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INSCRIÇÃO: | 00850 |
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CATEGORIA: | JO |
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MODALIDADE: | JO12 |
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TÍTULO: | Mães de primeira faculdade |
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AUTORES: | Ana Beatriz Evangelista dos Santos (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro); Cecília Moreyra de Figueredo (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro) |
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PALAVRAS-CHAVE: | Fotografia, Maternidade, Mães Universitárias, Filhos, Universidade |
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RESUMO |
O projeto fotográfico "Mães de Primeira Faculdade" registra parte do cotidiano de luta de duas mães universitárias, Danielle Souza e Tainara Santos, que uniram força, coragem e esperança para persistirem e confirmarem que são capazes de continuar no ensino superior, enfrentando barreiras e desafios dentro de uma estrutura precária e sem conforto para os seus filhos. Além disso, nos leva a refletir através de um olhar sensível e humanizado sobre o dilema de conciliar a maternidade e os estudos. O trabalho é uma produção para a avaliação da disciplina "Desenvolvimento de Projetos em Fotografia" do curso de Jornalismo da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. |
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INTRODUÇÃO |
O trabalho fotográfico "Mães de Primeira Faculdade" relata através das fotografias, o desafio de conciliação que as mães enfrentam desde a saída de suas casas até o campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Localizada em uma área vasta na Baixada Fluminense, a Rural sofre com o sucateamento, sendo assim, carece de recursos simples como fraldários até os essenciais, como creches, que dariam todo o suporte para as mães, visto que seria um local de acolhimento das crianças para que assim, as mães ficassem mais à vontade para estudar. No entanto, muitas estudantes acabam desistindo ou tem rendimento inferior comparado aos outros estudantes por falta de estrutura adequada e baixos incentivos governamentais. Tainara e Danielle, estudantes de Ciências Sociais, resistem diariamente para garantir seus direitos de estudos, levam seus filhos pois não tem com quem deixar, construindo aqui uma relação de companheirismo e afeto e seguem desmistificando o senso comum de quem engravida encerra seus estudos. Acredito que a fotografia tem o poder de registrar e documentar fatos históricos em determinado tempo e espaço, nesse caso, expõe um olhar acerca da realidade das mães e promove uma maior visibilidade para esta causa. Segundo, Sousa (2004) a fotografia jornalística mostra, revela, expõe, denuncia, opina. Nesse sentido, o uso da fotografia foi essencial para debater o assunto e questionar a relação de mãe e filhos dentro de uma universidade pública. |
