ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span class="quatro"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;01166</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA01</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Lugar para ninguém</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Fabiana Furlani Carlucci (Universidade Anhembi Morumbi); Vinicius Del Fiol (Universidade Anhembi Morumbi)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span class="quatro"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Cinema, Curtametragem, Cinema Transgênero, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Curtametragem, 20 minutos. "Lugar pra Ninguém" é o nome fictício da inóspita cidade que conta a história de amor entre Quixaba, um garoto que se vê como menina desde sempre, e Xavier. Na narrativa existe o presente e o passado. O passado é contado em duas fases, pré adolescência e fase adulta. O presente é a retomada desses dois momentos. O filme começa com Quixaba voltando pra cidade, depois de dez anos presa, e é através do seu olhar que acontece a recuperação do passado dos dois.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A trajetória de Fabiana Carlucci passa pelo teatro como atriz, diretora, produtora e professora. E é no teatro que tem contato com obras de cineastas como Tarkovsky, Bergman, Jodorowsky, Mickey leigh, Antonioni, Visconti, Cassavetes, entre tantos outros. Obras que dialogam com todas as artes e não só com o cinema. Estes filmes perpassam a técnica cinematográfica e exploram novos percursos narrativos. Apresentam o cinema como um espaço para a análise das complexas relações entre passado e presente, memória e acontecimento. É na conversa com o nosso tempo, com as questões inerentes a ele e aos que nos circundam que nos encontramos com Lugar pra Ninguém. Ora, o que é arte senão uma expressão daquilo que nos toca? Para que ela existe? Para entreter? Sim, porque não? Mas é também nela que nos encontramos com nossas questões político-social. É também nela que podemos erguer um brado em relação ao mundo, como o pensamos, nossos questionamentos, nossas reverberações, nosso olhar enfim. A tecnologia, a informação, a cibernética, tudo a frente desse tempo. E questões humanas tão deslocadas. Ainda se mata por sexo, cor, raça, orientação sexual, gênero, religião, futebol. Ainda se mata de maneira primitiva. Portanto, realizar esse filme, com essa temática colocada nessa estética, nos diz muito. Nos coloca num contraponto desafiador, entre dois universos que se chocam, mas que aos nossos olhos se faz cheio de possibilidades.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">"Minha premissa para tudo que faço são as personagens& elas que me perseguem. Não é o roteiro, não é o lugar, mas sim a alma humana de alguém que necessito investigar. Lugar pra Ninguém fala de inadequação& de delicadeza, de horror, do feminino, da violência! Fala de gênero e empoderamento. Fala enfim, desses universos paralelos que a gente cria, com o único propósito de respirar. E eu precisava falar dela, de Quixaba e desse lugar de todos nós." (Fabiana Carlucci) Contar essa história de maneira não realista, caminhando na dilatação do tempo-espaço, criando uma narrativa poética, onde a produção de sentidos se faça também através da linguagem utilizada.&#8232; Quebrar o estereótipo de gênero, raça e de todo tipo de valores, contando de maneira simples uma história de amor, rompendo simbolicamente alguns padrões, sem contanto criar juízo de valor.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O projeto foi o TCC de um grupo de um grupo de alunos, que vem produzindo ativamente, desde seu ingresso em 2013 na Universidade Anhembi Morumbi. Acreditando na temática, assim como nas questões éticas e estéticas que dizem respeito ao filme, essa equipe formada majoritariamente por mulheres, que invadem com muita competência o cenário do audiovisual nacional, tem a proposta de criar um universo simbólico através de uma narrativa simples. A dilatação do tempo e a poesia visual serão nossos principais objetivos. Para nossa equipe, o mergulho na alma humana e a quebra dos esteriótipos criados a partir de gênero, raça e outros tantos velhos valores, é essencial para que o processo como um todo nos engrandeça e possa criar reflexões e reverberações. Toda a equipe técnica e elenco estiveram alocados, por duas semanas num ambiente rural, experimentando e vivenciando o lugar antes das filmagens. Provocados pela imersão, acreditamos estar mais próximos da linguagem que vislumbrávamos em toda formação conceitual dessa cinematografia. Direção, foto, arte, som, produção e elenco estiveram em harmonia para a criação dessa obra que trata, sem juízo de valor, de questões contemporâneas que não podem ser mais ignoradas.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Temos como referência estética indispensável, a obra de Kieslowski, o cineasta do silêncio, do minimalismo e seus filmes provocadores que dialogam com o espectador através de sua poesia imagética. A provocação proposta pelos filmes de Kieslowski está direcionada às dúvidas do homem, e não à adequação do sujeito à uma determinada ordem social ou moral. Estudar suas escolhas foi essencial para a construção de uma cinematografia que transformasse nossas ideias em imagens. Lugar pra Ninguém não é um filme realista. O diálogo não está num lugar comum. Sempre tem algo estranho num tempo dilatado. O filme explora as emoções humanas, o tempo e a memória de forma que o espectador se sinta deslocado de seu próprio tempo-espaço. Não existe na obra de Kieslowski planos que se conectem de maneira absolutamente coerente, dado que a