ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00317</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO03</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Fapcomunica</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Mábily Regina de Souza (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação); Lilian Crepaldi de Oliveira Ayala (Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;jornal-laboratório, jornalismo, impresso, ensino, Direitos Humanos</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal-laboratório Fapcomunica é o veículo impresso produzido pelos alunos do 3º semestre do curso de jornalismo da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação. O jornal integra a disciplina de Redação Jornalística, tem periodicidade semestral e formato berliner. Seus principais diferenciais são a ênfase nas temáticas sobre Direitos Humanos, a reflexão crítica e a interdisciplinaridade, que dão a oportunidade aos estudantes de conhecerem tanto o fluxo de produção de notícias quanto o planejamento visual e gráfico do jornal. Tem o objetivo de unir teoria e prática em um só instrumento, cuja principal função é proporcionar aos discentes a experiência real de realizar um jornal impresso. Com nove edições, o órgão laboratorial alia a aplicação do conhecimento adquirido em sala de aula à reflexão sobre o fazer jornalístico.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Os primeiros cursos de jornalismo do Brasil surgiram alinhados às faculdades de Filosofia, Letras e História. Disciplinas voltadas à cultura e às Ciências Humanas prevaleceram de tal forma que, quando os recém-formados adentravam o mercado de trabalho, as chefias das redações questionavam as habilidades técnicas e práticas desses novos profissionais. Os estudantes deixavam as universidades sem a bagagem funcional necessária para enfrentar a rotina jornalística, sobretudo no jornalismo diário. Segundo Lopes (1989, p. 32), "saíam das faculdades quando muito apenas teóricos, sabendo o que é lead, 'pirâmide invertida' e outros conceitos, mas sem noção de como transformar essas informações num texto jornalístico". É nesse contexto que surge o jornal-laboratório: ferramenta de ensino do jornalismo por meio da prática e da vivência real. Para unir a teoria à prática de modo reflexivo, a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (FAPCOM) criou, em 2013, o Fapcomunica, jornal desenvolvido pelos alunos do curso de jornalismo. Com periodicidade semestral e tiragem atual de 4.000 exemplares, o Fapcomunica tem como público-alvo alunos, docentes e funcionários da faculdade, sobretudo as comunidades dos entornos da Vila Mariana, bairro da cidade de São Paulo próximo à Avenida Paulista. As reportagens apresentam temáticas comuns aos dois públicos, com editorias voltadas à cidade, à sociedade, à economia, à política, à tecnologia e à cultura, focando, sempre que possível, nos Direitos Humanos. Os alunos desenvolvem boa redação, apuração criteriosa e atenção ao que pode ser de interesse público, que são a base do que se espera de um profissional preparado. O Fapcomunica estimula os discentes a aprimorarem cada um desses itens por meio da criação de pautas, busca por fontes, realização de entrevistas - preferencialmente no campo - e contato com o mundo externo. Os jovens ganham espaço para refletir sobre os rumos da profissão e qual a melhor direção a ser tomada. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O jornal laboratório da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação tem como propósito inserir o aluno no fluxo jornalístico e, assim, aplicar o conhecimento adquirido em sala de aula em experiências reais. Com a orientação dos docentes, os estudantes entram em contato direto com técnicas e práticas do jornalismo impresso, além de levar ao público leitor um conteúdo atual e contextualizado. O Fapcomunica tem o intuito de equilibrar as disciplinas teóricas e práticas, tornando-se um meio no qual o aluno pode aplicar o que aprendeu em sala de aula. Desde o fluxo da redação até a distinção entre o que é notícia e o que não é, a prática do jornalismo na faculdade permite ao aluno refletir sobre esse fazer. Segundo Lopes (1989, p. 37), "essa reflexão e crítica sobre a prática profissionalizante contribui para a articulação teoria-prática desenvolvida nos órgãos laboratoriais". O pesquisador destaca a função do projeto: Instrumento fundamental de um curso de jornalismo, o jornal laboratório dá condições ao estudante de realizar treinamento na própria escola, possibilitando