ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00527</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;JO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;JO05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;MÃES DE PEDRO: RADIODOCUMENTÁRIO</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;BRUNO CESAR CUNHA CRUZ (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO); FERNANDA PARANHOS MENDES RODRIGUES (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO); JOAO PAULO FERNANDES TELES (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO); TULIO HENRIQUE ALVES AMANCIO (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO); DANILO JOSÉ CAIXETA (CENTRO UNIVERSITÁRIO DO TRIÂNGULO)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Radiodocumentário, Radiojornalismo, Identidade de Gênero, Transgeneridade, Maternidade</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho consiste em apresentar um radiodocumentário denominado  Mães de Pedro . Integrante de uma série nominada de  Identidade , apresentada como Projeto Experimental do curso de Comunicação Social do Centro Universitário do Triângulo (Uberlândia, MG), buscou-se pela pesquisa, documentação e aplicação de técnicas de produção e edição, construir um material que, pelo método da história de vida, pudesse, geneticamente, (i) colocar em discussão as próprias questões de gênero [no caso específico, sobre identidade de gênero] e (ii) se posicionar teoricamente por um jornalismo eticamente profissional e humanamente responsável. Contando com três mães de homens transgêneros, o material buscou discutir o assunto proposto, bem como indigitar ao ouvinte uma reflexão sobre a condição de vida dos narrados, apresentada pela história direta ou a daqueles que compartilham suas experiências.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Denominado, desde os dias primeiros, como porta-voz da sociedade, o jornalista, como bem se sabe, é o profissional que tem o dever de, além de compreender seu papel, fazer cumprir o mesmo. O profissional jornalista, é aquele que, colocando-se lado a lado de seus informantes, deve, sobremaneira, estar lado a lado com seus interlocutores e com a sociedade como um todo. Nas palavras do egrégio repórter Gay Talese [1], o jornalista, de uma maneira geral,  é um sedutor que conquista seus personagens como um vendedor convence a clientela . De igual maneira e forma, o ofício do jornalista, muito mais que informar, é também, dar visibilidade a pessoas que, de certa maneira, não têm ou tiveram, no tempo e no espaço, a possibilidade imediata de comunicar a um grande número de pessoas suas vivências e ideais. Sem dúvida alguma [e aqui é necessário que se reconheça o caráter provocativo], a visibilidade jornalística, no que concerne a sua concepção, transforma-se, de alguma maneira, geneticamente e radicalmente, em uma realidade desafiante. O radiodocumentário  Mães de Pedro é integrante de um projeto maior, denominado  Projeto Identidade , apresentado como projeto experimental do curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo do Centro Universitário do Triângulo - Unitri (Uberlândia, MG). Tal projeto, conta, além do radiodocumentário apresentado, com um programa de TV em formato de entrevistas e uma revista impressa, intitulados, respectivamente, de  Programa Identidade e  Revista Identidade . De forma geral, como documento jornalístico, o projeto Identidade, pretendia apurar informações que dizem respeito aos temas escolhidos a cada edição das veiculações e dar voz a grupos historicamente marginalizados. ---- [1]  Jornalismo é como sedução, diz Gay Talese , Folha de São Paulo, 31 de Maio de 2012. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/46092-jornalismo-e-como-seducao-diz-gay-talese.shtml> acesso em abril de 2018.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O programa apresentado, em consonância com o [supramencionado] projeto maior ao qual está incluído [1], pretende colocar em discussão as próprias questões de gênero. Tais discussões, como é perceptível, se intensificaram no Brasil, entretanto, seja por interferência de grupos reacionários e conservadores, ou ainda pelo próprio desconhecimento sobre a causa, a questão ainda é vista com considerável discriminação e preconceito. A proposta, assim, ao dar voz a mães de pessoas trans, pretende, através de suas histórias de vida [e a de seus filhos], bem como por meio de suas trajetórias e especificidades, dar luz às questões no que tange o tema mais amplo. Tais objetivos primeiros são seguidos, portanto, pela necessidade de, utilizando de técnicas jornalísticas, instigar a discussão sobre as identidades que, muitas vezes não estão sob a luz dos veículos de comunicação, ao mesmo tempo que busca se posicionar teoricamente por um jornalismo eticamente profissional e humanamente responsável. De igual maneira e forma, pelo material apresentado, visa-se