ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00671</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;O Casarão ocupado: jornalismo e esfera pública</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Carolina Lopes Severino (Universidade Federal Fluminense); Fabrycio de Azevedo Coutinho (Universidade Federal Fluminense); Carla Baiense (Universidade Federal Fluminense)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;jornal-laboratório, ocupações, esfera pública, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este paper apresenta a edição especial do Jornal O Casarão, desenvolvida por alunos do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF) no período das ocupações estudantis de 2016. As reportagens veiculadas naquele momento tratavam, essencialmente, de temas em torno da educação, ocupações, PEC 55 e crise política. A edição foi feita como uma maneira de apoiar o movimento de resistência e reivindicações, assim como fomentar o debate acerca de temas importantes para o futuro do país, num momento em que os veículos tradicionais se colocavam como defensores das medidas propostas pelo Governo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A edição especial do Jornal O Casarão (O Casarão Ocupado) foi desenvolvida em um momento crítico politicamente para o Brasil. Na agenda da educação, a Medida Provisória (MP) 746/2016, que propõe uma reforma no ensino médio, e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, que congela os gastos públicos por 20 anos, ameaçavam o futuro dos estudantes. Contra as duas medidas, secundaristas ocuparam milhares de escolas no país e esse movimento foi seguido por ocupações também em universidades. A UFF aderiu à ação em outubro de 2016 e diversos campi foram, aos poucos, sendo ocupados. O Instituto de Artes e Comunicação (IACS) aderiu ao movimento em 3 de novembro, permanecendo ocupado até meados de dezembro. Nesse momento, as ocupações passavam a estruturar uma nova configuração de espaço universitário, com uma vivência diferente das aulas tradicionais, promovendo debates e atividades públicas acerca de temas ligados aos respectivos cursos e ao momento crítico do país. Houve a construção de uma nova experiência do viver universitário, que permeava também muitas discussões críticas a respeito do modelo tradicional de educação. Muitos professores e funcionários apoiaram o movimento e nesse contexto surge a edição especial do jornal, como uma iniciativa de apoio não só às ocupações na UFF, mas à resistência estudantil em meio ao contexto político em todo o país. No final de novembro de 2016 publicamos a versão online do jornal e começamos a distribuição da versão impressa nas ocupações da UFF e em outros espaços das cidades do Rio de Janeiro e Niterói.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Casarão Ocupado surge a fim de somar forças ao movimento de ocupação, resgatando um jornalismo de cunho mais político que caracterizou originalmente o veículo nos anos 1990. O Casarão surgiu como um jornal laboratório ligado a uma disciplina e tratava de questões da universidade, suas políticas internas e a influência das mesmas no cotidiano dos universitários. Desde o início, o projeto se colocava como uma experiência de jornalismo de profundidade, diferente dos meios tradicionais, nos quais, segundo Santos (2007), não é mais possível, dada a preocupação cada vez maior com o furo jornalístico, as notícias em tempo real e o cotidiano acelerado. Mas, no ambiente universitário, o jornal laboratório cumpre essa função: Além da conceituação teórica aprendida na universidade, o aluno também pode colocar em prática novas propostas de comunicação nos produtos laboratoriais, que, muitas vezes, seriam podadas nas grandes empresas jornalísticas, muitas vezes refratárias a novas ideias. (SANTOS, 2007, p. 91) A publicação ficou suspensa desde o final da década de 90 e foi retomada em 2012 por um grupo de alunos de jornalismo que sentia falta de produzir via jornal impresso. Nessa volta, o jornal assumiu um caráter mais amplo, com pautas não só da universidade, mas de