ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00117</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Doação de medula óssea</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Helena Horgos Lara (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Patrícia Rangel Moreira Bezerra (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Fernanda Christina Baddini Costa (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Juliana Nóbrega de Noronha (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Giovanna Spilborghs (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;doação de medula óssea, conscientização, radiojornalismo, reportagem, transplante</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Você sabia que o medo e a falta de informações sobre doação de medula óssea faz com que pessoas deixem de se cadastrar como doadoras voluntárias? A reportagem radiofônica Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida procura ser reveladora na desmistificação do assunto, com o intuito de informar e incentivar cada vez mais a atitude de doação. Afinal as chances de se achar um doador ideal é de uma em cem mil desconhecidos e a probabilidade de ser alguém da família é de apenas 25%. Portanto, a cada quatro irmãos apenas um tem medula compatível. O procedimento pode ser mais fácil e rápido do que muitos pensam e que isto é feito em vida. Por meio de histórias de pessoas que doaram e precisaram do transplante, a reportagem tem o objetivo de conscientizar sobre a importância da doação.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem radiofônica Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida foi produzida na disciplina Produção Jornalística e Edição em Rádio I do Curso de Jornalismo da ESPM-SP. No âmbito acadêmico, tem o objetivo de colocar em prática os ensinamentos indicados durante as aulas, de uma forma criativa e envolvente, e assim, aplicar os preceitos do jornalismo, para a transmissão de uma temática relevante em uma reportagem especial para o rádio. A disciplina foi fundamental para viabilidade desta produção porque os alunos participam ativamente de todas as etapas de desenvolvimento da reportagem. Já quanto a escolha do tema, a reportagem Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida surge da observação do grupo de alunos acerca da importância de se falar sobre esse assunto. Embora simples e possível de ser feito, esse procedimento esbarra em dois grandes problemas: a rejeição do transplante e consequentemente a dificuldade de se encontrar um doador compatível. O segundo problema está no medo e desconhecimento das pessoas em relação ao processo de doação de medula no Brasil. Portanto, a reportagem tem a pretensão de despertar no ouvinte a atenção para que este reconheça e se conscientize sobre a seriedade desta pauta que envolve tantas pessoas. Vale ressaltar que o Brasil tem o terceiro maior banco de doações de medula do mundo, com cerca de 4 milhões de potenciais doadores, porém este número ainda é muito pequeno. O transplante de medula pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças em diferentes estágios e faixas etárias. Porém, o que prejudica bastante são as pequenas chances do paciente achar o seu doador ideal que é de uma em cem mil desconhecidos e a probabilidade de ser alguém da família é de apenas 25%. Há exceções para aqueles que descobrem a doença logo no estágio inicial. Se a patologia não estiver muito avançada a ponto de não ter prejudicado completamente a medula, o paciente pode tentar fazer um transplante autólogo, ou seja, um autotransplante.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho busca mostrar para os ouvintes a importância que o transplante tem na vida dos pacientes que sofrem com alguma doença que afeta a medula óssea. Além de diferenciar e explicar os procedimentos, a reportagem tem por objetivo elucidar as diferenças entre transplante de órgãos e de medula. Pairam ainda muitas dúvidas desta situação e o desconhecimento é enorme. Quando as pessoas são informadas de como é fácil ser um doador voluntário acabam ficando bem surpresas. Faz-se necessário deixar claro que estamos nos referindo a um procedimento clínico que possibilita retirar parte da medula alojada na cavidade interna de vários ossos, ainda em vida. Além disso, a medula se reconstitui e regenera em pouco tempo. Portanto, o principal objetivo da reportagem Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida é ressaltar o incentivo para a doação espontânea, ou seja, voluntária, percebendo que a falta de informação é o principal problema. Neste sentido, a reportagem visa ilustrar os relatos de uma médica hematologista, de pacientes com diferentes