também contribuir para a eliminação de preconceitos [familiares e sociais] comuns a tais grupos e cooperar no processo que se dá na busca de direitos civis e sociais indispensáveis, e que há muito são negados. ---- [1] Os objetivos aqui apresentados versam, em considerável igualdade, com a do projeto como um todo [os outros dois trabalhos ( Programa Identidade e  Revista Identidade ) que também foram submetidos à avaliação dos pareceristas deste egrégio evento], assim como parte da justificativa e das considerações. A posição por parte dos autores respeita a própria concepção do material como um todo, que, tendo em vista as necessidades que o tema apresentava, decidiu, nas diferentes mídias, tratar, de diferentes maneiras, um assunto  único . Isso permitiu, sem dúvida alguma, a um alargamento de horizontes sobre o assunto, ao mesmo tempo que o tratamento geral pôde ser feito em considerável aprofundamento.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Como é sabido, na cultura ocidental moderna, em relação ao parâmetro que rege as identidades de gênero,  o conceito comum de transgeneridade é o de uma condição possível de indivíduos assumirem uma identidade de gênero, masculina ou feminina, diferente daquela que concorda com suas características biológicas, identidade essa designada por ocasião do seu nascimento (Modesto, 2013: 50). Ainda que cientificamente considerada como uma questão natural, tal condição, ainda hoje, é apresentada como desvio patológico pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Cadastro Internacional de Doenças (CID). No Brasil, contudo, desde 2008 , o Ministério da Saúde oferece, pelo SUS, acompanhamento psicológico, tratamentos hormonais e cirúrgicos para redesignação sexual de tais pessoas, estes últimos regulamentados conforme a portaria nº 2.803/2013 (MS). A posição do SUS, contudo, não reflete uma realidade pacificada. O sistema social no brasil e no mundo, cada um à sua forma, por puro preconceito, ainda exclui tais grupos -simbólica e praticamente. O Brasil, como aponta o relatório da Transgender Europe, é o país que mais mata pessoas trans no mundo todo -a grande maioria morta por crimes bárbaros. O auxílio psicológico e médico, pelo SUS, também não é uma realidade para todos, isso porque o número de ambulatórios voltados para a saúde de pessoas trans não chega a dez em todo o país. Assim, se considerarmos que o jornalismo, no espaço e no tempo, fora posto como instrumento de transformação social, cabe, à proposição apresentada, tentar, de alguma maneira, contribuir para uma mudança da violenta realidade brasileira contra tal minoria social. A mudança, fica claro, vem pela  educação (nas palavras de uma das entrevistadas do Projeto, especificamente no Programa Identidade [1]), e como é sabido, as Ciências da Comunicação são parte fundamental em tal processo, que se dá dentro e fora das instituições formais de ensino. E assim como bem ensina Ana Dubeux (Cf. Dubeux, 2014),  o jornalismo precisa fazer sentido à vida das pessoas, do seu microcosmo, da sua cidade, de seu país, de seu planeta. Sem isso, ele morre mesmo sem morrer, escorre por entre as letrinhas impressas os digitais. Por essa razão, independentemente do meio, o ofício transcende ao informar. Mais do que nunca, cabe ao jornalismo transformar. Tendo dito isso, o radiodocumentário apresentado [, assim como os demais produtos do  Projeto Identidade ,] se justifica pela própria urgência no tratamento do que é apresentado, utilizando da mesma naturalidade que a própria condição vivida pelos filhos das entrevistadas se põe. Justifica-se também, considerando o projeto original como um todo, pela emergência dos debates referentes às minorias sociais e, por isso mesmo, da necessidade de um tratamento, na Comunicação, que seja eticamente profissional e humanamente responsável. A produção, assim, tanto para as personagens, quanto para o ouvinte, [e levando em consideração as técnicas de captação e edição aplicadas no produto] se apresenta como uma auto-análise, que permite, diante de mudanças ou desafios [colocadas nos seios das vidas narradas], a elaboração de novas concepções para fatos conhecidos ou experienciados. A ideia é que, ao externar reações e relações, os assuntos abordados, que, por vezes, não são tratados de forma natural ou entendidos pela sociedade, sejam desvelados e entendidos, e assim, portanto, possam contribuir para uma [benéfica] transformação social, por tantos almejada. ---- [1] Disponível em <https://www.facebook.com/oprojetoidentidade/ videos/1812631152362556/>. Acesso em abril de 2018)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A primeira preocupação na formulação do produto apresentado foi, sem dúvida alguma, o modo como o assunto seria abordado. Como já amplamente comentado neste paper, o tema tratado, ainda hoje, sofre de um forte preconceito, e, para além das próprias pessoas trans, suas