que coloque em execução, ainda que experimentalmente, os conhecimentos teóricos adquiridos nas disciplinas da área técnico-profissionalizante. Integra os alunos na problemática da futura profissão, tornando possível que obtenham uma visão global do processo jornalístico, não apenas no aspecto conceitual, mas também na prática do dia a dia das redações. (LOPES, 1989, p. 49) </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como instrumento de ensino que une teoria e prática em um só objetivo, o jornal-laboratório Fapcomunica tem potencial pedagógico de extrema importância para o curso de jornalismo. Ao mesmo tempo em que as Novas Diretrizes Nacionais destacam a necessidade do êxito das disciplinas práticas, o jornal capacita os alunos para o exercício da profissão. A sala de aula torna-se o espelho de uma redação, onde os alunos aprendem desde a criação da pauta, o levantamento de dados e a apuração, até a entrevista e a edição da reportagem. Além dos elementos básicos da escrita e da apuração jornalística, também entram em contato com a diagramação e o planejamento visual do jornal, o que permite uma visão ampla sobre as etapas de produção do veículo impresso. Uma vez que os discentes conhecem, na prática, cada engrenagem do funcionamento de um jornal, podem refletir sobre a sua função social dentro e fora da profissão. A integração entre os alunos permite que desenvolvam uma visão crítica sobre o processo jornalístico e as práticas cotidianas das redações. O órgão laboratorial age, portanto, como ferramenta de aplicação das teorias e exercício de reflexão a respeito desse fazer. Uma vez que já entraram em contato com o fluxo de um jornal na própria faculdade, os alunos chegam ao mercado de trabalho mais capacitados. O Fapcomunica é um veículo cujo compromisso é com a verdade e com a formação de repórteres conscientes. A periodicidade semestral dá espaço ao aluno para pensar e executar pautas que vão além das hard news, oferecendo ao leitor diferentes perspectivas sobre determinado assunto. Nilson Lage destaca o dever do jornalista para com a contextualização da informação: O processamento mental da informac&#807;a&#771;o pelo repo&#769;rter inclui a percepc&#807;a&#771;o do que e&#769; dito ou do que acontece, a sua inserc&#807;a&#771;o em um contexto (o social e, ale&#769;m desse, toda informac&#807;a&#771;o guardada na memo&#769;ria) e a produc&#807;a&#771;o de nova mensagem, que sera&#769; levada ao pu&#769;blico a partir de uma estimativa sobre de que tipo de informac&#807;a&#771;o esse pu&#769;blico precisa ou qual quer receber. Em suma, o repo&#769;rter, ale&#769;m de traduzir, deve confrontar as diferentes perspectivas e selecionar fatos e verso&#771;es que permitam ao leitor orientar-se diante da realidade. (LAGE, 2001, p. 9) É justamente o pensamento crítico instigado pelas disciplinas teóricas que permitem aos alunos do curso de jornalismo da FAPCOM uma abordagem jornalística voltada ao que a cidade precisa, tanto no âmbito social quanto político. Para Noblat (2002), um jornal deve ser um espelho da consciência crítica de uma comunidade em um dado espaço de tempo. O autor pondera: Mas jornal também é um negócio diferente de qualquer outro. Existe para servir antes de tudo ao conjunto de valores mais ou menos consensuais que orientam o aperfeiçoamento de uma determinada sociedade. Valores como a liberdade, a igualdade social e o respeito aos direitos fundamentais do ser humano. (NOBLAT, 2002, p. 22) O jornal-laboratório oferece aos estudantes o exercício da escrita jornalística, a apuração dos dados e a visão sobre a reportagem como um todo, de forma a não limitar esse conhecimento apenas ao âmbito acadêmico, mas também prepará-los para o mercado de trabalho em constante mudança. Desde os primeiros passos para executar a pauta até a edição final, o aluno passa por uma intensa orientação por parte dos docentes, cuja bagagem incentiva o jovem repórter a ir além das fórmulas instituídas tradicionalmente. O Fapcomunica age como um espaço de aprendizado, reflexão e como uma espécie de primeiro contato com o que se espera de um bom jornalista. Os alunos do curso de jornalismo da FAPCOM exercitam o que é primordial na profissão, tornando-se agentes ativos de propagação da informação para o público da faculdade e da Vila Mariana. Cada etapa é realizada sob o acompanhamento intensivo dos docentes e a interdisciplinaridade na medida certa, o que permite aos estudantes uma perspectiva global sobre todo o processo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O