ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00395</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO06</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Telejornal Cidadão 88</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Rômulo da Conceição Mendonça dos Santos (Rômulo Norback) (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); José Adriano de Souza Júnior (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Márcio da Silva (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Flávia Adriana da Silva (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Catarina Villar Moreira Pinto Pinheiro (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Letícia Noda (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Jéssica de Oliveira Ramos (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Maria de Fátima Costa de Oliveira (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Telejornal Cidadão 88, Direitos Sociais, Constituição Federal, Telejornalismo, Memória</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 1988, completa 30 anos. Um momento para comemorar, mas também para refletir os avanços e retrocessos da sociedade brasileira no cumprimento dos direitos sociais em educação, saúde e moradia. O Telejornal  Cidadão 88 , programa desenvolvido para a disciplina de Telejornalismo da UFRRJ, traz reportagens sobre os impactos do Programa  Minha Casa, Minha vida para a redução do déficit habitacional no Brasil (IBGE, 2010); e trata das questões de educação e saúde pública na Baixada Fluminense para evidenciar os impactos sociais que podem ser causados com a vigência da Emenda Constitucional 95/2016. A medida congela os investimentos públicos nos setores por 20 anos, estagnando o desenvolvimento do país por intermédio da formação crítica e profissional dos brasileiros e pondo em risco o bem-estar social da população de baixa renda.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O estado do Rio de Janeiro passa por um período de crise política e financeira. Os ajustes fiscais feitos pelo governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), têm colocado em debate o cumprimento dos direitos sociais garantidos na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, para mais de 12 milhões de cidadãos que vivem da Região Metropolitana do Rio de Janeiro (estimativa IBGE 2016) e para qualquer cidadão brasileiro. Neste contexto social, o Telejornal Cidadão 88, busca apresentar uma análise crítica sobre a realidade fluminense, a partir das técnicas e da linguagem do telejornalismo:  Não é preciso nenhum talento especial para reconhecer uma  uma grande notícia quando ela ocorre. Mudanças políticas, convulsões sociais, eventos esportivos, catástrofes naturais  cada fato fala por si próprio. O que distingue o jornalista das outras pessoas é a capacidade bem desenvolvida de identificar os assuntos que, embora não sejam tão obviamente espetaculares, estimulam o interesse ou são importantes para a vida das pessoas (YORKE, 1998, p. 26). Sendo assim, o programa também se propõe a exibir reportagens que investigam as condições para a manutenção e funcionamento das instituições de ensino público nos níveis fundamental, médio, técnico e superior na região do Grande Rio ás vésperas da entrada em vigor da Emenda Constitucional 95/2016, neste ano e congela os gastos públicos da União na área de educação e saúde em todo território nacional por 20 anos. Além disso, mostra a situação das moradias populares na baixada fluminense construídas e financiadas pelo Programa  Minha Casa, Minha Vida . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Telejornal Cidadão 88 tem como objetivo investigar e analisar, através da prática laboratorial de telejornalismo, os avanços e retrocessos dos direitos sociais em educação, saúde e moradia na região metropolitana do Rio de Janeiro no ano em que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 completa três décadas. Além disso, proporcionar ao estudante o espaço da disciplina para praticar e experimentar as técnicas do telejornalismo em prol de uma comunicação cidadã, independente e alternativa. Como também, ser um produto audiovisual e jornalístico que possa eventualmente contribuir para reflexão e memória.