INSCRIÇÃO: | 00852 |
CATEGORIA: | RT |
MODALIDADE: | RT04 |
TÍTULO: | Rapunzel Sem Cabelo |
AUTORES: | BRUNO SINNHOFER (UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL); Bruna Couto (UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL); Felipe Cuebas (UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL); Marcos Corrêa (UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL) |
PALAVRAS-CHAVE: | Leucemia, Rapunzel, Telefilme, Vida, |
RESUMO | |
O telefilme Rapunzel Sem Cabelo conta o drama de Rapunzel, uma jovem de 18 anos e de longo cabelo loiro que tem desejo de ter experiências como qualquer outra garota de sua idade. Muriel, sua mãe, é superprotetora e não a deixa ter contato com o mundo externo. Ao descobrir um câncer raro, Rapunzel fica ainda mais reclusa e começa a ter sessões de terapia em casa com o psico-oncologista, Augusto, com quem irá viver um romance. | |
INTRODUÇÃO | |
O trabalho apresentado a seguir consiste em um projeto de telefilme realizado por acadêmicos do curso de Rádio, TV e Internet da Universidade Cruzeiro do Sul e tem como objetivo apresentar todas as etapas que envolveram a produção desse produto. Intitulado Rapunzel Sem Cabelo, o telefilme aborda a história de uma jovem que busca a tão sonhada liberdade após a descoberta de um câncer. O projeto tem duração de 45 minutos e trata-se de uma releitura do conto Rapunzel, dos irmãos Grimm, datado de 1812. | |
OBJETIVO | |
O objetivo é roteirizar e produzir um telefilme de ficção, de aproximadamente quarenta e cinco minutos, com qualidade de resolução de imagem full HD (1920x1080), colorido, som estéreo, que tem como referência o conto "Rapunzel" dos escritores alemães Irmãos Grimm. Com isso propor uma abordagem original do conto, abordar o embate de um personagem jovem diante de uma doença terminal e ilustrar a ansiedade dos jovens de querer ter novas experiências, muitas vezes passando por cima da autoridade de seus pais. | |
JUSTIFICATIVA | |
Rapunzel Sem Cabelo trata-se de um telefilme que aborda o drama de uma jovem, sem muitas experiências de vida, ao descobrir a leucemia. O objetivo desse projeto é trazer uma nova abordagem ao conto de fadas Rapunzel, escrito pelos Irmãos Grimm em 1812. Pouco se foi explorado do conto, seus desdobramentos no audiovisual foram nos filmes de animação infantil Barbie Como Rapunzel (2002) e Enrolados (2011), na série americana de drama e fantasia Once Upon a Time (2011) e no longa-metragem Caminhos da Floresta (2014). A abordagem proposta em Rapunzel Sem Cabelo é de colocar personagens de contos de fadas em situações reais, no caso de Rapunzel, a luta contra a leucemia. Em contrapartida, o telefilme faz um apelo a uma situação recorrente no Brasil que é o transplante de medula óssea. O número de doadores voluntários tem aumentado bastante nos últimos anos, e hoje, o banco de medula óssea conta com mais de 3,9 milhões de doadores cadastrados. Esse número foi conquistado através de investimentos em campanhas de sensibilização promovidas pelo Ministério da Saúde e órgãos vinculados. Rapunzel Sem Cabelo propõe que o telespectador dê um final diferente a todas as pessoas na mesma situação da personagem Rapunzel, atualizando o cadastro no banco de medula, para que