ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00234</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT02</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;JOÃO MAIA: primeiro fotógrafo deficiente visual a cobrir uma Paralimpíada </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Amanda Krainer (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Egle Müller Spinelli (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Deborah Pereira Trunk (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Gabriella Simonelli Kirsten (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Júlia Mattos Santos (Escola Superior de Propaganda e Marketing); Juliana Aguiar Azevedo (Escola Superior de Propaganda e Marketing)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Programa de entrevista, Deficiência visual, Fotografia, Inclusão social, Tecnologia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Planeta ESPM é um programa de entrevista transmitido ao vivo, realizado pelos alunos do 3º semestre de jornalismo, na disciplina de Produção de TV I. O trabalho em questão teve como convidado principal o primeiro fotógrafo com deficiência visual a cobrir uma Paralimpíada, João Maia. Nesta edição, João fala sobre sua trajetória, os desafios de fotografar uma paraolimpíada e as oportunidades propiciadas pela tecnologia para as pessoas com deficiência. O programa procura abrir espaços para conteúdo de interesse público com um formato dinâmico e convergente entre entrevista no estúdio, produção de material audiovisual correlacionado à entrevista, interação via Skype e redes sociais. Ika Fleury, Presidente do Conselho da Fundação Dorina Nowill, foi a entrevistada pelo Skype e abordou a questão da inclusão dos deficientes visuais no mercado de trabalho.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Planeta ESPM é um programa de entrevistas de TV transmitido ao vivo pela internet, desenvolvido no terceiro semestre do curso de Jornalismo da ESPM-SP. O programa constitui o primeiro contato do discente com a mídia audiovisual e tem como atividade pedagógica conectar a realização da entrevista em estúdio de TV com outros formatos jornalísticos televisivos e digitais, com o intuito de ampliar as competências jornalísticas na difusão de informação em diversas plataformas e meios digitais. O programa é estruturado em 3 blocos de aproximadamente 7 minutos. O projeto apresentado para o Expocom 2017 teve como entrevistado principal João Maia, fotógrafo com baixa visão. O tema principal foi a questão da inclusão social de deficientes visuais, mas também foram abordados assuntos relativos ao uso da tecnologia para auxiliar essas pessoas no dia a dia e a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho. João não nasceu deficiente visual, mas por conta de uma doença autoimune perdeu grande parte da sua visão aos 28 anos. Mesmo com a deficiência, João começou a praticar arremesso de peso e se tornou atleta paralímpico. Conseguiu uma bolsa para cursar História e fez cursos de fotografia em centros especializados para deficientes visuais. Com isso, se aprimorou e adquiriu técnicas para fotografar. Aos 41 anos, através do projeto Mobgraphia, ele conseguiu a credencial para participar como fotógrafo dos jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro no ano de 2016, e foi o primeiro em todo o mundo a cobrir uma Paralimpíada sendo deficiente visual. No Planeta ESPM, que teve como convidado João Maia, as alunas produziram uma fotobiografia e uma reportagem para ampliarem o contexto da entrevista no estúdio. Além disso, a produção do programa fez divulgação nas redes sociais - Snapchat Facebook, Instagram - para interagir com o público e atingir uma audiência significativa antes e durante a exibição ao vivo do programa na internet. