ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00888</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Sete Pecados.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Débora Mendes de Oliveira (Universidade Federal de Ouro Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Fotografia de arte, fotografia editorial, jornalismo, pecados, revista</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho é resultado da produção fotográfica que surgiu como proposta para a capa da revista Curinga, produto da disciplina Laboratório de Impresso II, do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto. A 20º edição da revista abordou a temática Sete Pecados e, para a representação destes, foi realizada a fotografia em questão, em que sete personagens sugerem ou lembram o conflito humano diante dos atos taxados como pecaminosos. Buscando simbolizar de forma desnuda a mulher/o homem como criador, sujeito de e à condição de pecador, a construção desta imagem tem como objetivo provocar a reflexão sobre diferentes maneiras de relacionar este tema abordado durante a elaboração da revista. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">André Roiullé (2009) define que a fotografia como arte se adentra a um campo mais amplo, provindo de uma solução à perda dos valores modernos. A arte-fotografia pertence à pós-modernidade, em que há um rompimento com as práticas artísticas anteriores, sendo que esta é um resultado da mudança de como se vê e da ideia de realidade. Simultaneamente, a fotografia é encarregada de transformar o real em virtual, se aproximando de um objeto artístico, impossibilitando que a arte desapareça. Desta maneira, a imagem deste trabalho busca transformar corpos em objetos artísticos únicos, que constroem, de forma específica e contingente, o conceito dos sete pecados. A fotografia  Sete Pecados foi pensada e realizada durante a disciplina Laboratório de Impresso II, cursada pelos alunos do sétimo período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP). Durante o segundo semestre do ano letivo de 2016 foram produzidas duas edições da revista, sendo a primeira um especial sobre um ano do rompimento da barragem da Samarco em Mariana-MG e a segunda, uma edição temática acerca dos Sete Pecados, que deu origem a esse produto. A 20º edição da revista Curinga abordou os sete pecados por meio de conceitos atuais, apresentando situações palpáveis e do nosso cotidiano, reinventando e discutindo quais atitudes realmente são "duras falhas" e passíveis de julgamento, além do conflito do que é certo e errado, e para quem se aplica tais definições. A partir das questões que surgiram durante a apuração para a construção da revista, as editoras perceberam a ligação entre os pecados com o ego de cada indivíduo, como foi exposto pela aluna Priscila Santos, editora chefe da edição, no Editorial da revista:  O corpo é o abrigo do pecado. É a alma, nua, que dá poder aos desejos. É o impulso quase avassalador de ser, de ter, de pertencer. A partir dessas discussões surgiu a proposta desta fotografia, que foi usada para a capa e a contracapa da 20ª Curinga.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia discutida neste trabalho tem como intenção convidar, provocar o leitor a uma ressignificação do sentido literal da palavra pecado, provocando uma reflexão de como lidamos com os pecados em nossas rotinas. A imagem foi pensada para ocupar a capa e a contracapa da revista, sendo que a relação entre as duas é parte do projeto editorial desta. Por se tratar de uma temática tão antiga e da necessidade de despertar o interesse do público, a fotografia ganha ainda mais destaque. A nudez, por sua vez, foi escolhida para provocar o impacto desejado, além de remeter ao primitivo - o pecado original concebido ainda no Jardim do Éden - chegando até à contemporaneidade, na qual, cada vez mais, as pessoas encontram maneiras alternativas para se despirem de suas amarras sobre o que realmente é ou significa o pecado em suas vidas. O número de sete personagens faz alusão à temática e também à espiritualidade que ele carrega dentro da numerologia, considerado também o número da perfeição e do sagrado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os sete pecados capitais são os pecados  cabeças (do latim  Caput ), o que significa que eles são responsáveis pela origem dos demais, como explicou o teólogo Rodrigo