cada vez mais pessoas vençam a leucemia. A escolha de criar uma obra de ficção para a TV foi feita porque, segundo Machado (2000), a televisão não deixou de crescer em importância, a ponto de firmar-se hoje como o meio de comunicação de maior influência nos costumes e opinião pública. Apesar de tímido, há um interesse pelo formato de telefilme pelas emissoras de TV brasileira, isso se dá pelo menor custo de produção e período de gravação reduzido, uma ótima oportunidade para produtoras independentes. Além disso, a Lei da TV paga (Lei 12.485), sancionada em 2011, garante que canais de TV paga dediquem 3 horas e 30 minutos semanais de seu horário nobre à veiculação de conteúdos audiovisuais brasileiros, sendo que metade deverá ser produzida por produtoras independentes. O objetivo desta lei é de, além de valorizar a cultura brasileira, incentivar uma nova dinâmica de produção e circulação de conteúdos nacionais. Sendo assim, as oportunidades de produzir um telefilme como Rapunzel Sem Cabelo e vender esse formato para grandes emissoras aumentaram muito. Em outubro de 2004, o jornalista americano Chris Anderson popularizou o termo "Cauda Longa", dois anos mais tarde, esse conceito tornou-se motivo de estudo por ele em seu livro A Cauda Longa: Do Mercado de Massa Para o Mercado de Nicho. A grosso modo, o conceito Cauda Longa significa que, comparado aos hits (produtos mais populares), um pequeno nicho gera maior impacto. Segundo Anderson, os produtos de nicho crescem num ritmo mais rápido que os hits, e sua participação na receita total é crescente. Atrelado a um conceito transmídia, proposto por Henry Jenkins em Cultura da Convergência, trabalhar com a linguagem e plataforma específica de cada nicho é fundamental para aproximar o público e prolongar o tempo de vida do produto. O projeto de Rapunzel Sem Cabelo foi concebido e pensado dentro de um conceito transmídia específico para cada nicho, atendendo os interesses de cada um deles de forma diferente, e assim, atraindo mais cotas de patrocínio. | |
MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS | |
O projeto Rapunzel Sem Cabelo, orientado pelo Prof. Dr. Marcos Corrêa, deu-se a partir de uma leitura e compreensão do roteiro por toda equipe de produção deste. A equipe, composta por dez alunos, dividiu-se em três pilares na pré-produção: arrecadação de recursos, direção e arte. Esses direcionamentos serviram para que cada área responsável canalizasse seu trabalho de forma mais assertiva. Para a captação de recursos, as equipes providenciaram eventos como sorteios e rifas, venda de kits promocionais do filme (kit de pintura personalizado) e contou com apoio cultural do Hospital Ruben Berta e do cirurgião José Neder Netto. Ao total, a equipe arrecadou cerca de 16 mil reais para todos os investimentos da produção. A direção, além de centralizar todas as áreas envolvidas no processo, incumbiu-se de toda leitura e compreensão do roteiro para considerar as melhores opções para se contar essa história. Todas as opções foram levadas a ela para que criasse uma unidade para o filme. Foi daí que surgiram todas as ideias de passagens de tempo, ambientação dos cenários, caracterização dos personagens. A equipe de arte também teve o trabalho