casos de transplante e de uma doadora que mostra a sua grande participação neste tema. A reportagem procura, em primeiro lugar, informar. Sendo assim, foram utilizados dados recentes, conteúdos divulgados pelo Instituto Nacional do Câncer - INCA, com ênfase nos depoimentos dos pacientes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Uma das principais características da reportagem radiofônica é a finalidade do seu discurso, ou seja, o tipo de assunto que tradicionalmente versa sobre a reportagem. Para a professora da Universidade Carlos III, da Espanha, Susana Herrera Damas, a reportagem de rádio se caracteriza por uma atitude informativa com conexão com a atualidade, mas também no aprofundamento das causas, consequências, explicações do tema e nos depoimentos dos envolvidos: Em este punto, el reportaje se caracteriza por su actitud informativa, por tener cierta conexión com la actualidad, um carácter narrativo descriptivo y uma mayor profundidad....Dado que el reportero tiene la misión de indagar, investigar y profundizar em su tema, es lógico que complete los datos más noticiosos de su texto com información relativa al contexto, los antecedentes, lãs causas, lãs consecuencias, los casos similares, los testimonios y el ambiente. ( DAMAS, Susana, 2008, p. 16-17) A profundidade é uma questão importante na reportagem porque esta não se limita somente a descrever e narrar o fato em si trazendo os elementos noticiosos mais conhecidos. Segundo Damas, trata-se de proporcionar uma investigação maior que vai permitir interpretar os fatos, contextualizá-los, oferecendo ao ouvinte uma perspectiva mais ampla das informações: En periodismo, la investigación es uma tarea inherente que, no obstante, se explicita más em unos gêneros que em otros. Pues bien: el reportaje es uno de los gêneros que exige Del autor uma mayor actitud inquisitiva que pretenda siempre llegar más lejos. En este sentido, sobre tudo del gran reportaje debe ser revelador. (DAMAS, Susana, 2008, p. 19) Neste sentido, a reportagem Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida procura ser reveladora na desmistificação do assunto transplante de medula, com o intuito de incentivar, conscientizar e informar um número maior de pessoas sobre o assunto, e que a partir disso elas reflitam e repensem a atitude de doação. Alguns dados justificam a abordagem do tema. Infelizmente o número de doadores registrados no Brasil ainda não é o suficiente para suprir a demanda da procura por doador compatível. Podemos entender através do Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea ¬ o REDOME  que mesmo com mais de quatro milhões de pessoas cadastradas no banco de medula, ainda temos 850 pessoas na fila de espera por um doador não aparentado. O paciente que precisa do transplante primeiro deve procurar um doador compatível em sua família e a possibilidade maior é encontrar um doador entre os irmãos. Como se trata de herança genética, a chance de ter paridade é de 25% por irmão, ou seja, a cada quatro irmãos apenas um teria medula compatível. Mas aí esbarramos no problema que as famílias brasileiras estão cada vez menores, portanto chances menores também neste sentido de doação familiar. A segunda tentativa é através do cadastro no banco de medula, que tem uma chance em cem mil para achar o seu doador ideal, sendo este uma pessoa desconhecida. Diante deste quadro, é relevante pesquisar e aprofundar sobre o tema que atinge um número significativo de pessoas que podem ser ajudadas com uma pequena ação voluntária. A doação muitas vezes vista como algo complicado é confundida com uma cirurgia que amedronta as pessoas. Mas o procedimento é mais fácil e rápido do que muitos pensam. Assim, com apenas uma agulhada  como tirar sangue  você já fará parte da porcentagem de pessoas ativas no banco de doadores. Em pouco tempo, terá recomposto completamente sua medula óssea e, se quiser, estará apto para uma nova doação. E depois disso é só esperar a chegada de um receptor compatível que precise da sua colaboração. Portanto, o projeto jornalístico serve como elemento contribuinte para a percepção da importância da pauta e tem a pretensão de auxiliar no aumento do número de doações de medula óssea, consequentemente, no aumento dos casos de cura.