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INSCRIÇÃO: | 01276 |
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CATEGORIA: | PP |
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MODALIDADE: | PP07 |
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TÍTULO: | Empoderação das Pretas - construção e resgate da identidade afro-brasileira para jovens mulheres e crianças. |
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AUTORES: | Paula Karine de Assis Ferreira (Universidade de Uberaba); Wendel Nunes Assis (Universidade de Uberaba); Matheus Faccioli Martins (Universidade de Uberaba); Agnes Maria Araujo Anjos (Universidade de Uberaba); Julia Mara Gonçalves (Universidade de Uberaba); Mayla Aparecida de Sousa Silva (Universidade de Uberaba) |
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PALAVRAS-CHAVE: | empoderamento;, identidade;, mulher preta;, resgate étnico., |
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RESUMO |
O presente trabalho foi desenvolvido para fins acadêmicos, no segundo semestre de 2016, vinculado a um projeto que faz um resgate étnico racial do povo preto, na cidade de Uberaba, onde busca traçar a identidade dessa população na atualidade. O projeto tem foco na mulher preta, assim como o filme, para que se possa debater, desconstruir, desmistificar e orientar a comunidade negra e periférica sobre assuntos pertinentes a esse resgate étnico. |
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INTRODUÇÃO |
A Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO/2015) divulgou, em 2015, o Mapa da Violência apontando que o homicídio de mulheres negras aumentou 54% em dez anos no Brasil. O número passou de 1.864, em 2003, para 2.875, em 2013. No mesmo período analisado, o número de homicídios de mulheres brancas caiu 9,8%, saindo de 1.747, em 2003, para 1.576 em 2013. Dentro desse contexto social em que essas mulheres negras estão inseridas no Brasil, notou-se a necessidade de gerar maior visibilidade e não apenas contemplar as demandas básicas das mulheres e jovens, mas também para orientá-las, empoderá-las e dar a elas um espaço democrático de fala, a fim de proporcionar uma mudança real também nas comunidades de que fazem parte. Sabendo dessa necessidade, surge o projeto Empoderação das Pretas na cidade de Uberaba – MG, em 2015, com o princípio de proporcionar um momento de cura dessas mulheres diante das vivências e experiências de cada uma delas. Acontece em um formato de roda de conversa onde todas têm oportunidade de expor suas falas. Obteve destaque na imprensa da cidade e foi premiado, em 2016, pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), premiação voltada para jovens estudantes de comunicação de todo o país. Julian Rappaport (1977) cunhou o termo "empowerment" a partir da palavra "power", que quer dizer "poder", para defender que era preciso dar ferramentas a certos grupos oprimidos para que eles tivessem condições e autonomia para se desenvolver. Paulo Freire (1970) entende que é necessário capacitar as pessoas a mudar a própria realidade. Tais mudanças só podem ocorrer a partir dos próprios atores e não de forma vertical. "... as mulheres também sofreram de maneiras diferentes porque eram vítimas de abuso sexual e outras barbaridades de maus-tratos que apenas podem ser infligidas às mulheres". (DAVIS, 2013 p. 11) O filme coloca em foco termos usados sobre mulheres pretas que precisam ser desconstruídos pela sociedade. |
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OBJETIVO |
O objetivo do filme é mostrar que mulheres pretas sofrem todos os dias com o racismo estrutural no qual se vive no país atualmente. A falta de representatividade dessas mulheres na publicidade e em vários cenários midiáticos como novelas, revistas, dentre outros, fez com que muitas se sentissem deslocadas no âmbito social, levando à perda da própria identidade. Por isso, chamar a atenção dos espectadores que lutam contra a opressão social, trazendo um recorte étnico racial, é um dos intuitos deste trabalho. Além disso, o filme pretende despertar o interesse de mulheres que passam por situações como as mostradas no vídeo e fazer com que elas não se sintam sozinhas diante desse problema. "Para levantar a cabeça, exigir seus direitos e protagonizar uma luta coletiva, esse povo precisa primeiro sentir-se gente, soberano de sua própria vida." (NASCIMENTO, 2008, p.138) |
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JUSTIFICATIVA |
O filme, assim como o projeto, são formas encontradas para a luta contra o racismo em nossa sociedade. Dados do Mapa da Violência (2015) apontam que a população negra é vítima prioritária da violência homicida no país com incidência maior entre as mulheres. No mercado de trabalho, a maior parcela dessas mulheres ocupa cargos de servidão e os salários ainda não são compatíveis aos dos homens. Apesar da lei Nº 11.340, de 7 de agosto de 2006, Lei Maria da Penha, o palco da violência ainda reflete sobre as mulheres, principalmente, a violência doméstica. Esse cenário tem que mudar e a sociedade precisa começar a atentar para essas questões que ainda são um grande problema. As mulheres negras precisam passar a ocupar espaços que são delas por direito nas universidades, no mercado de trabalho, nas grandes empresas, na sociedade e na mídia de forma geral. |
