ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00128</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Telejornal sobre direitos humanos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Taís Haupt da Silva (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Ana Reis (Escola Superior de Propaganda e Marketing); André de Sena (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Andressa Machado (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Beatriz Direito Melo (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Bianca Alves (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Bianca Ramos (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Fernando Pacini (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Gabriel Garcia (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Gabriella Lemos de Almeida (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Guilherme Mileta (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Helena Bonamico (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Júlia Pino (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Lucas Orte (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Manuela Anastácio (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Paola Bonoldi (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Pedro Bueno (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Pedro Martelli (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Rafaela Ambrósio (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Renata Geraldo (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Tchérena Monteiro (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Victória Faragó (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Heidy Vargas (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Direitos Humanos, ESPM no Ar, Telejornalismo, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este texto foi desenvolvido para relatar o processo de produção do programa jornalístico especial ESPM no Ar - Especial Direitos Humanos. O projeto foi feito exclusivamente por alunos do 4º semestre de jornalismo da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), durante as aulas de Telejornalismo. O tema norteador foi Direitos Humanos, sua importância e o fato do Brasil ter sido eleito para ocupar cadeira fixa no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Estas são algumas dúvidas que o programa tenta responder. O programa foi apresentado ao vivo na internet e contou com a divulgação via redes sociais. No estúdio dois alunos apresentadores, um convidado externo, uma aluna dedicada às redes sociais e as informações de última hora, sete reportagens e quatro repórteres ao vivo. O desafio foi articular a prática jornalística antes e durante a exibição do telejornal especial.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa ESPM no Ar é um produto feito pelos alunos do 4º semestre de Jornalismo da ESPM-SP dentro da disciplina de Produção Jornalística e Edição em TV II. A disciplina tem como princípio ensinar aos futuros jornalistas como são feitas reportagens em audiovisual e programas para a televisão, sob orientação da professora Ma. Heidy Vargas. O programa de aula prevê a construção e exibição ao vivo de dois telejornais, um deles é regional e o último é um programa jornalístico especial. O tema deste ano foi Direitos Humanos tudo porque o Brasil foi eleito para ocupar uma cadeira fixa no Conselho de Diretos Humanos das Nações Unidas, por um mandato de três anos a partir de janeiro de 2017. O tema nos foi dado depois de uma provocação: o Conselho Internacional para Políticas em Direitos Humanos publicou o relatório Jornalismo, Mídia e o desafio da reportagem em Direitos Humanos (2002) sobre uma pesquisa feita com 70 jornalistas, editores e produtores de importantes publicações mundiais. O relatório afirma: Ainda que os jornalistas tenham ampliado a cobertura aos direitos humanos em novas áreas, os meios de comunicação dão muito pouca cobertura a muitos dos temas de direitos humanos. Grande parte da informação é centrada na violação de direitos em situações de conflitos. Sobre as questões de direitos humanos que são menos visíveis ou são processos lentos, raramente se informa. (2002, [tradução minha], p. 4) Diante das questões apontadas, elegemos os subtemas essências para entender a importância dos Direitos Humanos no cotidiano. Aliado a isso, pensamos em como trabalhar a interatividade a fim de nos manter próximos do público e trazê-lo para participar ativamente da discussão construída no programa. Para os alunos, foi uma oportunidade de