funcionamento do jornal-laboratório Fapcomunica se dá em duas etapas. A primeira fica sob o comando das turmas de 3° semestre, responsáveis pela elaboração das pautas e reportagens. Todas as pautas são elaboradas no formato tradicional e discutidas em conjunto, sob a supervisão do docente da disciplina Redação Jornalística. Após a definição das editorias e das pautas, os alunos partem a campo e entregam a reportagem em três etapas, sendo editados em cada uma delas. A última versão precisa conter: reportagem final com, no mínimo, quatro fontes, título, linha fina, intertítulos, chamada de capa, parágrafo de capa, legendas das imagens, sugestões de olho e outros aspectos visuais, tais como infografia e box. Os textos possuem entre 3.000 caracteres, para meia página, e 6.000 caracteres, para página inteira, com variação a depender da qualidade e quantidade de imagens ou outros elementos visuais. As imagens também são produzidas pelos alunos e, quando isso não é possível, bancos de dados públicos são utilizados. A segunda etapa fica sob a alçada das turmas do 5° semestre, que planejam visualmente o jornal, sempre mantendo contato com os repórteres. Essa divisão ocorre em sintonia com a grade do curso, visto que a equipe de texto está cursando a disciplina de Redação Jornalística e a equipe de diagramação a disciplina de Planejamento Visual e Gráfico I. Ainda que o fluxo aconteça em etapas distintas, a interdisciplinaridade é constante e cada turma cumpre o seu papel pensando no jornal como um todo. Todo o processo começa com a reunião de pauta. Os alunos dividem-se por editorias, conforme os temas de interesse, e sugerem quais assuntos podem ser abordados na próxima edição. A primeira reunião é o passo inicial para o processo de construção do jornal, uma vez que as pautas sugeridas passam pela aprovação da professora orientadora e só então são executadas. Para Cleide Floresta e Ligia Braslauskas (2009, p. 3),  as matérias vão nascendo à medida que os repórteres saem às ruas e se envolvem com a notícia . Conforme o autor Ricardo Noblat, os repórteres devem estar atentos às diversas fontes de notícias do dia a dia: A notícia pode estar no ambiente onde se passou determinada história. A notícia pode estar no silêncio de uma pessoa entrevistada. A notícia pode estar no nervosismo de alguém. Há, portanto, que estar atento a tudo. E há que ter faro para identificar a notícia onde quer que ela esteja. (NOBLAT, 2002, p. 38) Dada a periodicidade semestral do jornal, os alunos dão início às pautas com quatro meses de antecedência à impressão. Neste cronograma, os assuntos são escolhidos por meio de fatos atuais para serem executados numa perspectiva aprofundada e contextualizada. Como o tempo de execução é maior do que em um jornal diário, os temas são delimitados sob o prisma da relevância e perenidade. Floresta e Braslauskas destacam as possibilidades de pautas nesse formato: Pode ser uma denúncia sobre a qual o repórter precisa checar e levanta dados, o que não tem prazo certo para acontecer. Ou pode ser ainda um levantamento mais direto, como percorrer praças da cidade para ver em que condições elas estão. Certamente, será difícil fazer isso em apenas um dia em uma cidade grande. (FLORESTA e BRASLAUSKAS, 2009, p.60) A linha editorial do Fapcomunica segue o princípio de que é preciso levar informação ao público para torná-lo consciente de seus direitos e deveres, assim como despertar nele o pensamento crítico a respeito de temas urgentes, como racismo, homofobia e intolerância. As pautas são guiadas pela função do texto jornalístico, conforme Floresta e Braslauskas (2009, p. 123):  descobrir tudo o que cerca determinada notícia e apontar de que forma esses dados se relacionam ou representam o desdobramento de outro acontecimento . À medida em que os estudantes começam a realizar entrevistas, levantar dados e fazer a apuração, o texto ganha forma e é revisado semanalmente pela professora orientadora. Durante as aulas de Redação Jornalística, ela não só faz a leitura e edição necessária, como também dá o feedback ao aluno do que pode ser acrescentado ou quais rumos a matéria pode tomar. Segundo Pereira Junior (2006, p. 153),  a leitura atenta se desafia a perceber elementos que faltam ser investigados (para suprir lacunas informativas do original) e qual abordagem a informação exige (para que ela seja congruente com a situação comunicativa pretendida) . A experiência de sair às ruas em busca da informação permite aos discentes desenvolver uma visão global sobre aquilo que desejam