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho tem como objetivo principal mostrar a importância da inclusão social para os deficientes, neste caso, especialmente, para os visuais. Outros objetivos específicos são: - Retratar como a tecnologia pode ser usada a favor na acessibilidade das pessoas com deficiência, tanto no dia a dia como no mercado de trabalho; - Ampliar a discussão do tema no mercado de trabalho, pela discussão sobre a lei da inclusão, que prevê a contratação de deficientes em empresas com mais de cem funcionários, com o intuito de informar sobre os direitos das pessoas com deficiência, seja física, mental, intelectual ou sensorial, de trabalhar em qualquer empresa de médio e grande porte; - Realizar um programa de entrevistas com uma linguagem informativa e dinâmica; - Desenvolver conteúdos audiovisuais em diferentes formatos para ampliar o assunto abordado na entrevista no estúdio e fornecer novos contextos para o espectador; - Utilizar as redes sociais (Facebook, Instagram, Snapchat) para divulgação do programa e interação com a audiência; - Trazer novos desafios aos discentes na realização de programas de TV na construção de uma narrativa informativa mais aprofundada e interativa, desde a apuração e pesquisa do tema, concepção do roteiro, técnicas de captação de imagens, edição e exibição ao vivo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O tema do Planeta ESPM realizado no dia 26 de setembro de 2016 foi pensado a partir de uma reportagem veiculada pelo site do jornal inglês The Guardian, a qual tratava de histórias de fotógrafos deficientes visuais que exerciam a profissão e eram reconhecidos pela sensibilidade do seu trabalho. A escolha do tema se deu a partir da relevância social de uma história que mostrava processos de superação e que tinha o envolvimento de um grande evento esportivo: a Paralimpíada do Rio de Janeiro. O convidado especial foi o João Maia, o primeiro fotógrafo com deficiência visual a participar da cobertura de uma Paralimpíada. Ele é natural de Bom Jesus, no Piauí, mas se mudou para São Paulo aos 21 anos. Aos 28, devido a uma doença autoimune, a uveíte bilateral, perdeu boa parte da visão e hoje enxerga somente borrões e vultos. Aos 41 anos, João participou como fotógrafo no evento paralímpico no Rio de Janeiro em 2016, e graças à essa ocasião outras oportunidades também surgiram. A história dele foi tão relevante que foi divulgada em diversos veículos nacionais como Globo, Veja, Jornal Extra, Exame, ESPN, entre outros. Além disso, o trabalho do fotógrafo foi retratado por veículos internacionais como The Telegraph, El Diario, GMA News e La Repubblica. João Maia não nasceu com a deficiência visual, adquiriu após uma doença autoimune. Ele não é considerado cego pois não perdeu 100% da visão. João é possui baixa visão. CARVALHO et al. (2005) colocam que a visão subnormal (baixa visão) é uma perda grave de visão que não pode ser corrigida por tratamento clínico ou cirúrgico nem com óculos convencionais. Também pode ser descrita como qualquer grau de enfraquecimento visual que cause incapacidade funcional e diminua o desempenho visual. Por causa da deficiência, o fotógrafo aprimorou, naturalmente, os outros sentidos. O fotografo relata que a sensibilidade é uma das habilidades que mais desenvolveu e que julga uma das mais importantes para poder fotografar tendo baixa visão. Mas para conseguir realizar seu trabalho, João Maia conta com algumas tecnologias que o auxiliam na hora de fotografar. As inovações integradas aos smartphones e câmeras fotográficas facilitam o manuseio dos aparelhos, tornando-os acessíveis para quem precisa de necessidades especiais. Além de aprofundar temáticas relevantes para a sociedade, o programa Planeta ESPM utiliza a técnica da entrevista para ampliar a aprendizado do estudante em diversas áreas da produção audiovisual informativa. Emerim (2012) pontua a importância do ritmo construído no roteiro dos programas de entrevistas a partir da elaboração das perguntas, que devem ser claras e objetivas para imprimir a rápida dinâmica dos produtos audiovisuais. A entrevista é considerada a essência do jornalismo e, a partir deste recurso um universo informativo muito mais amplo pode ser constituído. Essa particularidade da entrevista é pontuada por Lage (2003, p. 73) como  o procedimento clássico de apuração de informação em jornalismo. É uma expansão da consulta, objetivando, geralmente, a coleta de interpretações e a reconstituição de fatos . O Planeta ESPM é um programa de entrevistas ao vivo que não se restringe a execução de uma entrevista no estúdio entre o