ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00575</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP10</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Somos Iguais</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;William Shigueto Rocha Kuroki (Centro Universitário Faesa); Nina Uyttenhove (Centro Universitário Faesa); Lorena Bianca Amaro Melo (Centro Universitário Faesa); Victor Reis Mazzei (Centro Universitário Faesa); Mateus da Mata Fiuza Neto (Centro Universitário Faesa); Brenda Fehlberg (Centro Universitário Faesa)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;design gráfico, semiótica , tipografia, morador de rua, campanha publicitária</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O propósito da peça é abordar o tema moradores de rua, por meio da empatia. Para tal, buscou-se relacionar expressões populares, ditas no cotidiano e que não necessariamente se relacionam com o tema; com informações de credibilidade sobre moradores de rua, fornecidos por institutos de pesquisa, ou fontes jornalísticas. O impacto almejado é justamente por fazer o receptor refletir sobre indivíduos em situação de rua a partir da tomada de consciência de que uma expressão cotidiana pode assumir um novo significado caso seja pensado pela ótica do morador de rua. Isso coloca a pessoa no lugar desse indivíduo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os cartazes integram um conjunto de ações, desenvolvidas para a disciplina Campanhas Publicitárias, do 7º período de publicidade e propaganda. Nas diretrizes básicas do trabalho, estipuladas pelo professor, determinava-se o desenvolvimento, em grupo de 5 componentes, de uma campanha de comunicação, elaborada para uma instituição que desempenha trabalhos sociais, na região da Grande Vitória, no Espírito Santo. Ficou determinado ainda, que a instituição em questão não deveria ter equipe de comunicação estruturada, e que a campanha criada deveria ser posta em prática, não devendo portanto, ser apenas um projeto. Por se tratar de uma campanha, não bastava criar apenas uma, mas  um conjunto de peças, criadas para divulgar um produto ou serviço, que atendem ao mesmo objetivo de comunicação. (HOFF, 2004, p.29). Logo, os cartazes atuam em sinergia com peças para mídias sociais e uma rifa feita para arrecadar verbas para o projeto. O trabalho foi desenvolvido com reuniões do grupo, para discussão de ideias, e ajustado pelo professor da disciplina. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A campanha como um todo, visou resolver o problema de comunicar a importância desse projeto social para um grande público, bem como motivar o interlocutor a contribuir financeiramente com a causa. O objetivo do cartaz é atuar em sinergia com as demais estratégias de comunicação, para assim, aumentar a rede de apoiadores do grupo Somos Iguais. Justamente por isso, foi pensado de tal forma que utilize a lógica do hipertexto e da integração entre informações, tão comum no meio digital, só que, em uma mídia impressa (JENKS, 2009). Isso porque, como a campanha deveria ser posta em prática, e dada a limitação de recursos financeiros, o grupo concluiu que a mídia cartaz poderia fazer grande diferença. Dessa forma, a recurso que implementa a característica de link direcionável à página do facebook do cliente está na configuração do cartaz, no entanto, pode ser destacado e manipulado de forma literal. Trás assim, a mensagem para o local onde o problema existe, a rua. A importância de ter o facebook como objetivo final da comunicação do cartaz está no fato dessa rede social permitir a comunicação a baixo custo. Por meio dela, o grupo Somos Iguais poderia estabelecer uma comunicação os apoiadores, de forma direta e barata. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Antes de se justificar a escolha do cartaz, deve-se primeiro entender o contexto em que se encaixa. Não é uma obra isolada, mas um conjunto de cartazes, que integram uma campanha publicitária. Inicialmente, traçou-se um perfil de campanha cujo direcionamento principal seria abordar o assunto dos indivíduos em situação de rua, mas pelo viés da empatia. A ideia em sua concepção inicial era de trazer o interlocutor para o contexto dos moradores de rua. Para tal, definiu-se que seriam elaboradas peças com conteúdo que utilizaria o racional, que são os dados a cerca das pessoas que vivem nessa situação, para despertar, uma resposta emocional. Contudo, para evitar que a mensagem