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes de iniciar a produção da reportagem, a professora Patrícia Rangel passou para todos os alunos um texto muito interessante do autor Rosenthal Calmon Alves, que aborda sobre a linguagem coloquial utilizada no radiojornalismo. Diante da leitura e das análises de todos, pôde-se extrair a abordagem necessária para a construção da reportagem, desde sua temática, até a confecção dos textos tendo como base a linguagem coloquial. O texto indica que o repórter radiofônico tenha o cuidado de manter em suas produções, principalmente em seu texto, o tom de conversa íntima com o ouvinte, a simplicidade das palavras, a objetividade. Estes itens resultaram na característica de estilo e narrativa coloquial da reportagem de rádio Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida. Fazendo conexão com o tema da reportagem, entende-se que a maioria das pessoas já possuem preconceito e desconhecimento sobre a doação de medula e acreditam que possa ser inclusive perigoso. É papel da mídia, além de divulgar mais o assunto, tratá-lo em suas reportagens com a linguagem mais clara e próxima do público para que colabore efetivamente, com a compreensão do assunto e claro, se cadastrem cada vez mais como doadoras voluntárias. O grupo se identificou bastante com um dos parágrafos do texto que explicava claramente de que forma um editor de rádio pedia para o redator refazer um texto sisudo ou formal demais: É muito normal, nas redações de rádio, o editor condenar um texto à lata de lixo e depois pedir ao redator que conte o que estava escrito (não como estava, naturalmente). Ao terminar a resposta, o editor fala: "Brilhante! É isso que eu quero. Reescreva exatamente como você acaba de me contar." E, muitas vezes sem perceber direito a lição, o redator volta à máquina meio intrigado, tentando lembrar, textualmente, como foi a conversa com o chefe. (ALVES, 2005, p. 163) Desta parte do texto partiu-se para a escolha de toda a narrativa da reportagem porque, entendeu-se que escrevemos para alguém ler e ouvir, o texto deveria conter determinada oralidade, um certo tom de cumplicidade com o ouvinte, sem perder a credibilidade da informação de um assunto tão sério quanto a saúde. Posteriormente, passou-se à pesquisa acerca do tema doação de medula óssea. Nesta fase, o grupo leu vários artigos da área médica envolvendo a temática escolhida, vasculhou-se o site do Instituto do Câncer e do Redome lendo textos que foram realmente esclarecedores, além de levantamento de vários relatos de pacientes. Percebeu-se nesta fase exploratória do assunto que um dos principais problemas estava na falta de informação sobre o procedimento de doar a medula óssea. Confessamos que para o próprio grupo de alunos também foi uma surpresa saber que o transplante poderia ser feito em vida, por uma ação voluntária, de uma forma mais simples do que imaginávamos. Desta forma, escolhemos como fio condutor, ou seja, como objetivo principal da reportagem radiojornalística ressaltar a importância de ser um doador espontâneo, levando ao ouvinte todas as informações a respeito do processo de transplante de medula óssea, claro, de forma a valorizar ainda mais a linguagem deste veículo e a proximidade com a audiência. Partimos para a busca da fonte especializada, como também na busca de personagens que relatassem histórias sobre este assunto. A fonte especializada conseguimos através de um contato com um dos integrantes do grupo que tinha um médico na família e ele a recomendou para a nossa reportagem. Os personagens conseguimos através de grupos de alunos da faculdade no Facebook, fazendo assim a disponibilidade dos contatos. E ao decorrer das pesquisas sobre o tema, fomos entrevistando essas pessoas para termos um aprofundamento maior no tema. As fontes que estão na reportagem contam sobre os acontecimentos e de modo individual, cada personagem aborda uma parte específica do assunto, trazendo assim uma grande abrangência do tema. Para cumprirmos com nosso objetivo, o entrevistador procurou deixar as entrevistados o mais confortável possível, facilitando assim, o êxito na comunicação e nos relatos obtidos. O método utilizado pela equipe baseou-se em escutar o que as pacientes e a doadora tinham a dizer, para que assim a reportagem ficasse emocionante. Ou seja, foi uma opção ter o mínimo de cortes possível, para deixar que a história de cada um deles fosse compreendida pelo ouvinte, sem interferência do repórter e de offs muito explicativos. Neste sentido, a intenção foi de aproximar o ouvinte dos depoimentos de pacientes em busca da cura de suas doenças. E claro, os offs aparecem para trazer informações relevantes como dados sobre banco de medula, e também como ser um doador. Foram gravadas quatro entrevistas via telefone com o uso da híbrida do estúdio de rádio. Três delas foram de personagens, e um com fonte especializada, no caso uma médica hematologista. A equipe utilizou todas as entrevistas em ao menos uma sonora de cada fonte, mas muitas informações destas fontes foram também utilizadas para a construção dos offs do repórter, junto com os dados