desenvolver uma cobertura jornalística focada nos Direitos Humanos em ambiente acadêmico, fazer um programa ao vivo e experimentar a interatividade ao vivo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo inicial foi construir um programa jornalístico especial. Para isso, exercitamos os diversos formatos de notícia, elaboramos estratégias para chamar a atenção do internauta e, o mais importante, debatemos um tema relevante como os Diretos Humanos. Portanto, escolhermos a narrativa audiovisual televisiva pois nela, assim como Vizeu (2002) define a tevê é onde se pratica, de forma simulada, o exercício democrático das questões sociais. A verdadeira  Praça Pública (2002, p.2). O fato é que diante do público, os telejornais se mostram compromissados em seu objetivo de informar o máximo com isenção, pluralidade, clareza e correção. (BONNER, 2009). Para tornar esse mundo mais compreensível, a narrativa dos fatos nas reportagens de telejornal é feita de modo conciso. Desta forma, acreditamos que isso não significa transgressão da realidade, mas adequação à necessidade das pessoas. A partir destes conceitos, trabalhamos os temas e os formatos de notícia para cada assunto. A fim de aprofundar o debate com reportagens de fôlego e contextualizadas: - Elaborar diferentes pautas em torno de um mesmo tema; - Produzir reportagens especiais; - Criar um programa com interatividade; - Discutir o tema em profundidade; - Entrevistar convidados em estúdio; - Mediar a interatividade entre convidados, apresentadores e internautas; A produção de um telejornal especial que aborda temas relacionados à dignidade humana, sobretudo em âmbito acadêmico, tem por objetivo contribuir para a consolidação de tais direitos. Atuando contra a desinformação sobre os Direitos Humanos, o ESPM no Ar - Especial Direitos Humanos abordou a origem desses direitos, saúde pública, ocupação do espaço público, racismo, questões de gênero no mercado de trabalho, trabalho infantil e escolaridade. O projeto também serviu para a inserção de estudantes de jornalismo nas discussões mais atuais sobre dignidade humana e, pela primeira vez, colocou os alunos frente ao público alvo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O tema que despertou a atenção dos alunos é de interesse público e deve estar na pauta das redações. O Brasil foi eleito para ocupar uma cadeira fixa no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas e isso traz implicações sociopolíticas. O CDH é composto por todos os 193 países membros da ONU, mas apenas 47 têm direito a voto. O Brasil passou a integrar esse seleto grupo, o que lhe permite influenciar as decisões em outras instâncias como o Conselho de Segurança das Nações Unidas ou o Tribunal Penal Internacional, sobre assuntos relacionados aos direitos humanos. Os Direitos Humanos são garantidos às pessoas pelo simples fato de existirem, ou seja, são os direitos inerentes ao ser humano. O objetivo é preservar as liberdades fundamentais e a dignidade humana; sem distinção de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política e origem social. Segundo as Nações Unidas, o Direito Internacional dos Direitos Humanos estipula algumas obrigações que os governos precisam seguir para promover e proteger os Direitos Humanos e as liberdades individuais. Tais deveres se baseiam em algumas características básicas, como o respeito à dignidade humana, universalidade, indivisibilidade, igualdade e inalienabilidade. A Declaração Universal de Direitos Humanos foi o primeiro documento formulado para tratar desse tema e foi criado em 1948, pela Assembleia Geral das Nações Unidas, após o fim da 2º Guerra Mundial. A partir desse documento central, outros instrumentos (tratados, organizações reguladoras, etc) foram adotados a nível nacional em diferentes regiões do planeta. (ONU) No Brasil, a Constituição Federal de 1988 traz como um dos princípios fundamentais o respeito à dignidade humana. Ainda assim, de acordo com o Ministério da Justiça, até o fim de 2015, o sistema prisional brasileiro apresentava uma população de mais de 620 mil pessoas, embora a capacidade total seja de aproximadamente 370 mil. Em 8 de março, o Relator Especial da ONU para tortura relatou as péssimas condições de vida e a ocorrência frequente de tortura e outros maus-tratos de presos por policiais e carcereiros no Brasil. Mas a série de descumprimentos aos Diretos Humanos continua. Em relatório anual sobre  O estado dos Direitos Humanos pelo Mundo a Anistia Internacional destacou a forte onda de manifestações populares e o abuso de força policial para conter tais manifestações. O