licença poética de cada imagem diz mais do que o todo ou, propriamente o assunto. Porém, o determinismo que o polonês coloca em seu cinema nada tem a ver com descrença na alma humana, mas sim nos velhos valores que somos obrigados a repetir. Outro cineasta que nos auxiliou como caminho é o russo Sokurov. A mise-en-scéne de sua obra e a escolha pela expressão do quadro muitas vezes se assemelha à composição de uma pintura. Se há um tema constante em seu corpo de trabalho é o estudo da solidão humana e a psique. Expressas através do isolamento opressivo ou estendido. A análise de suas tomadas longas, enquadramento estático, cor degradada, elementos de grãos elevados, sons ambientes, ruídos e nevoeiro infundido iluminação, são de enorme relevância para aquilo que desejávamos como produto final, já que nossa escolha era de seguir uma estética continua, com poucos cortes, onde a cena fluísse conforme sua narrativa. Uma das questões que mais nos toca é a unidade do filme. Era importantíssimo que todas as funções conseguissem convergir em um mesmo ponto, com autonomia. O repertório de vida, de todos envolvidos nesse projeto foi absolutamente significativo para o processo como um todo. Não só os literários ou fílmicos, mas também o material cotidiano de "viver a vida", andar, olhar, sentir, tocar, escutar, dialogar, enfim, da percepção do porquê dessa escolha. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span class="quatro"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia de  Lugar pra Ninguém se pauta em uma câmera ativa, dançante, que adentra na narrativa da história como um objeto sensível e intenso, possuindo, romanticamente, a intenção de captar algo a mais do que o visível. Os momentos de vivacidade ocorrem por meio do suporte Shoulder e do desfoque deliberado, da sensação do tempo distorcido e da memória, como foco da narrativa teórica. As cores e suas tonalidades foram de essencial importância para se chegar à intenção desejada com o filme. As nuances dos movimentos de câmera e das cores criam uma textura de pixels que dialoga com a memória do local  Lugar Pra Ninguém quando resgatada por Quixaba que retorna à cidade. A escolha da câmera Black Magic Design Production Camera 4K trouxe consigo o alcance dinâmico, uma captação de cores e tonalidades maior, nos aproximando de um visual cinematográfico e de uma imersão emocional daqueles que o assistem. Filmado em 24 quadros por segundo, nos aproximamos de um mundo fictício por conta do movimento alterado de dentro do quadro, diferente do mundo de fora da tela de cinema. A escolha pelo formato ser em 4:3 deu-se pela sensação de aprisionamento da tela quadrada, diferente da largura farta do 16:9 ou do anamórfico, por exemplo. "Lugar pra Ninguém" Ficção Cor Digital Janela 1:1.33 Dolby 20 minutos Gênero: drama O filme possui uma delicada relação com o tempo. Dentro da fotografia, sua dilatação começa a ser pensada nas objetivas, mais especificamente na profundidade de campo. A teleobjetiva 70-200mm trouxe o foco e a ação como infinitos, uma unificação de camadas dentro da tela, um cenário onírico. Para se ter o maior domínio de nossas escolhas com a profundidade de campo, do desfoque de um plano e o enfoque noutro ou do foco integral da imagem, usou-se do filtro ND variável, que permite um controle maior na incidência de luz e, portanto, no diafragma da câmera. A fotografia de  Lugar pra Ninguém escolhe não evidenciar o óbvio: aguça um olhar estrangeiro, que vai se encaixando e adentrando na história aos poucos, acompanhando seus personagens nos seus ires e vires, e assim pretende gerar uma densa e engasgada fluidez juntamente com a direção, arte, sound design, trilha sonora e montagem.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">"Lugar pra Ninguém" Ficção Cor Digital Janela 1:1.33 Dolby 20 minutos Gênero: drama O conceito de produção iniciou juntamente com a escolha da locação, a partir do momento que resolvemos filmar na cidade de Taquarituba interior de São Paulo, toda a base de produção deveria ser feita lá. Desse modo as primeiras ações realizadas foram as visitas de locação e o contato com as empresas locais que poderiam nos auxiliar durante os 10 dias de hospedagem na cidade. Grande parte da alimentação foi doada por empresas locais e a estadia foi realizada em uma fazenda próxima a cidade acomodando toda a equipe e os atores. Para alcançarmos o nosso orçamento previsto inicialmente em R$10.000,00, contamos com 4 formas diferentes: crowdfounding, rifas, colaboração da equipe e parcerias. Durante o mês de abril divulgamos na internet um teaser sobre o filme e pedimos apoio de conhecidos e simpatizantes do projeto pelo Kickante. Entre os membros do grupo fizemos uma poupança em que todo mês um valor deveria ser depositado até o mês das gravações. O apoio foi com as empresas e estabelecimentos locais que nos forneceram a alimentação e algumas locações, com a Prefeitura da cidade e com o Estúdio da Faculdade Anhembi Morumbi que nos disponibilizou os equipamentos necessários para filmarmos o projeto. Uma logística de transporte e acomodação durante os dias de filmagem foi feita para que pudéssemos deixar o mais prático possível. Durante a pré-produção a equipe fez reuniões e ensaios com os atores nas dependências da faculdade e na casa de um membro da equipe, para auxiliar na comunicação e no entendimento, grupos online foram criados para que todos pudessem se comunicar e expor suas referências, planilhas e etc assim o grupo todo estaria afinado no mesmo conceito.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span class="quatro"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2"> </td></tr></table></body></html>