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O  Telejornal Cidadão 88 traz como tema principal a comemoração dos 30 anos da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988em tempos de crise política e econômica do país.A produção laboratorial relembra, brevemente, uma conquista histórica para todos os brasileiros: o retorno da democracia, da liberdade de expressão e da pluralidade de pensamentoapós 20 anos de Regime Militar (1964-1985). A retomada do regime democrático possibilitou a efetiva participação da sociedade brasileira, através do voto direto, no processo de escolha dos representantes para os Poderes Executivo e Legislativo, cuja missão desses poderes é a criação de políticas voltadas para o desenvolvimento econômico e social do país.  Com efeito, no Brasil, as classes ricas e as pobres se separam uma das outras por distâncias sociais e culturais tão grandes quanto as que medeiam entre povos distintos.  (RIBEIRO, 2015, p.159). Assim, aprofunda desigualdade na estrutura social do país, sugere a criação de políticas sociais voltadas para a redução das diferenças e da luta de classes no país. Contudo, a globalização, que é,  de certa forma, o ápice do processo de internacionalização do mundo capitalista (SANTOS, 2000) iniciada no final do século XX, tem o Brasil como integrante deste sistema econômico internacional, devido aos seus acordos de importação e exportação de mercadorias. Sendo assim, com a crise de 2008 nos países desenvolvidos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou medidas que incentivaram a economia, como a redução da taxa de juros, corte na cobrança de impostos, liberação de crédito pelos bancos públicos, expandiu o investimento em infraestrutura e concedeu exoneração fiscal a alguns setores da economia. O Brasil cresceu e dezenas de famílias saíram da miséria, outras ascenderam socialmente. Porém, a retomada da economia dos países desenvolvidos foi lenta, como o ritmo desacelerado de expansão da China e que se postergou até do governo da presidente Dilma Rousseff, em 2011, causando a queda dos preços das commodities, isto é, as mercadorias ainda em estado de matéria-prima, como o minério de ferro e a soja. Entretanto, a economia brasileira, em 2013, começou a entrar em recessão e o governo brasileiro gastava mais do que arrecadava de impostos, acentuando ainda mais a crise do Estado eaumentando a dívida pública. Ainda neste contexto, a crise se agravou e causou uma instabilidade política que levou ao processo de Impeachment da Presidente Dilma Rousseff (PT), que foi destituída do cargo em 31 de agosto de 2016. Assume, então, o vice-presidente Michel Temer (MDB), que toma diversas medidas que impactam diretamente no cumprimento dos direitos socais, entre as quais está a sanção da emenda constitucional 95/2016, conhecida como Proposta de Emenda Constitucional 241/55. Em 2018, entra em vigor o novo regime Fiscal, aprovado pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, em 2016. A emenda constitucional 95/2016 busca, entre outras coisas, estagnar os investimentos nas áreas de saúde e educação. Neste mesmo ano, comemoram-se os 30 anos da Constituição Federal, documento que estabelece a democracia no país e os deveres e direitos de todo cidadão brasileiro. A constituição garante:  Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.  (BRASIL, 1988) O governador em exercício do Rio de Janeiro, Francisco Dornelles (MDB) decretou, em 16 de junho de 2016, estado de calamidade financeira. Entre as justificativas, estavam o medo de um colapso nas áreas da saúde, educação e segurança pública. Neste contexto de instabilidade política, econômica e social, o  Telejornal Cidadão 88 se propõe, em 2017, a ser um produto independente e universitário para mostrar de forma alternativa o cumprimento dos direitos sociais na região metropolitana do Rio de Janeiro. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Pauta e Apuração. Dentro do processo acadêmico de ensino-aprendizagem a disciplina de Telejornalismo, ministrada pela professora Fafate Costa, busca propor em sala de aula as dinâmicas relativas a uma redação de TV, ressalvadas as limitações técnicas da instituição. Neste sentido, os grupos de trabalho se organizam em equipes de produção dos programas telejornalísticos que serão apresentados ao fim de um semestre. O telejornal  Cidadão 88 nasce com a proposta de falar dos direitos constitucionalmente estabelecidos a todos os brasileiros através da Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em outubro de 1988. Com essa temática em mente, tem início uma das primeiras etapas na construção do trabalho e das reportagens: a pauta. Nilson Lage (2001) indica duas definições de pauta em seu livro  A Reportagem . Ele diz em uma delas que a pauta é  O planejamento de uma edição ou parte da edição (nas redações estruturadas por editorias - de cidade, política, política, economia, etc.), com a listagem dos fatos a serem cobertos no noticiário e dos assuntos a serem abordados em