Portella, em entrevista a aluna Caroline Borges, que pertencia a equipe de reportagem, na edição da revista:  Os sete pecados capitais seriam as incubadoras dos demais desequilíbrios humanos, ou de suas consequências . Apesar de terem sido compilados pelo Papa Gregório Magno durante o século VI, eles foram incorporados à doutrina católica apenas no século XIII, após o teólogo São Tomás de Aquino explicar cada um deles detalhadamente. Desde que surgiram, os sete pecados capitais são empregados a favor dos interesses éticos da Igreja e são usados como moldes para um almejado comportamento massificado da sociedade. Sendo que tal comportamento da Igreja Católica é comum este ato de doutrinação e controle, como exemplifica Sérgio Amorin (2011):  Relativamente às metafísicas alimentadas pelas doutrinas religiosas, os espaços religiosas são também segregados em relação aos demais espaços da cidade, tendo-se em vista um determinado controle e domínio dos sacerdotes juntos aos seus  rebanhos , no contexto dos espaços da cidade, em seus poderes políticos-estatais e econômico-mercadológicos entre outros. (AMORIN, 2011, p.40) Apesar dos pecados capitais terem sido compilados no século VI, desde o início da igreja o pecado é presente e está diretamente ligado ao ego. Tom McMahon (2015), explica que Lúcifer era um anjo que se rebelou contra Deus e veio a se tornar o inimigo, como consequência de ter feito sua vontade própria (ego), descrita no livro bíblico de Isaías 14, versículo 14:  subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo . McMahon completa que foi Lúcifer quem trouxe o pecado a Terra, ao influenciar Eva a comer o fruto proibido, o que deu origem ao pecado original. Para ele, este ato de desobediência foi o responsável por distanciar a humanidade de Deus, em busca de satisfazer seu ego. A partir deste ponto começou a reflexão de que os pecados eram originados pelo ego, o que foi amplamente discutido entre as editoras geral, de fotografia e de arte. A jornalista Rosane Queiroz (2017), em sua publicação do site HuffPost Brasil, traz uma nova definição aos sete pecados em uma visão contemporânea, uma lista que apresenta atitudes exacerbadas que podem ser observadas em nossa sociedade e reforçam a ideia de pecado como alimento para o ego. Na lista de Queiroz sobre os sete pecados do momento a Luxúria passa a ser Luxúria Obrigatória, tendo como definição:  Ah, a luxúria. Que delícia fazer amor bem e bastante. Isso nunca foi pecado, a não ser para quem não gosta da coisa. Mas não pode ser só papai-e-mamãe nem menos do que sete vezes por semana. É preciso transar com parceiros diferentes, em todas as posições do Kama Sutra, em lugares longínquos ou perigosos e ter orgasmos múltiplos. Inclusive, quem não tem orgasmo vai para o inferno. (QUEIROZ, 2017) Durante as discussões entre as editoras, veio a necessidade de trazer para a capa da revista esta ideia sobre a relação entre o pecado e o ego, resultando na imagem apresentada. Os corpos desnudos buscam tratar da objetificação do pecado como parte do indivíduo, não importando quais crenças e religiões suas, apenas a pessoa em si. Além de ser uma alusão ao que vem antes do pecado original no Jardim do Éden, onde apenas depois de comer o fruto proibido Adão e Eva perceberam que estão nus e, por vergonha de seus corpos, produziram aventais de figueiras para se cobrirem. Sendo assim, a ideia da fotografia é provocar a reflexão sobre as diferentes formas de pecados e como elas se apresentam no dia a dia de cada indivíduo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Eu, Débora Mendes, editora de fotografia da edição da revista, fui a responsável pela idealização e pela execução da fotografia aqui apresentada, pensada, como de costume, após a discussão do assunto com a editora geral e a editora de arte. Evelyse Horn (2010), apresenta a definição de fotografia-expressão, assim me fazendo refletir sobre como chegar na transição da mensagem que desejava.  