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MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS |
Para as filmagens, foram utilizados materiais que proporcionaram melhor qualidade de imagem e som, como uma câmera com lente focal, que permite obter planos mais abertos ou mais aproximados de cada cena. A gravação foi feita com uso da iluminação natural, papel laminado e microfones externos, o que torna o som mais fidedigno às imagens. A narração conta com duas vozes femininas que são interpretadas nas imagens por cinco mulheres negras, com figurino da escolha de cada uma delas. Ambas participam do projeto vigente que acontece na cidade desde o ano de 2015. Há uma variação dos planos das imagens, como close, plano médio, plano aberto, de acordo com a necessidade dos ajustes para cada imagem. Para finalizar a produção, foi utilizado o software Adobe Premiere, próprio para esse tipo de edição. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
A princípio foram selecionadas cinco mulheres, dentro do projeto Empoderação das Pretas, que demonstraram interesse no filme publicitário. A partir do que foi coletado no próprio projeto, das vivências e experiências das mulheres negras e do que foi pesquisado pela agência, optou-se por narrar expressões e afirmações feitas pelas próprias mulheres que foram filmadas. Essas expressões foram previamente inseridas no roteiro. Dessa maneira, acredita-se que a mulher negra se sinta mais representada pelo fato delas próprias estarem fazendo tais relatos. A trilha sonora utilizada foi a música da cantora brasileira Karol Conká "Tombei", com participação do produtor musical Tropkillaz. A filmagem aconteceu na cidade de Uberaba, Minas Gerais. O local onde foi criado e é desenvolvido o projeto é a praça da Concha Acústica, devido ao cenário urbano e ideal para a adequação e qualidade do som. A duração da filmagem foi de seis horas e a edição, finalizada em quatro dias. SINOPSE O filme começa com a trilha seguida da narração das duas mulheres sobre o ser mulher preta. Enquanto acontece a narração, são mostradas, em vários planos diferentes, as mulheres negras, uma por vez. Ao final, todas são filmadas juntas em um plano geral com a última frase da narração: "Preta, sim, moreninha, não!". Na última cena do filme, a imagem é desfocada com destaque na frase: "Preta, você não está sozinha. Empodere-se!". |
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CONSIDERAÇÕES |
O projeto foi muito enriquecedor para todos os envolvidos nele, pois, além de retratar um problema da sociedade, com vínculo em um projeto já premiado pela SEPPIR, também foi um filme produzido e editado pela Agência Experimental do curso de Publicidade e Propaganda da Universidade de Uberaba, a Agência Colmeia - Soluções em Conjunto, para fins acadêmicos, que foi premiado dentro da academia. O grupo entende que assuntos como esse precisam ser discutidos com mais frequência não só dentro da universidade, para que o resultado da mudança comece a ser enxergado e a mulher negra se sinta representada em todos os espaços. 伀 瘀搀攀漀 攀渀挀漀渀琀爀愀搀漀 渀漀 攀渀搀攀爀攀漀㨀 栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀礀漀甀琀甀⸀戀攀⼀樀甀琀ⴀ㠀䤀甀夀䴀开儀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 挀氀愀猀猀㴀∀焀甀愀琀爀漀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀䄀最渀挀椀愀 倀愀琀爀挀椀愀 䜀愀氀瘀漀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀愀最攀渀挀椀愀瀀愀琀爀椀挀椀愀最愀氀瘀愀漀⸀漀爀最⸀戀爀⼀洀甀氀栀攀爀攀猀ⴀ搀攀ⴀ漀氀栀漀ⴀ㈀⼀漀爀椀最攀洀ⴀ搀漀ⴀ挀漀渀挀攀椀琀漀ⴀ搀攀ⴀ攀洀瀀漀搀攀爀愀洀攀渀琀漀ⴀ瀀愀氀愀瘀爀愀ⴀ搀愀ⴀ瘀攀稀⼀㸀 䄀挀攀猀猀漀 攀洀 㠀⼀ ㌀⼀㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀攀氀攀搀猀 ⴀ 䤀渀猀琀椀琀甀琀漀 搀愀 洀甀氀栀攀爀 渀攀最爀愀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 㰀眀眀眀⸀最攀氀攀搀攀猀⸀漀爀最⸀戀爀㸀 䄀挀攀猀猀漀 攀洀 ㈀ ⼀ ㌀⼀㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䰀攀椀 ⸀㌀㐀 ⸀ 䌀愀猀愀 䌀椀瘀椀氀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀瀀氀愀渀愀氀琀漀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀挀挀椀瘀椀氀开 ㌀⼀开愀琀漀㈀ 㐀ⴀ㈀ 㘀⼀㈀ 㘀⼀氀攀椀⼀氀㌀㐀 ⸀栀琀洀㸀 䄀挀攀猀猀漀 攀洀 ㈀ ⼀ 㐀⼀㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀愀瀀愀 搀愀 嘀椀漀氀渀挀椀愀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀洀愀瀀愀搀愀瘀椀漀氀攀渀挀椀愀⸀漀爀最⸀戀爀⼀瀀搀昀㈀ 㔀⼀䴀愀瀀愀嘀椀漀氀攀渀挀椀愀开㈀ 㔀开洀甀氀栀攀爀攀猀⸀瀀搀昀㸀 ⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀 ㈀㌀⼀ ㌀⼀㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䴀甀氀栀攀爀攀猀Ⰰ 爀愀愀 攀 挀氀愀猀猀攀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀瀀漀氀椀最攀渀⸀瀀漀氀椀最渀甀⸀漀爀最⼀猀椀琀攀猀⼀瀀漀氀椀最攀渀⸀瀀漀氀椀最渀甀⸀漀爀最⼀昀椀氀攀猀⼀愀渀最攀氀愀ⴀ搀愀瘀椀猀⸀瀀搀昀㸀 䄀挀攀猀猀漀 攀洀 ㈀ ⼀ 㐀⼀㈀ 㜀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀一䄀匀䌀䤀䴀䔀一吀伀Ⰰ 䔀氀椀猀愀 䰀愀爀欀椀渀⸀ 䄀 洀愀琀爀椀稀 愀昀爀椀挀愀渀愀 渀漀 洀甀渀搀漀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀㨀 匀攀氀漀 一攀最爀漀Ⰰ ㈀ 㠀⸀㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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