ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00206</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;A relação de amor e ódio em romances brasileiros:Indomável</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Marcos Vinício Felici (Centro Universitário de Rio Preto); Luciana Leme Souza Silva (Centro Universitário de Rio Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Amor, Literatura, Ódio, Sociedade, </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este artigo analisa a forma como o tema do amor e ódio atuam em livros brasileiros e seus reflexos na sociedade. Através do estudo do tema, verifica-se que ambos os sentimentos estão inseridos há séculos até a sociedade atual, variando de geração após geração seu sentido, uso e adaptando-se a cada período. Neste artigo não se procurou mostrar somente como os livros brasileiros são influenciados pela sociedade, mas também como a literatura pode trabalhar a união do amor e ódio e refleti-los na sociedade e no íntimo de cada ser.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O pensamento de uma época sempre influencia os escritores, do mesmo modo que suas experiências também interferem em suas obras. É importante analisar também os contextos históricos em que essas obras se inserem. O amor e o ódio sempre foram um assunto muito investigado e estudado pelos homens, não só pela literatura, mas pela psicologia e filosofia. Os dois estiveram com o ser humano desde o primeiro momento, variando seu significado dependendo do contexto e é isso que fascina nesses sentimentos, a tentativa de compreensão. Bem distante de ser entendido, embora séculos tenham se passado, amor e ódio se relacionam, por vezes inseridos no mesmo ambiente, unidos, ambivalentes, com significados semelhantes ou distantes, antagônicos, mas sempre criando um debate social. Ao falarmos de amor e ódio nos recordamos de Machado de Assis e sua obra Dom Casmurro. Considerado um romance realista, voltado para análise, traz como alvo central, Dom Casmurro, um marido que suspeita de ser traído, sem dar margem à versão de outras personagens. Também contém, neste artigo, uma análise de como os sentimentos são expostos em cada personagem, o uso da transformação mal em bem e métodos e técnicas utilizados para a construção dos mesmos. O artigo traz consigo uma reflexão e discussão sobre o tema universal do amor e ódio, abordando como estes foram utilizados no livro Indomável, na literatura brasileira e como são refletidos na sociedade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Centrado na Idade Média, o objetivo do livro Indomável é propor uma reflexão sobre nós mesmos acerca dos outros, através da luta interna pelos personagens presentes na história. Sentimentos são informações produzidas por seres biológicos nas diferentes situações em que vivem, sendo diferentes entre si. Os sentimentos expressam o interior do ser e podem desencadear determinadas ações e interferir com outras. O sistema límbico é a parte do cérebro responsável por processar estes sentimentos, e por ser algo tão complexo e variável, é estudado por diversas áreas, tal qual a filosofia, medicina, biologia e psicologia. Não é de hoje que ouvimos o trabalho e ao finco para desvendar as amarras da mente. A busca pelo entendimento dos sentimentos já se fazia antes de Cristo. Platão (428-348 a.C.), pela sua "teoria das ideias", afirma que o homem é corpo e alma. Enquanto o corpo degrada-se, envelhece, a alma é imutável, eterna e divina. "O corpo humano é a carruagem. Eu, o homem que a conduz. O pensamento, as rédeas. Os sentimentos, os cavalos". Platão compara a alma a uma carruagem puxada por dois cavalos, um branco (a raiva) e um negro (o desejo). O corpo humano é a carruagem, e o cocheiro (Razão) conduz através das rédeas (pensamentos) os cavalos (sentimentos). Cabe ao homem pelos pensamentos conduzir seus sentimentos, pois somente assim ele poderá se guiar no caminho do bem e da verdade. Indomável transpõe a alteração e a necessidade de controle dos sentimentos. O livro passa uma pergunta clara que pode ser inserida na sociedade atual. Uma pessoa que passou grande parte da sua vida assassinando iguais pode ser perdoada pelo povo ao perceber seus erros e alterar sua postura? É possível transformar ódio e raiva, em perdão e amor no mundo em que vivemos? Essa pergunta não possui uma resposta absoluta, ela depende e agarra-se ao crescimento e ética de cada ser humano, que trará sua resposta a partir do seu convívio com o que é certo e errado, castigo e perdão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A literatura age de forma ativa na sociedade. O escritor, devido às influências da literatura de sua época e de suas experiências cotidianas, acaba por ser um agente moldador para as próximas gerações. A exaltação de um amor infeliz, a criação de um ódio de gênero para o debate social, feita pelos autores geram uma influência na sociedade em que se