ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00199</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Jornal de Classe: Minorias em Pauta</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Gabriel Agustinho Piazentin (Universidade Metodista de Piracicaba); Thais Passos da Cruz (Universidade Metodista de Piracicaba); Fernando Jacomini (Universidade Metodista de Piracicaba); Andressa Antunes da Mota (Universidade Metodista de Piracicaba); Beatrís Cortelazzi Porta (Universidade Metodista de Piracicaba); Daniela Borges de Oliveira (Universidade Metodista de Piracicaba); Gabriela Melo de Oliveira (Universidade Metodista de Piracicaba); Larissa Pereira de Souza (Universidade Metodista de Piracicaba); Leonardo César Benedito (Universidade Metodista de Piracicaba); Mariana Requena Fogaça (Universidade Metodista de Piracicaba); Vinicius Alexandre Moraes Figueiredo (Universidade Metodista de Piracicaba); Lorem Camargo de Lima (Universidade Metodista de Piracicaba); Rosa Cardoso da Silva (Universidade Metodista de Piracicaba); Wanderley Florencio Garcia (Universidade Metodista de Piracicaba); João Turquiai Junior (Universidade Metodista de Piracicaba); Ivonésio Leite de Souza (Universidade Metodista de Piracicaba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Jornalismo, Jornal Impresso, Minorias, , </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">No segundo semestre de 2017, os alunos do curso de Jornalismo da Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) produziram uma série de três edições do Jornal de Classe. Em formato standard, com 16 e 24 páginas, os jornais tiveram como tema questões ligadas às minorias sociais. Além de seu caráter informativo, a série buscou contar a história de pessoas integrantes de grupos minoritários e dar-lhes voz, visto que nem sempre elas encontram espaço no jornalismo comercial. Ao retratar esses indivíduos nas páginas do impresso, notou-se uma diversidade de temas que, de tão grandes, não esgotam o conceito de minoria. Os alunos passaram por praticamente todo o processo de produção, desde sugestão de tema, levantamento de pautas, condução de reportagens e diagramação. Cada edição teve tiragem de mil exemplares e circulou no âmbito local.<br></div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">O jornalismo, não raro, é chamado de "o quarto poder". Ou seja, além dos três poderes institucionalizados por Montesquieu da forma que existe até hoje, ao jornalismo é delegado um cargo de responsabilidade social. De igual modo que o papel do jornalista é de suma importância numa sociedade democrática de direito, ocorrendo apenas em lugares com esta configuração política, é também cargo do jornalista atentar àquilo que é posto em pauta, entre o que é veiculado e o que é silenciado  mesmo que isso possa esbarrar em questões pessoais por parte do profissional.<br><br>Desse modo, no ambiente universitário, a disciplina de criação de um jornal impresso permite aos alunos tecer um olhar a lugares que nem sempre são dignos de prestígio na grande mídia de massa tradicional.<br><br>Em posse dessa pluralidade, de um lado a oportunidade acadêmica e de outro o poder intrínseco ao jornalismo, para a disciplina de Jornalismo Impresso, ministrada no segundo semestre de 2017 da Universidade Metodista de Piracicaba, foi feita uma série de três edições do Jornal de Classe com o tema das minorias, envolvendo alunos do 4º e do 6º semestres do curso de Jornalismo.<br></div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">O ponto de partida foi instigar os alunos de jornalismo a olhar para as minorias, quaisquer que sejam, e produzir reportagens a partir destas fontes/temáticas escolhidas pelos próprios alunos. Buscou-se não apenas noticiar as condições de anormalidade de maneira informativa, papel este já desempenhado pelo jornalismo profissional de qualquer segmento, mas, principalmente, trazer estas fontes a público, contar suas histórias de vida e dar-lhes voz. Após a produção das reportagens, houve a disposição destas no que viriam a ser três jornais impressos que circularam nos meses de novembro e dezembro de 2017.