ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00263</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;CA</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;CA03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Contos esquecidos da terra de ninguém</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Laís Peterlevitz (Universidade Metodista de Piracicaba); Ricardo Antônio Ferreira Santana (Universidade Metodista de Piracicaba)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Animação, Interior Paulista, TCC, Teatro de Sombras, Xilogravura</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Esse é um trabalho de conclusão do curso de Graduação em Cinema e Audiovisual. A proposta era criar um produto audiovisual, fracionado ou completo, que totalizasse 15 minutos de duração, e que embasasse o tema trabalhado na monografia "Análise Comparativa da Diferença das Técnicas de Animação dos filmes Laputa  Castelo no Céu do Estúdio Ghibli e A Pequena Sereia do Estúdio Disney". O produto propõe trazer uma releitura de contos de origens diversas, com preferência para contos fantásticos, para um cenário do interior paulista com uma estética de xilogravura e teatro de sombras.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Conforme foi estudado na monografia "Análise Comparativa da Diferença das Técnicas de Animação dos filmes Laputa  Castelo no Céu do Estúdio Ghibli e A Pequena Sereia do Estúdio Disney", pudemos perceber que a animação é uma linguagem versátil, que traz novas possibilidades de narrativa e maneiras de como a apresentamos, por isso foi escolhida para Contos Esquecidos da Terra de Ninguém, que propõe uma série que cada episódio será uma adaptação de um conto fantástico, de origens diversas, para que se situem no interior paulista. O primeiro episódio "O Menino da Sorte", é uma releitura do conto dos irmãos Grimm "Três fios de ouro da cabeça do diabo", tem como protagonista um menino que nasceu com o lenço da sorte, que previram que se casaria com a filha de um fazendeiro rico, os rumores chegam aos ouvidos do fazendeiro, que se desagrada com a ideia, e tenta impedir que isso aconteça a todo custo.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo do projeto é fazer uma releitura de contos fantásticos, nacionais ou não, para uma realidade aproximada do interior paulista. Que é um ambiente de contrastes e, portanto, com muitas possibilidades de adaptações: estamos perto de metrópoles e grandes centros urbanizados, mas ainda há presença de cidades rurais. Contudo, por causa dessa ambiguidade, não é incomum sentir uma desconexão com nosso ambiente caipira, em favorecimento da cultura das metrópoles. Por isso, quisemos produzir algo que demonstrasse que se têm uma cultura rica e diversa ao nosso redor, que abraça todos os tipos de narrativa.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Nossas percepções de mundo são muito influenciadas pelos produtos midiáticos que consumimos, e no Brasil consome-se muito mais produtos de entretenimento estrangeiros do que locais, e isso é um fato que se enraizou em nosso país, porque acredita-se que produtos brasileiros são de baixa qualidade e de pouco valor cultural. De acordo com Jean-Claude Bernadet, em seu livro "Cinema Brasileiro: Propostas para uma história", para reconhecer o próprio valor cultural, o brasileiro precisa de uma aprovação estrangeira: "O pagador de promessas (Anselmo Duarte, 1962) só virou grande depois da Palma de Ouro em Cannes. (...) O prestígio internacional conquistado por alguns filmes e cineastas deixou, atualmente, um pouco mais segura essa insegura elite para se posicionar diante do cinema brasileiro" (Bernadet, 2009, p. 30), e Bernadet cita publicidades utilizadas para filmes brasileiros, como "Dona Flor e seus dois maridos" de 1976, que dizia ser "Um filme brasileiro de padrão internacional", que, ainda segundo Bernadet (2009, p. 31), é uma "Manifestação, não de qualidade cinematográfica, mas de um arraigado complexo de inferioridade" . Nosso relacionamento com produtos brasileiros (na parte de Cinema, principalmente) é diferente da que temos com os estrangeiros, porque ver a realidade brasileira em uma tela, é difícil de ser ignorada, mesmo quando não houve a intenção de se fazer uma crítica a essa realidade. Preferimos abraçar um ambiente diferente em telas de cinema, para que não tenhamos que lidar com o nosso, que consideramos ser de "má qualidade". Que "é também uma maneira de reafirmar e consolidar o complexo de inferioridade, portanto de nos instalar no amargo, porém confortável estado de irresponsabilidade: fazemos mau cinema, somos dominados, dependentes, inferiores, logo não podemos nos assumir e criar nossa perspectiva histórica" (Bernadet, 2009, p. 32), portanto, importamos uma outra realidade. Isso não acontece só no cinema, contos de fadas europeus são muito mais familiares às crianças do que mitos do folclore brasileiro. Porque o desligamento com nossa realidade começa desde