de traduzir todas essas ideias, tanto de roteiro, quanto de direção, em um conceito visual, criando espaços físicos, bem como seus devidos objetos cenográficos, devidamente coerentes com o período histórico e estilo arquitetônico. Conforme a afirmação de LoBrutto (apud SKROBOT, 2013, p.16) o diretor de arte tem função de coordenar o figurino, a maquiagem e o cabelo para manter a identidade visual do filme, no caso de Rapunzel Sem Cabelo, o trabalho com maquiagem foi dobrado, pois devido a questões contratuais a atriz que interpreta Rapunzel não pôde raspar o cabelo, neste caso, a produção teve que contar com profissionais específicos do ramo e que atendessem a realidade financeira do grupo. Após semanas de reuniões, decupagens, testes, ensaios, visitações, elenco e locações fechadas, a gravação do telefilme Rapunzel Sem Cabelo dividiu-se em seis diárias, sem nenhum atraso, tomando um cuidado especial com a fotografia, atuação e a captação do som, para que estes fossem um diferencial para um projeto acadêmico. Com todo o material bruto gravado, em uma edição que levou cerca de um mês e meio para ficar pronta, o projeto Rapunzel Sem Cabelo ganhou vida. | |
DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO | |
O conto Rapunzel tem várias versões, segundo Bueno (2015), para o blog Books Many Books, a primeira delas em 1637 e foi escrita por Giambattista Basile, que escreveu em seu conto a história de Petrosinella. Sessenta anos mais tarde,em 1697, Charlotte Rose de Caumont de la Force, escritora francesa publicou a sua nova versão para o conto chamada de Persinette. A história de Persinette foi traduzida para o alemão por diversas vezes, amais famosa delas foi a de Wilhelm e Jacob Grimm, que deu origem ao que conhecemos hoje por Rapunzel. Um dos objetivos do telefilme Rapunzel Sem Cabelo é de trazer uma nova abordagem para o conto dos Irmãos Grimm, de modo que fosse explorado o lado psicológico de Rapunzel: como é para Rapunzel ser uma jovem que vive trancada em sua torre sem contato com o mundo exterior. No telefilme Rapunzel Sem Cabelo a personagem principal Rapunzel é uma jovem, longo cabelo loiro, que é vetada por sua mãe de agir como uma adolescente normal, como ir a festas, namorar, viajar e etc.. Em um determinado momento, Rapunzel descobre uma leucemia e a partir daí ela começa um acompanhamento psicológico para tratar questões afetivas e pessoais. A história de Rapunzel é subdividida nas quatro estações do ano, inicia no verão e termina na primavera, cada capítulo representa não apenas o clima em que o enredo se desenrola, mas também, aspectos sobre o estado de espírito, saúde e energia da personagem. Essa subdivisão foi posta, pois segundo Franco Guizzetti (2003), para a coluna sobre energia e bons fluídos do site Folha Online, cada estação possui uma influência. "Primavera: significa vida e renascimento. (...) Verão: valorize, neste período, a parte social. Você estará mais desinibido, alegre e comunicativo. Aberto a novas idéias, mais despojado e pronto para novas aventuras (...). Outono: termine sua colheita, deixe todos os assuntos pendentes em ordem e tire férias. Nesse período você estará mais propenso a cansaços e falta de energia. (...) Inverno: estamos na reta final de nossa reserva de energias. Cuidado com problemas de saúde e combata a depressão." Desse modo acredita-se que as estações têm uma forte influência durante a narrativa de Rapunzel Sem Cabelo. | |