se perdesse na profusão de outras mensagens já existentes no facebook e na paisagem urbana, o grupo estipulou, ainda, que a mensagem teria um tom de comunicação misto. A impressão superficial seria de humor, mas o impacto final teria o tom dramático e sério. Chegou-se assim, à concepção do conceito guarda-chuva (HOFF, 2004) de usar expressões populares e casuais, ditas sem pensar, mas que, quando relativizadas pela ótica do morador de rua, assumem um significado profundo. O objetivo com essa tática foi de gerar, propositalmente, um desconforto. Para o grupo, só assim, perturbando o interlocutor, ele poderia sair de sua posição cômoda de vivência do cotidiano, e refletir sobre a mensagem veiculada no cartaz. A ideia de impactar as pessoas no momento em que estão próximas aos moradores de rua, impeliu o grupo a optar pelo cartaz. Isso porque tratam-se de um cenário e um momento em que o transeunte, ou seja, o interlocutor alvo da mídia, pode inclusive, estar passando pelas mesmas dificuldades fisológicas de um morador de rua, tais quais, fome, calor e sede. No entanto, diferindo um do outro, pelo na possibilidade de sanar esses incômodos. Assim, a justificativa do cartaz reside no fato de fazer esse interlocutor, por meio de suas sensações e direcionamento do texto no cartaz, despertar sua empatia. Outro ponto de fundamental importância, está na escolha da configuração visual de cartaz para dividir apartamento, usado no cartaz da campanha. Priorizou-se aqui, despertar o interesse não só de quem procura local para morar, mas em função da diagramação e escolha de fonte um pouco diferentes, despertar a curiosidade no público como um todo. Para trazer esse tipo de adesão, foi desenvolvida também uma quebra de expectativa na narrativa do cartaz. Do ponto de vista gráfico, espera-se que trate de um assunto, mas na verdade o interlocutor descobre se tratar outro. Além disso, no ponto de vista do discurso, essa descoberta, que inicialmente pode trazer um tom humorístico e leve ao cartaz, posteriormente revela-se tratar-se de um assunto sério. Trata-se de um cartaz que não se propõe a resolver o problema de um indivíduo que procura um apartamento para dividir, ou uma república. Mas divulgar um grupo de pessoas cujo trabalho é voltado para a redução do sofrimento das pessoas que moram nas ruas. O uso da mesma mídia e uma configuração gráfica inspirada nesse tipo de cartaz, justifica-se por aproximar as pessoas dessa realidade, despertando assim, a empatia. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Inicialmente, é necessário ponderar que o início dessa etapa da explicação seguirá a ordem cronológica dos acontecimentos. A primeira fase do projeto consistiu em um brainstorm (Bexter, 1998) realizado pelos 5 componentes do grupo. Foi nesse estágio que ficou definido que a peça teria a concepção de apelar para o emocional e o objetivo de despertar a empatia do interlocutor/observador. Uma vez tendo decidida a abordagem conceitual, seguiu-se a fase de elaboração. Por se tratar de um trabalho gráfico que busca mimetizar os cartazes que tem por meta, dividir apartamento, a tipografia tem peso relevante para o trabalho. Obviamente, o cartaz não apresentou imagens de natureza pictórica, constituindo-se uma peça all type, ou seja, formada apenas por letras. (LUPTON, 2013) É importante destacar, que a produção de sentido dada pelos elementos gráficos no cartaz será analisada pela lógica da gramática especulativa da semiótica (SANTAELLA, 2005). Isso porque, o Mundo apresenta muitas informações, das mais variadas categorias, desde objetos e vitrines, a filmes ou informações produzidas em uma conversa. Analisar essa realidade que se apresenta aos sentidos, significa lançar um olhar sobre todos esses fenômenos. No entanto, abordar esse mundo sensível, com todo o leque de qualidades disponíveis ao olhar é muito complexo, principalmente sem uma diretriz epistemológica adequada. Nesse contexto, para entender a produção de significado dos elementos do cartaz (mundo sensível), a semiótica será usada como uma metodologia que se propõe a organizar e facilitar a analise dessa realidade de fenômenos. (SANTAELLA, 2005) Diante disso, a abordagem semiótica usada é embasada na teoria de Charles Pierce. Segundo esse teórico, esses fenômenos do mundo sensível podem ser genericamente resumidos pela nomenclatura de objetos. Outro termo é o signo. Segundo o autor, o objeto é apreendido pela cognição humana, processado, e