retratar. Tanto o exercício de apuração quanto as entrevistas são realizados fora do horário de aula, que, por sua vez, é destinado ao atendimento individual com a professora orientadora. A reportagem deve atender aos aspectos de atualidade, universalidade, periodicidade (durabilidade limitada) e difusa&#771;o (LAGE, 2001). No entanto, não há fórmula a ser seguida, como destaca o autor Nilson Lage: O trabalho de reportagem na&#771;o e&#769; apenas o de seguir um roteiro de apurac&#807;a&#771;o e apresentar um texto correto. Como qualquer projeto de pesquisa, envolve imaginac&#807;a&#771;o, insight: a partir dos dados e indicac&#807;o&#771;es contidos na pauta, a busca do a&#770;ngulo (a&#768;s vezes apenas sugerido ou nem isso) que permita revelar uma realidade, a descoberta de aspectos das coisas que poderiam passar despercebidos. (LAGE, 2001, p.15) A professora repassa aos alunos as informações técnicas, como o número de caracteres do texto, do título e da linha fina, assim como o tamanho da imagem. Cada um desses itens é definido em conjunto com os alunos do 5° semestre, responsáveis pela diagramação e planejamento visual. Em tempos em que é cada vez mais difícil manter a atenção do leitor, as artes adquirem um significado de máxima importância para a reportagem, dado que elas tornam o texto mais atraente e a leitura mais dinâmica (FLORESTA e BRASLAUSKAS, 2009). Com as matérias finalizadas, as turmas de planejamento visual e gráfico utilizam as aulas da disciplina homônima para diagramar o Fapcomunica. Os alunos dividem-se em duplas e criam layouts distintos para as reportagens designadas a eles. O professor orientador acompanha o processo de criação e escolhe o modelo mais adequado. Assim como os nomes dos autores dos textos aparecem no jornal, a partir da 9° edição os diagramadores também passaram a ser creditados. O diferencial do jornal laboratório da FAPCOM é o fato de o aluno poder participar ativamente da sua execução em duas etapas diferentes. A turma responsável pelo texto, no 3° semestre, também vai ter contato com a diagramação quando chegar ao 5°semestre, assim como esses já passaram pela redação. É um exercício constante de interdisciplinaridade que capacita o aluno para se destacar em mais de uma habilidade, conforme o mercado exige dos profissionais de comunicação atualmente. Quando o Fapcomunica é finalizado, são impressos 4.000 exemplares na Gráfica Paulus, mantenedora da FAPCOM. Os jornais são distribuídos para os alunos, corpo docente e funcionários da FAPCOM, assim como pontos de comércio da Vila Mariana e bairros vizinhos, como Jardins e Centro, localizados na capital da cidade de São Paulo. Após a impressão do jornal, o veículo também fica disponível em formato pdf dentro do site da faculdade e recebe constante atualização por meio de um veículo digital, o Fapcomunica online. A difusão do jornal laboratório se dá pela troca de experiências com colegas de turma, outras universidades e também nas respectivas cidades dos alunos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Criado em 2013, o jornal laboratório da Faculdade Paulus de Teconologia e Comunicação, o Fapcomunica, está na sua 10° edição. Por trabalhar com periodicidade semestral, são distribuídas duas edições, uma em junho e outra em dezembro. O veículo impresso utiliza o formato berliner e conta com o conselho editorial formado pelos docentes da FAPCOM. Os textos e a diagramação são de responsabilidade dos alunos do curso de jornalismo que, por meio dessa vivência, podem unir teoria e prática em um só aprendizado. Desde as primeiras edições, o Fapcomunica apresenta uma identidade muito ligada às questões sociais e à realidade do leitor. As matérias de destaque das edições 2 e 3, por exemplo, retratam a escravidão da população boliviana no Brasil e o preconceito contra os haitianos, respectivamente. Ao longo do desenvolvimento do jornal, o público também conheceu novidades sobre tecnologia, cultura, saúde e economia, como robôs que rastreiam a corrupção de políticos, o projeto Casa 1 para a comunidade LGBT e a reforma da previdência. A cada edição, as editorias variam conforme o número de alunos responsáveis pela produção dos textos. Entre elas, destacam-se Política, Economia, Sociedade, Saúde, Tecnologia, Meio Ambiente, Cultura e Esporte. Como o jornal é produzido por turmas diferentes a cada semestre, as pautas seguem a linha editorial com uma dose de flexibilidade para novas ideias e propostas. Com o intuito de incentivar a escrita jornalística dos estudantes, o Fapcomunica é constituído