reportagens, além de eventuais indicações logísticas e técnicas: ângulo de interesse, dimensão pretendida da matéria, recursos disponíveis para o trabalho, sugestões de fontes, etc (LAGE, 2001, p. 34). A equipe se reuniu para decidir a angulação das pautas as fontes para cada uma das reportagens; bem como os locais de gravação e as funções de cada um dos alunos.Durante a apuração, foram realizadas visitas aos locais designados nas pautase a pesquisa também se consistiu em levantar os dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), das Prefeituras Municipais de Japeri e Nova Iguaçu, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Ministério das Cidades e Ministério da Educação (MEC). Fontes secundárias como jornais, revistas e sites noticiosos foram eventualmente consultados. Estrutura, Planos e Enquadramentos. Nas filmagens do produto laboratorial foram utilizados equipamentos profissionais e semiprofissionais, como a câmera DSLR Canon 60, com lente Canon EFS Ultrasonic 17  55mm, e microfone Sony UWP-D16 profissional sem fio e canopla personalizada.Nas gravações de externa, a equipe buscou favorecer ao máximo a aprendizagem de várias funções, permitindo o revezamento nas atividades de produtor, cinegrafista e repórter. As sonoras com fontes oficiais e/ou primárias foram realizadas em seus locais de trabalho (exemplo: Reitor da UFRRJ, entrevistado em seu escritório, ou professor Júlio Lima, entrevistado na Fiocruz).As referências para o formato do  Cidadão 88 são os veículos jornalísticos audiovisuais tradicionais, buscando emular em sua estrutura as técnicas e recursos dos telejornais exibidos todos os dias nas emissorasbrasileiras. Uso de recursos gráficos. O uso de recursos gráficos é bastante útil ao telejornal. No caso do  Cidadão 88 foram utilizados para destacar informações ditas, colhidas das fontes, ou somente para nomeá-las e indicar informações sobre elas. Esses recursos também se fazem presentes na apresentação de gráficos e infográficos, que acompanhados do  off dos repórteres, tornam o assunto mais didático e de fácil assimilação para o público. A indicação da fonte dos dados apresentados também confere legitimidade ao trabalho. Seu uso também é indicado  Nos casos de falta das imagens para uma notícia, recorre-se aos recursos gráficos como mapas, fotos e infográficos para que a notícia não fique incompleta.  (UFCA. 2012, p. 04). São muitas vezes narrativas descritivas ou mensagens que buscam efetivar contratos com o telespectador. Em todos os casos, há sempre a apresentação do nome da atração. Já as vinhetas de passagem, como o nome indica, fazem a transição entre a veiculação do programa e os comerciais. Por isso, estão presentes em cada início e fim de intervalo. Esse tipo de vinheta é sempre um recorte das de abertura, o que lhes imprime um caráter abreviado e menor tempo de exibição. As vinhetas de encerramento, por sua vez, marcam o término dos programas e podem apresentar os créditos finais.  (SCHIAVONI, 2011, p. 101). A vinheta do telejornal tem uma paleta com as seguintes cores: verde, amarelo e branco. As mesmas cores da bandeira do Brasil. A animação da vinheta começa com o traçado do litoral da região sudeste enquadrado no vídeo com a formação de uma elipse que simula uma lupa sobre a região metropolitana do Rio de Janeiro. Em seguida, a imagem do traçado do litoral, na cor branca, se movimenta e forma, então, o mapa do Brasil com o título  Cidadão 88 no centro da imagem. Músicas, temas e efeitos sonoros. O telejornal faz uso de temas musicais e efeitos sonoros para criar uma ambientação dos telespectadores em determinados momentos. A trilha sonora do  Cidadão 88 , disponível em plataforma de distribuição gratuita para fins acadêmicos, é a música  In Tune Today , uma composição de Phil Garrod, Reed Hays, e Scott P. Schreer, que tem uma sonoridade forte e que chama a atenção do espectador para seu início/retorno dos comerciais, por exemplo.  O áudio tem uma relativa importância para o entendimento da notícia. Complementa o visual e o verbal, além de desempenhar a função de ambientar os telespectadores através da música tema do programa.  (RAPOSO, 2009, p. 52). Já nas matérias, temas mais fortes e dramáticos são empregados, para reforçar a situação preocupante das questões apresentadas, podendo estar em destaque ou no  background , como pano de fundo do  off do repórter. Efeitos sonoros, usados com muito menos frequência no telejornalismo tradicional, quando são usados destacam para o lado cômico ou dramático. No caso do  Cidadão 88 houve sua utilização para destacar uma fala de um servidor público quando o mesmo ironizou a classificação do município nos índices educacionais. Linguagem e texto para TV. O manual  Os doze passos em telejornalismo , da Universidade Federal do Cariri (UFCA) aponta que  assim como em outras mídias, a linguagem deve ser simples e coloquial para atingir o maior número de pessoas, evitando o uso de gírias, palavras estrangeiras, que podem confundir o espectador.  (UFCA. 2012, p. 04). Sendo esse um cuidado na composição do texto do  Cidadão 88 , nas cabeças do apresentador, nas passagens e  offs dos repórteres, na tentativa de passar a ideia de maneira clara para o espectador.  O texto de TV é escrito para ser falado (pelo apresentador) e ouvido (pelo espectador).  (PATERNOSTRO, 1999, p. 70). Vera íris Paternostro afirma que  a TV tem obrigação de respeitar o telespectador e transmitir informação em uma linguagem coloquial correta. É preciso também ter muito cuidado com o uso da gíria, porque ela pode vulgarizar um texto e não ser bem compreendida. É preciso respeitaras regras. A busca do texto coloquial consiste em se encontrar um texto de entendimento comum para a mensagem que será transmitida.  (PATERNOSTRO, 1999, p. 78). A autora complementa essa ideia do texto coloquial, explicando que  quanto mais as palavras (ou texto como um todo) forem  familiares ao telespectador, maior será o grau de comunicação. As palavras, as estruturas das frases, devem estar o mais próximo possível de uma conversa. Devemos usar palavras simples e fortes, elegantes e bonitas, apropriadas ao significado e à circunstância da história que queremos contar.  (PATERNOSTRO, 1999, p. 79). Dessa forma, a equipe do Cidadão 88 usou das técnicas de um texto pra TV, recomendado nas obras de Paternostro, como uma forma de valorizar uma linguagem, clara, direta e objetiva, sem prejudicar a essência do fato, mas para tornar as informações com mais facilidade de compreensão para que seja alcançando o maior número possível de pessoas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O Telejornal Cidadão 88 é uma produção laboratorial desenvolvida no âmbito da disciplina de Telejornalismo do curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), no primeiro semestre de 2017, sob orientação da docente Fafate Costa. Contudo, o trabalho foi discutido, estruturado e produzido somente por estudantes, cuja intenção foi de proporcionar aos acadêmicos o protagonismo no processo, desde a concepção das pautas até a finalização de umprograma de telejornalismo, em que os alunos tiveram que pensar na linha editorial, na elaboração do script, nas pautas e na apuração. Levando em consideração a atual conjuntura política, social e econômica do país, o  Cidadão 88 apresenta pautas voltadas para os direitos sociais, sendo eles: saúde, moradia e educação. O Telejornal foi estruturado da seguinte maneira: 1) Abertura  Um breve resgate da História do Brasil nos últimos 50 anos - Neste trecho do programa, o apresentador cumprimenta o público e menciona períodos recentes e importantes da história política e social do Brasil, sendo eles: a vigência de uma Ditadura Militar (1964); o processo de redemocratização (1985  1988), a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF - 1988) e o inicio da implantação da Emenda Constitucional 95/2016 (2018), que congela os gastos públicos em Educação e Saúde, no ano em que a CF  1988 completa 30 anos; 2) Escalada e vinheta  Trecho que mostra os destaques do programa, isto é, imagens das reportagens que serão exibidas, sendo apresentadas e introduzidas pelo  off do apresentador. Em uma sequência animada com trilha sonora. Bernardo Raposo (2009) afirma que  Oritmo deste primeiro segmento é mais rápido; o objetivo é atrair a atenção dos telespectadores para o conteúdo que vai ser exibido na edição que acabou de começar. Em alguns casos, a fala dos apresentadores é coberta por  teasers , imagens selecionadas das reportagens (RAPOSO, 2009, p. 32). No  Cidadão 88 , a vinheta se faz presente no programa inteiro: na abertura do programa, nas chamadas de seus intervalos.  Essa sequência indica os diferentes tipos de vinheta que aparecem na programação. São elas: 1) vinhetas de abertura; 2) vinhetas de passagem; 3) vinhetas de encerramento e 4) vinhetas institucionais.  As vinhetas de abertura são videografismos que marcam o início dos programas, apresentando-os (SCHIAVONI, 2011, p. 100 e 101). 