relatório também pontuou o aumento do risco de vida para profissionais e defensores dos Direitos Humanos em 2016. Segundo a Anistia Internacional, entre janeiro e setembro do ano passado foram pelo menos 47 assassinatos de defensores da dignidade humana. (ANISTIA INTERNACIONAL, 2017, p.85) No ano que a lei Maria da Penha completou uma década, 4.298 estupros foram registrados no Rio de Janeiro nos primeiros onze meses de 2016, 1.389 só na capital. Nos últimos dez anos, a violência letal contra mulheres aumentou 24%, colocando o Brasil entre os piores países da América Latina para se nascer menina. A Anistia Internacional relatou o aumento de 48% da população, já superlotada, de internos nas unidades do sistema socioeducativo do Rio. (ANISTIA INTERNACIONAL, 2017, p.86) Ao lado de outros países latino-americanos, o Brasil figura entre as maiores taxas de homicídios do planeta e é o país com mais mortes de transgêneros do mundo, segundo o relatório anual da Anistia Internacional. (ANISTIA INTERNACIONAL, 2017, p.23) Assim sendo, os Direitos Humanos são fundamentais para a construção da sociedade de que tanto o jornalismo se esforça para participar. E podemos inferir que um dos deveres do jornalista, como consta no Código de Ética dos Jornalistas (artigo 6°, parágrafo I), é defender os Direitos Humanos, pois têm relação intrínseca com a função jornalística, em defesa da liberdade de expressão e auxilia na formação da opinião pública, sendo um importante detector da qualidade de vida em sociedade. Portanto, o desenvolvimento de um telejornal com essa temática é essencial.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O telejornal ESPM no Ar - Especial Direitos Humanos foi desenvolvido pela disciplina de Produção em TV II, ministrada pela professora Heidy Vargas. Durante as aulas, a sala foi apresentada ao embasamento teórico e técnico para construção de material jornalístico. Foram feitos exercícios práticos de texto, de pauta, de roteiro, de edição e de operação dos equipamentos, captação de imagem e som. Os alunos foram estimulados a desenvolver um produto jornalístico diferenciado, que abordasse um tema em profundidade. Fizemos a reunião de pauta em aula com 23 alunos e elegemos os temas pertinentes e pouco abordados na mídia. Para Nilson Lage (2006), a fonte de informação é um dos elementos básicos para a boa reportagem. O autor define o que é fonte e alerta para os reais interesses de uma declaração falsa ou verdadeira. Assim, Lage as categoriza e divide em oficiais, oficiosas e independentes: Fontes oficiais são mantidas pelo Estado; por instituições que preservam algum poder de Estado, como juntas comerciais e os cartórios de ofício; e por empresas e organizações, como sindicatos, associações, fundações etc. Fontes oficiosas são aquelas que, reconhecidamente ligadas a uma entidade ou indivíduo, não estão, porém, autorizadas a falar em nome dela ou dele, o que significa que o que disserem poderá ser desmentido. Fontes independentes são aquelas desvinculadas de uma relação de poder ou interesse específico em cada caso (LAGE, 2006, p.63). Em um segundo momento, Nilson Lage classifica as fontes em primárias e secundárias. Fontes primárias são aquelas em que o jornalista se baseia para colher o essencial de uma matéria; fornecem fatos, versões e números. Fontes secundárias são consultadas para a preparação de uma pauta ou a construção das premissas genéricas ou contextos ambientais (LAGE, p.65). No papel, detalhamos o tema, personagens e os especialistas de acordo com a categorização de Lage para que não repetíssemos os entrevistados e as abordagens. Todos os alunos envolvidos deveriam acompanhar o trabalho das outras equipes. Ao todo foram sete vts. Sendo assim, cada grupo contou com um pauteiro, um repórter e um editor. A operação dos equipamentos e captação das imagens do material gravado foram realizadas pelos próprios alunos. Na captação priorizamos imagens gerais, planos americano, médio e primeiro plano. Valorizamos as imagens bem-feitas e com pouca movimentação da câmera como imagens em plano sequência. Após uma aula sobre as características de uma reportagem especial, saímos a campo para realizar a tarefa. A captação das imagens e áudios foram muito mais exigentes e elaboradas que as reportagens anteriores para o hard news. Agora, foi preciso pensar efetivamente no audiovisual a favor da notícia, com passagens mais elaboradas em dois tempos ou mais, entrevistas em planos americanos, textos e artes: O que torna uma reportagem especial é o tratamento muito mais primoroso, tanto de conteúdo quanto