famílias, podem ser também vítimas de tal [em alguns casos, até mesmo serem as propagadoras, por meio da violência psíquica e física]. Assim, e ao considerarmos a relação materna como a primeira da vida de qualquer ser humano, e a mais sólida na vida de muitos, buscou-se, nela, encontrar um ponto de apoio que pudesse contribuir para o debate proposto. O ponto encontrado foi o da emoção. Como nos lembra Heródoto Barbeiro (2003: 60)  a entrevista em rádio tem o poder de transmitir o que o jornalismo impresso nem sempre consegue: a emoção . Barbeiro (ibidem) sublinha que esta se manifesta tanto no entrevistado, quanto no entrevistador e, por isso mesmo, boas entrevistas, ao jornalismo, seriam aquelas que revelariam novos conhecimentos, esclareceriam os fatos e marcariam opiniões. Dessa forma, a busca pela emoção nas personagens e a necessidade de coleta de informações relevantes exigiu um profundo estudo sobre cada caso. Para a coleta de dados, optou-se pelo método da história de vida e, portanto, da história oral [1]. Sumariamente, cabe lembrar que, conforme ensina Ribeiro (2015: 75)  os depoimentos são uma fonte importante para a compreensão do passado do jornalismo numa diversidade de aspectos [...] Mas não podem, obviamente, ser encarados como índices absolutos da verdade . A autora lembra que  ao usar essa metodologia, é importante ter clareza de que, mais importante do que o factual, é o significado que ele adquire para quem lembra. Nesse sentido, os depoimentos têm validade na medida em que remetam para uma multiplicidade de experiências. (Ibidem) É posto isto que, no processo da produção e das entrevistas, buscou-se sobremaneira coletar, das personagens, suas vivências e essências. Inicialmente, foi pedido para que todas contassem suas histórias, no que se refere à relação com seus filhos e, depois disso, quando necessário, foram incluídas questões mais específicas, conforme as questões apresentadas nos diálogos iniciais. Tal formato permitiu extrair das personagens o máximo de informações possíveis e, ainda mais, captar delas a emoção necessária para a produção de um radiodocumentário, conforme suas especificidades. O processo foi sucedido da transcrição completa dos áudios das quatro entrevistas (três das mães e uma de um especialista, a última descartada na estruturação do projeto, conforme explicado na descrição do produto), que totalizaram, aproximadamente, duas horas de documentos de áudio. Isso foi necessário para a produção do script apresentado para a edição do material -edição esta que fora feita previamente pelos alunos e finalizada com o acompanhamento de um técnico. Assim, ao final, contou-se com um material que, além de revelar a identidade dos entrevistados, imprimiu também a identidade do grupo e do projeto ao qual ele se integra. A divisão de tarefas foi estabelecida da seguinte forma: (i) produção: Bruno Cruz, Fernanda Paranhos, João Teles, Lorena Silva, Paulo Mota, Rayan Landin e Túlio Amâncio; (ii) entrevistas: Bruno Cruz e Fernanda Paranhos; (iii) texto e narração: Bruno Cruz; (iv) edição: Bruno Cruz e Lorena Silva. Todo o processo foi acompanhado de perto pela orientação, no caso feita pelo professor Danilo Caixeta. O trabalho foi apresentado em 07 de dezembro de 2017 para a banca de defesa do Projeto Experimental, que é, na instituição já mencionada, o último passo para a obtenção do título de bacharel em Comunicação Social. [1] Seguindo o que apresenta Rouchou (2003: 2)  recorre-se à metodologia da História Oral para ouvir as narrativas de vida dos entrevistados. Ouvir e conhecer as vivências, suas lutas e significados. Se a discussão teórica sobre rumos, metodologia e ética em História Oral parece estar longe de chegar ao fim, o trabalho de campo continua, e é um dos elementos mais fascinantes do projeto. Apesar da necessidade de um olhar crítico sobre os depoimentos, é inegável também o envolvimento com esses indivíduos. A História Oral  a História também - recorre a outras disciplinas, pede ajuda à Antropologia, enquadra os fatos e documentos dentro de um contexto que a Ciência Política pode ajudar a iluminar. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O radiodocumentário apresentado tem duração de 14 minutos e 11 segundos, organizado em um bloco único. É uma produção única apresentada, como já amplamente mencionado, como parte integrante de um projeto experimental maior denominado de  Projeto Identidade . Intercalando e harmonizando narração, depoimentos e trilha, o material final buscou trazer para o tratamento do assunto a emoção característica do rádio. Assim, considerando o tamanho do produto apresentado, e ao tratar sobre os (1) personagens, fez-se necessário a busca de, no máximo, três fontes, que fossem mães de pessoas transgêneros. A princípio, pensou-se também na coleta de entrevista também com um especialista, neste caso específico, de uma especialista em psicologia