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OBJETIVO |
O objetivo do trabalho é apresentar os retratos sensíveis sobre a realidade das mães universitárias, de forma que dê visibilidade para essa pauta e produzir aos expectadores uma série de reflexões sobre as dificuldades que as alunas enfrentam no dia a dia, resistindo e permanecendo na graduação. Segundo Sales (2017), para tratar a visão de mulheres-mães-presas, pode perceber durante o trabalho de campo na Unidade Materna Infantil, que através da noção de subjetividade descrita por Butler (2011), seus relatos e percepções de observação são calcados de subjetividade em suas escritas. Assim, faço do meu olhar na fotografia munido de subjetividades a partir da minha percepção sobre essas mães, uma maneira de expressar uma das interpretações das suas vivências e resistências dentro da universidade. Mais do que dá visibilidade através dos registros, o trabalho busca trazer uma conscientização da comunidade acadêmica acerca do tema exposto. Dentro deste contexto, contar essas histórias através das fotografias, testemunha e expõe os obstáculos enfrentados pelas alunas. Uma vez que "uma foto equivale a uma prova incontestável de que determinada coisa aconteceu" (SONTAG, 2007, p.16). |
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JUSTIFICATIVA |
O projeto "Mães de Primeira Faculdade" se justifica pela atualidade e relevância do tema questionado, que narra a rotina de luta das mães universitárias do município de Seropédica, embora o assunto seja comum por todo o Brasil. O papel da mulher na sociedade brasileira está em constante mudança. Segundo dados realizados pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2014, fica evidente que as mulheres são maioria nas instituições de ensino, seja ensino médio ou superior. Sendo 39,1% comparado a 33,5% dos homens. Sendo assim, é possível afirmar que de lá para cá as mulheres vêm conquistando, ainda que lentamente, espaços e avanços na sociedade. Mais que conquistar esses espaços, seria ideal ter a garantia por lei que mulheres-mães terão seus direitos ao acesso à instituição de ensino de forma democrática. A partir do fotojornalismo, o ensaio discute o tema de forma humanizada, consequentemente, sensibiliza a fim de visibilizar a causa. Portanto, "sensibilidade, capacidade de avaliar as situações e de pensar na melhor forma de fotografar, instinto, rapidez de reflexos e curiosidade são traços pessoais que qualquer fotojornalista deve possuir, independentemente do tipo de fotografia pelo qual enverede" (SOUSA, 2004, p.9) |
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MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS |
A ideia surgiu quando uma mãe se questionou sobre a possibilidade de continuar no ensino superior, visto que fazer o trajeto era cansativo. Ela era próxima a mim e conversamos bastante sobre as alternativas de permanência. A partir disso, decidi pesquisar e expor essa problemática que as mães universitárias do campus de Seropédica enfrentam, aproveitando a avaliação do curso. O propósito inicial era fotografar inúmeras alunas com as crianças dentro da sua rotina acadêmica. Entrei em contato via Facebook com as duas mães, conversamos sobre o projeto.O mesmo autorizado e marcamos hora, data e local. No dia do ensaio da primeira mãe Danielle Souza, e o seu filho Eduardo os acompanhei desde o transporte público até a chegada na Universidade, trajeto este que demorou cerca de 1h. Enquanto ela caminhava para a aula de Antropologia, observei seus passos e registrei seu percurso. O mesmo roteiro foi feito com a segunda mãe, Tainara Santos, e sua filha Maria Helena, marcamos de nos encontrar para percorrer o caminho até a UFRRJ, sendo que diferente da primeira mãe, a Tainara teve sua aula no jardim do prédio principal, onde o clima era mais descontraído e mais participativo. No final dos ensaios, pedi a cada mãe para escrever sobre esse processo e como era a experiência de ser uma mãe universitária. Os textos foram emocionantes e de tamanha resistência e amor. O ensaio foi apresentado e avaliado para a disciplina de Desenvolvimento em Projeto em Fotografia. |
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DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO |
Os ensaios ocorreram no mês de novembro de 2017 e as fotos foram exibidas nas mídias sociais Facebook "Mães de Primeira Faculdade"(http://www.facebook.com/maesde1faculdade/) e no Instagram @mãesde1faculdade (https://www.instagram.com/maesde1faculdade/) para que se tornasse de alguma maneira um projeto público, afinal, SOUSA (2004) afirma que "a fotografia digital e os progressos nas telecomunicações e na informática trouxeram ao fotojornalismo grandes potencialidades no que respeita à velocidade, à maneabilidade e à utilização da fotografia em diferentes meios e contextos". A ideia do título é pertencente ao dito popular "mães de primeira viagem" e neste projeto narrei histórias de mães que além de terem seu primeiro filho, estavam ingressando no ensino superior juntamente com sua prole, dando início a trajetória acadêmica. Foi usada uma câmera Nikon modelo D3100 (lente 18x55mm) onde foram feitas aproximadamente duzentas fotos e selecionadas cerca de trinta para serem tratadas por meio do aplicativo de edição de imagem VSCO baixado no celular. Para este projeto selecionei doze fotografias que apresentam uma série de momentos sensíveis, desde o percurso debaixo de sol protegida com uma sombrinha, o momento de concentração na aula, amamentação e distrações com a criança. |
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CONSIDERAÇÕES |