<br></div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">A produção da série de edições permitiu aos alunos pensarem uma sequência lógica de notícias que versem sobre uma mesma, porém ampla, temática. Do que era apenas uma ideia, surgiram as pautas e delas as notícias, seguido de diagramação e planejamento na disposição das páginas. Ou seja, nota-se o desenrolar completo de uma produção jornalística. Alunos-editores e repórteres tiveram, cada qual, as próprias doses de responsabilidades e aprendizado, seja pela fonte que se nega a ser fotografada bem como a maneira de condensar pautas diferentes na sequência das páginas. Fora a questão acadêmica, aos alunos, enquanto indivíduos, coube ainda a questão do desenvolvimento do olhar crítico àquilo que acontece ao redor, dada a oportunidade de estudantes e fontes colaborarem entre si.<br></div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">A proposta do tema central "Minorias" partiu logo no início do processo de planejamento do jornal, vindo de uma aluna que fez parte da equipe de produção. Depois de debater em sala de aula com as turmas envolvidas, os estudantes passaram a um estudo sobre quais minorias poderiam ser objeto de pautas na edição. <br><br>Para Bahia (1990, p.67), "nos lugares mais remotos ou nas grandes metrópoles a sociedade se inclina por utilizar o jornalismo como o poder de denúncia que em última análise mobiliza atenções e providências quando os poderes institucionais falharam". Valendo-se do papel social do jornalismo, considerou-se que a pauta de minorias seria interessante e renderia bom material. Diante disso, Sodré (2009) traz um contraponto entre o que significa minoria, visto que, na democracia, o que se sobrepõe é a voz da maioria, que neste caso diz respeito a mero aspecto quantitativo. "Qualitativamente, democracia é um regime de minorias, porque só no processo democrático a minoria pode se fazer ouvir" (SODRÉ, 2009, p.11). Eis uma definição de minoria a qual editores e alunos fizeram uso enquanto produziam as edições do Jornal de Classe, ou seja, de um ponto de vista qualitativo e não quantitativo.<br><br>De acordo com Costa (2002, p.150), "a exclusão, o destaque e a hierarquização dos fatos sociais, na perspectiva de selecionar, disposta de forma inteligível e facilmente assimilável pelo público-receptor, compreendem, no seu conjunto, procedimentos inescapáveis e desejáveis para a produção jornalística".<br><br>Em outras palavras, na produção da série de jornais, coube aos alunos compreender estes procedimentos inescapáveis citados por Costa, ao lidar com conceitos de valor-notícia, realizar a produção técnica de uma notícia (do ponto de vista do texto, da imagem e da combinação de ambos na diagramação) bem como entrever o lugar do leitor/receptor, de maioria universitária, embora não unicamente, ao se pensar também temas que dialogassem com este público.<br><br>Apesar de o jornalismo de internet ser um grande e principal vetor de comunicação na atualidade, ainda cabe ao impresso um lugar de destaque. Melo (2009) aponta que uma característica inevitável da informação no jornalismo do século XX é a transformação causada pela velocidade. Esta mesma aceleração que, não raro, promove igualmente a desinformação, já que, para o bem e para o mal, todos têm voz em seus perfis de redes sociais. "Ao catalisar a convergência midiática, a internet provoca uma revolução ainda não plenamente configurada" (MELO, 2009, p.33). Dessa forma, em meio ao atual estado de rápida veiculação de inverdades, o deadline da impressão confere um status de suspensão do tempo, bem como de que, para estar naquelas linhas, a informação foi checada o suficiente para então encontrar-se ao público.<br><br>À velocidade, se não é possível ao jornal impresso atualizar-se da mesma maneira que um portal de notícias, ainda lhe cabe o artifício da imagem e da diagramação. Marcondes Filho (1993, p.102) cita que "a diagramação atual do jornalismo, introduzindo um componente de dinâmica na leitura, dá à imprensa este caráter ligeiro e pulsante da atualidade". Mesmo que a <i>atualidade</i> a que se refere o autor seja de uma época pré-internet, fato é a necessidade de se observar a disposição de informações e de imagens com o intuito de promover ao leitor uma fluidez na hora de consumir a notícia. Ou seja, é mais um elemento para ser desenvolvido que os alunos encontraram durante a produção do Jornal de Classe.<br><br>Conforme orientação, os alunos dividiram-se entre aqueles que seriam os editores e aqueles quer seriam os repórteres. Com as três turmas (duas do 6º e uma do 4º semestre) de acordo, iniciou-se a produção do primeiro jornal. Em reuniões com professores e editores, pautas foram sugeridas, investigadas e ideias de o que usar como recurso imagético também foi discutido (ou seja, não apenas fotografias, podendo ainda serem utilizados boxes, infográficos, mapas etc.).