cedo, é mais fácil e imediato imaginar uma história fantástica com reis, castelos, príncipes e dragões, do que uma que se passe no meio de plantações de cana, fazendeiros e engenhos. Gostaríamos de mudar isso, de fazer com que histórias sejam naturalizadas para o ambiente que vivemos, e trazer reconhecimento e celebração para a cultura, linguajar, costumes locais, e ao mesmo tempo, naturalidade a esses aspectos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Tivemos como referência estética as xilogravuras nordestinas e piracicabanas (imagens em anexo), mas mantendo uma liberdade artística. A técnica de animação utilizada é a limitada, ou seja, ao invés de fazermos os desenhos frame a frame (como a animação total, muito utilizada para filmes da Disney, por exemplo), fragmentamos os desenhos em camadas e movemos as camadas para dar a impressão de movimento, e assim, reutiliza-se os desenhos por mais frames (Lamarre, 2009). Os movimentos são rudimentares para condizer com a xilogravura, com um movimento sutil de câmera  que se assemelha à técnica de câmera multiplano muito utilizada por Disney em suas animações  para que as imagens não fiquem completamente estáticas. Para a narração, partimos da ideia de que seria um caipira reunido com seus amigos no final do dia, e cada um ia contando um conto esquecido diferente. Para o sotaque e linguajar, foi dada a preferência para o sotaque piracicabano, que de acordo com o G1, é um importante aspecto histórico e cultural da cidade, e foi registrado como patrimônio. Foram feitas pesquisas para entender como seria possível fazer uma animação com estética de xilogravura, e foi usado como referência principal o curta (link nas referências: O Cangaceiro)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Decidimos fazer a animação em agosto/2017, e a partir de então começamos a discutir que história poderia ser contada, decidimos pela adaptação de um conto existente. Passamos por diversos contos, e como adaptá-los, e por fim, a ideia de adaptar para o interior paulista foi consolidada e o conto a ser adaptado foi escolhido em setembro/2017, foi decidido também, que estética artística que utilizaríamos como referência: a xilogravura. Em outubro/2017 os desenhos, feitos digitalmente, foram finalizados; procuramos manter a estética da xilogravura em mente, mas ainda nos permitimos ter uma liberdade com os traçados. O roteiro passou por diversos tratamentos, para conseguirmos entrar em um consenso de como a história deveria ser narrada. Chegamos a conclusão de que seria mais interessante se fosse apenas um narrador; com um sotaque bem caipira (com dizeres típicos do interior paulista e região de Piracicaba); que estivesse contando a história, e em novembro/2017 o roteiro teve sua versão definitiva, e foram feitos diversos testes para achar um ator que fosse o ideal para o que estávamos buscando, e por fim gravamos a narração com o ator Bruno Smanioto, e pudemos seguir com a produção. A animação foi feita inteiramente no Adobe After Effects. Foi utilizada a técnica de animação limitada para a concepção dos movimentos, em que se consiste na fragmentação dos desenhos em diferentes camadas para que possam ser alterados separadamente. Os sons utilizados foram retirados de banco de sons e apenas algumas rápidas edições foram feitas. E a trilha sonora também foi escolhida a simplicidade: uma obra de Heitor Villa-Lobos para violão.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Foi possível compreender melhor como funcionam as movimentações e deslizamento de camadas para a impressão de movimento em animações limitadas, que foram conceitos estudados na monografia previamente citada, foi um trabalho interessante e trabalhoso, mas que pudemos aprender muito como o processo de animação funciona. Também pudemos perceber que depois de ouvir repetidas vezes a história com um cenário de interior paulista, passou a ser natural imaginar o conto neste ambiente, a história "original" com reis e princesas parece distante e causa um certo estranhamento. Isso nos trouxe uma maior apreciação de nossa realidade cultural e ambiente que vivemos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">THE Walt Disney Family Museum. Multiplane Educator Guide. Disponível em: <http://www.waltdisney.org>. Acessado em maio de 2017.<br><br>LAMARRE, Thomas. The Anime Machine: a Media Theory of Animation. University of Minnesota Press, 2009.<br><br>BERNADET, Jean-Claude. Cinema Brasileiro: Propostas para uma história. Companhia de Bolso, 2009.<br><br>G1 Piracicaba e Região. Codepac aprova relatório que torna sotaque de Piracicaba patrimônio. 2016. Disponível em: < http://g1.globo.com/sp/piracicaba-regiao/noticia/2016/08/codepac-aprova-relatorio-que-torna-sotaque-de-piracicaba-patrimonio.html >. Acessado em outubro de 2017.<br><br>O Cangaceiro, Dir. Marcos Buccini; Disponível em <https://www.youtube.com/watch?v=PXa3eYOh96I&t=>. Acesso em: 28 out. 2017. <br><br> </td></tr></table></body></html>