fora dela também, nas cidades do Rio de Janeiro e Niterói  que são, basicamente, as abrangidas nas matérias. Além de ser um espaço de aprendizado e experiência para os alunos, o jornal laboratório atua também como comunitário, por assumir pautas além muros da instituição. Desse modo, tem o papel de dar voz a histórias que não sairiam com frequência na mídia hegemônica, ou não teriam o tempo para uma cobertura mais aprofundada. Na edição especial, os dois papeis se misturam. O jornal retorna ao caráter político (porém não partidário, vale ressaltar), alertando para o corte de verbas na universidade sem deixar de lado matérias sobre a redução dos direitos fundamentais e congelamento do orçamento público.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O início do jornalismo como grande influenciador da vida social, e também como uma prática consolidada, se deu a partir das revoluções burguesas ocorridas na Europa durante o século XVII. As  gazetas eram folhetins que serviam principalmente para divulgar ideias e notícias de movimentos sociais, a partir do ponto de vista de seus respectivos articuladores. Porém, segundo Vieira Júnior,  o jornalismo nasceu tutelado pelas classes dominantes que tinham influência ideológica, política, econômica e social e que a atividade está subordinada  ao desenvolvimento da economia de mercado e às imposições dos detentores do poder (2002, p. 84). Os intelectuais se reuniam buscando discutir o que de mais importante acontecia no que eles consideravam como de suma importância para a esfera pública. Numa época em que uma minoria da população sabia ler e escrever cabia, então, aos poucos letrados representarem (a partir do seu ponto de vista) o que acontecia. Este lugar ocupado pelos intelectuais que administravam e escreviam para esses jornais era também uma batalha de poderes políticos. Habermas reconheceu a formação da esfera pública burguesa como uma instância mantenedora dos interesses coletivos, mas que só estava aberta à participação dos cidadãos que possuíam propriedades e esclarecimento - os burgueses. Por isso, esse ambiente se tornou sujeito aos interesses dessa classe. (BARROS, 2008, p.25) Em uma rede de fluxos comunicacionais, (HABERMAS, 2003) a esfera pública então se torna um dos principais centros de tomadas de posição e opiniões dessa sociedade burguesa. Esses jornais atuariam como uma síntese da opinião pública, e por isso ganham cada vez mais importância, como a ideia de que o jornalismo seria um  quarto poder . Pensar que a comunicação seria uma balança igual aos outros três poderes (executivo, legislativo e judiciário) é ignorar a hierarquização e a seleção tendenciosa das notícias. (MORETZSOHN, 2008, p. 13). Logo, a atuação do jornalismo na  esfera social tem importância fundamental para reforçar uma opinião, criar um consenso perante a uma opinião. Sendo assim, há uma relação intrínseca entre o papel que o jornalismo vai desempenhar nos debates públicos e a formação da esfera e opinião pública, atuando como uma ferramenta de agenda setting que se coloca diante do estado já mediada por um jornalismo focado no interesse público. Para Gomes (2009, p.79), o interesse do público é tudo o que  oferecer à esfera civil a possibilidade de se ver representada e satisfeita nos procedimentos regulares da esfera política . Seria, ainda,  colocar à disposição do público os repertórios informativos necessários para que ele possa influenciar a decisão política e gestão do Estado . Se a comunicação está nas mãos de intelectuais e pessoas letradas, depende delas o  interesse do público . Portanto, a esfera pública foi sempre a esfera dos homens que leem. As notícias chegam com um conteúdo então misto entre o fato e a opinião do jornalista, que está não só no posicionamento na página (de acordo com seu grau de importância), mas também nas palavras utilizadas em cada reportagem. Por isso, a análise das fontes de informação que têm seus discursos publicizados pela imprensa é fundamental. Outro aspecto que deve ser levado em conta nas análises empíricas são as consequências da visibilidade de alguns atores na imprensa. Por meio dessa exposição, muitos adquirem privilégios quanto a questões de acesso à esfera pública e à representação. (BARROS, 2008, p.31) O jornalismo, portanto, segundo Mariana Rosa, é uma  atividade que visa atender o interesse público, mas tem natureza privada . Nem sempre vamos ver o que realmente importa ao público saber estampado nos jornais, como é o caso das discussões acerca da PEC e do programa Escola Sem Partido, por exemplo. Assim, o papel do Casarão como um jornal livre e aberto a reflexões sem amarras se fortalece ainda mais. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Casarão é produzido pelos alunos de Comunicação, através da inscrição na disciplina optativa correspondente, ou por extensionistas que queiram contribuir para o produto. Os professores Carla Baiense e Ildo Nascimento são responsáveis pela publicação, respectivamente na parte editorial e gráfica/visual. Porém, o desenvolvimento do jornal é feito pelos alunos, responsáveis por pensar as edições com a supervisão e orientação dos professores. No início do semestre, os encontros funcionam como reuniões de pauta, com cada aluno sugerindo um tema de interesse para produzir. Todos discutem e aprofundam as pautas coletivamente e começam a apuração, voltando às aulas para orientação quanto ao texto, fontes a serem procuradas ou caminhos possíveis para seguir no desenvolvimento. No Casarão não há determinação de funções, como repórteres, editores, diagramadores, pois todos têm a chance de passar por todas as etapas na construção de uma matéria, da ideia da pauta até a diagramação para o resultado final. Os alunos têm a oportunidade de ler as reportagens uns dos outros, para que outro ponto de vista ajude na revisão antes de ser publicada. Uma vez que os textos estejam prontos, começa o processo de pensar a diagramação das matérias individualmente, do corpo e capa do jornal. São produzidas duas edições do Casarão por semestre, portanto os alunos passam por essas etapas duas vezes durante o período. Porém, não é necessário esperar a finalização da edição para publicar os textos. Algumas matérias contêm temas que não podem esperar dois meses para serem divulgados, por exemplo. Visto isso, elas podem ser publicadas no site (www.jornalocasarao.com) e ter a divulgação feita através das redes sociais do jornal. Os alunos, portanto, vivenciam uma experiência diferente de um jornal comercial, com mais espaço para reflexão e mais tempo para produção. Nele [jornal laboratório] todas as etapas de produção inerentes ao fazer jornalístico são apresentadas de modo sistemático, porém sem as pressões de um veículo comercial. Ao contrário, no laboratório cada etapa pode passar pela reflexão e o acompanhamento de professores e jornalistas formados que orientam sobre como fazer e corrigem possíveis problemas. (SPANNENBERG, SOUZA, MARTINS, BARROS, 2012, p. 3) Assim funciona O Casarão, com a produção de matérias por parte dos alunos. No entanto, no primeiro semestre de 2016, assumindo um caráter extensionista, alguns encontros da disciplina contaram com a presença de comunicadores populares como Naldinho Lourenço, do Imagens do Povo (organizado pelo Observatório de Favelas) e Hélio Euclides, do jornal Maré de Notícias, da Redes de Desenvolvimento da Maré. Eles puderam compartilhar com os alunos como é a experiência da comunicação popular e a importância dessas organizações na construção de um discurso diferente da mídia hegemônica em relação às favelas e periferias. Ainda nesse contexto, o jornal abriu espaço para que outras pessoas assistissem as aulas e essa ponte foi feita com o MACquinho  um espaço cultural e educativo localizado no Morro do Palácio, em Niterói  já que alguns moradores do Palácio que foram ao IACS atuavam de alguma forma no espaço. Além disso, O Casarão também marcou presença no MACquinho com oficinas de fotografia e audiovisual realizadas em parceria com o Coletivo Poxavila, do qual faz parte Andrew Pinto, mestrando e estagiário docente na disciplina junto com Mariana Pitasse naquele período. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Com os movimentos de ocupação crescendo cada vez mais, a chegada deles à UFF e o debate acerca da PEC 55, decidimos que também precisávamos nos posicionar de alguma maneira, apoiar a resistência política em curso no país e na universidade e fomentar o debate acerca de questões importantes para a educação e a sociedade como um todo. Decidimos, então, fazer uma edição especial do jornal, no lugar da edição regular que sairia no fim do semestre. Algumas matérias já estavam prontas e entrariam na edição regular, mas outras precisaram ser construídas naquele momento. Foi isso que fez com que O Casarão experimentasse uma dinâmica diferente de produção, mais ágil e fugindo da rotina tradicional. Precisávamos estar com a edição pronta o mais rápido possível, para acompanhar o movimento e não perder o time dos debates. Normalmente, o tempo de apuração é maior, mas isso não quer dizer que deixamos de lado a abordagem crítica e reflexiva que é de costume. O Casarão Ocupado não teve uma matéria de capa, mas estampava a palavra educação, que permeava todos os temas presentes no jornal. Uma entrevista com Paulo Carrano, professor da Faculdade de Educação da UFF, feita por Amanda Oliveira e Camilla Shaw, abriu a edição abordando as ocupações dos estudantes secundaristas e a luta por uma escola de qualidade,  mais dialógica, menos hierarquizada . Em seguida, as ocupações universitárias, mais propriamente da UFF. Gabriella Balestrero, Wladimir Lenin e Marcella Ramos ouviram alunos dos campus da UFF para mostrar o dia a dia das ocupações e como elas se configuram como uma nova forma de protesto e de se mobilizar politicamente. Camilla Shaw e Amanda Oliveira, dialogando com a entrevista de Paulo Carrano, produziram uma reportagem sobre a ameaça de programas como o Escola Sem Partido, cujos projetos,  amparados no discurso de defesa de uma educação neutra e da imparcialidade, acabam negando a liberdade dos professores de ensinar e barrando práticas pedagógicas plurais . Um dos assuntos mais comentados no final de 2016, a PEC 55, não poderia ter ficado de fora. A proposta de congelar os gastos públicos por 20 anos, na verdade, acaba os reduzindo, devido a variáveis como crescimento populacional e aumento da demanda por serviços públicos. A reportagem de Carolina Lopes e Vitória Lopes mostrou os impactos da PEC para a sociedade e as universidades, além de mostrar que os gastos com encargos especiais (dívida pública e indenizações) são muito maiores que os da saúde, educação e previdência (alvos da PEC). Continuando com as ameaças da PEC 55, Vitória Lopes escreveu sobre o programa de mobilidade acadêmica da UFF. Os cortes de verba prejudicam as universidades públicas nos últimos anos e o programa já sofreu com isso, de acordo com a diretora da divisão de programas especiais (PROGRAD), Dulce Pontes. Com o congelamento dos gastos em saúde e educação, a mobilidade e diversos outros programas das universidades são ainda mais prejudicados. As ocupações também reivindicavam um novo modelo de educação, um maior protagonismo e participação dos alunos. Nesse contexto, uma matéria de Carolina Lopes traz uma reflexão sobre a pressão exercida cada vez mais cedo nas escolas, visando o sucesso profissional ou uma aprovação no ensino superior, deixando de lado a reflexão, imaginação, participação dos alunos e estímulos a partir de outras atividades, mais lúdicas e que façam os alunos se interessarem pelo processo de aprendizado. A crise de representatividade política no Brasil, de certa maneira, está na pauta das discussões desde as grandes manifestações de 2013, que, de maneira geral, não queriam carregar a bandeira de nenhum partido político. Felipe Gelani apresentou esse tema, falando do distanciamento do público da política e que uma reforma parece estar longe de acontecer.  