<br><br>Estabelecidas as pautas, os alunos-repórteres coletaram as informações via entrevistas com as fontes, de forma presencial em maioria, embora não unicamente, valendo-se também de entrevistas por telefone, contatos por e-mail e redes sociais. Nas entrevistas, foi reforçada a necessidade de trazer, a partir delas, as fotografias que seriam utilizadas no jornal impresso: toda matéria, independente do tamanho, necessitava de pelo menos uma imagem. Não havendo a possibilidade, no caso de entrevistas à distância, cogitou-se a produção de infográficos.<br><br>Na sequência, os alunos fizeram uma proposta inicial da disposição de suas próprias reportagens nas páginas via software InDesign. A seguir, o arquivo foi enviado ao diagramador final da universidade, que se preocupou em manter o conceito original criado pelos alunos do 6° semestre (os alunos do 4° ainda não tiveram, à época, a disciplina de diagramação, ficando esta a cargo do diagramador final). Coube a ele fazer ajustes, quando necessário, para o envio à gráfica, bem como o de manter a identidade referente ao Jornal de Classe.<br><br>A capa foi planejada pelos editores, conforme recebiam o material dos repórteres. A partir disso foi possível distinguir o que seria mais interessante e relevante para a capa e também quais imagens mereciam destaque na primeira página. Para Amaral (2011, p.117) a importância de se planejar a capa reside no fato de que ela "reflete o conteúdo do jornal e expressa a diversidade de matérias contidas nele, fazendo com que cada grupo de leitores ache nela algo que lhe interessa".<br><br>Aos alunos-editores, além de pensar a capa e a disposição das reportagens no impresso, coube também fazer a página dois com o editorial e os artigos de opinião. Além de lidar com o gênero informativo, houve também espaço à opinião, elemento essencial ao jornalismo e ao desenvolvimento do senso crítico-argumentativo da realidade percebida pelos alunos-repórteres. Melo (2003, p.103) define o editorial como "(...) o gênero jornalístico que expressa a opinião oficial da empresa diante dos fatos de maior repercussão no momento". No caso do Jornal de Classe, existiu a liberdade de não se pensar como uma empresa, e sim o de desenvolver o ponto de vista de um ambiente universitário sobre uma temática quase sempre ou silenciada ou tratada como espetacular, valendo-se de alguma forma de sensacionalismo. Ainda que, de certo modo, "todo processo de comunicação é sensacionalista em si, pois mexe com sensações físicas e psíquicas e apela às emoções primitivas" (AMARAL, 2011, p.20).<br><br>Por fim, o material em PDF foi enviado à gráfica do Jornal de Rio Claro que entregou os exemplares para serem distribuídos na universidade, para as fontes, em órgãos públicos e para os próprios alunos de todos os cursos.<br><br></div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify"> <div align="justify">O Jornal de Classe é um jornal impresso no formato standard desenvolvido pelos alunos de Jornalismo da Unimep. As primeiras edições de 2017, de novembro (n° 07) e dezembro (n° 08), tinham 16 páginas e foram de responsabilidade da turma do sexto semestre daquele ano. A última, também de dezembro (n° 09), teve 24 e ficou com a turma do então quarto semestre. A numeração inicia no número 07 pois outras turmas de jornalismo produziram as edições em períodos anteriores.<br><br><b>N° 07</b><br>A primeira edição do Jornal de Classe com o tema de minorias contou com 22 alunos. Levantaram-se pautas como o aumento de casos de HIV na região de Piracicaba, relacionamentos de pessoas trans e a luta antimanicomial.<br><br>A capa foi definida para trazer rostos e nomes das fontes. Mesmo que a ideia fuja à estética comercial, como produto laboratorial universitário serviu de experimento. Na dobra tem-se o título "Menos é Mais", em que "Menos" fica na metade superior, prevendo-se a curiosidade do leitor de descobrir o final da frase.<br><br>O editorial "A Maioria é Minoria" corrobora a ideia de minoria qualitativa. O artigo de opinião conta sobre a forma de preconceito que ocorre mas nem sempre é visto como tal: o preconceito linguístico.<br><br>"Agentes da Exclusão" (p.11) diz sobre crianças e jovens que cometeram atos infracionais e a ineficiência de medidas socioeducativas. A reportagem apresentou dificuldade pois não foi possível obter fotografias. Além do cuidado com o tema, a questão é delicada por conta da idade das fontes. A imagem ficou a cargo de um gráfico.