apenas por textos informativos. O único texto opinativo é o editorial, cuja assinatura fica por conta de um membro do Conselho. Dessa forma, os alunos podem praticar exclusivamente a produção de reportagens, de modo a produzir portfólio para futuras oportunidades de emprego. A 9° edição reforçou, inclusive, a ideia de que o jornal-laboratório ultrapassa o espaço acadêmico e leva o nome dos estudantes para o mundo. As matérias sobre abandono de animais domésticos, o aumento do suicídio entre a população jovem, os abrigos para idosos e o robô que combate a corrupção foram selecionadas e editadas pelos respectivos repórteres para compor o Jornal da Vila e a Revista da Vila, veículos parceiros da Fapcom. O Fapcomunica tem um público misto, visto que é direcionado tanto para o meio acadêmico (alunos, docentes e funcionários), quanto para a população dos entornos da Vila Mariana, bairro da cidade de São Paulo. De acordo com Lopes, é indispensável que o jornal exerça um papel diante da comunidade: É fundamental que um jornal laboratório seja dirigido a uma determinada comunidade para ter um público definido e ser um veículo com todas as características de um jornal profissional. Uma publicação que leve a comunidade a tomar consciência de seus problemas e a organizar-se para resolvê-los. Dessa forma o estudante de jornalismo poderá ser realmente habilitado para o mercado de trabalho. (LOPES, 1989, p. 16) Para Floresta e Braslauskas (2009, p. 2),  o que dimensiona o tamanho da história nos veículos é seu ineditismo, sua importância e sua abrangência . Sendo assim, as pautas desenvolvidas para o Fapcomunica são pensadas a partir dos fatos atuais, com uma angulação contextualizada e global, de modo a instigar o leitor a pensar sobre determinado assunto com novas perspectivas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">O jornal-laboratório Fapcomunica é o instrumento de ensino que permite aos alunos do curso de jornalismo da Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação uma experiência real sobre a rotina de quem produz reportagens para o veículo impresso. Além de integrar as turmas com funções complementares, ou seja, texto e diagramação, o jornal instiga os alunos a refletirem sobre o fazer jornalístico como um todo, além do âmbito acadêmico. Por meio das aulas de Redação Jornalística e Planejamento Visual e Gráfico, os estudantes colocam em prática o que até então conheciam apenas na teoria: produção de pautas, entrevistas, levantamento de dados, apuração, titulação, diagramação e edição. Cada etapa do processo que dá vida ao jornal impresso é realizada pelos discentes, sob a orientação cuidadosa dos professores responsáveis. A vivência do fluxo do jornal impresso capacita os alunos a distinguirem o que pode ou não ser notícia, os princípios básicos da pauta, as técnicas de entrevista e reportagem, como deve ser feita a edição e quais fatores a influenciam. Quando cada um desses itens é finalizado, os mesmos alunos são colocados do outro lado e aprendem a pensar o jornal além do texto, como o layout ideal, qualidade das imagens e infografia atrativa para o leitor. Essa mudança de perspectiva proporciona uma boa capacitação para o exercício da profissão. Há cinco anos, o Fapcomunica oferece uma experiência vívida e ativa sobre o fazer jornalístico. Em sintonia com as disciplinas teóricas e de cunho humanístico, o jornal-laboratório incentiva os alunos a se tornarem profissionais conscientes do seu compromisso com a verdade e com o respeito à cidadania. Mais do que uma aula prática, trata-se da formação crítica dos jornalistas de amanhã. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">LOPES, Dirceu Fernandes. Jornal Laboratório: do exercício escolar ao compromisso com o público leitor. São Paulo: Ed. Summus, 1989.<br><br>FLORESTA, Cleide; BRASLAUSKAS, Ligia. Técnicas de reportagem e entrevista em jornalismo: roteiro para uma boa apuração. São Paulo: Ed. Saraiva, 2009.<br><br>LAGE, Nilson. A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. São Paulo: Ed. Record, 2001.<br><br>NOBLAT, Ricardo. A arte de fazer um jornal diário. São Paulo: Ed. Contexto, 2002.<br><br>PEREIRA JUNIOR, Luiz Costa. Guia para a edição jornalística. Rio de Janeiro: Ed. Vozes, 2006.<br><br>MAGALHÃES, Talita M. Jornal Laboratório Em Foco: edição, captação e edição em jornalismo impresso com acompanhamento pedagógico. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/centrooeste2008/expocom/EX11-0238-1.pdf> Acesso em: 12 de abril de 2018<br><br> </td></tr></table></body></html>