ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00550</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;RT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;RT05</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Aldeia Icatú - A resistência e luta do povo indígena</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Micaela Ferreira Santana (Centro Universitário de Rio Preto); Letícia Borsari Alves de Lima (Centro Universitário de Rio Preto); Luciana Leme Souza e Silva (Centro Universitário de Rio Preto); Selma Benedita Coelho (Centro Universitário de Rio Preto)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Audiovisual, Comunição, Cultura, Indígena , Midia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Este audiovisual retrata o programa "Adote uma Aldeia", que permite a integração de universitários com a cultura indígena, e apresenta a resistência e luta das tribos Kanigang e Terena, que vivem na aldeia Icatú, localizada a 8 Km da cidade de Braúna, interior de São Paulo. Esses povos lutam por melhores condições de sobrevivência, reivindicam terras férteis para atividades agrícolas, a recuperação de áreas degradadas das margens dos córregos, o plantio de árvores frutíferas que tragam alimento para a comunidade e para os animais silvestres, o cultivo da língua nativa, entre outros direitos que estão "garantidos" na Constituição Federal, mas não são colocados em prática.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As mídias digitais hoje oferecem diversidades de plataformas para divulgar, contar e propagar a informação. Santaella (2012, p. 94) sustenta que vídeos, sendo paradigmas fotográficos, têm o propósito de registrar coisas, eventos ou situações de fatos existentes, e por isto servem de documentação informativa. Diante da possibilidade de retratar o real, usamos as mídias digitais e o audiovisual para trazer visibilidade aos indígenas, desconstruindo conceitos preestabelecidos por uma sociedade que se perdeu das suas origens, brutalmente colonizada e aniquilada por imigrantes, bugreiros e grileiros. A integração de não índios com povos indígenas, como acontece no programa "Adote uma Aldeia", coordenado pela antropóloga Niminon Suzel Pinheiro, permite que atividades e costumes indígenas permaneçam vivos, e sejam conhecidos e retransmitidos para a cultura branca. Para a coordenadora do projeto (PINHEIRO, apud ORTIZ et al, 2012, p. 180), os indígenas por centenas de anos já puderam viver em equilíbrio com a humanidade, caçando, plantando, cultivando seus costumes, mas hoje estão quase excluídos das terras e das instituições.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O objetivo deste projeto é dar visibilidade à cultura indígena, por meio de um audiovisual que apresenta suas particularidades, histórias de luta e resistência, atividades e costumes nativos. A pesquisa indica que, com a democratização do diálogo nas mídias digitais, é possível a propagação do audiovisual para fomentar a luta pela identidade indígena. Para Vilches (2003, p.134), essas mídias (ciberespaço) são um novo espaço social de comunicação, que podem afetar concepções individuais e alheias. Em virtude desses conceitos, os objetivos desse projeto são exercitar a linguagem do audiovisual na prática, por meio de sua narrativa específica, inclusive ressaltando os três processos de produção, como pré-produção, produção e pós-produção. Este audiovisual integrará o portal de divulgação que será lançado na Aldeia Icatú, com o objetivo de divulgar a cultura e os trabalhados artesanais. A aldeia deixou de receber incentivo governamental para produzir os seus alimentos. O audiovisual ajudará no projeto que pretende transformar a aldeia em espaço turístico, parta angariar fundos para sobrevivência da aldeia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Escolhemos produzir um audiovisual com o intuito de retratar a luta e resistência das tribos Terena e Kaingang, objetivando também a importância da integração de não índios com esses povos, como acontece no projeto "Adote uma Aldeia", que todos os anos permite universitários das áreas de jornalismo, história, arqueologia e antropologia vivenciar um final de semana com os indígenas. Escosteguy (2011, p. 64), no Comunicação Midiáticas  Matizes, Representações e Reconfigurações, considera que estudos culturais e comunicação andam juntos, e estão interligados. O audiovisual é um meio de representar o sujeito e ação, processos de exclusão, diferenciação e dominação historicamente construídos, através da relação entre produtores, produtos e receptores. Na aldeia, todos se ajudam para driblar a falta de incentivo e assistência do governo. Ali dentro, a escola é dirigida por índias, que entre as didáticas repassadas às crianças investem nas aulas de língua nativa para preservar e aprimorar a