<br><br>"A Casa da Maioria" (p.13) traz as minorias que (não) compõem o legislativo de Piracicaba. A matéria tem um abre, seguido de quatro textos sobre a ocupação de certas minorias na câmara de vereadores da cidade (LGBT+, Negros, Deficientes e Mulheres). A falta de representatividade é destacada com um mini-perfil de todos os 23 vereadores atuais. Na última coluna ainda tem um texto sobre a pressão popular na inclusão do orçamento da cidade, de 2018, para a construção de uma casa abrigo de mulheres vítimas de violência. O quebra-cabeça consistiu em organizar estes elementos.<br><br>O texto da página 15 ("Um Símbolo da Minoria") é uma entrevista com Marta da Rocha, mulher, negra, idosa, pobre e ex-prostituta. A publicação foi em primeira pessoa. Os temas são divididos em intertítulos e, para a página não ficar carregada, incluíram-se respiros com aspas dela.<br><br>Na última página o texto foge ao caráter informativo e traz um relato que flerta com a crônica e o literário. "Futebol Verdade" (p.16) conta a percepção do repórter ao acompanhar a final da Copa Paulista entre os times do Rio Branco contra o Internacional de Limeira. A narrativa se opõe ao glamour do futebol. Os jogadores, a depender da vitória ou derrota, seriam demitidos. Ao final, traz o sonho de jovens em viver do esporte.<br><br><b>N° 8</b><br>Produzido por 17 alunos, o N°8 do Jornal de Classe teve sete chamadas na capa, sendo quatro delas com fotografias. As matérias foram distribuídas pelos editores de acordo com as editorias: Região, Movimento e Preconceito. O primeiro caderno do jornal, até a página 8, ficou somente para as matérias de "Região" e o segundo caderno foi dividido com as editorias restantes.<br><br>O artigo na página dois, do engenheiro agrônomo Francisco Nuncio Cerignoni, trata sobre as dificuldades e avanços da inclusão de pessoas com deficiência na sociedade. A manchete da capa, "Ameaça de Verão", destaca os problemas enfrentados por moradores da comunidade "Portelinha" nos dias que chovem em Piracicaba.<br><br>A importância da denúncia em casos de assédio sexual no trabalho foi o gancho da matéria "Quebre o silêncio" (p.09), na qual foram ouvidas duas vítimas, ambas com nomes fictícios para sigilo das fontes. A maior dificuldade foi pensar em fotos para a matéria, visto que as entrevistadas não poderiam aparecer. A opção foi fotografar partes do corpo dessas mulheres em seus ambientes de trabalho, além da foto da advogada especialista na defesa dessas vítimas, que também foi ouvida pela reportagem.<br><br>O ensaio fotográfico "Onde estão os negros?" foi produzido em diferentes locais da própria universidade com o intuito de mostrar a minoria de alunos negros que estão presentes nela. Houve manipulação intencional nas fotos para retirar os estudantes brancos. As doze fotografias, distribuídas nas páginas 12 e 13, mostram que, além de ser alarmante, isso se reflete em grande parte das universidades brasileiras.<br><br>Uma em cada quatro mulheres sofrem violência obstétrica, segundo pesquisa da Fundação Perseu Abramo. O termo, pouco conhecido e cada vez mais divulgado, é o tema da matéria "Cicatrizes do parto" (p.10). Algumas mulheres, por confiarem no trabalho dos profissionais, acabam não se reconhecendo como uma vítima, daí a importância do assunto.<br><br>A minoria dos indígenas foi tratada na entrevista com o primeiro professor indígena da Unicamp, Selvino Kókáj Amaral (p.08). Trabalhos voluntários para surdos, como a contação de histórias em libras, são retratados na matéria "A inclusão do surdo na sociedade" (p.05), que contou com fotografias que demonstram as aulas e os gestos usados por esses educadores.<br><br>Os deficientes físicos, idosos, mulheres defensoras, homossexualidade e ex-dependentes químicos também foram pauta, encerrando o jornal com uma matéria sobre o preconceito sofrido por imigrantes nordestinos ao vir para o estado de São Paulo.<br><br><b>N° 9</b><br>A edição aborda, entre diversos assuntos, gêneros e orientações sexuais, pessoas com deficiência, raças, imigração haitiana, inclusão digital na terceira idade, integração social, mercado de trabalho, economia e superação no esporte e na dança.