3) Bloco 1 A crise na saúde pública do Rio e o congelamento dos gastos públicos no setor por 20 anos no Brasil  Nesta reportagem, o telespectador assiste uma apuração feita no serviço de saúde pública do Rio de Janeiro em três situações: 1) no atendimento ambulatorial de uma clínica da família na cidade de Nova Iguaçu (RJ), 2) no atendimento emergencial na unidade de pronto atendimento (UPA) na mesma cidade, e 3) no desenvolvimento de pesquisa para novos medicamentos e vacinas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Foram ouvidas 5 fontes, entre elas, o professor de saúde pública, Júlio Lima, da Escola Politécnica Joaquim Venâncio da Fiocruz. O pesquisador afirma que em 20 anos - período de vigência da Emenda Constitucional 95/2016 - o Sistema Único de Saúde (SUS) vai perder 4 (quatro) vezes do valor do orçamento de 2017. A reportagem mostra ainda a consulta pública feita no site do senado para saber se a população era a favor ou contra a Proposta de Emenda Constitucional 55 (PEC 241/55). O resultado final da consulta mostrou a desaprovação da proposta pela maioria dos brasileiros, sendo 345.716 contra a PEC e 23.770 a favor, mesmo assim, o projeto foi aprovado pelos senadores com 55 votos a favor e 16 contra a PEC. 4) Bloco 2 Moradia é um direito com déficit no Brasil - Pela primeira vez no Brasil, a habitação popular para famílias de baixa renda se torna uma política de estado em âmbito nacional. A reportagem sobre este direito tem com objeto os impactos do Programa Minha Casa, Minha Vida na região metropolitana do Rio de Janeiro e mostra o déficit de unidades habitacionais nas cinco regiões do Brasil. Segundo o Relatório do Programa Minha casa, Minha Vida, realizado pelo Ministério das Cidades, em 2014, entre os anos de 2009 a 2012, 1.728.555 mil moradias foram contratas em todo país.No entanto, o déficit habitacional ainda precisa ser superado, pois segundo a Fundação João Pinheiro com dados preliminares do Censo Demográfico de 2010 realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) as cinco regiões do Brasil apresentam déficit habitacional. O Sudeste precisa de 2,1 milhões de domicílios, que representam 36,8%. O Nordeste tem um déficit de 30,6%, que corresponde a 1,8 milhão moradias. Na região Norte faltam 720 mil unidades habitacionais, o equivalente a 12,4%. A região Sul necessita de 687.000 mil novos domicílios, que representam 11,9% e a região centro-oeste precisa construir 481.000 mil novas casas, que equivale 8,3%. Nesta reportagem, foram ouvidas 5 fontes, entre eles dois especialistas: o professor de Economia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Daniel Ribeiro e o professor de Construção Civil da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Luís Otávio. 5) Bloco 3  A Educação Pública no Rio de Janeiro em tempos de Crise  Nesta reportagem, a equipe do Telejornal Cidadão 88 faz uma investigação sobre as condições do ensino público nos níveis fundamental, médio e superior daregião metropolitana do Rio de Janeiro ás vésperas de a CF  1988 completar 30 anos e da implantação da emenda constitucional 95/2016.Esta medida limita e reduz os investimentos feitos na educação nos últimos quinze anos, uma vez que em 1995, o orçamento destinado a educação, em nível nacional, era de apenas 10,5 bilhões de reais e saltou para 131,3 bilhões de reais na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2016 (valores com estimativa do IPCA médio de 2016, segundo dados da secretaria executiva do Ministério da Educação (Mec). Mesmo assim, a educação pública do Rio de Janeiro vem sofrendo com os ajustes fiscais feitos pelo Estado. As crises financeira e institucional estão contribuindo para o sucateamento das escolas públicas e das Instituições de ensino superior, como é o caso da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) que teve que adiar cinco vezes o início do segundo semestre de 2016 por falta de recursos financeiros. O município de Belford Roxo teve o pior desempenho do Estado do Rio, em 2015, na avaliação doensino fundamental público no Índice de desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), obtendo a nota 3,4. Mesmo assim o ensino sofre ameaças, porque o prefeito da cidade, Waguinho (MDB), derrubou, no início da sua gestão, em 2017, uma creche com três anos de construída para fazer uma praça. Ele ainda tenta, através da justiça, desapropriar o único Instituto Federal da cidade para construiruma rede de supermercado. A reportagem ouviu 7 fontes, entre elas: o chefe de pesquisas educacionais da Secretaria de Educação de Belford Roxo, Antônio Lustosa, o Reitor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) Ricardo Berbara e o Diretor do Campus Belford Roxo do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) Fábio Soares. 