apurados sobre o assunto. O texto para os offs, tanto da cabeça da reportagem, quanto para a condução do repórter, foi desenvolvido na redação, local onde são ministradas as aulas das disciplinas de rádio do curso de graduação de Jornalismo da ESPM-SP. Quanto à edição, tudo foi realizado pelo grupo de alunos com apoio final do técnico que a ESPM disponibiliza aos alunos. As aulas de edição de áudio fornecidas pela ESPM serviram de suporte para a finalização do produto. Na primeira fase, decupamos o material bruto de todas as entrevistas realizadas (1 hora e meia de gravação) e fizemos os cortes secos com o software livre, Wavosaur. Para a montagem da reportagem, o grupo editou com o software Audacity, inserindo desta forma, efeitos e trilhas que compuseram todo o produto radiofônico. Por fim, a reportagem Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida, foi equalizada e processada no Sound Forge. O grupo conclui que os conhecimentos dos processos de edição permitiram uma maior autonomia no fazer uma matéria de rádio. Neste sentido, a equipe conseguiu montar o produto radiofônico de acordo com a proposta que o grupo queria. A finalização da reportagem foi feita com o auxílio do técnico de som Afonso Afonsus, no software Pro Tools.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Quando foi proposta a realização de uma reportagem para a disciplina de radiojornalismo, o grupo de alunos discutiu sobre o tema e nas pesquisas ficamos muito incomodados pela falta de clareza e porque não dizer pela ausência de espaço sobre o tema na mídia. Ao aprofundar, percebemos que a falta de informação provavelmente seja o maior obstáculo para que mais e mais pessoas se tornem potenciais doadores. Antes mesmo de realizar as entrevistas, o grupo percebeu que a reportagem teria que ter o enfoque bastante informativo e desmistificador. Enquanto parte dos alunos levantava as fontes para os depoimentos, outros foram realizar entrevistas enquete, formato fala povo, justamente por esta percepção de que há desconhecimento do assunto por parte da população. Para Robert McLeish (2001, p. 123), "a opinião de pessoas comuns do povo acrescenta uma dimensão útil à cobertura de um tema". Com as pesquisas e a enquete fala povo percebemos que as pessoas tem medo de doar porque acham que é dolorido e perigoso, também pensam que a medula não se reconstitui após a doação e por fim, alguns acham que a doação só pode ser realizada depois da morte. Ficou definido que o fio condutor da reportagem seria justamente este, contextualizar a falta de informação sobre a doação de medula óssea. Mas havia também a preocupação de entregar ao ouvinte algo que fosse agradável de ser ouvido. Percebemos o quanto seria interessante valorizar os depoimentos de entrevistados que tivessem passado pelo processo de doação para relatar em detalhes sua história, assim como cuidar da plástica do produto. Para Emilio Prado (1989): A reportagem é o gênero mais rico entre os utilizados no rádio, desde a perspectiva informativa. Na prática é o menos utilizado por exigir uma elaboração conscienciosa.. Sua riqueza provém em primeiro lugar, da ausência de uma estrutura rígida neste gênero, o que permite a intervenção da criatividade em uma grande medida, sem esquecer que se trata de uma narração de caráter informativo. (PRADO, 1989, p. 85) A reportagem Doação de Medula Óssea: um gesto para a vida foi produzida como o primeiro trabalho desenvolvido para a Oficina de Rádio do Curso de Graduação de Jornalismo da ESPM-SP, com a professora Patrícia Rangel. Trata-se de uma reportagem especial de rádio, com 12 minutos e 07 segundos de duração, sem divisão de blocos. Um roteiro foi definido, elaborado para a condução da reportagem radiofônica, que o locutor e o repórter gravaram com o objetivo de unir os depoimentos para apresentar as histórias de transplantes de medula, junto com os dados apurados. Pensamos em iniciar a reportagem com uma cabeça, ou seja, uma introdução, que relatasse sobre o procedimento do transplante de medula e que tivesse um impacto no ouvinte. Por isso, utilizamos trilhas fortes, um pouco mais densas, com o intuito de passar seriedade e urgência às informações que vão sendo apresentadas pela locutora. É na cabeça que a locutora mostra o objetivo da peça radiofônica e chama o repórter que vai conduzir a reportagem. A preocupação em unir informação com a urgência da temática foi determinante para a escolha das trilhas sonoras porque estas fazem parte dos elementos que compõem a linguagem radiofônica e influenciam diretamente a experiência de escuta do ouvinte: A linguagem radiofônica é o conjunto de formas sonoras e não sonoras representadas pelos sistemas