ÿþ<html><head><meta http-equiv="Content-Type" content="text/html; charset=iso-8859-1"><title>XXIII Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sudeste</title><link rel="STYLESHEET" type="text/css" href="css.css"></head><body leftMargin="0" topMargin="0" marginheight="0" marginwidth="0"><table width="90%" border="0" align="center" cellPadding="1" cellSpacing="1"><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td width="20%"><span style="color: #008bd2"><b>INSCRIÇÃO:</b></span></td><td width="80%">&nbsp;00936</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>CATEGORIA:</b></span></td><td>&nbsp;PT</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>MODALIDADE:</b></span></td><td>&nbsp;PT04</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>TÍTULO:</b></span></td><td>&nbsp;Crisântemo de Ortotanásia</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>AUTORES:</b></span></td><td>&nbsp;Matheus Maia Moraes (Universidade Federal de Uberlândia); Gerson de Sousa (Universidade Federal de Uberlândia)</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td><span style="color: #008bd2"><b>PALAVRAS-CHAVE:</b></span></td><td>&nbsp;Fotografia, Crisântemo, Ortotanásia, Representação, Suicídio</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>RESUMO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O presente trabalho foi fruto da disciplina de Projeto Interdisciplinar em Comunicação, onde acompanhamos um grupo de teatro que abordou a temática do suicido em sua peça. A fotografia se considera arte ao captar o sentimento em relação à algum momento, sobre a ótica e interpretação do fotógrafo, que neste caso nada mais é do que representar o suicídio de uma jovem. A "Crisântemo de Ortotanásia" tem um sentido poético e literal que nada mais é do que a representação tanto da vida quanto da morte sendo essas as flores preferidas para ser oferecida no dia de finados e no dia de todos os santos. E a Ortotanásia é a representação da morte.</td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>INTRODUÇÃO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia retratada nesse artigo é resultado do projeto final da disciplina do primeiro período do curso de Jornalismo da Universidade Federal de Uberlândia, intitulada Projeto Interdisciplinar em Comunicação (PIC). A disciplina foi ministrada pelo professor Dr. Gerson de Sousa, no primeiro semestre de 2017. O trabalho final da disciplina consistia na produção de uma fotorreportagem sobre a comunidade Comufu, projeto de extensão do curso de teatro da Universidade. O intuito da comunidade era de ministrar oficinas teatrais para a comunidade interna e externa à UFU. E a fotografia analisada neste trabalho foi tirada durante a peça teatral do projeto Comufu, a qual retratava a vida de uma garota que não via mais razão de viver e comete suicídio. A foto perpassa todo esse conceito de suicídio utilizando a garota como foco central da narrativa. E apesar do produto ter sido produzido na disciplina de Projetos Interdisciplinar, os conceitos de fotografia estavam presentes no decorrer do processo, visto que o produto final se tratava de uma fotorreportagem. A proposta da disciplina consiste em produzir uma fotografia artística para contextualizar a identidade da comunidade que o grupo escolhido. "Há uma fração de segundo criativa quando você está fazendo uma foto. Seu olho deve enxergar uma composição ou uma expressão que a própria vida oferece a você, e você deve saber, através da intuição, quando clicar. Esse é o momento em que o fotógrafo é criativo" Henri Cartier-Bresson. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>OBJETIVO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia aqui apresentada é resultado de um trabalho proposto na disciplina PIC I (Projeto Interdisciplinar em Comunicação I) onde acompanhamos uma comunidade teatral que trouxe o debate sobre o suicido para o palco e a comunidade. A escolha em focar na flor de crisântemo foi proposital. O objetivo é demonstrar de forma poética e sensível a temática geral da peça, me utilizei da semiótica para trazer em cena signos para erguer um debate que ainda é tido como um tabu social. E assim, fazendo com que as pessoas refletiam acerca de como a vida e a morte estão tão distantes, mas ao mesmo tempo tão próximas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>JUSTIFICATIVA</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">A fotografia foi desenvolvida durante um trabalho acadêmico interdisciplinar ancorado em cinco conceitos chaves: Arte, Diversidade Cultural, Religião, Sociabilidade e Suicídio. A fotografia escolhida é uma articulação e representação de alguns destes conceitos, além de ser uma crítica a forma romântica de como as pessoas encaram a temática do suicidio. A comunidade até então não possuía uma mídia de divulgação, ou uma produção que caracterizava o trabalho que eles faziam. Sendo assim, um dos intuitos da fotorreportagem, esteve em produzir algo para esta comunidade que servisse para propagação do trabalho que eles realizavam. O suicídio ainda é um tabu, e que, por vezes, essa ação autodestrutiva não é creditada como uma patologia social, contudo, a intenção de peça de teatro do grupo da Comufu, assim como a fotografia, apresenta esse ideal: o de desmascarar os tabus e mostrar a importância da discussão sobre o tema, desvelando as dores individuais e a coerção social que pressiona o sujeito passivo dessa ação a atentar contra a própria vida. E a religião aqui se faz presente na representação das tradições sociais, onde as pessoas normalmente