A idéia da fotografia como uma duração a ser experimentada se encaixa plenamente na idéia da fotografia-expressão, onde o fotógrafo busca subjetividade por meios para expressar uma mensagem. Mais do que isso, Bourriaud nos faz pensar, quando fala de pós-produção, em como se dá a produção imagética na contemporaneidade. O fotógrafo contemporâneo não mais se apropria do real para fazer imagens, ele se apropria do imaginário (HORN, 2010, p 10). Inicialmente fiz o contato com a ex-aluna do curso de Jornalismo da UFOP, Bruna Sudário, que atualmente cursa Artes Cênicas na mesma instituição. Na situação, expliquei a ideia da foto, a convidei para que fosse modelo e também foi pedido que repassasse a proposta a amigos do curso. Para auxiliar na comunicação, Bruna criou um grupo no aplicativo Whatsapp e após detalhamento da produção, sete pessoas manifestaram interesse e se mostraram dispostas a ajudar durante todo o processo. Bruna não participou da imagem por incompatibilidade de horários. Tendo em vista a complexidade das expressões corporais desejadas, os alunos convidados auxiliaram na discussão e na composição final, pelo conhecimento mais aprofundado das técnicas. O curso de Artes Cênicas também disponibilizou uma das salas teórico/práticas, chamada pelo estudantes de  Sala Preta , que é equipada com material de iluminação e de sonorização, apta à pesquisa, prática e experimentação teatral. O espaço foi usado como um estúdio fotográfico durante a produção, já que no curso de jornalismo não dispomos de um. Ele foi escolhido por ter uma estrutura favorável às necessidades da fotografia e por fazer parte do Departamento de Artes Cênicas (DEART), local onde o grupo de modelos tem mais facilidade de acesso, familiaridade e se sentiram mais à vontade. Vale aqui destacar que na UFOP, o curso de jornalismo fica no campus Mariana e o de artes cênicas no de Ouro Preto. Portanto, meu deslocamento teve como objetivo viabilizar o encontro com os personagens em local mais adequado. A iluminação montada para fotografar os sete personagens foi pensada com o intuito de reforçar a ideia que os pecados surgem para alimentar o ego de cada um. A luz redonda e direcionada apenas nos modelos, tornando as bordas da imagem escuras, tem como objetivo dar forças aos dogmas ali representados, além de fazer alusão ao bem e ao mal, o que está sujeito à diversas interpretações. O jogo de luz usado se assemelha ao empregado nas pinturas clássicas que trabalham com esses opostos. Por se tratar de uma fotografia editorial no jornalismo, essa liberdade é justificada pela busca de um conceito, de uma ideia, de uma sensação, de uma ambiência. E não da costumeira factualidade que coloca o jornalismo em relação direta com a busca por "retratar a realidade". Uma das pinturas usadas como referência foi a composição Os Sete Pecados Capitais, uma obra clássica de Hironymus Bosch (1480). Esta também é conhecida por  Os Sete pecados Mortais e os Quatro Novíssimos do Homem . A pintura foi realizada inicialmente para ser o tampo de uma mesa e, acredita-se, que foi encomendada por alguma ordem religiosa. No centro da pintura há um círculo que representa o olho de Cristo ressuscitado, ele está pintado onde seria a pupila, representado em pé, sobre o túmulo e mostrando suas chagas. Em torno da íris está a frase:  Cave cave deus videt! (Cuidado, cuidado, Deus vê!) e junto com o dizer, existem várias linhas radiais douradas. Onde seria a córnea, a pintura se divide em sete trapézios e em cada um é representado um dos pecados capitais. Este círculo central está em destaque, sendo pintado em tons mais claros ao seu redor e um fundo preto, com quatro círculos menores em suas extremidades, representando as últimas etapas da vida: morte, juízo final, inferno e paraíso. Estes são pintados em tons mais escuros. Na produção da fotografia foi utilizado um canhão de luz branca em parte da estrutura da Sala Preta, com o propósito de chegar à iluminação desejada, destacando os modelos dentro das bordas muito escuras. O equipamento fotográfico empregado foi uma câmera Nikon D 3500, com lente 18-55mm. A distância focal de 18mm teve como objetivo aproveitar melhor o espaço disponível para se fotografar, a partir do campo da lente. A abertura do diafragma foi a máxima permitida pela lente em questão, f/3.6, para aproveitar melhor a intensidade luminosa disponível, no caso bastante escassa. Como todos os personagens foram alinhados perpendicularmente em relação à objetiva, a profundidade de campo não se tornou um problema. Também foi usado o ISO 500 e velocidade de exposição 1100, tentando, dentro das condições disponíveis, manter a qualidade necessária e possível para a foto, e evitando algum tremido, respectivamente. A realização efetiva das fotos, após toda a pesquisa, discussões com as demais editorias