ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01103</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PP</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PP09</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Praticando a Concentração: Uma Campanha Sobre Silêncio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Daniel João Gonçalves Araujo (Universidade Veiga de Almeida); Jeferson Vieira Rola Marins (Universidade Veiga de Almeida); Vanessa de Moraes Ribeiro (Universidade Veiga de Almeida); Daniel Nunes Guimarães Paes (Universidade Veiga de Almeida)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;biblioteca, cartaz, silêncio, ruído, UVA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O seguinte texto tem a finalidade de apresentar o detalhamento da campanha sobre o Silêncio na Universidade Veiga de Almeida. Para, assim, estimular a conscientização a respeito dos ruídos que interferem o processo de apreensão das informações acadêmicas. Por isso, foram criados banners com o objetivo de recuperar a consciência coletiva no que concerne o silêncio em locais específicos da universidade.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Universidade Veiga de Almeida, ou apenas UVA, é uma instituição privada de ensino superior que possui diversos campi no Rio de Janeiro. Considerada uma das melhores instituições privadas do estado, é referência na qualidade do ensino e em sua organização. Em qualquer universidade, talvez pela densidade dos conteúdos apresentados em sala de aula, ou pela linguagem rebuscada que os livros de antigos pesquisadores possuem, a concentração é uma atividade prezada, essencialmente em locais específicos do campus. O número de pessoas que, de alguma forma, são atingidas por ruídos indesejáveis, principalmente por parte dos alunos mais jovens, é crescente. Diante nesse cenário foi proposto o seguinte briefing: montar um material publicitário all type impresso com o intuito de conscientizar os alunos a fazerem silêncio na biblioteca da Universidade Veiga de Almeida. Sob a perspectiva de que a melhor forma de mostrar um problema, em determinadas vezes, é ilustrá-lo, o seguinte questionamento surgiu: como mostrar ao jovem estudante que o ruído proporciona uma quebra no raciocínio acadêmico, de modo a causar-lhe estranheza? Encarando a proposta, foi pensada a campanha que uniu o universo teórico-acadêmico ao do aluno. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Partindo do briefing apresentado, o presente trabalho objetivou a melhoria de determinado problema recorrente nas áreas destinadas à pesquisa e estudo na Universidade Veiga de Almeida, com uma campanha de veiculação interna nesses mesmos ambientes. Para esse fim, foram criadas peças contendo identidade visual semelhante ao padrão original da universidade, porém com frases diferentes, cada uma abrangendo uma área de estudo distinta. Por meio das peças impressas em banner, o objetivo foi mostrar a quem conversa, usa celular em horas erradas e outros atos que impedem o foco de quem realmente deseja estudar, o quanto essas atitudes podem distrair os demais estudantes. O conceito está incorporado também a algo que a universidade se orgulha em divulgar, que é o título de melhor universidade privada da região e uma das melhores do estado do Rio de Janeiro, uma vez que esse título depende, também, da concentração dos alunos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">É difícil entender completamente um problema até sofrer suas consequências. Certamente, ter passado por esse tipo de situação serviu de gatilho para os integrantes da equipe elaborarem o projeto. É interessante pensar que, em certa circunstância, qualquer pessoa pode ter estado na posição de quem promove um ruído que abala a concentração de alguém. Segundo as estatísticas, a maioria das pessoas que ingressam na faculdade possuem idade entre 18 e 24 anos (Sesu - Secretaria de Educação Superior 2008). A maturidade, sendo algo subjetivo, evolui de diferentes formas em cada indivíduo, e ter um alerta, sobretudo para os alunos mais jovens, pode ser algo bastante positivo e determinante na iniciação acadêmica. Partindo da ideia de elaboração do projeto, viu-se a necessidade de um combate direto as situações que interferem a concentração. A implementação da campanha justifica-se na tentativa de gerar conscientização por meio de peças que ilustram de que forma a interrupção pode ser prejudicial na apuração de um raciocínio. