ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00669</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;As Valquírias  a música como resgate social</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Letícia Borsari Alves de Lima (Centro Universitário); Stephanie Borges (Centro Universitário); Selma Benedita Coelho (Centro Universitário); Luciana Leme Souza e Silva (Centro Universitário)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;As Valquírias, música, tráfico, prostituição, Projeto social</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este trabalho apresenta os processos de produção de um audiovisual que retrata a vida das meninas integrantes do grupo As Valquírias da Zona Norte de São José do Rio Preto. O projeto integra 122 meninas, de quatro a dezessete anos. Por meio da música, o projeto visa transformar a realidade dessas meninas do bairro, que vivem rodeadas por prostituição e tráfico de drogas. Nos depoimentos das integrantes do grupo, o vídeo mostra como é importante o projeto As Valquírias naquela região. A importância da divulgação do trabalho por meio da arte, na formação dessas meninas, utilizando as mídias digitais, pode ajudar o projeto a ampliar o seu objetivo e dar visibilidade positiva para As Valquírias, além de incentivar outras meninas a mudar de vida por meio do projeto. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os dispositivos digitais , no seu propósito de fluir a informação, são como uma extensão do nosso corpo, em analogia ao que afirmou Marshall McLuhan no seu livro Os meios de comunicação: como extensões do homem( 1996). Por meio das mídias digitais o real está em constante contraste com o virtual e vice-versa. A digitalização fez com que o receptor deixe de ser um sujeito passivo ( que só recebia informação), para também ser um sujeito ativo (passa a produzir informação). Diante dessa possibilidade, é importante dizer que a digitalização trouxe a democratização para a comunicação. Atualmente, tudo está intrinsecamente ligado à conectividade corriqueira dos meios digitais. Santaella (2013, p. 93-94) sustenta este fato ao ressaltar a mediação destes meios na história, na economia, na política, na identidade, na cultura etc, áreas que são diretamente atingidas pelo ciberativismo, responsáveis por transformações subjetivas e coletivas. Aproveitando a oportunidade oferecida pela atual tecnologia, neste trabalho usamos as mídias digitais em prol de movimentos emancipatórios, como é o caos do projeto As Valquírias. Com o intuito de inspirar pessoas e considerando o avanço que o acesso ao meio digital teve nos últimos anos, esperamos que este trabalho alcance internautas de todas as classes, mas, principalmente aqueles que passam por algum problema social que parece determinar suas escolhas e oportunidades. A falta de referências positivas, num lastro social onde imperam a prostituição, o tráfico de drogas e a violência, lamentavelmente características de locais periféricos e pobres de nosso país, o que se espera é a naturalização do crime. A partir desta questão, procuramos retratar, através de um vídeo, produzido para ser disponibilizado em mídias sociais digitais (youtube, facebook) a realidade de meninas moradoras da Zona Norte de Rio Preto. Trata-se de um exemplo no qual a busca é por resgatar a esperança e a dignidade de uma nova vida, por meio da música.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo deste projeto é produzir um vídeo contando a história do projeto As Valquírias, com o intuito de fazer a divulgação do mesmo nas mídias digitais, de maneira a dar visibilidade ao projeto e incentivando o resgate social por meio da música. O projeto do instituto trabalha com o intuito de reinserir crianças e jovens desfavorecidos socialmente em uma nova condição de vida, utilizando como principal ferramenta a música. Automaticamente a auto-estima é afetada de forma positiva, questão primordial na formação de indivíduos seguros e confiantes.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A escolha por produzir um vídeo se deu principalmente da nossa vontade de mostrar a superação dessas meninas moradoras de comunidade carente, retratando um projeto até então inusitado em um local onde a esperança de uma opção melhor de vida é praticamente nula. Cada uma dessas meninas, por mais jovens e pequeninas que sejam, passam por dificuldades em casa, problemas com os pais, pois muitos vivem do crime e estão presos ou passam por situação similar. Há, ainda, aquelas que perderam seus familiares para o tráfico e tiveram que morar com conhecidos. Todos os problemas enfrentados são automaticamente amenizados e até mesmo esquecidos quando estão no instituto. A relação com a música serve como remédio e as conversas e estímulos são combustíveis para a realização de seus sonhos. Hoje as denominadas "minorias" na sociedade, que na verdade constituem uma parcela nada minoritária da nossa população, não se imobilizam diante a inferioridade que a são colocadas. Pelo contrário, lutam pela admissão de suas identidades e direitos igualitários. Vemos isto principalmente nas mídias sociais digitais, sejam por meio de divulgações de textos, imagens ou vídeos. Portanto, é evidente o caráter transformador que os compartilhamentos digitais têm na contemporaneidade, não há hierarquia virtual, mas sim um diálogo horizontal. Olivieri (2003,p.18), no Manual de Redes Sociais e Tecnologia, destaca a importância da mobilização digital para transformações no mundo: Iniciativas como essa potencializam concretamente cidadãos e organizações para a construção coletiva de um mundo melhor, evidenciando que a utopia a que os desejos transformadores eram historicamente relegados cedeu lugar ao topos social da democracia, atualizada a partir das (inter)ações em rede.A partir da interação possibilitada pela internet, as vozes das diversidades ganham visibilidade. A possibilidade de divulgar e compartilhar expressões individuais e coletivas tem enaltecido muitos projetos sociais como o das Valquírias.Nascida e crescida em áreas pobres e naturalizadas pelo crime, Amanda Oliveira, fundadora do grupo