A mensagem é clara: os partidos precisam se reciclar para alcançar o público. Mas será que os partidos entendem, ou mesmo desejam essa aproximação? O clima de despolitização não é interessante para o poder estabelecido? . O Curso de Comunicação da UFF traz, duas vezes por ano, um evento para discutir temas acerca do Jornalismo, o Controversas. A última edição debateu a cobertura do impeachment pela imprensa e Luísa Verçosa, Fabrycio Azevedo e Edson Gonçalves falaram do papel da imprensa na cobertura política, apresentando o evento, que aconteceu logo depois do lançamento da edição especial do jornal. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Produzir uma edição especial gerou um aprendizado extra para os alunos do Casarão. A rotina de produção mais acelerada, para acompanhar os ritmos dos acontecimentos, manteve o compromisso com um jornalismo de qualidade e independente, marca do jornal desde sua fundação e retorno, há cinco anos, mas adotou uma nova dinâmica, utilizando intensivamente os recursos das redes digitais e contando com uma produção ainda mais colaborativa. Além de fazer matérias na faculdade, em 2016 a disciplina proporcionou um contato dos alunos com comunicadores populares, que mostraram uma forma diferente e possível de fazer jornalismo, para além da mídia que já conhecemos. Refletir e pensar sobre discursos hegemônicos, abrir os olhos para as realidades por trás das falas oficiais sobre as comunidades, fazer um jornalismo mais humano e aprofundado. Todas essas experiências, junto com o próprio espaço do jornal laboratório contribuem para a formação dos futuros jornalistas que hoje estão na universidade. Abrir espaços para essas reflexões é pensar sobre em quais interesses se baseia a mídia hegemônica, quais assuntos e abordagens são vistas como de interesse público e como a esfera pública, tida como esfera de todos, na verdade é a daqueles que estão no topo das relações de poder. O Casarão, assim como muitos jornais experimentais, é essencial na formação dentro da universidade, proporcionando uma visão ampla e crítica sobre a mídia, fazendo os alunos passarem por todos os processos de produção, resgatando a relação com o impresso e mostrando caminhos possíveis de um jornalismo que hoje nos exige tanta pressa e, portanto, superficialidade. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">SANTOS, Fernando de Maria dos. Prática e Aprendizado (a importância da Agência Universitária de Notícias como jornal-laboratório). 2007. Tese de doutorado, São Paulo, ECA/USP. Disponível em http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27153/tde-08082007-154536/pt-br.php. Acesso em 22 de abril de 2017. <br><br>VIEIRA, Antônio Júnior. Uma Pedagogia para o jornal-laboratório. 2002. Tese de doutorado, São Paulo, ECA/USP. Disponível em https://www.scribd.com/doc/17272445/VIEIRA-Jr-Uma-pedagogia-para-o-jornal-laboratorio. Acesso em 24 de abril de 2017. <br><br>BARROS, Ana Paula Ferrari Lemos. A importância do conceito de esfera pública de Habermas para a análise da imprensa - uma revisão do tema. 2008. Revista Universitas: Arquitetura e Comunicação Social, Centro Universitário de Brasília. Disponível em: https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/arqcom/article/viewFile/671/706. Acesso em 24 de abril de 2017. <br><br>HABERMAS, Jürgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.<br><br>MORETZSOHN, Sylvia. Entretenimento: valor-notícia fundamental. Estudos em Jornalismo e Mídia. Florianópolis, v.5, n.1, jan./jun. 2008, p. 13-23.<br><br>GOMES, Wilson. Jornalismo, fatos e interesses: ensaios de teoria do jornalismo. Florianópolis: Insular, 2009.<br><br>ROSA, Mariana. Por que não o jornalismo público? Artigo de opinião. Disponível em: https://objethos.wordpress.com/2016/06/27/comentario-da-semana-por-que-nao-o-jornalismo-publico/. Acesso em 24 de abril de 2017.<br><br>SPANNENBERG, Ana Cristina M., SOUZA, Laura Laís de, MARTINS, Marina Luísa, BARROS, Cindhi Vieira Belafonte. Entre a teoria e a prática: o jornal laboratório como espaço de extensão e prática profissional na formação do jornalista. 2012. Artigo produzido para o 14º Encontro Nacional de Professores de Jornalismo. Disponível em http://www.fnpj.org.br/soac/ocs/viewpaper.php?id=845&cf=24. Acesso em 22 de abril de 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>