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Através de uma análise com foco nas fraquezas da universidade, foi possível o entendimento de que elas ameaçavam os pressupostos de missão e visão seguidos pela marca. Sabendo que o texto publicitário, em sua dimensão verbal, tem o poder de assegurar ou transmitir uma gama de significação de forma a sensibilizar o indivíduo, foi pensado uma maneira eficiente de usar técnicas de redação. A composição de um anúncio all type que, segundo Figueiredo, são  anúncios diagramados apenas com texto, sem imagens , sugeria uma opção limitada, uma vez que  o máximo que se permite em anúncios all type é a escolha da tipografia, ou seja, o estilo da letra a ser utilizada, e das cores . Contudo, o que parecia limitação se tornou oportunidade. A escolha do formato de banner impresso surgiu do histórico de mídia informativa que o meio já possui na universidade, mostrando-se relevante para a disseminação do conceito. O processo de adequação da mensagem à proposta foi intenso visto que a informação precisava atingir alunos de cursos variados. Criar uma linguagem de sedução, que gerasse a aproximação pela empatia, foi desafiador. Como apontado por Olivetto (2011), em seu livro O Que a Vida Me Ensinou,  o bom publicitário precisa determinar a linguagem do produto, assim como precisa conhecer a linguagem do público-alvo. A missão é compreender esses códigos e produzir uma linguagem de sedução . Ou seja, para uma relação íntima com o target, foi necessário a construção de uma estrutura textual que priorizasse, através da persuasão, a reflexão do público. Sendo assim, os autores, enquanto alunos, foram determinantes para o entendimento do fenômeno e de como expressá-lo. A campanha estabeleceu relação com o público através da divisão por vertentes acadêmicas e pela utilização de diálogos com personagens que representassem os próprios alunos em uma conversa ruidosa. O conceito criativo surgiu durante um brainstorm partindo da perspectiva de que toda comunicação pressupõe uma tentativa de convencimento. Assim, a estratégia de mensagem institucional em prol da responsabilidade social com o objetivo de resgatar a consciência no meio acadêmico foi possível. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Por meio dos processos de organização estrutural, observou-se que a necessidade de sanar o problema em questão teria de ser a base para o conceito criativo tático. Com a determinação do problema, de suas causas e efeitos, foi identificado que a melhor forma de abordagem, com intuito de comunicar diferentes vertentes do segmento, seria a ênfase na linguagem. A partir daí, viu-se uma relevância significativa na utilização de figuras de linguagem. Colocadas por Carrascoza (2003) como  procedimentos argumentativos que tratam de tornar o discurso mais envolvente, mesmo porque sua finalidade não é só informar, mas persuadir, gerar uma ação futura . Esta compreensão permitiu a determinação do approach assim como as estratégias textuais a serem usadas na campanha. Partindo da estrutura sintática textual, os períodos foram construídos com foco na figura de linguagem anacoluto, considerada, por Garcia (2009),  a interrupção lógica, como decorrência de um desvio no rumo do raciocínio . Esta mudança abrupta na estrutura no texto é usada como estratégia estilística de persuasão, uma vez que, se for intencional,  seu valor enfático pode ser considerável (p. 286) A ideia foi ilustrar uma leitura interrompida por fragmentos de diálogos que simulam ruídos em falas alheias. Assim, o contraste da linguagem acadêmica, que varia de acordo com a área de estudo (humanas, exatas e biológica), com a linguagem coloquial da conversa de outrem. O cruzamento de textos é ilustrado, nas peças, com a mesma tipografia e mesma formatação, para que o leitor, em primeiro momento, não se dê conta da distinção textual, e defronte-se com a falta de sentido que a estrutura aparenta ter. A frase que segue sugere a resolução da falta de sentido propondo uma resposta dedutiva: é difícil se concentrar com ruídos. Como aponta Filloux (2010), na obra Pedagogia e Sociologia da Educação em Émile Durkheim,  é preciso dar aos alunos o sentimento da complexidade das coisas, ensinar-lhes a desconfiar das explicações fáceis ou apresentadas . Portanto, a campanha teve como objetivo estimular a percepção racional do indivíduo, mostrando que a falta de consciência coletiva é adversa, mas pode ser evitada. Subsequente a linguagem verbal a organização do design pretendia uma junção compatível. A campanha, no geral, contou com uma estrutura que mostrasse os elementos gráficos e textuais em uma mensagem clara. Olivetto (2011) diz que  além da pertinência, a boa mensagem precisa de formato adequado, de ritmo, de cor [...] . Sendo assim, a campanha precisa expressar sua característica principal na junção harmônica de todas as partes. Sabendo a forma como a Universidade Veiga de Almeida costuma utilizar banners indoor para a veiculação de notícias referentes ao calendário acadêmico, novos projetos e afins, foi usado, para a construção do layout gráfico, um padrão bastante similar ao institucional. A ideia foi fazer com que os alunos olhassem o banner pela afinidade com o meio, mas ficassem presos pela estranheza que a diferença do modelo original causaria. A onomatopeia  Shhh foi usada integrante ao background como elemento de diferenciação dos demais banners da universidade. Seu objetivo surge ao final