inseriram, assim como o enaltecimento do amor verdadeiro, a busca pelo engrandecimento da paz. O tamanho dessa influência é relativo à grandiosidade da obra. No século XX, escritores são pegos pela influência do tempo, devido aos constantes debates sobre a sexualidade e com a criação da psicanálise e os variados debates sobre a ideia. "A partir do século XII, o mito do amor-paixão ganha força na literatura, gerando certa "apologia" à infidelidade dos casamentos, pois sem o adultério, que seria de todas as nossas literaturas? Elas vivem em função da crise do casamento." (ROUGEMONT, 1988, p.18) Como exemplo, salienta-se, Dom Casmurro, escrito por Machado de Assis em 1899, para exemplificar e mostrar o amor e o ódio em obras brasileiras. O livro traz consigo a mistura de amor e ódio dentro do personagem principal, Bento Santiago (Dom Casmurro), pela mesma pessoa, sua amada Capitolina (Capitu). O que antes sempre fora um amor, torna-se repulsa e ódio ao pensar em sua traição. O fato não fica comprovado no livro, devido ser o pensamento do personagem principal e Capitu nunca confessou ou deu indícios disto. Machado de Assis deixa para a resposta ser interpretada pelos leitores. Cabe aqui ressaltar o significado do sobrenome Santiago, junção de "Saint", santo e "Iago", vilão na tragédia de Willian Shakespeare, intitulada Otelo. Aqui se mostra o bem e o mal lutando dentro do protagonista o amor e o ódio já em seu nome. Agora falando de ódio, há exatos dez anos, na Palestina foram introduzidos livros ensinando aos alunos a odiarem Israel. Segundo o diretor de ONG Israelense Media Watch, Itamar Marcus, "Basicamente, o que está sendo dito a uma criança bem educada é que ela tem de ser favorável à destruição de Israel. Os livros não permitem que ela tenha a opção de aceitar Israel como um vizinho". A ONG também afirmou que vários textos tratam o conflito entre israelenses e palestinos como uma "guerra religiosa" e dizem que "o uso de violência contra Israel é permitido nas leis internacionais". "O sentimento que o homem suporta com mais dificuldade é a piedade, principalmente quando a merece. O ódio é um tônico, faz viver, inspira vingança; mas a piedade mata, enfraquece ainda mais a nossa fraqueza. " (BALZAC) Não é necessário muito tempo de estudo para descobrir os resultados destes livros na sociedade da Palestina, as crianças continuarão crescendo e aprendendo a odiar seus semelhantes, enquanto esta literatura for difundida. É necessário se tomar muito cuidado com o que se é trabalhado, com o que se difunde, o ódio pode ser inserido em um romance fictício para trazer a realidade do que vive dentro do ser humano, mas nunca ensinado para ser utilizado contra os outros. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O período histórico aplicado foi retirado de diversas fontes, desde livros de história e poesias, até histórias em quadrinho e jogos que retratam a época. Em momento algum é utilizado termologias que fixe o espaço em algum determinado país. As regiões descritas são fictícias, baseadas apenas em um tempo paralelo e com as mesmas condições da Idade Média. Os personagens foram elaborados, por meio da exploração de diversos sentimentos contidos nos seres humanos, demonstrando cada faceta e expressão que carrega a pessoa cercada por aquela dor ou alegria. As cores também foram utilizadas para caracterizar determinada sensação, associando-as, podendo até mesmo uma única cor representar sentimentos opostos. É importante ressaltar que, em grande parte da história, a cor vermelha é atribuída a vários sentimentos opostos, tanto nas roupas, nas bandeiras vermelhas ou no sangue derramado. É representado ali o amor e ódio, triunfo e agressão, paixão e a luta, a guerra interna no coração de todas as pessoas. E qualquer personagem relevante no livro por mais oculto que seja possuem esses sentimentos, assim como todas as pessoas do mundo real. Vale lembrar, no livro, de Magnus, retratado como chefe da guarda do Rei Ilias e inicialmente personagem secundário, também guarda em si ambos os sentimentos em momentos da trama. Em sua primeira aparição, a personalidade de Magnus é de grande devoção, admiração e principalmente fanatismo, tecnicamente um amor cego, pela figura de seu Mestre. Ao enfrentar o assassino Ícaro, tratado como um monstro pela população, nasce em Magnus o ódio, e este só aumenta gradativamente na história, cessando ao descobrir que o Rei na verdade era o vilão. O livro Indomável não nasceu ao acaso, foi criado através de um processo de anos de estudo e aperfeiçoamento, pela vivência e aprendizado do autor, não sendo o primeiro projeto de uma história de ficção baseada na Idade Média, mas o primeiro concretizado até o momento. Escrevê-lo necessitou uma enorme carga emotiva, o que só foi possível pelo período em que o escritor passava. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">No livro Indomável, o amor e ódio estão na maior parte do tempo interligados e presentes principalmente a dois personagens, Ícaro, um assassino, caçador de recompensas e herói, e Ilias, pai de Ícaro e antagonista da história. Ícaro, personagem principal, carrega consigo desde pequeno o ódio de ter sido abandonado pelos pais e ter de morar nas ruas alimentando-se de sobras de comida. Com treze anos, o jovem é adotado por Estevan, um rico comerciante e é só nesse momento que Ícaro descobre o que é o amor. Ao longo da trama, todos os personagens principais variam e transformam seus pensamentos e sentimentos, como um amadurecimento ou conversão do tempo. Nenhum personagem permanece com o mesmo pensamento pela sucessão de fatos, seja mudando para bem ou mal, mas solidificando o tempo e a dor como agente ativo na mudança pessoal. Cada título de capítulo também carrega dentro de si um tema, que pode ser trabalhado e discutido deixando um entendimento e significado próprio ou associado a todo o contexto. Figuras de linguagem foram utilizadas para empregar sentidos amplos para as palavras, não tendo apenas seus sentido literário e comum. O livro teve sua construção finalizada em novembro de 2014, contendo 122 páginas, tendo sua diagramação e impressão em setembro de 2015, tendo como fundamento o auxílio à pessoas com dificuldades ao longo da vida, como saúde e depressão, através da vivência e experiências sentidas pelo autor. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Estamos longe de compreendermos amor e ódio, já que em cada pessoa seu significado pode variar, entretanto um método simples de agilizar esse entendimento é conhecendo o outro, o próximo, respeitando sua interpretação e negando nosso preconceito. Desde o início, o livro Indomável tenta transpassar ao leitor o sentimento dos personagens principal, de repulsa, ódio, abandono, até a plenitude de felicidade e paixão. Indomável não é apenas um livro de uma história fictícia, mas o simbolismo da luta pelos que amamos e estão em nossos corações. No ser humano, sempre existirá amor e infelizmente o ódio, somos imperfeitos, e isso pode e deve ser trabalhado pela literatura, de maneira correta, influenciando e guiando gerações após gerações. Ambos os sentimentos são necessários para o crescimento e o entendimento do ser humano. Quanto à questão de alguém que cometeu uma atrocidade ou simplesmente um marginal, não é impossível que este mude sua postura e seu pensamento, e ao conseguir transformar seu ódio em amor, deve ser acolhido pela sociedade da mesma forma, talvez seja difícil as pessoas transformarem seu olhar de ódio que carregam perante ele em amor, mas só assim construiremos um mundo melhor. Talvez essa seja uma tarefa quase que impossível para uma sociedade, principalmente a qual vivemos, mas se todos parássemos para olharmos o que temos em comum ao invés do diferente, seria vendido muito mais flores do que armas. O mundo não é um lugar cruel e violento, somos nós que o enxergamos assim, e só nos podemos adubar e tratar dessa árvore infrutífera, para que dê frutos novamente. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">Artigo O jornalismo Literário como gênero e conceito. Disponível em http://felipepena.com/wp-content/uploads/2015/03/jornalismo-literario-genero-conceito.pdf [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Artigo O REFLEXO SOCIAL DO AMOR NA POESIA DE CAMÕES E JORGE DE SENA. Disponível em http://www2.uefs.br/dla/graduando/n2/n2.141-151.pdf [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>BBC Brasil.com. Livros escolares palestinos 'pregam ódio contra Israel'. Disponível em http://www.bbc.com/portuguese/reporterbbc/story/2007/04/070416_palestinos_livros_mv.shtml [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Filosofonet. A Teoria da Alma em Platão. Disponível em https://filosofonet.wordpress.com/2011/06/18/a-teoria-da-alma-em-platao/ [Consultado em 26 - 04  2017]<br><br>Guia do Estudante.  Dom Casmurro  Resumo obra de Machado de Assis. Disponível em http://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/dom-casmurro-resumo-obra-de-machado-de-assis/ [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Info Escola. Dom Casmurro. Disponível em http://www.infoescola.com/livros/dom-casmurro/ [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Info Escola. Jornalismo Literário. Disponível em http://www.infoescola.com/comunicacao/jornalismo-literario/ [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>O CIÚME NO LIVRO DOM CASMURRO. Disponível em http://www2.assis.unesp.br/cilbelc/jornal/maio09/content11.html. [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Universitário Notícias. Dom Casmurro: Características. Disponível em http://www.universitario.com.br/noticias/n.php?i=11019 [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br>Wikipédia. Dom Casmurro. Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Dom_Casmurro [Consultado em 26 - 11  2016]<br><br> </td></tr></table></body></html>