INSCRIÇÃO: | 00843 |
CATEGORIA: | RT |
MODALIDADE: | RT04 |
TÍTULO: | Saída 3 |
AUTORES: | victor castello tomazelli (Universidade Anhembi Morumbi); Ricardo Tsutomu Matsuzawa (Universidade Anhembi Morumbi); Juliana Nunes (Universidade Anhembi Morumbi) |
PALAVRAS-CHAVE: | Ficção científica, seriado, experimento ilegal, episódio piloto, série |
RESUMO | |
SAÍDA 3 é um projeto de episódio piloto para seriado. O gênero experimentado no vídeo é a ficção científica com subgênero de suspense, discutindo a questão da liberdade física e mental, temática contextualizada através do protagonista, vítima de um experimento ilegal, colocado pra ele como um tratamento preventivo de uma possível doença, penitenciado em sua própria mente, que não encontra saída para retornar à realidade. | |
INTRODUÇÃO | |
Este projeto é uma peça audiovisual de ficção científica, piloto de série, criado e produzido pelos alunos de Comunicação Social – Radialismo, Televisão e Internet, da Universidade Anhembi Morumbi. O projeto foi pretendido através da familiaridade do grupo com o gênero, entendendo o desafio de realiza-lo em um semestre, com baixo orçamento, na cidade de São Paulo. Para tal abordagem, o grupo conjecturou a história da ficção científica desde o seu sentido literal, a relação entre o ser humano e o imagético e a maneira que este tema se comporta como gênero audiovisual no Brasil. Através destas referências, chegou-se ao universo ficção científica, pretendido, o qual não possui grandes desdobramentos no audiovisual nacional. Há neste projeto, a discussão, de maneira indireta, da questão da liberdade e o condicionamento humano. Esta temática, em Saída 3, será contextualizada através do protagonista, vítima de um experimento ilegal, penitenciado em sua própria mente, que não encontra saída para retornar à sua realidade. Também, há um médico (representação do cientista) responsável por este experimento, assim como alguns aspectos de filmes cyberpunks, que sempre contam a versão lúgubre da revolução biotecnológica onde o background é o exagero da ciência utilizado para um experimento ou benefício próprio. A narrativa foi construída baseada em fortes características de narrativas clássicas de ficção científica, como a grande corporação científica que sustenta o experimento, um universo onde é extremamente possível a concretização das ações, ainda que não sejam possíveis em nossa realidade e a supressão da ética. | |
OBJETIVO | |
A proposta deste projeto é trazer ao mercado audiovisual brasileiro um produto nacional de ficção científica com subgênero de suspense, produzido com baixo orçamento (total de cinco mil reais), com capacidade para exibição e desenvolvimento de outros episódios, formando assim, uma série. Além de apresentar personagens, rotinas e lugares paulistas; criando um universo verossímil, no universo de ficção cientifica e mostrando o quão fácil e boas são as possibilidades deste tipo de produção aqui no Brasil. | |
JUSTIFICATIVA | |
A ficção científica é um gênero pouco explorado no audiovisual nacional, portanto, a ideia é trazer características marcantes de referências deste gênero para o contexto paulista com uma maneira independente de produzir um filme. Por conta da escassez de produtos de ficção científica brasileiros, tanto no audiovisual quanto na literatura, há também limitações referentes a pesquisas e estudos do gênero no cenário nacional, o que elevou a complexidade de embasamento da pesquisa prévia em nosso processo criativo. Este fato nos é favorável, pois acaba acrescentando certo valor em nosso projeto. Sendo assim, nos apoiamos nos estudos de Alfredo Luiz Suppia que discute a ficção científica e desdobramentos do gênero no Brasil, o que nos alicerçou na criação de linguagem, roteiro, arte e, inclusive, o objetivo final e pretensão do produto no mercado. Ainda que este gênero, geralmente, não represente a cultura brasileira, aproveitamos o momento em que produções independentes estão crescendo e conquistando seu espaço para realizar uma peça audiovisual do gênero ficção cientifica algo não tão convencional na produção brasileira. Sabemos o alto grau de dificuldade de execução que a proposta possui, pela complexidade do tema, a dificuldade em traçar e desenvolver toda a narrativa de um universo que não estamos habituados e o desafio de trazer este tema no contexto brasileiro, com atores brasileiros, no idioma e cenários locais, entre outros, sendo que o espectador não possui familiaridade com estes aspectos, conforme exposto anteriormente. Porém, este projeto possui um grande leque de aplicabilidade comercial e aberturas para possíveis desenvolvimentos. | |
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS | |
Saída 3 teve um longo processo criativo e produtivo, tendo como um dos maiores desafios desenvolver e produzir um filme em um período muito curto de tempo e com uma equipe extremamente enxuta. Nossa história é uma ficção científica, gênero pouco explorado no Brasil. Isso por si só já é uma outra grande dificuldade. Entretanto, diante da premissa que tínhamos, enxergamos uma história com potencial muito grande, o que acabou motivando o grupo em produzir com a maior eficiência possível, tendo em vista que teríamos posteriormente um produto em mãos com uma chance comercial bem considerável. Decidimos produzir uma história com gancho para tornar-se um produto seriado, e então surgiu a decisão de produzir um piloto de série. A roteirização da nossa ideia foi a parte complicada, por que para nós era tudo claro e compreensível, mas percebíamos a possibilidade de não ser clara para os espectadores, devido à complexidade dos elementos que trabalhamos. Foram alguns tratamentos até a versão final. Sob orientação tentamos colocar todas as respostas necessárias para que ficasse inteligível para o público, sem abandonar nosso objetivo de potencializar o produto como um piloto labiríntico e com ganchos para tornar-se um produto seriado e desta forma, seguimos uma linha narrativa aberta. O grupo identificou as