cultura local, além da educação, os próprios indígenas trabalham no postinho de saúde dentro da aldeia, as mulheres fazem o artesanato com foco na geração de renda quando há visitantes. Atividades culturais também são desenvolvidas, como a Festa do Peixe celebrada em abril, na qual a comunidade assa o peixe tradicional, enrolado na folha de bananeira e faz as danças nativas, do Bate Pau e da Chuva. Dificuldades são enfrentadas todos os dias, como áreas e solos arenosos, pouco propícios para atividade agrícola e produtividade das roças familiares, os indígenas acabam buscando meios de sobrevivência fora da aldeia, vão para cidade e têm que sair cedo de suas casas com retorno somente a noite. A aldeia é chefiada pelo Cacique, que está à frente das reivindicações e necessidades do povo, pelo Pajé, responsável pelas atividades nativas e culturais, e pelo representante da Funai (Fundação Nacional do Índio), encarregado pela administração da aldeia juntamente com o Cacique.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">Para a realização do audiovisual, a equipe acampou na aldeia Icatú no final de semana que acontecia o programa "Adote uma Aldeia". Foram filmadas todas as atividades vivenciadas pelos universitários com os povos indígenas. Houve o registro de todos os momentos de maneira espontânea, sem qualquer intervenção, com exceção das entrevistas, dirigidas com perguntas aos entrevistados, justamente para trazer proximidade entre o receptor e os personagens. Lévy (1996, p. 113) considera tal aproximação: "No ciberespaço, em troca, cada um é potencialmente emissor e receptor num espaço qualitativamente diferenciado... Aqui, não é principalmente por seu nome, sua posição geográfica ou social que as pessoas se encontram, mas segundo centros de interesses, numa paisagem comum do sentido ou do saber." As gravações foram feitas com uma câmera Nikon D7000, DJI Osmo, gravador de áudio tascam Dr 60D, tripé manfroto, slider, microfone lapela Sony sem fio, luz set light e microfone de mão Shure sm58.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O audiovisual foi elaborado com o objetivo de retratar o contato de não índios com a Aldeia Icatú. Foram escolhidas cenas de cada momento vivenciado pelos universitários visitantes na aldeia, além de imagens dos povos indígenas em seus afazeres. Para a narrativa dos acontecimentos durante o vídeo, usamos offs, que foram gravados no estúdio da faculdade. Este audiovisual faz parte de um mix de comunicação e vai integrar o portal que será sendo criado pelos índios da aldeia Icatú. A tribo atualmente se encontra com sérias dificuldades devido ao corte de recursos antes destinados à subsistência das 190 pessoas que lá vivem. A tribo recebia sementes, trator e óleo para arar e plantar na terra. Um projeto da antropóloga Niminom Zuzel Pinheiro visa construir o portal da aldeia para transformá-la em centro turístico, e, consequentemente, transformar-se numa forma de arrecadação de recursos para a sobrevivência da Aldeia Icatú. O audiovisual buscou cenas das danças, rituais e trabalhos manuais, atividades que estão se aprimorando para a efetivação centro turístico. A montagem do audiovisual segue as características de um roteiro poético, cuja narrativa não seguiu a ordem direta do roteiro comum.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify">Protagonistas na luta diária pelo resgate de uma identidade que se perdeu em nosso país, os povos indígenas precisam ser enxergados pelos governantes. Na realização deste audiovisual, a equipe percebeu que há uma grande inversão de valores, enquanto deveriam ser protegidos por instituições. Direitos mínimos, como terras, restauração de córregos e plantio de frutas e alimentos nativos são restringidos pelas autoridades, e as terras, ressaltando que foram arrancadas dos índios, continuam nas mãos erradas. O audiovisual foi uma forma de dar voz e visibilidade à Aldeia Icatú, que se encontra em sérias necessidades. Com a divulgação deste audiovisual, é esperado que mais pessoas conheçam e transmitam a identidade e resistência indígena e sensibilize as autoridade pela situação em que se encontra a aldeia.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">ARISTACO, Guido e Teresa. O novo mundo das imagens electrónicas. Edições 70, Brasil, 1985.<br><br>CURY, Marília Xavier. VASCONCELLOS, Camilo de Mello. ORTIZ, Joana Monteiro (org). Questões indígenas e museus: debates e possibilidades. ACAM Portinari: Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo: Secretaria de Estado da Cultura. 2012.<br><br>LEVY, Pierre. O que é virtual? Trad. Paulo Neves  São Paulo: Ed: 34, 1996.<br><br>SANTAELLA, Lúcia. Semiótica Aplicada. São Paulo: Cengage Learning, 2012.<br><br>VILCHES, Lorenzo. A migração digital. Editora Gedisa, S.A. 2001.<br><br> </td></tr></table></body></html>