como resultado, tem-se o signo; que é a reconstrução do objeto com fins comunicacionais. É válido lembrar também, que um objeto não é apenas o ente que pertence ao palpável. Um raciocínio, que pode ser representado graficamente, ou exteriorizado na forma de palavras, logo, ele funcionou como objeto. No caso da peça, os objetos analisados são os componentes do cartaz: a tipografia, a diagramação, e o formato. (AMBROSE, HARRIS, 2012) Nesse sentido, e para facilitar a compreensão, Pierce destacou a existência de 3 tipos de signos, o icônico, indicial e simbólico. O icônico é uma representação que guarda certa semelhança como o objeto que representa, o indicial apresenta indícios do objeto e o signo simbólico tem relação convencionada em relação ao objeto. No caso do cartaz, por se tratar de um trabalho formado apenas por palavras, tem-se que a presença do signo simbólico, ou seja, as fontes, e o indicial, já que a peça guarda relação com o outra modalidade de cartaz, o de procura de apartamentos. Mas por se tratar de uma peça all type, é válido explicar melhor o trajeto da produção de sentido, dado pelas fontes. Na primeiridade temos título com letras em bold, com peso alto, e na segunda parte, letras menores. Isso gera um efeito lógico, de forma que na secundidade, o título chama muito mais atenção, é lido primeiro, para que, só posteriormente, seja lida a segunda parte; com as letras menores. A leitura da primeira parte, possibilita, na terceiridade, a previsão de que o cartaz abordará um dado tema. No entanto, a leitura da segunda parte quebra essas expectativas. A configuração do cartaz, com área para rasgar o endereço do Facebook, também quebra a expectativa de se tratar de um cartaz com fins imobiliários. É importante notar que a escolha da tipografia também possibilita uma leitura, segundo a gramática especulativa (SANTAELLA, 2005), da fonte enquanto signos indiciais. Óbvio que a escrita é um processo aprendido, e o significado das palavras convencionado (signo simbólico). Porém, na morfologia da fonte, nota-se prolongamentos horizontais, na mesma espessura do corpo da fonte, das serifas e terminais. A ideia aqui foi usar o conceito do fechamento previsto por (GOMES FILHO, 2009). Essas características da fonte permitem a  a sensação de fechamento visual da forma pela continuidade em uma ordem estrutural definida, ou seja, por meio de agrupamentos de elementos de maneira a construir uma figura total mais fechada ou mais completa. (GOMES FILHO, 2009 p. 32). A ideia principal aqui, foi fazer as fontes tornarem-se uma massa gráfica só. Fazer a tipografia ser lida não só como letras, mas como imagem, e aproximá-las do conceito primordial da ajuda social comunitária, em que soma-se forças pequenas em prol de um resultado maior. Outro ponto importante almejado é um alinhamento em torno do próprio nome do grupo, o Somos Iguais. Nesse raciocínio, a proposta com os prolongamentos horizontais das serifas, foi sugerir a presença, do sinal  = de igualdade, por meio da símile. Para Ambrose e Harris (2009 p.78) essa figura de linguagem funciona  devido à confiança implícita e à percepção de verdade que a imagem sugere , e isso é realizado por uma comparação sutil entre objetos diferentes. A símile também é usada na concepção do cartaz. A semelhança com cartaz que busca encontrar moradores de repúblicas e para dividir apartamento, foi usada por abordar o tema moradia. Apresenta uma relação comum com o assunto dos moradores de rua, e reforça a empatia para com esses indivíduos. Ao procurar uma república ou apartamento para dividir, a falta de moradia é momentânea, mas aflinge o indivíduo. Já no caso das pessoas em situação de rua, o sofrimento pode ser amenizado pelo grupo Somo Iguais, e pela ajuda do interlocutor. Outro ponto digno de nota, é o uso de uma fonte diferente da grande maioria das fontes padrões encontradas nesses cartazes caseiros. Isso impede que a peça seja ignorada, porque, como são colados em locais públicos, e feitos de forma casual, esses cartazes podem aparecer de forma muito numerosa. É válido destacar ainda, que a distribuição e colagem do cartaz foi feita pelos próprios integrantes do grupo, por causa da limitação do orçamento. E os cortes na parte inferior não serão feitos por máquina, mas manualmente, também pelos integrantes do grupo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">É importante destacar que o cartaz com finalidades publicitárias se caracteriza como