CONSIDERAÇÕES | |
O que buscamos foi desafiar as produções dentro do âmbito acadêmico, afinal sem risco não há evolução. Grandes ideias surgem de um coletivo que, em nosso caso, manifesta nossas inquietações através da arte. Com isso aprendemos que produção audiovisual é acreditar e confiar no trabalho de sua equipe. Após a conclusão de Rapunzel Sem Cabelo podemos afirmar que conquistamos muito mais do que técnica e sim, técnica atrelada a sensibilidade de contar uma história que desperte a percepção de quem está assistindo. | |
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS | |
BALOGH, Anna Maria. O Discurso Ficcional na TV. Edusp – Editora da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2002.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䈀䔀刀一䄀刀䐀䔀吀Ⰰ 䨀攀愀渀ⴀ䌀氀愀甀搀攀⸀ 䌀椀渀攀洀愀 䈀爀愀猀椀氀攀椀爀漀㨀 倀爀漀瀀漀猀琀愀 倀愀爀愀 唀洀愀 䠀椀猀琀爀椀愀 ⼀ 䨀攀愀渀ⴀ䌀氀愀甀搀攀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䌀漀洀瀀愀渀栀椀愀 搀愀猀 䰀攀琀爀愀猀Ⰰ ㈀ 㤀⸀
BUENO, Patrícia. “A verdadeira história de Rapunzel de 1637 por Basile”. In.: Book Many Books (Blog), On-Line. Disponível em: http://booksmanybooks.blogspot.com.br/2015/07/a-verdadeira-historia-de-rapunzel-de.html. Acessado em: 31/07/2016㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀䠀刀䤀匀Ⰰ 䄀渀搀攀爀猀漀渀⸀ 䄀 䌀愀甀搀愀 䰀漀渀最愀⸀ 䔀搀椀琀漀爀愀 䌀愀洀瀀甀猀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀甀渀椀昀爀愀⸀戀爀⼀瀀爀漀昀攀猀猀漀爀攀猀⼀搀愀渀椀攀氀愀开愀氀椀渀攀⼀䄀渀搀攀爀猀漀渀Ⰰ─㈀ 䌀栀爀椀猀─㈀ ⴀ─㈀ 䄀─㈀ 䌀愀甀搀愀─㈀ 氀漀渀最愀⸀瀀搀昀 愀挀攀猀猀愀搀漀 攀洀 㘀⼀ 㔀⼀㈀ 㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䌀伀䴀倀䄀刀䄀吀伀Ⰰ 䐀漀挀⸀ 䐀愀 䌀爀椀愀漀 愀漀 刀漀琀攀椀爀漀⸀ 㔀 䔀搀⸀Ⰰ 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀㨀 刀漀挀挀漀Ⰰ ㈀ ⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䘀䤀䔀䰀䐀Ⰰ 匀礀搀⸀ 䴀愀渀甀愀氀 搀漀 刀漀琀攀椀爀漀⸀ 䔀搀椀琀漀爀愀 伀戀樀攀琀椀瘀愀Ⰰ 䈀爀愀猀椀氀Ⰰ ㈀ ⸀ GUIZZETI, Franco. “A Influência das Quatro Estações”. In.: Folha Online. Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/colunas/energiaebonsfluidos/ult602u63.shtml. Acessado em 03/10/16.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䨀䔀一䬀䤀一匀Ⰰ 䠀攀渀爀礀⸀ 䌀甀氀琀甀爀愀 搀愀 挀漀渀瘀攀爀最渀挀椀愀⸀ ㈀⸀ 攀搀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 䄀氀攀瀀栀Ⰰ ㈀ 㤀⸀ LEIRO, Lúcia. “Rapunzel, Petrosinella e Persinette”. In: Literatura e Educação. (Blog). 2011. Disponível em http://literaturaeeducacao-uneb.blogspot.com.br/2011/12/rapunzel-nao-e-alema.html. Acessado em 16/05/2016. MACHADO, Arlindo. A Televisão Levada a Sério. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2000. MOLETTA, Alex. Criação de Curta-Metragem em Vídeo Digital: Uma Proposta Para Produções de Baixo Custo, São Paulo: Summus Editorial, 2009. Serasa Experian. “O poder da segmentação ao seu alcance”. (On-Line). Disponível em https://marketing.serasaexperian.com.br/consumer-insights/mosaic/ acessado em 16/05/2016.㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䬀刀伀䈀伀吀Ⰰ 䰀愀爀椀猀猀愀 䰀愀琀漀栀⸀ 䔀渀琀爀攀 倀漀爀琀愀猀㨀 挀漀渀猀琀爀甀漀 挀攀渀漀最爀昀椀挀愀 瀀愀爀愀 昀椀氀洀攀 挀甀爀琀愀ⴀ洀攀琀爀愀最攀洀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 栀琀琀瀀㨀⼀⼀爀攀瀀漀猀椀琀漀爀椀漀⸀爀漀挀愀⸀甀琀昀瀀爀⸀攀搀甀⸀戀爀⼀樀猀瀀甀椀⼀戀椀琀猀琀爀攀愀洀⼀⼀㈀㤀㠀㐀⼀⼀䌀吀开䌀伀䐀䴀伀开㈀ ㈀开㈀开 㘀⸀瀀搀昀⸀瀀搀昀 愀挀攀猀猀愀搀漀 攀洀 㘀⼀ 㔀⼀㈀ 㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀 |