀瀀爀漀挀漀渀琀椀渀甀愀椀洀瀀甀渀攀渀漀䈀爀愀猀椀氀⸀ 䤀猀琀漀⸀ 匀漀倀愀甀氀漀Ⰰ 渀⸀ ㈀㐀㈀㘀Ⰰ 樀甀渀⸀ ㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀椀猀琀漀攀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀瀀漀爀ⴀ焀甀攀ⴀ漀ⴀ攀猀琀甀瀀爀漀ⴀ挀漀渀琀椀渀甀愀ⴀ椀洀瀀甀渀攀ⴀ渀漀ⴀ戀爀愀猀椀氀⼀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㠀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀伀䔀䠀䴀Ⰰ 䌀⸀ 䈀爀愀猀椀氀爀攀猀最椀猀琀爀漀甀攀洀㈀　㄀㔀洀愀椀猀搀攀挀椀渀挀漀攀猀琀甀瀀爀漀猀瀀漀爀栀漀爀愀 Ⰰ 洀漀猀琀爀愀愀渀甀爀椀漀⸀ 䄀最渀挀椀愀䈀爀愀猀椀氀Ⰰ 匀漀倀愀甀氀漀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀愀最攀渀挀椀愀戀爀愀猀椀氀⸀攀戀挀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀最攀爀愀氀⼀渀漀琀椀挀椀愀⼀㈀　㄀㘀ⴀ㄀㄀⼀戀爀愀猀椀氀ⴀ爀攀最椀猀琀爀漀甀ⴀ攀洀ⴀ㈀　㄀㔀ⴀ挀椀渀挀漀ⴀ攀猀琀甀瀀爀漀猀ⴀ瀀漀爀ⴀ栀漀爀愀ⴀ洀漀猀琀爀愀ⴀ愀渀甀愀爀椀漀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㤀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀唀䌀䠀䴀�䰀䰀䔀刀Ⰰ 䠀⸀ 䌀爀椀洀攀猀猀攀砀甀愀椀猀㨀愀椀洀瀀甀渀椀搀愀搀攀最攀爀愀搀愀瀀漀爀甀洀䔀猀琀愀搀漀漀洀椀猀猀漀⸀ 䌀漀渀最爀攀猀猀漀攀洀䘀漀挀漀Ⰰ 䈀爀愀猀氀椀愀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀挀漀渀最爀攀猀猀漀攀洀昀漀挀漀⸀甀漀氀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀渀漀琀椀挀椀愀猀⼀挀爀椀洀攀猀ⴀ猀攀砀甀愀椀猀ⴀ愀ⴀ椀洀瀀甀渀椀搀愀搀攀ⴀ最攀爀愀搀愀ⴀ瀀漀爀ⴀ甀洀ⴀ攀猀琀愀搀漀ⴀ漀洀椀猀猀漀⼀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㘀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀䄀䰀䄀䈀刀䔀Ⰰ 䰀⸀ 刀愀搀椀漀攀椀洀愀最椀渀愀漀㨀渀漀琀攀洀瀀漀搀愀爀愀搀椀漀渀漀瘀攀氀愀⸀ 䐀漀挀倀氀愀礀攀爀Ⰰ 搀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀搀漀挀瀀氀愀礀攀爀⸀挀漀洀⸀戀爀⼀㈀　㘀㌀㘀㔀㌀ⴀ刀愀搀椀漀ⴀ攀ⴀ椀洀愀最椀渀愀挀愀漀ⴀ渀漀ⴀ琀攀洀瀀漀ⴀ搀愀ⴀ爀愀搀椀漀渀漀瘀攀氀愀ⴀ氀椀愀ⴀ挀愀氀愀戀爀攀ⴀ昀甀渀搀愀挀愀漀ⴀ挀愀猀愀ⴀ搀攀ⴀ爀甀椀ⴀ戀愀爀戀漀猀愀⸀栀琀洀氀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㘀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䔀䰀倀䄀촀匀⸀ 䤀渀㨀圀䤀䬀䤀倀준䐀䤀䄀Ⰰ 愀攀渀挀椀挀氀漀瀀搀椀愀氀椀瘀爀攀Ⰰ 搀椀猀瀀漀渀瘀攀氀攀洀㨀㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀瀀琀⸀眀椀欀椀瀀攀搀椀愀⸀漀爀最⼀眀椀欀椀⼀䔀氀开倀愀─䌀㌀─䄀䐀猀㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀攀洀㈀㘀一漀瘀Ⰰ ㈀　㄀㘀⸀ FERRARETTO, L. A. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.਀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䔀䐀䤀吀匀䌀䠀Ⰰ 䔀⸀ ⠀漀爀最⸀⤀ 吀攀漀爀椀愀猀搀漀刀搀椀漀㨀琀攀砀琀漀猀攀挀漀渀琀攀砀琀漀猀⸀ 䘀氀漀爀椀愀渀瀀漀氀椀猀㨀䤀渀猀甀氀愀爀Ⰰ ㈀　　㔀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀䌀䰀䔀䤀匀䠀Ⰰ 刀⸀ 倀爀漀搀甀漀搀攀刀搀椀漀㨀唀洀最甀椀愀愀戀爀愀渀最攀渀琀攀搀攀瀀爀漀搀甀漀爀愀搀椀漀昀渀椀挀愀⸀ 匀漀倀愀甀氀漀㨀匀甀洀洀甀猀Ⰰ ㈀　　㄀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀倀刀䄀䐀伀Ⰰ 䴀⸀ 倀爀漀搀甀漀搀攀刀搀椀漀㨀唀洀洀愀渀甀愀氀瀀爀琀椀挀漀⸀ 刀椀漀搀攀䨀愀渀攀椀爀漀㨀䔀搀椀琀漀爀愀䌀愀洀瀀甀猀Ⰰ ㈀　　㘀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