necessidades de produção em paralelo aos primeiros tratamentos do roteiro, como a quantidade de atores para compor elenco, locações, alimentação para todas as diárias, locomoção dos atores, necessidade de figuração e de diárias de captação e ao fim desse levantamento, foi definido um orçamento mínimo de R$5.000,00 (cinco mil reais). Nos reunimos e tomamos a decisão de definir uma quantia como investimento pessoal de cada membro do grupo e tentar arrecadar o restante em campanhas crowdfunding – um tipo de arrecadação de fundos coletivos. Definimos a plataforma, as recompensas e começamos o trabalho de divulgação entre amigos, familiares e professores. Entramos com a campanha no Cartase e divulgamos ao máximo possível. E foi desta forma que obtivemos a quantia necessária para produzir nosso filme. Outra atitude tomada nessas primeiras reuniões foi a decisão sobre o casting, quantos atores iriamos precisar, quais seriam as características fundamentais, etc. O casting do Saída 3 foi uma grande preocupação do Gruppa Produções, pois tínhamos a missão de escolher um elenco que transparece conexão entre si, pois interpretariam o mesmo papel, os mesmos gestos e movimentos do nosso personagem Guilherme. O mais proveitoso desse processo, em termos de direção e direção de fotografia, foi evoluir e nos adaptar às nossas possibilidades. Conforme íamos gravando, íamos também percebendo o que funcionava ou não no set e isso reflete em um planejamento muito mais assertivo e funcional, além de objetivo. O trabalho de direção de fotografia foi muito discutido com a direção geral e a direção de arte, sendo a comunicação entre os departamentos de extrema importância para o projeto fluir como o esperado e ter um encaixe notável. Após a pesquisa feita pela diretora de arte, resolvemos assumir as cores frias, que remetessem à atmosfera científica, preferivelmente com pouca luz em cena e predominantemente tons esverdeados. Também, após a pesquisa teórica, onde decidimos inserir um experimento real que trata um câncer conhecido como Borboleta no Cérebro, procuramos os momentos exatos das cenas para inserirmos borboletas, que podem ser vistas em várias cenas em lugares e objetos estratégicos. Também colocamos os Easter Eggs que diziam ao público que a cena não estava realmente acontecendo, mas estava na mente de Guilherme. Sabíamos o que queríamos colocar em cena, como cartazes dizendo que a cena não era real, mas não sabíamos qual o momento exato, então fizemos várias opções e levamos em todas as diárias. Na edição, optamos por utilizar a plataforma Adobe, com os programas Premiere e After Effects, junto do programa Da Vinci, para coloração. Sobre a coloração, nossa proposta é de trazer todas as cenas para tons mais verdes, que segundo nossas pesquisas é o um tom atualmente predominante em filmes de ficção cinética. Fugindo um pouco da proposta original, usamos mais efeitos do que o planejado e cotado, tudo para melhor resultado para o filme. Esses efeitos foram colocados para aumentarmos a importância de algumas cenas, como o flashback. O processo produtivo de trilha seguiu caminhos diferentes do proposto inicialmente para o projeto, principalmente pelo curto tempo que tínhamos para gravar, editar e entregar o filme. A ideia de uma trilha experimental cedeu seu espaço para uma trilha mais simples, com elementos únicos, de poucas notas (a exemplo disso, no flashback usou-se um violoncelo, um violino, cada um deles fazendo a mesma nota, com a diferença de uma oitava). A música do filme tornou-se sutil. Foi um trabalho gratificante de ser realizado, pois todos os atores abraçaram o nosso projeto e deram tudo de si para realizar o melhor possível, a equipe agiu de forma dinâmica e eficaz durante todo o processo, obtivemos ajudas que foram primordiais para o filme. Soubemos lidar bem com os imprevistos que apareceram no decorrer do projeto, principalmente os que nos testavam no quesito correr contra o tempo. Acreditamos que a evolução fica clara se avaliado diária a diária, gravação a gravação. Foram muitos aprendizados e podemos dizer que estamos orgulhosos do resultado obtido. | |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO | |
Saída 3 trata-se de episódio piloto com gancho e arco para um seriado de Ficção científica com subgênero de suspense. Neste contamos a história de Guilherme, um homem de 30 anos que sofre fortes dores de cabeça e, ao procurar um especialista, descobre que possui um problema sério no lóbulo frontal (que é responsável pela memória recente). Seu neurologista, Dr. Frederico, indica um tratamento experimental, sem custos e garante que obteve sucesso em todos os seus outros pacientes. Guilherme então aceita o tratamento e sua mente troca de corpo com outros 4 personagens e pacientes deste tratamento, deixando nosso personagem principal confuso e desesperado para encontrar uma saída. Nos inspiramos em filmes e livros de ficção científica que nos trouxeram uma grande base para construção da narrativa e dos personagens, como por exemplo: Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde, Resident Evil e Efeito Borboleta. Misturando todas as referências construímos um episódio piloto que visa atingir todos os amantes de ficção científica, não traçando uma linha de faixa etária e que mostra que é possível construir uma boa narrativa ficcional e toda ambientada no estado de São Paulo. | |
CONSIDERAÇÕES | |
Desde o início sabíamos que queríamos representar a realidade e seu universo paralelo através da ficção científica. Tínhamos a ânsia de traduzir o grandioso universo da ficção científica à nossa realidade. Mais do que isso, queríamos mostrar aos jovens produtores que não há limites de gêneros ou fronteiras audiovisuais. Com técnica, mas experimentando desde o princípio, queríamos experimentar produzindo ficção cientifica no Brasil com um episódio piloto todo retratado com ambientes da cidade de São Paulo. | |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS | |
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