ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01023</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Amélias-Ensaios</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Andressa Nunes Leal (Universidade Anhembi Morumbi); Ricardo Tsutomu Matsuzawa (Universidade Anhembi Morumbi); Larissa Venâncio (Universidade Anhembi Morumbi); Lucas Guido do Rego (Universidade Anhembi Morumbi)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Ensaio fotográfico, Mulheres, Multiplataforma, Redes sociais, Sexualidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O "Amélias" é um projeto multiplataforma que busca, por meio de ensaios fotográficos e entrevistas, abrir um espaço para a livre discussão da sexualidade e da liberdade feminina. São retratadas mulheres de diferentes idades, profissões, tipos físicos, ideologias e com diferentes histórias de vida no que diz respeito a seus corpos e suas relações com o sexo. Por meio de um website e de redes sociais (Facebook e Instagram), "Amélias" busca falar diretamente com mulheres e estimular nesse público a autodescoberta e a consciência de que todas elas são seres sexualmente livres e, independentemente das construções sociais, são também "mulheres de verdade".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"AMÉLIAS" é um projeto com foco no público feminino entre 18 e 25 anos, criado com o intuito de questionar e debater a repressão sexual da mulher dentro da sociedade. A escolha do nome vem da canção "Ai Que Saudade da Amélia", que popularizou no senso comum a imagem da "Amélia" como uma mulher submissa que vive para o marido e os afazeres domésticos, sendo, portanto uma "mulher de verdade". A intenção do título é ironizar essa ideia e mostrar que mulheres que fogem deste padrão comportamental também são "mulheres de verdade". A estrutura do projeto consiste em um site que reúne ensaios fotográficos e vídeos de curta duração que mesclam entrevistas e making offs, além da divulgação e interação nas redes sociais. O projeto busca estabelecer, prioritariamente, um diálogo entre pessoas do sexo feminino abertas a relatarem suas particularidades sexuais, e aquelas que ainda se encontram em estado mais retraído e com tabus enraizados em sua formação, talvez lhes proporcionando um autodescobrimento. Outro ponto importante para o desenvolvimento do "AMÉLIAS" é a diversidade. Buscamos agregar os mais diversos tipos de personagens, não utilizando critérios como aparência, ideologia, facilidade ou dificuldade para falar do tema, de modo que todas se sintam representadas, criando identificação e minimizando preconceitos. As entrevistas com as modelos servirão para estimular o debate de temas relevantes para o projeto. Usando suas experiências pessoais e opiniões, elas levantarão pautas que provoquem um pensamento crítico nas visitantes do site, instigando-as a questionar seu papel na sociedade e sua voz, no que diz respeito aos padrões sexuais que lhes foram impostos. Assim, pretendemos manter a mulher no protagonismo da questão, realizando um trabalho conjunto com as modelos voluntárias para entregarmos um produto que dê voz às suas histórias, opiniões e ajude-as a se libertarem das amarras sexuais instituídas pelo patriarcado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Criar um novo espaço para ampliar a discussão sobre feminismo, igualdade de direitos, liberdade sobre o próprio corpo e a própria sexualidade. Incentivar o público feminino a explorar e valorizar o próprio corpo e a própria sexualidade, expondo a nudez feminina como algo natural e livre de julgamentos. Desassociar a nudez feminina de conceitos eróticos e hipersexualizados, que são os modelos de trabalho mais populares envolvendo a figura feminina nua e que têm sido amplamente comercializados ao longo da história. Utilizar um padrão de ensaio fotográfico que retrate a nudez feminina de forma delicada, trabalhando de forma conjunta com as modelos, extraindo resultados que representem a intimidade de cada uma em relação às suas individualidades no que se refere ao corpo e ao sexo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A desigualdade de gênero quando o assunto é sexo está enraizada culturalmente em nossa sociedade, e é a principal motivação do projeto. Por que a mulher não é incentivada durante sua puberdade a se masturbar e a ter sua primeira relação, ao contrário dos meninos? Por que é comum, nas rodas de amigas, falar das relações amorosas com parceiros, mas práticas consideradas "ousadas", como a realização de fetiches, ainda são vistas com estranheza? São questionamentos como esse que "AMÉLIAS" procura discutir e confrontar. O projeto surge em um momento da sociedade em que pautas feministas estão bastante em voga, principalmente por conta da capacidade da internet e das redes sociais em promover a disseminação da informação, proporcionando a união de grupos com interesses em comum, a dispersão de ideologias e a discussão sobre a luta por conquista de direitos. "Amélias" justifica-se por tentar trazer para a discussão a naturalização do assunto "sexo" para as mulheres. Rejeitando conceitos machistas como a ditadura da magreza e a hiperssexualização, o projeto busca ceder um espaço organizado para ampla discussão da sexualidade feminina, além de materiais de apoio que ajudem a informar e estimular as mulheres a se aprofundarem no assunto. Por meio de ensaios com nudez, buscamos encorajar a mulher a, primeiramente, olhar para o próprio corpo sem culpa e num segundo momento, mostrá-lo sem vergonha e aceitá-lo. Os ensaios buscarão um tom de autodescoberta e empoderamento que fuja do molde de onde a mulher é objetificada a fim de atender uma demanda masculina.