costumam  oferecer flores aos copos velados. Já no que se desrespeita ao conceito de arte, estamos trabalhando com algo que vai desde a pré-história, na pintura rupestre, e que se verifica a necessidade do homem em representar a realidade sob a sua perspectiva e percepção. A arte trouxe novas perspectivas com o tempo, de acordo com o contexto histórico, desenvolveu variadas formas de reprodução. Atualmente conta com: fotografia, dança, pintura plástica, cinema, teatro, música etc. Cada expressão artística possui significado único e diferente para aquele que a faz e aquele que a percebe. De modo geral, a escolha pela angulação da foto está representada em um dos trechos da peça que narra que a atriz principal nunca foi famosa, mas que em seu fim ela conseguiu os holofotes. Então ao mostrar a flor como uma representação da pessoa morta, e os pés desfocados ao fundo, a representação de como cada vez mais pessoas tiram suas vidas por apenas não se sentirem importantes ou até mesmo por não serem notadas. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>MÉTODOS E TÉCNICAS UTILIZADOS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">As visitas à comunidade Comufu aconteciam todas as terças-feiras à noite, durante o ensaio para a apresentação da peça que eles apresentariam ao final do projeto. Nelas o grupo produzia fotos e realizava entrevistas para o trabalho final. A foto foi realizada durante a apresentação da peça  Aurora: Devaneios para o Fim que foi o resultado do processo vivenciado ao lado da comunidade. Para a realização da foto o fotógrafo se abaixou para tentar pegar uma distância focal que conseguisse pegar um pouco do chão, a flor com o detalhe do fio de cabelo e de modo que o fundo ficasse desfocado. Para isso foi utilizado uma câmera SONY do modelo NEX-C3, com uma escala de abertura f/5.6 com um tempo de exposição de 1/8s. Velocidade de ISO- 1600, distância focal de 55mm e abertura máxima de 4.97 e sem uso de flash. Isso resultou em uma foto de primeiro plano, de enquadramento horizontal. Com uma angulação normal e com pequena profundidade de campo. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr> <td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>DESCRIÇÃO DO PRODUTO OU PROCESSO</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2" align="justify">O produto consiste na tentativa do fotógrafo de retratar de forma singela a poesia por traz de algo tão trágico. A escolha pelo nome de  Crisântemo de Ortotanásia é justamente proposital, já que, as flores de crisântemo são uma simbologia da representação de vida e de morte, além de ser uma flor oferecida no dia de finados e no dia de todos os santos. E a Ortotanásia é o significado de morte. Sendo assim se tem a soma dos sentimentos que vivência causou e a realidade diante de si. O momento em que a foto foi tirada, acontece logo no início da apresentação da peça que retratava o suicídio de uma garota chamada Aurora. A relação da flor com a garota se da pela simplicidade de ambas, e a delicadeza presente nas duas. O desfoque se dá por conta do isolamento que a personagem vivia no decorrer da narrativa da peça. A foto focada na flor e desfocadas no primeiro plano onde estão algumas pessoas, retrata muito bem isso. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>CONSIDERAÇÕES</b></span></td></tr><tr width="90%"> <td colspan="2" align="justify"> A  Crisântemo de Ortotanásia é um reflexo de como a arte pode ser caracterizada como a atividade em que uma pessoa emprega o seu sentimento à um objeto ou ao momento. Ao ressaltar que o princípio básico seja um olhar interpretativo do fotógrafo para um momento em específico em que ele produz sentido à foto usando as suas vivencias e sentimentos como um reflexo à própria imagem do momento. Durante todo o processo de produção e de vivência e pesquisas, foi possível perceber o quanto uma foto pode transcender vários significados. E ao se produzir uma fotografia artística, você não apenas eterniza um momento bonito como abre aquela imagem para n formas de interpretação e leitura. Mostrando que um simples click pode ser a chave para despertar vários sentimentos e interpretações. </td></tr><tr><td colspan="2">&nbsp;</td></tr><tr><td colspan="2"><span style="color: #008bd2"><b>REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁICAS</b></span></td></tr><tr width="90%"><td colspan="2">BARTHES, Roland. A Câmara clara: nota sobre a fotografia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1984. <br><br>HUMBERTO, Luis. Fotografia, a poética do banal. Brasília: Universidade de Brasília, 2000. <br><br>DURKHEIM, Émile. O suicídio. Abril Cultural, 1982.<br><br>DURKHEIM, Émile. A divisão do Trabalho Social. Martins Fontes, 2012, 2ª Tiragem.<br><br>UNESCO. Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. Disponível em: <http://unesdoc.unesco.org/images/0012/001271/127160por.pdf>. Acesso em: 18 abril 2018<br><br>FREIRE, Paulo. Extensão ou comunicação? 8ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.<br><br>GEERTZ, Clifford. A Religião como Sistema Cultural. In: A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Ed. LTC; 2008.<br><br>WEBER, Max. Sociologia das Religiões. Relógio D Água Editores, 2006.<br><br>WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Companhia das Letras, 2004. <br><br>BERGER, Peter. A construção Social da Realidade. RJ, Vozes, 2004.<br><br>KROHLING, Cicilia. Comunicação nos movimentos populares: A participação na construção da cidadania. 1998<br><br>Bosi, Alfredo. Dialética da Comunicação. 1992<br><br> </td></tr></table></body></html>