ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00690</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Da porta pra fora</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Matheus Queiroz da Paz Barreto Pereira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Giulia Escuri de Souza (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Vitória Quirino da Silva (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); José Cardoso Ferrão Neto (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Liberdade, Minorias, Opressão, Rádio, Reportagem</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A reportagem em rádio  Da Porta pra Fora traz a história de diversos jovens que deixaram a casa dos pais bem antes do planejado. A intenção deste projeto é relatar as experiências e as dificuldades de quem se livrou de relações abusivas e teve que buscar a própria independência. O trabalho é uma produção para a avaliação da disciplina de Mídia Sonora II do curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em 2013 cerca de 60% dos brasileiros entre 18 e 29 anos ainda moravam na casa dos pais. Mas a opressão no ambiente familiar pode fazer com que jovens saiam de casa mais cedo e contrariem essa estatística. A população LGBT é a que se mostra mais afetada com a intolerância. Em uma pesquisa do Datafolha, cerca de 37% das famílias brasileiras dizem que não aceitariam um filho homossexual. A reportagem  Da Porta pra Fora relata a trajetória de pessoas que resolveram romper com diversos tipos de opressão e saíram de casa em busca de independência. Em uma série de entrevistas, jovens de 18 a 22 anos contam sobre o processo da saída de casa e compartilham suas experiências e estratégias em busca do novo lar. Muito além de uma emancipação, eles procuravam a verdadeira liberdade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Através dos relatos de suas experiências, os entrevistados explicitam que encontraram seus verdadeiros lares a partir do momento em que se livraram de diversas amarras que os prendiam no ambiente em que nasceram ou foram criados. O objetivo do trabalho é fazer com que o ouvinte reflita sobre  lar para-além do espaço físico em que residem. Mais do que impactar através das histórias de vida e das dificuldades enfrentadas, o trabalho busca trazer uma reflexão acerca das relações familiares e questionar a hierarquia instituída socialmente entre pais e filhos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Pesquisas sugerem que relacionamentos seguros e estáveis com os pais são importantes para a saúde mental do adolescente (MCGEE e STANTON, 1992; ECCLES, 1993). Cada vez mais se discutem as relações  ditatoriais entre pais e filhos. O que antes era tachado de  correção e  lição , agora é entendido como abuso. A sociedade sempre romantizou os relacionamentos familiares, mas ignorou que eles também são grandes responsáveis por problemas e distúrbios na vida de diversos jovens. Quanto mais confortável o jovem sentir-se no núcleo familiar, mais ele dedicará seu tempo à família e procurará a estabilidade emocional que internamente ainda não alcançou (ATWATER, 1988). Dentro do espaço físico em que esse trabalho foi construído  a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro  o tema é bastante recorrente. Devido à distância dos grandes centros, a maioria dos seus alunos muda de cidade. Além disso, muitos optam em estudar longe para se livrarem das agressões e brigas que sofrem dentro de casa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A internet se destaca como o meio de comunicação preferido pelos brasileiros, segundo a Pesquisa Brasileira de Mídia 2014  Hábitos de Consumo de Mídia pela População Brasileira, enquanto a televisão e o rádio são os meios de comunicação mais utilizados, segundo a mesma pesquisa. A convergência digital faz com que meios de comunicação nunca deixem de existir e que, ao longo do tempo, se incorporem a outros. O rádio, pioneiro no processo de comunicação de massa, enfrentou diversos desafios para resistir, mas  o desenvolvimento acelerado da tecnologia digital nas últimas três décadas, incluiu a incorporação de diversos aparelhos eletrônicos em uma única plataforma. De tal maneira, hoje, além da mobilidade, os ouvintes têm a possibilidade de interagir com a emissora por meio de ferramentas da internet (MAGNONI e RODRIGUES, 2013). Dessa forma, o trabalho foi pensado para mídia sonora com o objetivo de atingir variados públicos quando incluído no meio digital e compartilhado nas redes sociais. A reportagem em rádio também foi escolhida com a finalidade de preservar a imagem dos entrevistados, uma vez que a câmera poderia inibi-los e alterar toda a forma de contar as suas experiências. MEDINA (2008) entende que para chegar ao Diálogo Possível é necessário estabelecer a confiança dos entrevistados. Por isso utilizamos técnicas que os deixassem relaxados para contar suas histórias, como, por exemplo, entrevistá-los em locais em que se sentissem confortáveis. Também durante os encontros somente um entrevistador ia ao local combinado fazer a entrevista. O gênero reportagem foi escolhido por dar conta do máximo de histórias possíveis e trazer o ouvinte a um ambiente em que conseguisse ter empatia pelo narrador da experiência.  