expressivos da palavra, da música, dos efeitos sonoros e do silêncio, cuja significação vem determinada pelo conjunto dos recursos técnicos/expressivos da reprodução sonora e o conjunto de fatores que caracterizam o processo de percepção sonora e imaginativo-visual dos ouvintes" (BALSEBRE apud FERRARETTO, 2000) Para dividir a cabeça do off do repórter, colocamos no final dela uma frase chamando o repórter: "saiba mais na reportagem de Giovanna Spilborghs". E para cada off do repórter, foi utilizada uma trilha diferente, tendo a cabeça e o primeiro off a mesma trilha, e seguindo a mesma linha de urgência ao tema relatado. O desenrolar da reportagem acontece com dois depoimentos da médica hematologista, depois são intercalados com outros depoimentos de pacientes e da doadora. As entrevistas foram gravadas no estúdio da faculdade via telefone (híbrida) na ESPM-SP e tiveram o objetivo de obter detalhes, como, os relatos da médica explicando sobre os procedimentos dos dois transplantes existentes, a história dos pacientes de como conseguiram um doador compatível e o entusiasmo da doadora por falar do tema. Tudo isso para os fins de chamar a atenção do ouvinte quanto à importância de fazer a doação de medula para quem precisa. A primeira fonte que entramos em contato foi com uma professora aposentada Suely Moreira Walton que conta todo o processo que as pessoas passam para se tornarem doadoras de medula óssea. Suely se cadastrou no banco de doação após perder o irmão com leucemia pois ele precisava de um transplante de medula e não encontrou doador compatível. Hoje Suely ajuda a motivar voluntários e já salvou duas vidas. A segunda entrevista foi com a jovem estilista Marcela Meneguetti que falou sobre a experiência, de aos 24 anos ser diagnosticada com Linfoma de Hodgkin. Marcela fala na reportagem como foi fazer o transplante autólogo, que é quando a pessoa doa a si própria a medula. O terceiro caso foi com o estudante Yuri Wassily que contou como ficou feliz ao achar um doador compatível com o seu DNA em apenas três meses. Yuri passou por tratamento quimioterápico por conta de uma Leucemia, mas depois foi diagnosticado que precisaria de um transplante de medula para alcançar o sucesso do tratamento. Infelizmente o estudante não teve compatibilidade de medula com seus irmãos e precisou recorrer a um banco de doação. Mas teve a sorte de achar um doador compatível em pouco tempo. E a última entrevista foi realizada com a médica hematologista Cristina Macedo que explica a diferença entre os dois clássicos transplantes de medula óssea que são: autólogo, que você doa a si mesmo, e o alogênico, aquele que você pega a medula de alguma outra pessoa. E, também, explica a diferença de doação de órgãos com a doação de medula, pois muitas pessoas ainda se confundem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Muito mais do que a notícia, que é objetiva e simples, a reportagem radiofônica é rica em detalhes, vozes diferenciadas, ou seja, personagens e fontes que contribuam com o relato do fato. Desta forma, a reportagem de rádio gera mais interesse no ouvinte. Por meio do projeto desenvolvido, é possível adquirir uma nova visão da doação de medula óssea e reconhecer que a com um número maior de pessoas conscientes, podemos ajudar a salvar mais vidas. O produto radiofônico auxilia na divulgação de informações com caráter fundamental para a conscientização do ouvinte acerca do tema. As informações divulgadas na matéria auxiliam o receptor na compreensão da importância que uma ação voluntária tem para quem está na fila de espera. Diante das palavras de uma das entrevistadas, toda a produção da reportagem e os ouvintes puderam se sensibilizar com a citação deixada por ela, para as pessoas que não são doadoras. A qual usamos para finalizar a matéria: " um gesto tão simples para quem doa é a vida para quem recebe."</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALVES, Rosental C. Radiojornalismo e a linguagem coloquial. In: MEDITSCH, Eduardo. <br><br>Teorias do Rádio  textos e contextos. Florianópolis: Insular, 2005, vol I. <br><br>DAMAS, Susana H.. Como elaborar reportajes em radio. Buenos Aires: La Crujía, 2008. <br><br>FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio: o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.<br><br>MCLEISH, Robert. Produção de rádio: um guia abrangente da produção radiofônica. São Paulo: Summus, 2001. <br><br>PRADO, Emílio. Estrutura da informação radiofônica. 2 ed. São Paulo: Summus, 1989.<br><br>REDOME  Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Disponível em: http://redome.inca.gov.br/ Último acesso em: 09 de abril de 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>