<br><br>Na reportagem principal, sobre a baixa representatividade feminina na política (p.05), o repórter observou que, em duas cidades da região de Piracicaba, o número de mulheres que ocupam cargos eletivos é pequeno: em Limeira, das 21 cadeiras do legislativo municipal, três são ocupadas por mulheres. Em Piracicaba, dos 23 parlamentares, uma é mulher.<br><br>O impresso conta com a seção "Arte" que inclui "Retratos da Sociedade" (p.14), com uma série de desenhos dos então alunos do segundo semestre de Design Gráfico em alusão às minorias, e "Minorias em cena" (p.15), a qual traz um mosaico com ilustrações do Salão Universitário do Humor de Piracicaba.<br><br>A entrevista é com Helião, do grupo RZO, que analisa o rap brasileiro e o poder deste como instrumento de luta contra a desigualdade social. A escolha do entrevistado considerou um contexto geral sobre minorias.<br><br>Alguns alunos produziram três artigos de opinião na página 02  "Coisa de esquerda ou de direita?", "Educação é antídoto contra o preconceito", "Quando o peso é diferente do padrão"  e a crônica "Mostre-me que somos diferentes" (p.03).<br><br>Três alunos-editores foram atribuídos a garantir prazos de entrega de materiais, como fotos e textos, e a contribuir no fluxo de comunicação entre professor-orientador e alunos. Eles, ainda, produziram os editoriais "Mas onde está minha voz?", sobre os dilemas enfrentados pelas minorias; "Contribuição Brasileira", que aborda o papel de cada um contra o preconceito; e "O dever de todos para termos um Brasil melhor", uma reflexão da busca pela igualdade, todos na página 03.<br><br>Em quesito estrutural, todas as matérias têm fotografias ou infográficos produzidos tanto pelos próprios repórteres quanto por alunos do curso de Design Gráfico, que também elaboraram a charge da página 02. Há retrancas em determinadas matérias, seja pela relevância do assunto ou pela quantidade/qualidade de informações.<br><br>Pelo fato de já haver duas edições produzidas no semestre, precisou-se, neste último impresso da série, de planejamento no sentido de evitar repetições de assuntos das edições anteriores. Somando-se a isso, pela complexidade do tema, algumas fontes até então pautadas para a produção dos conteúdos resistiram em conceder entrevistas pouco antes do deadline.</div> </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"><div align="justify">O jornalismo só existe plenamente enquanto integrante de uma democracia. Para tanto, é necessário lançar olhares e ceder um lugar discursivo na mídia para aqueles que, de forma consciente ou não, são silenciados pelo poder público. A produção de jornais no ambiente acadêmico confere riqueza na forma de ventilação de ideias e de materialização destas.<br><br>Se por um lado o modelo impresso sofre um fraquejo por conta do ambiente digital que se encontra hoje, de (re)produção de informações a todo instante, mesmo que por não jornalistas, de outro lado, por conta deste mesmo ambiente de controvérsia e fake news, resta ao formato a credibilidade que conquistou ao longo do tempo.<br><br>A essa importância que o jornalismo impresso adquiriu ao longo dos séculos, é somada a capacidade dos alunos de produzirem jornais, valendo-se da criatividade e da experimentação que o ambiente acadêmico permite. Algo que nem sempre é possível em momento posterior, no lugar de profissionais da comunicação. Assim, se torna de grande importância no desenvolvimento de estudantes de graduação em jornalismo a possibilidade de criação e de manifestação de ideias, regidas pela técnica conferida a um produto impresso.<br><br></div></td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">AMARAL, Márcia Franz. Jornalismo Popular. São Paulo: Editora Contexto, 2011. <br><br>BAHIA, Juarez. Jornal, História e Técnica: História da Imprensa Brasileira. São Paulo: Editora Ática, 1990.<br><br>COSTA, Belarmino Cesar G. da. Estética da Violência, Jornalismo e Produção de Sentidos. Campinas/Piracicaba: Autores Associados/Editora Unimep: 2002.<br><br>MARCONDES FILHO, Ciro. Jornalismo fin-de-siécle. São Paulo: Editora Página Aberta, 1993.<br><br>MELO, José Marques de. Jornalismo, Forma e Conteúdo. São Caetano do Sul: Difusão Editora, 2009.<br><br>MELO, José Marques de. Jornalismo Opinativo: Gêneros Opinativos no Jornalismo Brasileiro. Campos do Jordão: Editora Mantiqueira, 2003.<br><br>SODRÉ, Muniz. Por Um Conceito de Minoria. In: PAIVA, Raquel; BARBALHO, Alexandre. Comunicação e cultura das minorias. 2. ed. São Paulo: Paulus, 2009. Cap. 1. p. 11-14.<br><br> </td></tr></table></body></html>