plástico. Ela nos permite aprofundar assuntos de interesse público, que podem estar retratados em uma única reportagem ou em uma série. (BRUNEIRA; CARVALHO; DIAMANTE; UTSCH, 2010, p. 21). Com as entrevistas feitas, hora de pensar no roteiro e nas costuras do texto com os dispositivos da reportagem. Como Alcure prega,  o off é a coluna vertebral de uma história real, através da qual se articulam as vértebras de uma notícia, ou seja, os diferentes depoimentos: sonoras, inserções de povo fala (2011, p. 113). O importante aqui foi estruturar o esqueleto da reportagem selecionando os elementos necessários para uma matéria completa com sonora, povo fala, off, arte, passagem e trilha. Enquanto as matérias estavam em processo de construção, os apresentadores e os editores iniciaram a montagem do espelho do programa. Primeira decisão foi tirar a bancada e incluir o debate como eixo narrativo, mudando assim da bancada para cadeiras e uma apresentação em pé. Uma ação pensada diante da movimentação dos apresentadores do Jornal Nacional. Para Vargas (2015), a retirada da bancada é uma estratégia narrativa. A bancada sempre foi um porto seguro para apresentadores e telespectadores dos telejornais brasileiros. Durante 65 anos, ela foi o lugar de encontro dos dois. Esse espaço que chamamos de  sagrado foi um elemento central de cena necessário para equilíbrio e organização no cenário. As notícias sempre foram anunciadas em cima deste elemento cênico, um apoio para os apresentadores que utilizavam para colocar suas canetas e scripts; e um espaço referencial para os telespectadores. A câmera que se movimenta em direção à mesa sempre representou o telespectador indo se sentar em frente a dupla de apresentadores, que contariam tudo o que ocorreu de mais importante naquele dia. Mas a linguagem da internet, a tecnologia e a necessidade de dinamizar a apresentação, até então estática e com ênfase na palavra, agora mudou, a ênfase, de certa forma, ainda está na palavra e sempre estará, mas foi agregado mais um componente: o movimento. (2015, p. 2) Tirar a bancada significou mais liberdade aos apresentadores, mas também controle do espaço cênico. Sendo assim, o debate foi o ponto central do programa, em torno dele gravitaram as entradas ao vivo, as reportagens, as entrevistas e os comentários sobre os internautas e as notícias publicadas na internet. Sabíamos que a sequência do espelho do programa poderia ser quebrada com a presença dos internautas, mas pensamos em criar um programa mais participativo e com interação. Além disso, as entrevistas realizadas tanto em estúdio com o entrevistado como as feitas com os internautas e nas reportagens mostraram diferentes opiniões acerca do tema. Uma vivência rica de interação e interpretação da informação. Cremilda Medina (1995) argumenta sobre a importância dessa prática para a democracia das informações: A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpretação informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação. (p.8) Essa polifonia foi vista durante os debates na voz do entrevistado, dos repórteres, dos apresentadores e da aluna que intermediou a internet com as informações de momento e os internautas que participaram. Uma semana antes do programa ir ao ar, os apresentadores fizeram lives nas redes sociais acompanhando o desenvolvimento do produto até o dia da gravação. No dia da exibição, foram dois apresentadores que conduziram o programa, uma repórter responsável por fazer o intermédio entre os internautas, lançando perguntas dos espectadores para estimular o debate e incluir o público-alvo no universo dos Direitos Humanos. Na internet, o programa teve 70 acessos. No Facebook, os posts tiveram mais de 1,6 mil acessos e foram 85 acessos totais aos vídeos do YouTube (até a redação do presente artigo).</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa foi ao ar no dia 1º de dezembro de 2016 e teve duração de uma hora e meia, dividida em três blocos. Logo no início do programa, após a abertura dos apresentadores, uma primeira reportagem explica o que são os Diretos Humanos, sua origem, como se cunhou a palavra e como ele é necessário para o mundo. Ainda no primeiro bloco, que durou aproximadamente trinta minutos, apresentamos o convidado o professor Eduardo Viveiros de Freitas, da faculdade Estácio e pesquisador do NEAMP - Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política. Logo em seguida foi exibida uma reportagem sobre o direito de ocupação do espaço público e como ele afeta a relação do cidadão com a cidade, tornando-a um espaço de troca. O VT serviu como gancho