aluno-entrevistador e o entrevistado. Para compor a narrativa são produzidos materiais extras em diferentes dimensões, que já preparam o aluno a ter o domínio de diversos formatos telejornalísticos como VTs de nota simples, nota coberta, reportagem e povo-fala, capacitando o aluno a compreender como este conteúdo pode interagir e ampliar o roteiro principal. Na reportagem transmitida no programa, o foco foi a lei de contratação de deficientes. Essa lei de inclusão prevê que empresas de médio e grande porte contrate pessoas portadoras de deficiências. A relevância de abordar esse assunto foi mostrar que qualquer pessoa, independentemente da necessidade que possui, tem o direito de trabalhar e conquistar sua própria independência. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Planeta ESPM é um programa de entrevistas transmitido ao vivo pela internet e depois disponibilizado sob demanda na página do programa que fica no Portal de Jornalismo da ESPM-SP. "A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais e sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação". (MEDINA, 2000, p. 8) Para realizar o programa os alunos precisam compreender a importância da entrevista para o processo comunicacional. Conforme enfatiza a autora Cárlida Emerim (2012):  a entrevista é uma conversação direta, interpessoal, previamente combinada, com a finalidade de obtenção de informações para a elucidação ou interpretação dos fatos e sua divulgação (EMERIM, 2012, p. 25). No programa, um convidado é entrevistado no estúdio e outro via Skype, mas já houveram outras edições com dois entrevistados no estúdio, o que estimula o debate e o confronto de opiniões que ampliam o contexto. O debate, segundo Aquino (2005) é um gênero discursivo que pode ocorrer em qualquer contexto. Refere-se à troca de ideias, no confronto de pontos de vista, com a intenção de persuadir ou convencer a audiência. A partir da entrevista podem ser feitas outras conexões para se transmitir uma maior profundidade temática com o auxílio dos processos de convergência e diálogos que se estabelecem em vários espaços informativos e midiáticos (JENKINS, 2014). O planejamento do programa se inicia com a pauta, pois é a partir dela que todo o andamento do programa será definido. Ficam descritas na pauta o resumo de cada bloco, uma prévia das perguntas, informações preliminares de cada tema abordado no trabalho, além do perfil dos entrevistados. "A gênese de uma pauta, portanto, é mais enredada do que se imagina à primeira vista. Até se precisar o tema da entrevista, por mais rápida que seja esta decisão  e sempre é veloz na comunicação coletiva  , os parâmetros que a contornam provêm de vários pontos de partida dinamicamente articulados". (MEDINA, 2000, p. 25) Com as informações coletadas sobre o tema escolhido, o grupo deu início ao roteiro do programa. O roteiro foi dividido em três blocos temáticos, estruturado em uma linguagem de vídeo de curta duração para ser acessado pela internet, tendo em cada bloco um assunto específico correspondendo a uma narrativa com começo meio e fim. Esse formato de roteiro visa a produção de materiais independentes para serem acessados individualmente pelo público nas mídias digitais. Esta metodologia torna possível a rotinização do trabalho, que possibilita uma certa organização no caos circundante que fornece sentido aos discursos materializados no produto final (VIZEU, 2005). Com a divisão dos conteúdos em três blocos, é necessário elaborar um texto que costure todos os assuntos abordados, pois estes devem ter uma sequência lógica que faça sentido com a produção de VTs de nota coberta ou reportagens e entrevista pelo Skype. A fotobiografia realizada, por exemplo, foi um VT de nota coberta que apresenta o entrevistado principal. Também foi realizado um VT de reportagem que abordou a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, para trazer mais conteúdo e informação para o programa. As técnicas utilizadas ao longo do programa, como a inserção de VTs complementares à entrevista no estúdio, a participação via Skype e a interação pelas redes sociais servem para atrair o público e esclarecer as principais questões sobre o assunto. O uso de uma