tal, principalmente por ser exposto em local público, com grande movimentação de pessoas. Já com relação ao estilo gráfico e a linha criativa, não são muito determinates para que o cartaz seja classificado como tal. Para Abreu (2011): O cartaz relata, comprova e registra o andamento do design, o contexto criativo construído e relevante para o conhecimento sobre design gráfico. No campo da propaganda, a estética é extremamente importante na expressão da mensagem a ser transmitida. Por outro lado, sabe-se que esse campo não possui uma estética própria, podendo apropriar-se de quaisquer formatos para difundir suas mensagens envolvendo mais e melhor o público ao qual se destina. (ABREU, 2011 p.4) O produto em questão é um cartaz, impresso em uma folha sulfite branca, tamanho em A4 (21cm por 29,7cm), sem verniz nem laminações. O papel de cor branca apresenta escritas em preto, podendo ser absoluto ou resultado da combinação do ciano, magenta e amarelo, do esquema CMYK. A cor preta foi escolhida por tratar-se da cor dos demais cartazes caseiros colados em postes ou áreas públicas. A ideia aqui foi criar uma semelhança com cartazes de procura por apartamento, que provocasse o estranhamento e curiosidade em relação à peça, para que assim, atraísse a atenção do interlocutor. O desconforto e a quebra de expectativa visados, tem por objetivo desarmar o expectador, eliminar sua resistência à mensagem, e favorecer a empatia. Por isso, inclusive, optou-se por um estilo de cartaz apenas com fontes. É fundamental lembra que, por ser inspirado nos cartazes amadores, colados em vias públicas, a peça em questão não apresenta nenhuma imagem de natureza pictórica, e portanto, a característica imagética da fonte ganha destaque. Segundo Ambrose e Harris, a tipografia  é o meio pelo qual uma ideia escrita recebe uma forma visual. (AMBROSE; HARRIS, 2012 p.55). Os diferentes desenhos de tipos despertam os mais diversos sentimentos no leitor. Assim, a tipografia dá forma ao texto e proporciona enriquecimento de seu significado, já que, por meio do uso adequado, pode passar mensagens conotativas e não sacrificar a legibilidade.(AMBROSE; HARRIS, 2012) A principal tática para a diferenciação do cartaz foi a escolha de uma fonte com características morfológicas peculiares. A fonte escolhida, Nilland, pode ser incluída na classe das egípcias, por apresentar  tipos pesados e decorativos foram adotados no século XIX para utilização em propaganda. Os egípcios possuem serifas pesadas e retangulares. (LUPTON, 2013 p.42). Essa característica de peso e espessura, favorece a visibilidade à longa distância. Suas serifas grossas e ornamentos horizontais estabelecem semelhança com sinal gráfico  = de igualdade; evocam assim, o nome do grupo, o Somos Iguais. Outro aspécto conceitual é o uso diferenciado do espacejamento, ou seja, do espaçamento entre uma letra e outra. Para Lupton (2013)  é possível expressar o significado de palavras e ideias, espacejando, dimensionando e posicionando letras na página. Designers costumam pensar desse modo ao criar logotipos, cartazes e títulos . (LUPTON, 2013 p.102) Nessa peça, o espacejamento foi reduzido entre as fontes da para transmitir a sensação de união e encadeamento, aproximando assim, do conceito do trabalho social, em que a somatória da contribuição individual de cada pessoa, gera, no conjunto, uma corrente de ajuda maior. Tal qual as letras que se unem e formam um significado. Se o título fisga o transeunte, a continuação do texto apresenta o desfecho e revela a real intenção da peça. Seguindo a estrutura do cartaz, após o título, tem-se um grupo de informação, na mesma fonte, mas com um peso e tamanho bem mais reduzidos. A ideia aqui é atrair a atenção, forçar a aproximação para a leitura do cartaz. Deve-se esclarecer, no entanto, que em nenhum momento revela-se claramente do que se trata o cartaz.O caráter da informação nesse local é racional e informativo, obtido por meio de pesquisa na internet, e o assunto abordado é de moradores de rua, mas de forma genérica. Para a compreensão definitiva, deve-se continuar a leitura do cartaz. Descendo mais, e como última informação da peça, localizada na parte inferior, tem-se links para a página de facebook do projeto Somos Iguais; dispostos verticalmente, cada um ocupando uma área retangular. Essa área é delimitada lateralmente com cortes, e superiormente, por uma linha descontínua, favorecendo o destaque. A intenção aqui é instigar o interlocutor a destacar um link de facebook e entrar na página do grupo. Criar um hiperlink, como na internet, porém tangível, inserido na realidade. Como o cartaz não fornece todas as informações sobre a campanha, o desfecho está na página do facebook, onde poderão ser encontradas informações sobre como ajudar o grupo e os moradores de rua. Nessa etapa lançou-se mão da linha de pensamento da cultura da convergência para a concepção gráfica. Um mesmo conceito, transita por várias plataformas e possibilita a elaboração de peças comunicacionais interativas. O diferencial do cartaz foi utilizar a interatividade do toque, induzir o indivíduo a rasgar um pedaço do cartaz, e uma vez tendo um pedaço do cartaz, o torna parte da rede do grupo Somos Iguais. A localização em que os cartazes foram colados é importante. Obviamente, foram escolhidas vias pública de grande movimento, mas que não fosse um local apenas de passagem. Pensando nesse certo tempo de permanência, foi escolhida a área destinada à colagem de cartazes, da Universidade Federal do Espírito Santo, por se localizar próximo ao cinema universitário. E ainda, escolheu-se colar em paredes de bares, na rua da Lama, no bairro de Jardim da Penha da Grande Vitória, no Espírito Santo. Esse local foi escolhido por tratar-se de um local movimentado. De noite, pessoas ocupam a região, em função dos bares, já durante o dia, existem restaurantes, e mesas nas calçadas, que também possibilitam tempo hábil para que os cartazes sejam vistos. Essa configuração geográfica onde os cartazes foram colados também foi favorecida pela possibilidade de concessão de autoriazação do proprietário do estabelecimento, sem envolvimento complexo de questões burocráticas. Obviamente, terminou por impactar no público atingido. O cartaz provavelmente foi mais visualizado por quem ocupada a área, ou seja, por universitários e trabalhadores da região que almoçam nos restaurantes locais. É válido destacar ainda, que o cartaz concentra a atenção onde o problema está, nas ruas. Ele simula ainda, uma interação ideal que a sociedade deveria ter para com os moradores de rua. Utopicamente, as ações planejadas para o cartaz, que são, parar, observar e interagir, deveriam ser também as ideais para o tratamento em relação às pessoas em situação de rua. No entanto, a resolução de problemas do cotidiano, como a procura por um apartamento, desvia o olhar do outro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Por fim, deve-se destacar que o fato do cartaz apresentar apenas texto, a ausência de imagens não representa prejuízo nenhum à visibilidade da peça. Inclusive, a maior potencialidade desse trabalho vai para além do apelo visual. Está em propor a reflexão sobre o indivíduo em situação de rua. Além é claro do benefício direto de divulgar o trabalho do grupo Somos Iguais, e de atuar em conjunto com outras peças, na resolução do problema de comunicação do cliente; o cartaz funciona de forma independente. É possível notar sua força, e competência em funcionar isoladamente, quando se verifica que pode inspirar doações e boas ações. Por abordar a empatia, e por estar colado na rua, pode motivar indivíduos que veem o cartaz a ajudar imediatamente os moradores de rua. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> ABREU, Karen Cristina Kraemer. Cartaz publicitário: um resgate histórico.ANAIS do VIII Encontro Nacional de História da Mídia-Rede Alcar, v. 1, p. 1-16, 2011. <br><br>AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Fundamentos de Design Criativo. - 2. Ed. - Porto Alegre: Bookman Editora, 2012. <br><br>AMBROSE, Gavin; HARRIS, Paul. Design básico: imagem - Porto Alegre: Bockman, 2009. <br><br>BAXTER, M. - Projeto de Produto - Guia Prático para o Desenvolvimento de Novos Produtos - São Paulo: Editora Edgar Blücher, 1998 <br><br>GOMES FILHO, João. Gestalt do objeto: sistema de leitura visual da forma - 9. Ed - São paulo: Escrituras Editora, 2009.<br><br>HOFF, Tânia. Redação publicitária / Tânia Hoff, Lourdes Gabrielli. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2004 <br><br>JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. - São Paulo: Aleph, 2009. <br><br>LUPTON, Ellen. Pensar com tipos: guia para designers, escritores, editores e estudantes. 2 ed. - São Paulo: Cosac Naify, 2013 <br><br>SANTAELLA, Lucia. Semiótica aplicada. Cengage Learning Editores, 2002. - São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005<br><br> </td></tr></table></body></html>