Uma narrativa que engloba, ao máximo, as diversas variáveis do acontecimento. A reportagem consegue ampliar o caráter minimalista do jornalismo e oportunizar aos ouvintes, leitores, telespectadores ou internautas, uma noção mais aprofundada a respeito do fato narrado (BARBOSA, 2003). Para a elaboração da reportagem, foram consultados artigos e estatísticas que tratam do tema  sair de casa , além de inúmeras conversas com pessoas que já haviam passado pelo processo e da entrevista com Carla Vicente, professora de Psicologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, que oferece um projeto de suporte para jovens que estão se adaptando a morar longe da família.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A ideia inicial da reportagem era abordar as temáticas de uma minoria específica, mas após relatos dentro da universidade, o trabalho foi caminhando para a abordagem que tem hoje. Além da ampla possibilidade de histórias, o tema  sair de casa permite trazer à tona uma série de reflexões a respeito das relações entre os membros de uma família e também sobre minorias. Apesar de ser um material jornalístico, o trabalho visou valorizar as experiências dos entrevistados, de modo que os relatos ficassem os mais sinceros possíveis, mesmo depois das edições das sonoras. As histórias foram alocadas na edição da seguinte maneira: aquelas que mais surpreenderiam os ouvintes e provocariam uma reflexão  e um certo desconforto  foram deixados para o encerramento. A finalidade de inverter a ordem que geralmente é usada para rádio foi utilizar a experimentação de técnicas diferentes. As músicas escolhidas para ilustrarem o trabalho foram  No Dia em Que Saí de Casa , de Zezé di Camargo & Luciano,  Pais e Filhos , da Legião Urbana,  Casa , de Lulu Santos e  Por Enquanto , de Cássia Eller. Como os títulos sugerem, todas giram em torno da temática  casa . A edição contém, também, efeitos sonoros de portas abrindo e fechando, que funcionam como cortinas sonoras. No fim da reportagem foi utilizado o recurso  o povo fala , no qual pedimos para diferentes pessoas, com idades variadas explicarem o que é lar. A intenção é provocar no ouvinte, além da reflexão, a percepção da complexidade e da pluralidade de pensamentos sobre a mesma temática.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Lidar com as histórias das pessoas não é fácil, especialmente quando são envoltas de tamanha carga emocional. O principal aprendizado que essa reportagem deixa ao grupo é saber como ouvir e relatar a experiência de alguém sem ser abusivo, hierárquico e sem transformar tudo aquilo em uma situação desconfortável para quem está na posição de se expor. Mais que um material de trabalho ou uma narrativa impactante: estávamos incumbidos de relatar uma história de vida. Essa, aliás, é a grande responsabilidade do jornalismo e que muitas vezes se perde. Além disso, trouxe ao grupo uma nova perspectiva sobre a elaboração de uma reportagem, já que os materiais radiofônicos permitem uma liberdade bem maior que as reportagens escritas, porém limitados se comparados com as de vídeo. O grupo espera que essa reportagem não apenas toque seus ouvintes, mas que inspire os que estão passando por situações semelhantes a darem um passo em busca de sua liberdade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ALTOÉ, S. Saída de casa: motivos e destino. In: De "menor" a presidiário: a trajetória inevitável? Rio de Janeiro: Centro Edelstein de Pesquisa Social, 2009, pp. 49-55. Disponível em: < http://books.scielo.org/id/syqd9/pdf/altoe-9788599662977-08.pdf >. Acesso em: 21 de abril de 2017.<br><br>ARTECHE, Adriane X. BORNHOLDT, Ellen A. RIBEIRO, Luciane de S. WAGNER, Adriana. Configuração familiar e o bem estar psicológico dos adolescentes. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1999.<br><br>Gazeta do Povo. 23 mil crianças ainda vivem nas ruas no Brasil. 21 de março de 2011. Disponível em: < http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/23-mil-criancas-ainda-vivem-nas-ruas-no-brasil-epp6r1bvny1r1impam9dv7426 >. Acesso em: 19 de abril de 2017.<br><br>MAGNONI, Antonio Francisco. RODRIGUES, Kelly De Conti. O rádio e a adaptação à nova era das tecnologias da comunicação e informação: contextos, produção e consumo. Unesp/Bauru-São Paulo, 2013.<br><br>MEDINA, Cremilda. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 2008.<br><br>Nexo. Com qual idade as pessoas saem de casa no Brasil. 27 de fevereiro de 2017. Disponível em: < https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/02/27/Com-qual-idade-as-pessoas-saem-de-casa-no-Brasil >. Acesso em: 21 de abril de 2017.<br><br>Portal G1 São Paulo. 37% dos brasileiros não aceitariam filhos homossexuais, diz pesquisa. São Paulo, 31 de maio de 2015. Disponível em: < http://g1.globo.com/brasil/noticia/2013/05/37-dos-brasileiros-nao-aceitariam-filho-homossexual-diz-pesquisa.html >. Acesso em: 20 de abril de 2017.<br><br>Tribuna. Jovens saem de casa para fugir de conflitos familiares. 02 de janeiro de 2014. Disponível em: < http://www.tribunapr.com.br/painel-do-crime/jovens-saem-de-casa-para-fugir-de-conflitos-familiares/ >. Acesso em: 20 de abril de 2017.<br><br> </td></tr></table></body></html>