familiar. Após as coletas, e partindo para o processo de organização e produção final, optou-se por utilizar somente nas narrativas das mães, uma vez que as mesmas trouxeram, em suas falas, elementos necessários para a composição do material final. Assim, conta-se, no referido produto, com a participação de (i) Cássia Ferreira, mãe de Pedro Ferreira; (ii) Maria Divina Janini, mãe de Pedro Janini; (iii) Vera Resende, mãe de Pedro Diniz. A respeito da (2) narração, optou-se, conforme classificação posta por Detorni (cf. 2011: 5ss), por uma narração de condução, onde o narrador faz os links explicativos, ajudando o programa a desenrolar-se de forma lógica e informativa. Nesse contexto, e conforme bem explica a autora, o narrador dá o contexto, dados estatísticos, faz as apresentações. De igual maneira e forma, pela narração, buscou-se construir ligações poéticas com as personagens, bem como pelos dados coletados. Sobre a (3) trilha, e ainda considerando o que estabelece Detoni (Cf. 2011: 14ss), a música é a moldura do documentário, isso porque ela cria atmosfera e aumenta o impacto sonoro. Isso porque (i)  faz com que as palavras soem verdadeiras ou heróicas, ou urgentes , (ii)  ajuda a acordar e surpreender o ouvinte . De igual maneira, coloca a autora,  um trecho ou uma frase de uma canção também podem servir de gancho para o comentário inicial do narrador . Cabe salientar que, ainda para Detoni,  nos documentários e reportagens jornalísticas a música deve ser usada com parcimônia para não competir com o conteúdo e tirar sua autoridade . Assim, de acordo com a autora, e em síntese, uma boa música anima e dá vida às vozes e textos. Considerando, isso, portanto, optou-se por utilizar de músicas que, de um modo geral, criasse um ambiente favorável para a produção de emoção no material. Cabe-se ressaltar que, embora seja recomendável não se utilizar de trilha durante todo o programa, ao tratar-se de um radiodocumentário, e para que o silêncio não se tornasse, de certa maneira um problema, na edição, viu-se a necessidade da aplicação das trilhas na maior parte do produto. Também pela trilha, buscou-se prender a atenção do espectador naqueles chamados de  momentos-chave (cf. Detoni, 2011: 31), em que a atenção da audiência tende diminuir nos minutos 3, 5 e 8. Assim, no nosso caso específico, mudanças específicas de trilha e assunto foram incluídas em 2 34  , 4 48  e 6 49  . </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Tendo apresentado as particularidades e implicações do trabalho indicado, cabe, enfim, salientar que, tanto o material específico, quanto o projeto como um todo visou, geneticamente e radicalmente, (i) colocar em discussão as próprias questões de gênero [no caso específico, sobre identidade de gênero] e (ii) se posicionar teoricamente por um jornalismo eticamente profissional e humanamente responsável. Isso porque, como dito, o jornalismo, no espaço e no tempo, sempre foi visto como instrumento de transformação social. A proposição apresentada, portanto buscou, de alguma maneira, contribuir para uma mudança de uma violenta realidade brasileira contra tal minoria social - que faz do Brasil o país que mais mata transgêneros no mundo. Em uma época em que o debate político se vê contaminado por ideias extremamente conservadoras, ou ainda completamente reacionárias, [e que, de certa forma, transparecem o comportamento de grupos que miram o fascismo,] é necessário que o jornalismo profissional se levante para a defesa dos princípios democráticos que incluem a garantia de direitos sociais às minorias e o respeito às diferenças. No caso específico do material apresentado, pelo relato das mães de pessoas transgêneros, demonstrou-se que o _outro_, que ontologicamente é também um _eu_ [carregado de particularidades], tem muito a dizer. E se o jornalista, no âmago da constituição de sua profissão, é o porta-voz desse _outro_, é necessário, então que se reconheça o caráter provocativo que essa representação pode significar para uma sociedade que, mais do que nunca, necessita colocar os sentidos na percepção dos sinais dos tempos.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARBEIRO, Herodoto; LIMA, Paulo Rodolfo de. Manual de radiojornalismo: produção, ética e internet. Ed. Campus, 2003.<br><br>DETONI, Marcia. Manual de Radiodocumentário. São Paulo. Mackenzie, 2011.<br><br>DUBEUX, Ana. Informar não basta. Blog Chiquinho Dornas, Brasília, 16 nov. 2014. Disponível em <https://chiquinhodornas.blogspot.com.br/2014/11/ ana-dubeux-informar-nao-basta.html>. Acesso em abril de 2018.<br><br>RIBEIRO, Ana Paula Goulart. A história oral nos estudos de jornalismo: algumas considerações teórico-metodológicas. Revista Contracampo, n. 32, p. 73, 2015.<br><br>ROUCHOU, Joëlle. Entrevista na história oral e no jornalismo. ANPUH XXII Simpósio Nacional de História. João Pessoa, p. 1-8, 2003.<br><br> </td></tr></table></body></html>