para a entrada ao vivo de um repórter ao vivo, via Skype, em uma escola pública, que falou sobre o panorama da ocupação secundarista. Em seguida, o trailer do documentário  Lute como uma Menina , ilustrou e contextualizou a luta secundarista com a participação feminina, questão debatida com o convidado em estúdio. Para fechar o bloco, uma rodada de perguntas dos espectadores sobre os direitos femininos. O segundo bloco começou com um debate sobre a relação da eleição de Trump para o aumento da segregação racial norte-americana, que encaminhou uma matéria sobre discriminação no mercado de trabalho brasileiro, a discrepância salarial e busca por igualdade. Depois de algumas notas, os apresentadores colocaram no ar um VT sobre o trabalho infantil, pobreza, educação e a falta de leis que protegem a infância. Ainda discutindo a segurança e direitos de crianças e adolescentes, o debate com o professor Eduardo Viveiros deu início à matéria sobre moradia, déficit habitacional e a como a moradia é fundamental para a construção da cidadania. Tal contexto engatilhou uma pergunta dos internautas sobre a luta pelo reconhecimento do território do Curdistão, movida pelo povo curdo no Oriente Médio. Após uma rodada de notas, os apresentadores convidaram um repórter, que estava ao vivo via Skype, no Parque do Ibirapuera, para falar sobre as questões ambientais brasileiras. Completando os trinta minutos do bloco, novas perguntas do público foram respondidas. Um pouco mais curto, com cerca de vinte minutos, o terceiro bloco começou com uma matéria sobre o Sistema Único de Saúde, a redução dos usuários de planos de saúde e a PEC 55, que propõem a reestruturação do ensino básico. No estúdio, o convidado explicou aos espectadores a dificuldade de levar atendimento médico às regiões mais afastadas do país. Em seguida, um VT falou sobre a mulher no mercado de trabalho, desigualdade econômica atrelada ao gênero e a falta de representatividade feminina na política. Em nova interação com o público, o professor Eduardo Viveiros comentou a votação da PEC 55 no Congresso Nacional. Para finalizar o programa, debateu-se o direito a liberdade de expressão, manifestação e representação política. O programa foi encerrado em silêncio como forma de homenagem ao acidente da Chapecoense ocorrido dois dias antes da gravação e que deixou 71 mortos. Em síntese, as temáticas abordadas pelo ESPM no Ar: Especial de Direitos Humanos abordaram a origem dos Direitos Humanos, sistema carcerário, ocupação do espaço público, educação, preconceito, trabalho infantil, déficit habitacional, qualidade de vida, saúde pública, mercado de trabalho e as perspectivas para o futuro de novas gerações, para o país e a participação brasileira no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas. Para construir o roteiro do programa, usou-se as matérias gravadas como núcleos para criar um fluxo contínuo no programa, assim, os eixos se dividiram em: 1. Origem dos Direitos Humanos A primeira matéria que o programa exibiu teve o papel de introduzir a temática em questão, situando o espectador com o contexto histórico-social dos Direitos Humanos e qual a sua importância para a população. 2. Ocupação do Espaço Público Com as crescentes reivindicações populares e o desenvolvimento da economia compartilhada, a discussão de como gerenciar o espaço público passou a ser essencial. Manifestantes saíram às ruas pedindo mudanças políticas, em repúdio a corrupção, jovens ocuparam escolas públicas contra a reforma da educação, e a população começou a se apropriar das ruas da cidade como espaços de convivência coletiva. O VT mostra como os movimentos de empoderamento se desenvolveram por meio da ocupação do Espaço Público. 3. Racismo Corporativo As discussões sobre discriminação racial já se desenvolvem há anos e as cotas são resultado de um sistema que tenta compensar as desigualdades raciais em âmbito acadêmico. Porém, o financiamento que garante a formação não é ferramenta de manutenção para condições igualitárias de ascensão profissional e respeito no mercado de trabalho, onde ainda se verifica distinção racial. A fim de trazer de levantar a discussão sobre a necessidade de inclusão social de negros também no mercado de trabalho, a matéria conta a história de alguns personagens que viram o preconceito afetar suas oportunidades profissionais. 4. Trabalho Infantil No mesmo ano que o governo brasileiro propõe reformas na educação, a população sofre com uma crise econômica complexa. Nesse contexto, a discussão sobre a evasão da escola básica e o crescimento do trabalho infantil demostram uma das dificuldades que a sociedade brasileira vivencia. 