A partir do ensaio fotográfico pude adquirir maior empatia e percepção com as mães que resistiram e permaneceram na universidade, sobretudo me sensibilizar com a causa. É importante deixar claro que fazer o projeto com apenas duas mães não generaliza todo o contexto abordado, nem abrange todas as mães da universidade, porém, os dois casos são suficientes para compreender, mesmo que superficialmente, a resistência dessas mães. 䌀漀渀猀攀最甀椀 琀攀猀琀攀洀甀渀栀愀爀 洀攀猀洀漀 焀甀攀 搀攀 昀漀爀洀愀 爀瀀椀搀愀Ⰰ 愀猀 搀椀昀椀挀甀氀搀愀搀攀猀 焀甀攀 攀猀猀愀猀 洀甀氀栀攀爀攀猀 瀀愀猀猀愀洀 瀀愀爀愀 挀漀渀挀椀氀椀愀爀 愀 洀愀琀攀爀渀椀搀愀搀攀 攀 愀 甀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀Ⰰ 搀攀猀搀攀 漀氀栀愀爀攀猀 搀椀猀挀爀椀洀椀渀愀琀爀椀漀猀 焀甀愀渀搀漀 愀 挀爀椀愀渀愀 挀栀漀爀愀瘀愀 漀甀 昀愀稀椀愀 愀氀最甀洀 戀愀爀甀氀栀漀 攀洀 猀愀氀愀 愀琀 愀 昀漀爀洀愀 挀漀洀 焀甀攀 愀 猀漀氀椀搀愀爀椀攀搀愀搀攀 挀漀渀猀琀爀椀 愀猀 爀攀氀愀攀猀 攀洀瀀琀椀挀愀猀Ⰰ 焀甀愀渀搀漀 漀猀 愀氀甀渀漀猀 攀洀 猀愀氀愀 瀀爀漀挀甀爀愀瘀愀洀 猀攀洀瀀爀攀 愀樀甀搀愀爀⸀ 䌀漀渀琀甀搀漀Ⰰ 漀 攀渀猀愀椀漀 搀愀 琀挀渀椀挀愀 搀攀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀 昀漀椀 搀攀猀愀昀椀愀渀琀攀Ⰰ 瘀椀猀琀漀 焀甀攀 愀 氀甀稀 猀漀氀愀爀 攀爀愀 搀攀 搀椀昀挀椀氀 甀琀椀氀椀稀愀漀Ⰰ 洀愀猀 瀀漀爀 漀甀琀爀漀 氀愀搀漀Ⰰ 昀漀椀 瀀攀爀昀攀椀琀愀 瀀愀爀愀 愀戀爀椀爀 漀猀 栀漀爀椀稀漀渀琀攀猀 攀 瀀攀爀洀椀琀椀爀 愀 攀砀瀀氀漀爀愀漀 搀愀猀 挀漀渀昀椀最甀爀愀攀猀 搀愀 挀洀攀爀愀 攀 搀愀猀 琀挀渀椀挀愀猀 搀攀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀⸀ 㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀☀渀戀猀瀀㬀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀㰀猀瀀愀渀 猀琀礀氀攀㴀∀挀漀氀漀爀㨀 ⌀ 㠀戀搀㈀∀㸀㰀戀㸀刀䔀䘀䔀刀쨀一䌀䤀䄀匀 䈀䤀䈀䰀䤀伀䜀刀섀䤀䌀䄀匀㰀⼀戀㸀㰀⼀猀瀀愀渀㸀㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀琀爀 眀椀搀琀栀㴀∀㤀 ─∀㸀㰀琀搀 挀漀氀猀瀀愀渀㴀∀㈀∀㸀匀伀一吀䄀䜀Ⰰ 匀⸀ 匀漀戀爀攀 愀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀⸀ 匀漀 倀愀甀氀漀⸀ 䌀漀洀瀀愀渀栀椀愀 搀愀猀 䰀攀琀爀愀猀Ⰰ ㈀ 㐀Ⰰ 瀀⸀㘀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䜀漀瘀攀爀渀漀 搀漀 䈀爀愀猀椀氀⸀ 䴀甀氀栀攀爀攀猀 猀漀 洀愀椀漀爀椀愀 攀洀 甀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀猀 攀 挀甀爀猀漀猀 搀攀 焀甀愀氀椀昀椀挀愀漀⸀ 搀攀 洀愀爀漀 搀攀 ㈀ 㘀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀眀眀眀⸀戀爀愀猀椀氀⸀最漀瘀⸀戀爀⼀攀挀漀渀漀洀椀愀ⴀ攀ⴀ攀洀瀀爀攀最漀⼀㈀ 㘀⼀ ㌀⼀洀甀氀栀攀爀攀猀ⴀ猀愀漀ⴀ洀愀椀漀爀椀愀ⴀ攀洀ⴀ甀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀猀ⴀ攀ⴀ挀甀爀猀漀猀ⴀ搀攀ⴀ焀甀愀氀椀昀椀挀愀挀愀漀 㸀⸀ 䄀挀攀猀猀漀 攀洀㨀 ㈀㌀ 搀攀 愀戀爀椀氀 搀攀 ㈀ 㠀 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀伀唀匀䄀Ⰰ 䨀⸀ 倀⸀ 䘀漀琀漀樀漀爀渀愀氀椀猀洀漀㨀 椀渀琀爀漀搀甀漀 栀椀猀琀爀椀愀Ⰰ 猀 琀挀渀椀挀愀猀 攀 氀椀渀最甀愀最攀洀 搀愀 昀漀琀漀最爀愀昀椀愀 渀愀 椀洀瀀爀攀渀猀愀⸀ 䘀氀漀爀椀愀渀瀀漀氀椀猀㨀 䰀攀琀爀愀猀 挀漀渀琀攀洀瀀漀爀渀攀愀猀Ⰰ ㈀ 㐀⸀ 倀⸀㔀ⴀ㤀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䔀嘀䄀一䜀䔀䰀䤀匀吀䄀Ⰰ 䄀渀愀⸀䴀攀猀 搀攀 倀爀椀洀攀椀爀愀 䘀愀挀甀氀搀愀搀攀⸀ 一漀瘀攀洀戀爀漀 搀攀 ㈀ 㜀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀㨀⼀⼀椀渀猀琀愀最爀愀洀⸀挀漀洀⼀洀愀攀猀搀攀昀愀挀甀氀搀愀搀攀⼀㸀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀䔀嘀䄀一䜀䔀䰀䤀匀吀䄀Ⰰ 䄀渀愀⸀䴀攀猀 搀攀 倀爀椀洀攀椀爀愀 䘀愀挀甀氀搀愀搀攀⸀ 一漀瘀攀洀戀爀漀 搀攀 ㈀ 㜀⸀ 䐀椀猀瀀漀渀瘀攀氀 攀洀㨀 㰀栀琀琀瀀猀㨀⼀⼀眀眀眀⸀昀愀挀攀戀漀漀欀⸀挀漀洀⼀洀愀攀猀搀攀昀愀挀甀氀搀愀搀攀⼀㸀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀匀䄀䰀䔀匀Ⰰ 䰀攀琀挀椀愀⸀ 嘀渀挀甀氀漀猀 攀 爀甀瀀琀甀爀愀猀㨀 甀洀 搀攀戀愀琀攀 猀漀戀爀攀 愀搀漀漀 攀 搀攀猀琀椀琀甀椀漀 搀攀 瀀漀搀攀爀 昀愀洀椀氀椀愀爀 攀洀 昀愀挀攀猀 搀愀 洀愀琀攀爀渀椀搀愀搀攀 渀漀 挀爀挀攀爀攀⸀ 吀爀愀戀愀氀栀漀 搀攀 挀漀渀挀氀甀猀漀 搀攀 挀甀爀猀漀 愀瀀爀攀猀攀渀琀愀搀漀 愀漀 䐀攀瀀愀爀琀愀洀攀渀琀漀 搀攀 䌀椀渀挀椀愀猀 匀漀挀椀愀椀猀 瀀愀爀愀 漀戀琀攀渀漀 搀攀 琀琀甀氀漀 搀攀 戀愀挀栀愀爀攀氀愀 攀洀 䌀椀渀挀椀愀猀 匀漀挀椀愀椀猀⸀ 唀渀椀瘀攀爀猀椀搀愀搀攀 䘀攀搀攀爀愀氀 刀甀爀愀氀 搀漀 刀椀漀 搀攀 䨀愀渀攀椀爀漀⸀ 匀攀爀漀瀀搀椀挀愀Ⰰ 昀攀瘀攀爀攀椀爀漀Ⰰ ㈀ 㜀⸀ 㰀戀爀㸀㰀戀爀㸀ऀ㰀⼀琀搀㸀㰀⼀琀爀㸀㰀⼀琀愀戀氀攀㸀㰀⼀戀漀搀礀㸀㰀⼀栀琀洀氀㸀
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