6) Encerramento  O telejornal termina com o apresentador convidando o público para acompanhar o site e as redes sociais do programa. Em seguida, sobem os créditos com o nome e a função de cada membro da equipe. Ao todo, foram realizadas três reuniões de pautas, seis encontros para gravação dos off s, dedicados vinte dias para a gravação das sonoras, passagens e imagens de apoio; e outros quinze dias para a edição e finalização do programa. O Telejornal Cidadão 88 foi renderizado na qualidade Full HD (1920x1080) e tem a duração de 23min e 42 segundos. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">A experiência de produzir um telejornal voltado à reflexão da história do Brasil e dos direitos sociais em consonância com a atual conjuntura política, econômica e social do país, é um desafio que colocou os estudantes de jornalismo de uma Universidade Pública, em primeiro lugar, como cidadãos capazes de fazer intervenções com conhecimento técnico de uma ciência social aplicada e financiada pelo governo, através dos impostos arrecadados de diversos setores da sociedade brasileira. Além disso, a equipe do  Telejornal Cidadão 88 , produto desenvolvido na disciplina de Telejornalismo sob orientação da docente Fafate Costa, realizou, no segundo semestre de 2017, a atividade  Cidadão 88 na Escola que contou com rodas de conversas sobre os direitos sociais e a exibição do telejornal em quatro instituições de ensino médio no município de Seropédica, sendo: Colégio Estadual Presidente Dutra, Colégio Técnico da Universidade Rural, Colégio Estadual Waldemar Raythe e no Centro Integrado de Educação Pública 155 Professora Maria Joaquina. Ao todo, 160 estudantes secundaristas destas instituições participaram das atividades. Dessa maneira, em 2018, a equipe do telejornal comemora os primeiros 30 anos de democracia, junto com aqueles que nos últimos anos lutaram, e ainda lutam, para que a sociedade brasileira supere as desigualdades e injustiças sociais enraizadas no território brasileiro, mas que estão sendo corrigidas com resistência e com o amparo da carta magna. Uma missão de todos os cidadãos brasileiros, do Cidadão 88. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ABE, Mirian Mayumi. A Crise de 2008 e seu Impacto em Países Economicamente Dependentes de Commodities . http://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/8625/A%20Crise%20de%202008%20e%20seu%20Impacto%20em%20Paises%20Economicamente%20Dependentes%20de%20Commodities.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acessado em 19 de abril de 2018. <br><br>FENAJ. Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros. Disponível em: http://fenaj.org.br/wp-content/uploads/2014/06/04-codigo_de_etica_dos_jornalistas_brasileiros.pdf. Acesso em: 29 mar. 2018.<br><br>GUTMANN, Juliana Freire. O que dizem os enquadramentos de câmera no telejornal? Um olhar sobre formas audiovisuais contemporâneas do jornalismo. Bahia. 2012.<br><br>G1. Governo do rj decreta estado de calamidade pública devido à crise. Disponível em: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/2016/06/governo-do-rj-decreta-estado-de-calamidade-publica-devido-crise.html . Acesso em: 31 mar. 2018.<br><br>JORNAL DO BRASIL. Alerj aprova prorrogação do estado de calamidade financeira no rio. Disponível em: http://www.jb.com.br/rio/noticias/2017/05/23/alerj-aprova-prorrogacao-do-estado-de-calamidade-financeira-no-rio/ . Acesso em: 31 março de. 2018.<br><br>LAGE, Nilson. A Reportagem: Teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. São Paulo: RECORD, 2001.<br><br>PATERNOSTRO, Vera Íris. O Texto na TV: Manual de telejornalismo. 5. ed. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1999.<br><br>PLANALTO. Constituição da república federativa do brasil de 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm . Acesso em: 02 abr. 2018.<br><br>RAPOSO, Bernardo. A construção da imagem no telejornalismo: Processos perceptivos e persuasivos. Rio de Janeiro: PUC, 2009.<br><br>RIBEIRO, Darcy. O povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil - 3ª Edição. São Paulo: Global, 2015<br><br>SANTOS, Milton. Por Uma Outra Globalização: do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2001.<br><br>SCHIAVONI, Jaqueline Esther. Vinhetas televisivas: Usos e Funções. São Paulo: USP, 2011.<br><br>UNICEF BRASIL. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Disponível em: https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm. Acesso em: 02 abr. 2018.<br><br>UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI. Centro de estudos e pesquisas em jornalismo. Os doze passos em telejornalismo. Ceará. 2012.<br><br>YORKE, Ivor. Jornalismo diante das câmeras. São Paulo: Summus, 1998<br><br> </td></tr></table></body></html>