do contato com a campanha: após a leitura da parte textual, a onomatopeia aparece como imperativo de silêncio. O processo de diagramação foi delicado, uma vez que os cuidados com as características do modelo padrão foram preservados. A organização visual foi pensada de acordo com os canais de atenção e ordem de leitura. Foram usadas as seguintes técnicas de finalização: - Background com padrão institucional acrescido da onomatopeia  Shhh como imperativo de silêncio; - Utilização de mesma tipografia em todo parágrafo textual para a unidade de leitura e preservação do sentido da campanha; - Combinação padrão e harmônica das cores usadas pela universidade. Adicional a criação de conteúdo gráfico da campanha, a idealização de uma estratégia de veiculação de marketing foi pensada com base nos objetivos do projeto. - A exibição dos banners em espaços destinados à pesquisa e estudos na universidade, tais quais a biblioteca, laboratórios e salas de aula; - A utilização da ferramenta de redirecionamento online pop-up quando aberto o link da biblioteca virtual, para que antes de iniciar uma pesquisa ou leitura, o aluno já adquira uma postura consciente; - A exposição específica da campanha acrescida de conteúdo informativo de conscientização nos monitores de LCD disponíveis em diferentes locais da UVA. A ideia é que a disseminação da mensagem, mesmo nos pontos onde as pessoas não precisam fazer silêncio, geraria hype para campanha. Os monitores são responsáveis por informar os horários e o número das salas de aula e, enquanto os alunos aguardam, estão suscetíveis à publicidade na mídia; - E, também, distribuição de malas diretas aos professores para maior propagação do conteúdo. A formulação estratégica da campanha pretendeu comunicar uma mensagem de conscientização e preocupação com o bem estar acadêmico. Como afirma Olivetto (2011)  [...] a vida faz sentido quando sabemos para que servimos, quando nos entregamos a essa atividade e quando fazemos o melhor por nós e pelos outros. (p.141). </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Em oposição às outras propostas de trabalhos acadêmicos, o projeto em questão trouxe um desafio específico para a equipe, uma vez que a ideia era vender um conceito institucional e não um produto. O briefing desafiou os pesquisadores a descobrirem como reverter o problema que impedia os alunos a terem o máximo de aproveitamento no estudo. O trabalho contou com a vivência própria dos criadores da campanha e serviu de gatilho para combater um fenômeno que também os afetava. Uma escolha que se mostrou assertiva foi a utilização de situações cotidianas para exemplificar e atrair os alunos. Permitindo, através da assimilação, a compreensão de todo o conceito. A imersão no universo que se pretendia trabalhar foi fundamental para o estabelecimento de uma relação perspicaz com o assunto. Este trabalho fez parte de uma atividade avaliativa com um job real em sala de aula, tendo a Universidade Veiga de Almeida como cliente/anunciante. A partir da exposição dos produtos, houve uma concorrência entre as equipes e, de acordo com a aprovação da Direção Geral e Acadêmica do Campus, o presente trabalho foi escolhido vencedor, sendo veiculado, primeiramente, no campus de Cabo Frio e depois, sendo exposto nos demais campus da instituição. É perceptível a relevância que um trabalho acadêmico de tal porte exerce na vida profissional dos universitários responsáveis pela campanha. O trabalho mostrou aos publicitários a propriedade persuasiva ao solucionar o problema de um cliente real, rompendo o objetivo inicial de ser apenas uma avaliação para a disciplina. Entendeu-se a intenção da universidade ao veiculá-lo, pois a peça foi desenvolvida por pessoas que compreendem o público-alvo e possuem um estilo jovem de comunicar, facilitando o entendimento. Acredita-se que os banners excederam expectativas mostrando uma forma eficiente de minimizar os ruídos, conversas e barulhos que incomodam e atrapalham a concentração do público-alvo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">CARRASCOZA, João: Redação publicitária: estudos sobre a retórica do consumo. São Paulo: Futura, 2003<br><br>FIGUEIREDO, Celso: Redação Publicitária: Sedução Pela Palavra. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005<br><br>FILHO, José Nicolau Gregorin: Literatura Juvenil. São Paulo: Editora Melhoramentos, 2011<br><br>FILLOUX, Jean-Claude: Émile Durkheim. Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010<br><br>GARCIA, Othon M: Comunicação em Prosa Moderna: aprender a escrever, aprendendo a pensar. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010<br><br>KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça: A Coerência Textual. São Paulo: Contexto, 2013 <br><br>MARTINS, Zeca: Redação Publicitária. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013<br><br>OLIVETTO, Washington: O Que a Vida me Ensinou. São Paulo: Saraiva, 2011<br><br> </td></tr></table></body></html>