5. Déficit Habitacional A moradia é parte fundamental para a formação da cidadania, sendo um importante instrumento de pertencimento social, assim a falta de um lar representa mais do que a falta de uma casa, mas de um ponto de referencia. A matéria sobre déficit habitacional ilustra a dificuldade de brasileiros em conquistar uma casa própria devido às desigualdades socioeconômicas da sociedade em que vivemos. 6. S.U.S O Sistema Único de Saúde é tema de discussão há anos, sendo questionado sobre sua capacidade e qualidade de atendimento à população. O direito à saúde é um dos pilares básicos dos Direitos Humanos, fundamental para o bem-estar coletivo, e as deficiências deste setor são debatidas no ESPM no Ar: Especial Direitos Humanos. 7. Mulher no Mercado de Trabalho O discurso feminista ganha força entre a sociedade civil e na mídia, ainda assim as diferenças de gênero são significativas em diferentes setores. Em especial no âmbito profissional, as mulheres além de estarem sub-representadas, são remuneradas de maneira diferente a homens que ocupem a mesma posição. O grande destaque do programa ficou por conta da aluna que mediou o debate e simultaneamente leu os comentários dos internautas e fez perguntas ao entrevistado. A ela cabia à missão de mediar e estimular a participação do internauta, também a ela cabia esquentar o debate com informações recentes sobre o tema em questão. Os apresentadores também tiveram um destaque na mise-en-scène do programa. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Diante desta experiência que durou quase dois meses de produção até a exibição de um produto audiovisual telejornalístico especial, podemos inferir que exercitamos técnicas necessárias para a nossa trajetória profissional não apenas no audiovisual, mas para a cobertura do tema. Criar um programa exige uma organização de conteúdo extrema, uma visualização de um produto que ainda nem saiu do papel, precisão na informação, maturidade estética, fluidez na narrativa e o controle das técnicas para prender a atenção do internauta. Estes foram os desafios vividos durante o semestre. Portanto, o programa ESPM no AR  Especial Direitos Humanos conseguiu cumprir sua função de ensino ao mostrar aos alunos envolvidos no projeto o processo que passa o jornalista que trabalha com audiovisual. Mostrou-nos que a internet é um meio possível de diálogo com a sociedade e como podemos diferenciar e atrair a atenção do público alternando diferentes formatos. Outro destaque é para a narrativa do telejornal, que é visto por muitos como um produto superficial. Neste projeto, acreditamos que conseguimos discutir o tema com profundidade refutando a análise de tudo que é pensado para ser exibido em um telejornal deve ser raso.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALCURE, Lenira, Telejornalismo em 12 Lições  Televisão, Vídeo, Internet.Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011. Publicado em parceria com a PUC- Rio.<br><br>BONNER, Willian. Jornal Nacional: Modo de Fazer. São Paulo: Globo, 2009.<br><br>LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2009.<br><br>MEDINA, Cremilda. Entrevista: O diálogo possível. São Paulo: Editora Ática, 1995.<br><br>VIZEU JR., ALFREDO. Decidindo o que é notícia: os bastidores do telejornalismo. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.<br><br>VARGAS, Heidy. A bancada do Jornal Nacional já não é mais a mesma: reflexões acerca da mise-en-scène na apresentação. Intercom, 2005. Disponível em: http://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-0991-1.pdf Acesso em: 24 abril 2017. <br><br>SITES ANISTIA INTERNACIONAL. Informe anual de 2016/2017: o Estado dos Direitos Humanos no mundo. Disponível em: https://anistia.org.br/direitos-humanos/informes-anuais/relatorio-anual-o-estado-dos-direitos-humanos-mundo-20162017/ Acesso em: 24 março 2017.<br><br>JORNALISMO, MÍDIA E O DESAFIO DA REPORTAGEM EM DIREITOS HUMANOS. Tradução livre da publicação  Journalism, Media and the Challenges of Human Rights Reporting , International Council on Human Rights Policy, Genebra - Suiça, 2002. Disponivel em: http://www.ichrp.org/files/reports/15/106_report_pt.pdf Acesso em: 24 março 2017<br><br>ONU Brasil. Disponível em: https://nacoesunidas.org/direitoshumanos/ Acesso em: 24 abril 2017.<br><br>___________. Brasil é eleito para o Conselho de Direitos Humanos. Disponível em: https://nacoesunidas.org/brasil-e-eleito-para-o-conselho-de-direitos-humanos-da-onu/ Acesso em: 24 março 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>