da revista, preparação e planejamento realizados, durou apenas cerca de uma hora. Inicialmente foi reforçado aos modelos as expressões corporais que se pretendia explorar e, em seguida, houve a definição sobre qual pecado cada um iria representar. Após este processo, os personagens precisaram se despir e, por um momento, alguns se sentiram envergonhados e tiveram dificuldades em tirar as roupas íntimas. Porém o primeiro a ficar nu encorajou os outros ao dizer que o nosso estado natural era aquele. Em seguida comecei a fotografar, uma vez que a iluminação já havia sido testada, para que não cansasse os modelos e porque o técnico responsável pela operação da mesa de iluminação não tinha disponibilidade de horário para acompanhar o ensaio completo, o que também dificultou o processo. Após produzir as fotos, iniciei um processo de seleção das 71 fotografias realizadas. Todas foram tiradas no sentido horizontal, uma vez que era para ocupar a capa e contracapa da revista Curinga. Como já foi dito anteriormente, o projeto editorial do produto propõe que ambas sejam sempre trabalhadas em conjunto, continuidade ou/e relação. Após uma seleção fina apresentei cinco imagens, que foram discutidas entre editoras e professores responsáveis pela disciplina, para decidirmos qual seria tratada e utilizada. Antes da escolha final, a editora de arte, Giselle Carvalho, testou como ficaria a dobra da revista na imagem e como seria aplicado o texto do título. Com a fotografia já no Indesign e com visualização de como seria a sua utilização na capa e na contracapa, foi confirmada a foto em questão. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A iluminação usada foi escolhida para se assemelhar com a pintura de Hironymus Bosch, citada anteriormente. A luz redonda, direcionada apenas aos sete personagens da imagem, fazendo referência ao círculo central da pintura, dá destaque aos pecados ali representados pelos jogos corporais destes, ao mesmo tempo que provoca grande contraste entre as bordas e o assunto da fotografia. Assim como na pintura, os pecados são também representados no centro da imagem, com destaque. A imagem conta com sete personagens nus, cada um lembrando a existência de um pecado, buscando provocar definições abertas a esse respeito. Os sete personagens da imagem são posicionados enfileirados, sendo que na capa estão quatro deles e, na contracapa, os outros três. A primeira personagem (da direita para a esquerda) é Gislayne Santos, que representa o pecado da vaidade. Ela está com as mãos pelos cabelos, com o olhar firme e sereno, como se a câmera dirigisse seu foco apenas para ela. De frente à Gislayne está Railson Fidélis, representando a preguiça. Este parece que foi colocado ali como um boneco e ficou entregue à cena, com ombros jogados para baixo, olhando de maneira sutil para frente. Railson está posicionado como se estivesse deitado nas costas de Gabriel Garfield, que representa a inveja. Este, por sua vez, posiciona sua mão de forma que não a enxergamos nas costas da luxúria (personagem seguinte), ao mesmo tempo que vira o rosto para o outro lado e olha para o nada, como quem tenta disfarçar algo. A luxúria é representada por Isadora Matricarde e está entre a inveja e a ira, com seu braços abertos sobre os ombros destes, sendo a única que fica totalmente de frente para a câmera. Ela olha fixamente para a lente como se seduzisse quem está ali (que deve convidar o leitor a explorar a revista), fechando a extremidade esquerda da capa, e por isso indicando a continuidade da imagem na contracapa. O corte da revista é feito entre a Isadora e Caio Vinicius, que representa a ira, e tem apenas uma perna e uma mão aparecendo na capa (reforçando a questão da continuidade da imagem). Sua mão aperta forte a cintura da luxúria. De costas para Caio está Lua Melo Franco, que representa a avareza e contracena com Carolina Lopes, que representa a gula. As duas são as que apresentam maiores dificuldades de representações por seus jogos corporais usados no momento, mas o entreolhar delas passa uma mensagem de desejo exorbitante de quem sempre anseia por mais, característica presente em ambos os pecados. A paleta de cores dos corpos nus dos modelos conversam com a cor do chão da Sala Preta, que é um tablado de madeira. Já o fundo preto da parede conversa com as bordas ainda mais escuras, criando grande harmonia na imagem. Isso faz