As Valquírias, é um exemplo para jovens e crianças em risco de vulnerabilidade. Sua inserção no instituto Socio Cultural Esportivo Ielar mudou sua perspectiva de vida. Lá se apaixonou pela música, e a usou como ferramenta de luta contra as imposições socais negativas (tráfico e a prostituição, recorrentes no bairro). Seu crescimento é inspiração para crianças e jovens que estão hoje no projeto. Aos quinze anos passou a ser monitora, aos dezessete assumiu as aulas de música, e aos dezenove, tornou-se coordenadora geral.Foi através deste crescimento, que Amanda fundou há oito anos, o projeto As Valquírias - nome inspirado em sua professora de percussão, que se chama Valquíria. De início, o grupo era formado por vinte e cinco meninas, e por falta de instrumentos, tocavam com latas. Agora tocam com instrumentos e hoje são 122 meninas. Algumas meninas estão no projeto desde sua fundação. As mais antigas na banda, que têm entre treze e dezessete anos, ajudam as crianças que estão aprendendo a tocar, chamadas graciosamente de As Valquirinhas, e têm idade a partir de quatro anos.Todas as Valquírias tocam instrumentos de percussão, como xequerê, alfaia e gonguê, mas cada uma tem sua particularidade, seja na voz, no teclado, na bateria, no baixo, no saxofone ou na guitarra.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para o início do trabalho, foi realizado o contato com a fundadora do grupo, Amanda Oliveira, que disponibilizou seu tempo para uma reunião na qual apresentamos nossa proposta de filmar o cotidiano das meninas. Somente através do contato com outras integrantes das Valquírias é que foi percebido a amplitude do projeto e o entendimento do olhar individual de cada uma. O principal objetivo para a realização do vídeo era captar momentos de espontaneidade. Foram dois meses acompanhando o grupo para registrar ensaios e shows que elas realizaram em nossa cidade. Para finalizar as gravações, propusemos a elas uma roda de conversa, para cada uma falar sobre a importância do projeto e o que ele mudou em suas vidas. A ideia foi aceita e o resultado fluiu além do que imaginávamos. As gravações foram realizadas com câmeras Sony NX5; captamos ângulos abertos e fechados. Em alguns momentos, como em apresentações utilizamos uma câmera semi profissional Canon para fotografar e o microfone boom para captar o som. Usamos o estúdio de som da faculdade para regravar offs de duas cenas em que as vocalistas cantavam. Depois desses dois meses de gravação, decupagem, o roteiro foi encaminhado para a edição. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Na introdução do vídeo, inserimos uma breve explicação sobre o grupo, na voz da própria fundadora das Valquírias, já que ela é a inspiradora dessas crianças e jovens. Para isto, ela foi até o estúdio de som da faculdade UNIRP, e foi estimulada a falar espontaneamente, sem ficar presa em uma fala no papel. Equipamentos digitais foram usados na realização do nosso trabalho prático (câmeras, equipamentos de som, microfone, celulares etc). "Hoje, somos narradores e comentaristas  assim como também somos jornalistas, apresentadores, de rádio, críticos, mediadores, voyeurs e propagandistas de nós mesmos, em tempo integral. (...)"(Chatifield, 2012, pág. 94). As cenas escolhidas para cobrir cada off, foram pensadas e analisadas, em meio a tanto material que tínhamos. Colocamos cenas dos ensaios, dos depoimentos, de momentos antes e durante os shows. Na finalização, usamos depoimentos nos quais as Valquírias contam seus sonhos. As cenas para cobrir esses depoimentos foram escolhidas cuidadosamente, para demonstrar o quão importante é o projeto para a realização desses sonhos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">É fácil falar em desigualdades sociais quando sua realidade não é viver em meio à violência, o tráfico de drogas e a prostituição. Mas, isto se torna difícil quando você passa a ver esta realidade de perto, e, foi o que optamos quando realizamos o vídeo. Conhecer a história de cada menina, as dores e superações, faz com que percebamos a diversidade do mundo, suas desigualdades, as oportunidades e a falta delas, fez o grupo sair do virtual para deparar-se com o real. Mas um real de superação. O contexto de periferia onde se situa o projeto é triste, e justamente isso impulsionou o projeto na superação das meninas que vivem naquele local. Elas tiveram outra oportunidade de vida sem ser aquela imposta pelo meio social onde vivem, rodeado de desigualdades e criminalidade. Histórias como essas inspiram, ensinam e mostram que você não está pré-determinado a ter um destino excludente, mesmo que o sistema não lhe ofereça as condições necessárias de dignidade humana. Porém, infelizmente, o projeto não resolve a questão social do local, mas sim, resgata algumas meninas que tiveram a oportunidade de querer e estar no projeto. Enquanto o grupo acompanhou As Valquírias, nesses dois meses, notamos o encanto que elas transmitem por onde passam, são talentosas, mas, além disso, são sonhadoras e transformadoras sociais. A música é a representação de uma sociedade, levando ao empoderamento e formação de uma identidade local e cultural. O trabalho realizado pelas meninas é compartilhar uma nova perspectiva em meio ao caos, e é com base neste olhar que, acreditamos em bons resultados na propagação de suas realizações. As Valquírias por meio da música e incentivos passaram a ter um outro olhar pela vida. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CHATFIELD, Tom. Como viver na era digital. 1. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2012.<br><br>LÉVY, Pierre (1996). O Que é Virtual?. Rio: Editora 34.<br><br>McLUHAN, Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem. Brasil:EditoraCULTRIX,1996<br><br>OLIVIERI, Laura. A importância histórico-social das redes. In. Manual de Redes Sociais e tecnologia. Coord. Carlos Portugal Gouvêa, Fernanda Rezende Vidigal. Joachim Knoop. Editora Friendrich Ebert Stitftung. 2003.<br><br>SANTAELLA, Lucia. Comunicação ubíqua: Repercussões na cultura e na educação. 1. ed. São Paulo: Paulus, 2013.<br><br> </td></tr></table></body></html>