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A parte principal do projeto vem, diretamente, dos ensaios fotográficos. Todos são criados de acordo com conversas com as modelos, para que cada uma nos ajude a montar uma sessão fotográfica que dialogue com suas personalidades, desejos e também para que exista um maior conforto durante as fotos. As locações também são discutidas com cada uma, e dessa forma, temos ensaios completamente diferentes uns dos outros, expressando a personalidade de cada mulher escolhida para protagonizar o projeto. Como o foco estético é a naturalidade, buscamos o uso de iluminação natural sempre que possível, bem como fotos mais espontâneas e leves, não tão  posadas , e sempre estabelecendo conversas com as modelos durante o ensaio, para que elas se sintam mais confortáveis e a vontade consigo mesmas. Por meio de ensaios com nudez, buscamos encorajar a mulher a, primeiramente, olhar para o próprio corpo sem culpa e num segundo momento, mostrá-lo sem vergonha e aceitá-lo. Os ensaios buscam um tom de autodescoberta e empoderamento que fuja do molde de onde a mulher é objetificada a fim de atender uma demanda masculina. Assim, pretendemos manter a mulher no protagonismo da questão, realizando um trabalho conjunto com as modelos voluntárias para entregarmos um produto que dê voz às suas histórias, opiniões e ajude-as a se libertarem das amarras sexuais instituídas pelo patriarcado.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Além do site e das entrevistas em forma de vídeo, o procedimento fotográfico do Amélias começa na captação das fotos. Além de trabalharmos com a naturalidade estética, com o máximo de conforto para cada modelo, e escolhendo locações, poses e representações criadas de acordo com cada uma delas, os ensaios foram, em sua grande maioria, produzidos por fotógrafas mulheres. A escolha da função ser feminina se deu para facilitar o processo durante os ensaios, criando conforto, empatia e um olhar empoderador através da arte. Em dois deles, as fotos foram feitas por Larissa Venâncio, uma fotógrafa de fora da equipe que se disponibilizou a concretizar alguns dos ensaios mais importantes do projeto. Além disso, a equipe foi dividida de acordo com a preferência de cada uma das modelos. Tais preocupações trouxeram a leveza necessária para a discussão do tema, em que o corpo é o foco, mas não uma forma de entretenimento. Desde a pré-produção até o momento do ensaio, tudo foi pensado para que cada mulher se sinta confortável da forma mais pura e honesta, livre de amarras, fetichismos e preconceitos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O ato de "falar de sexo", por si só, já é um tabu. Falar de sexualidade feminina é ainda mais difícil, delicado e complexo. Encontrar mulheres dispostas a se abrirem completamente, de corpo e alma, para explorarem um assunto tão íntimo, e que a sociedade ainda vê com tantos pré-julgamentos, é uma missão consideravelmente trabalhosa. Com a finalização do projeto "Amélias", pudemos perceber o quanto essa questão ainda encontra barreiras para ser discutida. Porém, com a mesma clareza, tivemos a certeza da importância de continuar questionando e enfrentando cada vez mais os valores retrógados que circundam a esfera da sexualidade da mulher. Com o "Amélias", conseguimos adentrar um pouco mais esse universo e conhecer pessoas e histórias que muito acrescentam às ideias que foram o ponto de partida para a realização do projeto. As mulheres com as quais trabalhamos compartilharam suas experiências com masturbação, práticas sexuais consideradas "incomuns", relacionamentos (por vezes, abusivos), educação sexual, assédio, DSTs, entre outros temas pertinentes ao assunto. Concluímos que "ser mulher" é muito mais do que um ato fisiológico, muito mais do que uma questão de gênero. Ser mulher é um ato político de luta constante contra as barreiras impostas por um sistema patriarcal e machista construído ao longo de muitos anos de repressão, relacionados a vários aspectos, inclusive o sexual. É necessário que haja cada vez mais trabalhos, projetos, produtos audiovisuais, e todo tipo de produção a fim de estimular essa autodescoberta e esse "grito de liberdade" no público feminino. É preciso aumentar a representatividade nas diferentes mídias e dar cada vez mais voz a mulheres que tenham rompido os obstáculos do preconceito e da coibição sexual, para que elas sirvam como um modelo a ser seguido no que diz respeito a ditar as próprias regras e ser dona de seu próprio corpo. Somente assim caminharemos para uma realidade onde todas as mulheres se sintam "mulheres de verdade".</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BEAUVOIR, Simone de. O segundo sexo. Nova Fronteira, 2014. <br><br>CHICOS. Página de ensaios de nu artístico que relata a histórias, experiências e descobertas de cada participante gay. Disponível em: <http://www.chicos.cc/home/>.<br><br>GERBASE, Carlos. Imagens do sexo: as falsas fronteiras do erótico com o pornográfico. Revista FAMECOS. Porto Alegre, dezembro de 2006. Nº 31, p. 45.<br><br>GOLIK, Vera. Corpo de mulher. Editora Terra Virgem, 2000. <br><br>KCT Zine. Projeto em produção do fotógrafo Gianfranco Briceño que registra a juventude gay libertina de São Paulo. Disponível em: <https://www.catarse.me/kctzine1>. <br><br>LIBERTINE.NU. Site que realiza ensaios que promovem a beleza natural das mulheres de forma a temporal. Disponível em: <http://libertine.nu/>. <br><br>MULHERES na Mídia. Documentário que discute como é retratada a imagem da mulher nos EUA. Direção: Jennifer Siebel Newsom. Estados Unidos, 2011. <br><br>MULHERES na Mídia. Documentário que discute como é retratada a imagem da mulher nos EUA. Direção: Jennifer Siebel Newsom. Estados Unidos, 2011. <br><br>O CORPO é meu. Documentário brasileiro sobre a representação da mulher nos meios de comunicação. Direção: Luciana Oliveira. Brasil, 2014. <br><br>SNAPS FANZINE. Projeto de arte que retrata o nu na forma naturalista e discute os padrões de beleza e contemporâneos. Disponível em: <http://www.snapsfanzine.com.br/index.html>. <br><br>XREAL. Projeto da fotografa Camila Cornelsen, que visa empoderar as mulheres e abordar a nudez da mulher através do olhar feminino. Disponível em: <http://www.xreal.com.br>. <br><br> </td></tr></table></body></html>