linguagem simples, clara e direta, características do meio televisivo, unidas aos recursos das mídias digitais potencializam a transmissão de conhecimento e compreensão tanto para aqueles que são especializados no tema, quanto para os pouco conhecedores. A autora Lenira Alcure (2011) comenta a importância da estruturação de uma linguagem audiovisual que seja acessível a todos na televisão:  Diante de uma câmera, somos todos comunicadores e todo comunicador precisa se fazer entender por uma audiência formada por pessoas de vários níveis de escolaridade e compreensão (ALCURE, 2011, p. 12). Ao longo do semestre, os alunos tiveram aulas práticas de operação de câmeras de vídeo e edição de material no programa AVID, para produção dos VTs que serviram de complementação às informações da entrevista no estúdio. Depois de definida a reportagem que será exibida no programa, o grupo se divide e prepara pauta e roteiro para a gravação do VT. Neste programa, o grupo foi até a Fundação Dorina Nowill para entrevistar pessoas que possuem deficiência visual e falar sobre a inclusão deles no mercado de trabalho. Além da reportagem, o grupo decidiu por fazer uma fotobiografia para apresentar o convidado aos internautas que assistiriam ao programa. Foi solicitado ao João Maia informações sobre sua história de vida e trajetória profissional até aquele momento, e também fotos pessoais para compor o vídeo. Com todas essas informações, foi escrito um texto sobre o João e depois foi gravado o off em estúdio. Foi escolhida uma trilha para compor a fotobiografia para sensibilizar e dar emoção ao vídeo produzido. Com a junção das fotos, offs e trilha, a fotobiografia foi realizada na ilha de edição. Durante a exibição do programa ao vivo, os alunos executaram um trabalho em equipe tanto na frente quanto por trás das câmeras, desempenhando várias funções para que o roteiro fosse seguido conforme o que tinha sido previamente preparado: diretor, editor de mídias sociais, produtor, apresentador, operação de TP, operação de GCs. Posteriormente, o programa foi colocado sob demanda  tanto no Youtube quanto no Portal de Jornalismo da ESPM. Em ambos, a produção dos textos que acompanham os vídeos foi pensada para contextualizar o material na internet, permitindo ao público identificar com facilidade os assuntos abordados e selecionar o material conforme o seu interesse Neste trabalho, as rotinas produtivas se estenderam também para as mídias digitais, pois na atualidade o aluno precisa experimentar técnicas e linguagens em diversos meios e plataformas para inovar e fortalecer a interface entre TV e internet, porque a TV sozinha, com suas características originárias que induzem à passividade do telespectador, não atinge mais a geração nativa digital. A associação da TV com a internet é um caminho promissor e sem volta, principalmente para a audiência. Mas sem criatividade e renovação, a produção jornalística na TV  pode não mais dialogar com a nova era da comunicação, o universo digital (VILLELA, 2008). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa foi ao ar no dia 26 de setembro de 2016 com duração média de 21 minutos, divididos em três blocos. O primeiro bloco se inicia com o VT de fotobiografia que mostrou a trajetória do fotógrafo com baixa visão, João Maia. O vídeo, produzido pelo grupo, expõe uma narração em off da história de vida do convidado especial coberta com imagens relacionadas ao contexto, para apresentá-lo ao público Logo em seguida começam as perguntas direcionadas para o João Maia no estúdio sobre a atuação dele nas Paralimpíadas, pois foi o primeiro fotógrafo com deficiência visual a participar do evento. Além disso, ele explicou como conseguiu a credencial para fotografar os jogos por meio da Mobgraphia, uma ação cultural, artística e tecnológica, que conta tanto com fotógrafos profissionais quanto com pessoas amadoras que têm como objetivo em comum se expressar através da arte da fotografia por meio de plataformas móveis. Neste bloco, João ainda comenta sobre as modalidades que fotografou nas Paralimpíadas. O fotógrafo disse que foi um desafio pois saiu de sua zona de conforto: ele foi atleta de arremesso de peso durante sete anos e conheceu