com que a fotografia tenha uma unidade, que pode causar um impacto maior em quem a vê, de forma que faça com que estes reflitam sobre a mensagem transmitida. Para ser usada na revista a imagem passou por tratamento no programa Adobe Lightroom. No programa, alterei a curva de contraste e removi algumas pequenas manchas brancas que a parede preta ao fundo apresentava. Após este tratamento, a foto foi trabalhada no Indesign pela editora de arte, que ajustou onde ficaria melhor o corte da foto entre capa e contracapa e acrescentou o texto de título da revista. Este foi inserido na parte esquerda superior da capa, na cor roxa, que estava sendo trabalhada dentro do corpo da revista e com destaque durante a edição. Este trabalho da editora de arte foi acompanhado por mim e aprovado pela editora geral junto com os professores responsáveis, como tudo que é produzido na revista, na interface entre seu corpo editorial e docente. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Até o final deste paper a revista impressa não havia sido distribuída, sendo assim, ainda não sabemos como a comunidade acadêmica e externa irá receber a imagem de sete pessoas nuas na capa de um meio de comunicação reconhecido pela região, tendo em vista a impressão que se nutre na UFOP de Mariana ser uma cidade conservadora. Esse é um aspecto que nos toca e desafia a refletir e aprofundar nossas impressões sobre o papel social, estético, ético, político do jornalismo. É preciso levar em conta a ideia dessa imagem editorial tocar os leitores naquilo que pretende provocar, ou apenas apela a seu estranhamento e/ou desaprovação. O desafio da fotografia editorial visa produzir algo convidativo, algo instigante que gera o despertar do interesse do leitor. Toda essa construção não representa um conceito único ou um olhar cético para um só contexto, a tematicidade da revista, o trabalho desenvolvido pelos demais colegas devem estar inclusos, pois a capa tem papel determinante na forma como os leitores vão prejulgar suas percepções e desenvolver um olhar subjetivo a partir daí. O trabalho é relevante quando levamos em consideração a atuação da construção de imagem feita por dois cursos o de jornalismo e artes cênicas da UFOP, que em conjunto gera enriquecimento para ambos. Ao final há de se considerar a ruptura com os modelos tradicionais de capas feitas por grande parte das revistas estudantis, apresentando uma característica inovadora e desafiadora visando o impacto ao leitor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AMORIM, Sérgio Gonçalves de. Contradições e ambiguidades do espaço religioso - megaigreja, urbanização e massa. Tese (doutorado na área de Ciências de Concentração Religião e Sociedade)  Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. São Paulo, 2011. Disponível em: <https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/1829> . Acesso em: 26 abr. 2017. <br><br>BORGES, Caroline. Pecados vão rolar. Revista Curinga, Mariana, ano 7, ed. 20, p.22-23. Mar, 2017. <br><br>BOSCH, Hieronymus.  The Seven Deadly Sins and the Four Last Things . 1480/85 Pintura a óleo sobre plano de madeira. Museo del Prado, Madrid. <br><br>HORN, Evelyse Lins. Fotografia-expressão: a fotografia entre o documental e a arte contemporânea. XI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, 2015. Disponível em: <http://www.poscom.ufc.br/arquivos/fotografia_express%E3o.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2017. <br><br>MCMAHON, Tom. Ego: O Problema Número um da Humanidade, Revista Chamada da Meia-Noite. [S.l.], 2015. Disponivel em: <http://www.chamada.com.br/mensagens/ego.html> Acesso em: 25 abr. 2017. <br><br>NUNES, Meire Aparecida Lóde; OLIVEIRA, Terezinha. Os sete pecados mortais e os quatro novíssimos do homem em Bosch: uma representação mental no declínio da Idade Média. In: Seminário de pesquisa - Universidade Estadual de Maringá. 2008, Maringá. Disponível em: <http://www.ppe.uem.br/publicacoes/seminario_ppe_2008/pdf/c034.pdf> Acesso em: 25 abr. 2017. <br><br>QUEIROZ, Rosane. Os 7 pecados modernos. HuffPost Brasil. [S.l.: s.n.], 2017. Disponivel em: <http://www.huffpostbrasil.com/rosane-queiroz/os-7-pecados-modernos_b_5798750.html>. Acesso em: 25 abr. 2017. <br><br>ROUILLÉ, André. A fotografia: entre documento e arte contemporânea. Revista Poiéses, São Paulo, ed 15, p.243-246. Jul., 2010. <br><br> </td></tr></table></body></html>