bem as pistas de atletismo. Fotografou basquete em cadeira de rodas, tênis em cadeira de rodas, rugby, judô, esgrima, vôlei, natação entre outras modalidades. Ele afirmou que conseguiu um melhor desempenho em fotografias de esportes que exigem silêncio das arquibancadas, como o futebol de cinco por exemplo, pois a audição se torna fundamental na hora de fazer o clique. João Maia declara que as Paralimpíadas abriram muitas portas para ele como fotógrafo, pois conseguiu participar de outros eventos, conheceu outros profissionais da área e teve sua história contada em mais de 30 países. No segundo bloco João Maia fala sobre sua história com a fotografia. Ele fez cursos em São Paulo específicos para pessoas com deficiência visual. O fotógrafo ainda afirma que um deficiente visual não precisa dos olhos para fotografar, e sim da sensibilidade. Para ele, o fotógrafo deve observar, deve sentir, e é dessa forma que ele trabalha. João ressalta que a tecnologia existe, mas ainda não chegou nas câmeras profissionais, por isso precisa de um auxílio de outras pessoas para descrever as imagens e saber o que ele está fotografando. No entanto, nos smartphones, o leitor de tela o auxilia na hora de compor as imagens. Ele diz que inclusão é acessibilidade. No programa também é divulgado a possibilidade dos internautas enviarem perguntas para a apresentadora no estúdio. Neste bloco, no Planeta ESPM, a pergunta para o João era se ele conhecia outros fotógrafos deficientes visuais. Além dele responder que sim, e citar os nomes de alguns, João Maia reconhece a importância da sua participação nas Paralimpíadas, pois se sente representante deles no maior evento mundial paralímpico. No terceiro bloco, o foco foi a inclusão dos deficientes no mercado de trabalho. Logo no início desta última parte do programa é transmitido o VT de reportagem sobre a inserção dessas pessoas em empresas com mais de 100 funcionários. Há uma lei que garante esse direito para todas as pessoas que possuem deficiências, seja ela física, visual, auditiva ou intelectual. A gravação foi feita na Fundação Dorina Nowill para Cegos, que há 70 anos se dedica à inclusão social de pessoas com deficiência visual. Eles contribuem nacionalmente com a produção e distribuição de livros em braile, falados e digitais acessíveis. Além disso, oferece gratuitamente serviços especializados para pessoas com deficiências visuais nas áreas de educação, reabilitação, clínica de visão subnormal e empregabilidade. A reportagem mostra três personagens que frequentam a Fundação Dorina Nowill e relatam suas experiências com o mercado de trabalho. Elas afirmam que após a inclusão se sentem mais confiantes, mais independentes e reconhecem que possuem capacidade de interação para trabalhar e estudar como qualquer outra pessoa. Neste bloco do programa, a primeira pergunta feita para o João Maia é sobre a questão da dificuldade com a inserção no mercado de trabalho e o fotógrafo afirma que há preconceito sim até as pessoas conhecerem o trabalho dele, então a falta de oportunidade causa essa rejeição. No entanto, para ele, a participação nas Paralimpíadas abriu muitas portas e hoje ele tem seu trabalho reconhecido. Para dinamizar a entrevista, a apresentadora mescla a entrevista do João Maia no estúdio com a de Ika Fleury via Skype. Ika é Presidente do Conselho da Fundação Dorina Nowill e fala sobre a acessibilidade que a tecnologia traz para as pessoas com deficiência visual. João complementa e diz que só existe inclusão porque existe tecnologia, responsável pela autonomia para as pessoas que possuem necessidades especiais. Ika Fleury ainda se manifesta em relação à pouca aceitação dos deficientes visuais no mercado de trabalho. Para ela, as pessoas devem entender que os deficientes vão muito além da deficiência, por isso precisam ser levadas em conta outras características como o potencial, as aptidões e habilidades. Para finalizar o terceiro e último bloco, a apresentadora volta com as perguntas para o João Maia, no estúdio. O fotógrafo fala sobre a fotografia como arte, como uma forma de inclusão social. Para ele, os deficientes visuais enxergam o mundo por meio da sensibilidade, e com a fotografia podem mostrar isso à sociedade. João ressalta que os deficientes visuais não querem ser vistos como o  ceguinho , o  coitadinho , e sim como pessoas que querem oportunidades de inclusão na sociedade e no mercado de trabalho, capazes de trabalhar com sua ética e com sua sensibilidade. O fotógrafo finaliza sua participação no programa com uma mensagem para que as pessoas não desistam dos seus sonhos, pois com esforço e trabalho eles vão se realizar. E afirma que o próximo sonho dele é estar nas Paralimpíadas de 2020 em Tóquio no Japão. O programa tem cerca de 21 minutos divididos em três blocos. A média de cada bloco é de sete minutos e, no programa ao vivo, houveram intervalos de três minutos com propagandas realizadas pelos alunos de Comunicação Social  Publicidade e Propaganda. O estúdio conta com três câmeras com telepronter, o que auxilia a apresentadora a fazer a abertura e encerramento dos blocos. Slém do telepronter, a apresentadora segura nas mãos dálias com o roteiro e as perguntas para fazer aos entrevistados e dinamizar um diálogo mais espontâneo entre eles. No último bloco, a apresentadora recebeu da produção uma pergunta feita pelos internautas que acompanhavam o programa pelo Facebook do Portal da Agência de Jornalismo da ESPM. Essa interação é resultado da publicação e divulgação do programa através das redes sociais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O Planeta ESPM foi realizado em 26 de setembro de 2016 e teve a participação do primeiro fotógrafo com deficiência visual a registrar uma Paralimpíada, o João Maia. O programa foi um trabalho realizado pelas alunas Amanda Krainer, Deborah Trunk, Gabriella Kirsten, Júlia Matos e Juliana Aguiar do 3º semestre de jornalismo no segundo semestre de 2016 e orientado pela professora Egle Spinelli. Mesmo sendo um programa de entrevistas, todo o processo, desde o planejamento até a finalização, foi baseado em técnicas jornalísticas e audiovisuais, com a execução da prática do texto para linguagens televisivas, a experimentação da captação e edição de imagens e sons para composição de narrativas para diversos meios e plataformas, além da busca por princípios éticos e de apuração de informações relevantes. Com a intenção de trazer para o programa um tema ainda pouco explorado, o Planeta ESPM teve como principal objetivo contar a história do João Maia, para, principalmente, mostrar para as pessoas que é possível e deve haver inclusão em qualquer área de conhecimento e que, além disso, é possível fazer arte independentemente de qualquer deficiência. João Maia ressaltou várias vezes no programa que a sensibilidade é um dos fatores primordiais para conseguir realizar seu trabalho. O programa nos mostra que a inclusão se faz com respeito e, com a ajuda da tecnologia, pode ser potencializada nas rotinas do dia a dia, fazendo com que as pessoas com necessidades especiais possam se inserir na sociedade e no mercado de trabalho de forma igualitária e sem preconceitos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALCURE, Lenira. Telejornalismo em 12 lições: televisão, vídeo, internet. Rio de Janeiro: Senac Nacional, 2011.<br><br>AQUINO, Z.O.de. Diálogo da Mídia - o debate televisivo. In: Preti, D. (org.) Diálogos na fala e na escrita. São Paulo: Humanitas, FFLCH/USP, 2005.<br><br>CARVALHO, K. M. M. et al. Visão subnormal: orientações ao professor do ensino regular. Campinas: Ed. Unicamp, 2005.<br><br>EMERIM, Cárlida. As entrevistas na notícia de televisão. Florianópolis: Insular, 2012.<br><br>JENKINS, Henry; FORD, Sam; GREEN, Joshua. Cultura da Conexão: criando valor e significado por meio da mídia propagável. São Paulo: Aleph, 2014.<br><br>LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio de Janeiro: Record, 2003.<br><br>MASINI, Elcie F. Salzano (org.). A pessoa com deficiência visual: um livro para educadores. São Paulo: Vetora, 2007.<br><br>MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 2000.<br><br>VILLELA, Regina. Profissão: jornalista de TV  telejornalismo aplicado na era digital. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna, 2008.<br><br>VIZEU, Alfredo. O lado oculto do telejornalismo. Florianópolis: Calandra, 2005.<br><br> </td></tr></table></body></html>